Olá Fit Treinamento,
Vamos lá!
Hans Welzel foi o primeiro doutrinador a defender que não é possível considerar delituosa uma conduta aceita ou tolerada pela sociedade, mesmo que se enquadre em um tipo penal formalmente típico.
Modernamente, o princípio da adequação social, como excludente da tipicidade material, vem ganhando grande aceitação entre os doutrinadores penais, pois, em realidade, é certo que se determinados comportamentos, mesmo formalmente típicos, são aceitos pela sociedade, não há o que falar em afronto as regras de condutas sociais, o que há é um pleno desajuste entre a norma penal incriminadora e o socialmente permitido, tal incongruência, resolve-se pela atipicidade material, ou seja, embora o fato seja típico em sentido formal, será atípico em sentido material, uma vez que, da análise do contexto prático nenhuma lesão social é evidenciada.
Ainda que a pirataria seja amplamente praticada na sociedade, não se admite a aplicação do princípio da adequação social aos casos envolvendo esse tipo de comércio. O entendimento, já pacificado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), de que é crime a conduta de expor à venda CDs e DVDs falsificados foi sumulado pela Terceira Seção. O princípio da adequação social afasta a tipicidade penal de determinadas condutas socialmente aceitas e muitas sentenças, confirmadas em acórdãos de apelação, absolveram réus em crimes de violação de direitos autorais, por venda de produtos piratas, com base nesse argumento.
Súmula 502: presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.
A tão controvertida materialidade do crime de crime de “pirataria” parece ter sido reavivada com a presente súmula, ou pelo menos foi isso que se tentou.
O que se discutia em relação a esse crime, até por força da teoria constitucionalista do delito, é que tal crime não guardava relevância típica material capaz de justificar a atuação do direito penal. Claro, que a verificação, bem como a implementação do reconhecimento da atipicidade material era precedida de análise principiológica, daí toda sua força.
O princípio basilar do direito penal que é a adequação social, há muito tem revelado que a prática da “pirataria” deve ser combatida de outra forma que não com o direito penal, posto que tal conduta além de possuir um mínimo grau de lesão, ainda se apresenta como um fato socialmente aceito e que por consequência possui a mínima reprovabilidade.
Ao que parece a presente súmula veio para por fim nessa discussão e deixar certo que o fato possui sim tipicidade material. Mas claro que o embate vai continuar, posto que a completa ausência de tipicidade material é resultado de uma análise principiológica com viés constitucional, de forma que não é uma súmula que mudará tal verificação e tampouco diminuirá a força da teoria constitucionalista do delito.
Espero ter ajudado, Bons Estudos!
Não!
De acordo com Santiago Mir Puig: “Não se pode castigar aquilo que a sociedade considera correto”
Porém ao você executar o ato, existe amplidade de pessoas a qual considera incorreto e são prejudicadas, mesmo que uma grande parcela da sociedade execute, existe assim o prejuizo material do outro(o artista, autor...)
O princípio da adequação social menciona que aquelas condutas que são fomentadas pela sociedade, isto é, são adequadas socialmente não devem ser punidas pelo direito penal. Entretanto, conforme a súmula 502 do Superior Tribunal de Justiça esse princípio não é aplicado na conduta de venda de Cds e Dvds Piratas: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.
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