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Descreva de forma detalhada o procedimento de cumprimento de sentenca, desde o trânsito em julgado ate penhora

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Ellen Duques

Encerrada a fase cognitiva do processo, e com o trânsito em Julgado da sentença ou Acordão, que ocorre seja pelo exaurimento dos recursos, ou pela simples inércia da parte vencida, tem-se início a fase de cumprimento de sentença.

O primeiro passo dessa fase será a intimação do credor para no prazo de 48 horas, apresentar memória atualizada dos cálculos, em seguida, feita tal discriminação, o devedor deverá ser intimado para no prazo de 15 dias quitar o débito, a contar da intimação dos referidos cálculos, conforme preconiza o Art. 523 NCPC, no entanto existem aquelas situações em que a parte executada realiza o pagamento antes da intimação, ocasião em que, se houver saldo remanescente, a multa incidirá somente sobre o restante. § 2º do 523 NCPC. Efetuado o pagamento total devidamente comprovado nos autos, e havendo a parte exequente dado quitação, seguirá o processo para fins do art. 924 III do NCPC; toda via, transcorrido o prazo in albis, haverá a incidência da multa de 10%, do art. 523 § 1º sobre o valor total e ato contínuo será realizado a penhora via BACENJUD, conforme se infere do ENUNCIADO 97 do Fonaje “A multa prevista no art. 523§ 1º, do CPC/2015 aplica-se aos Juizados Especiais Cíveis, ainda que o valor desta, somado ao da execução, ultrapasse o limite de alçada; A segunda parte do referido dispositivo não é aplicável, sendo, portanto, indevidos honorários advocatícios de dez por cento”

Feita a penhora, e intimada a parte, esta poderá oferecer “Embargos à execução, e não a Impugnação prevista no Art. 525 § 1º do NCPC, isto por que a Lei 9099/95 criou um procedimento executivo próprio, Diante disto, a aplicação do Código de Processo Civil deve ser subsidiária, ou seja, sendo utilizado apenas para preencher lacunas, porventura, existentes. Importante ressaltar também que, conquanto o novo CPC tenha abolido a necessidade da penhora como pressuposto para o oferecimento da impugnação ao cumprimento de sentença (tal como decorre, textualmente, do art. 525 da referida legislação), certo é que o microssistema dos Juizados Especiais conserva a peculiaridade – justificada pela mais aguda incidência dos princípios constitucionais da efetividade e da celeridade nesta seara jurisdicional – de exigir, da parte Executada e como condição ao oferecimento de Embargos/Impugnação ao Cumprimento de Sentença, a prévia e integral garantia do juízo. É o que se infere do próprio regramento contido no art. 53§ 1º da Lei n. 9.099/1995 e bem assim do Enunciado n. 117 do FONAJE, segundo o qual “é obrigatória a segurança do Juízo pela penhora para apresentação de embargos à execução de título judicial ou extrajudicial perante o Juizado Especial”. 

 

(https://alonsofrancisco.jusbrasil.com.br/artigos/417301924/breve-resumo-do-cumprimento-de-sentenca-nos-juizados-especiais-civeis)

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Júnior Oliveira

O Código de Processo Civil foi alterado para se adequar às mudanças na realidade social e anseios da sociedade que surgiram com o decurso do tempo. Entretanto, o Código anterior já definia o cumprimento de sentença como título executivo judicial, não sendo necessário ajuizar uma nova ação para que a decisão fosse executada. O NCPC manteve esse modelo, prestigiando a economia processual.

O artigo 515 lista os títulos executivos, conforme rol abaixo:

I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;

II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;

III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;

IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;

V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;

VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;

VII - a sentença arbitral;

VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça.”

 

Nota-se nesse artigo uma inovação importante com a troca da palavra “sentença” por “decisão”. Com isso, os títulos executivos ganharam mais abrangência.

O Cumprimento de Sentença é regulado pelos artigos 513 a 519, e no que couber, subsidiariamente, pelas normas de Execução de Título Extrajudicial.

O artigo 513 do Código de Processo Civil esclarece em seu parágrafo 1º a impossibilidade de início da execução para cumprimento de sentença ex officio, sendo necessário, portanto, que o exequente faça um requerimento.

O parágrafo 2º traz, em ordem de preferência, as maneiras de intimação do executado: pelo Diário oficial quando estiver representado por advogado particular; não havendo advogado constituído nos autos ou estando representado pela Defensoria Pública, por carta, com aviso de recebimento; as empresas (com exceção das Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte) serão intimadas por meio eletrônico; e, quando o executado for citado por edital e se tornar revel no processo de conhecimento, a intimação também se dará por edital. Se o devedor mudar de endereço e não comunicar o Juízo, será considerado intimado.

Já o parágrafo 5º dispõe que o cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento, sanando assim uma divergência entre os órgãos julgadores.

O NCPC visa fomentar a autocomposição. Assim, o parágrafo 2º do art.515 passou a permitir que terceiros se envolvam no processo para que haja a homologação de Acordo, ao dispor que a autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.

O artigo 516 equipara-se ao artigo 457-P do Código de 1973, ao definir a regra de competência para execução do título executivo judicial. A competência para execução do Acordão será do Tribunal quando a ação originária tiver sido ajuizada nele; se a ação se iniciar na primeira instância, independentemente de reforma da decisão pelo tribunal, a execução deverá se iniciar no juízo de primeiro grau; já a execução de sentença penal condenatória, arbitral ou estrangeira deverá se dar no juízo cível competente. O parágrafo único do artigo 516 mantém a perpetuatio jurisdictionis como exceção à regra de competência, com o fim de evitar desperdício de tempo e recursos para a efetivação da execução.

O artigo 517 trouxe a possibilidade de protesto do título executivo judicial depois do trânsito em julgado da decisão. Basta para isso que a obrigação seja certa, líquida e exigível. Esse método coercitivo visa efetivar o cumprimento da execução da sentença.

A execução provisória será feita da mesma forma que a execução definitiva. No entanto, o inciso I do artigo 520 dispõe que o exequente admite o risco pela reparação total dos danos causados ao executado caso haja uma reforma de decisão, o que caracteriza, portanto, a responsabilidade objetiva.

Outra importante diferença da execução definitiva para a execução provisória, disposta no inciso IV, é que na execução definitiva não há necessidade de caução. O artigo 521 traz a possibilidade de dispensa da prestação de caução quando o crédito for de natureza alimentar; quando o credor demonstrar situação de necessidade; quando pender o agravo do art. 1.042 e quando a sentença provisória estiver de acordo com Súmula do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.

No requerimento do exequente, deverá o executado ser intimado para pagar a obrigação no prazo de 15 dias, sob pena de multa de 10% do valor, e também 10% sobre os honorários advocatícios. Quando houver pagamento de parte do débito, a multa recairá sobre o valor restante.

O requerimento deverá conter, além dos nomes e dados pessoais das partes, demonstrativo do crédito, o índice de correção monetária utilizado, os juros aplicados e as taxas incidentes, com termos inicial e final de incidência, a periodicidade da capitalização dos juros, especificação dos eventuais descontos, e a indicação de bens passíveis de penhora. Esta última exigência deve ser vista como uma grande novidade do NCPC.

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