Em regiões de grandes altitudes, onde o solo é caracterizado por baixo padrão de minerais, observa-se pessoas com uma enorme massa em seu pescoço. Isso é um aumento da glândula tireóide, ou bócio endêmico, uma condição comum no Alto dos Andes. Para evitar danos aos recém-natos e crianças, principalmente, a OMS recomenda aos países o uso de iodo no sal. Essa ação é importante por quê:
Isso ocorre porque o iodo é um micronutriente essencial ao nosso organismo. Ele é usado na tireoide para sintetizar os hormônios triiodotironina (T4) e a tiroxina (T3), responsáveis pelo crescimento físico e neurológico e pela manutenção do fluxo normal de energia, sendo muito importantes para o funcionamento de vários órgãos vitais.
Vamos relembrar como funciona a tireóide.
Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da traqueia. Seus dois hormônios, tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a velocidade dos processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e desenvolvimento. A calcitonina, outro hormônio secretado pela tireoide, participa do controle da concentração sanguínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a saída dele para o plasma sanguíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.
As células foliculares tireoideanas sintetizam, durante todo o tempo, uma proteína, na qual se formam e armazenam os hormônios tireoideanos. Essa proteína chama-se tireoglobulina e é formada por uma cadeia de aminoácidos tirosina. Mas para que se formem os hormônios tireoideanos, não basta uma normal produção de tireoglobulina. Também é de fundamental importância uma captação de íon iodeto, necessário à formação dos hormônios.
A captação de iodeto faz-se por meio de um transporte ativo (bomba de iodeto), que bombeia constantemente esses íons do exterior para o interior das células foliculares, armazenando uma concentração cerca de 40 vezes maior no líquido intracelular. Mas os íons iodetos devem ser transformados na forma elementar de iodo no interior das células, para que possam ser utilizados na formação dos hormônios. Isso se faz com a importante ajuda de uma enzima denominada peroxidase.
Na medida em que as moléculas de tireoglobulina vão sendo produzidas, moléculas de iodo vão se ligando quimicamente aos radicais, tirosina das proteínas. Mas para que as moléculas de iodo liguem-se com a devida rapidez e em quantidade satisfatória, faz-se necessário a presença de uma enzima, a iodinase, que cataliza a reação do iodo com os radicais, tirosina das tireoglobulinas.
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