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Qual a importância da Escola dos Annales para a história?

A escola dos annales foi marcante na história por qual razão?

💡 5 Respostas

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Rômulo C Ar

Em seu livro: A Escola dos Annales: a revolução francesa da historiografia, que ao final do texto coloco o link para download do arquivo pdf, o autor Peter Burke posiciona que a escola dos Annales pode ser dividido em três fases.

 

Em sua primeira fase, de 1920 a 1945, caracterizou-se por ser pequeno, radical e subversivo, conduzindo uma guerra de guerrilhas contra a história tradicional, a história política e a história dos eventos.

 

Depois da Segunda Guerra Mundial, os rebeldes apoderaram-se do establishement histórico. Essa segunda fase do movimento, que mais se aproxima verdadeiramente de uma “escola”, com conceitos diferentes (particularmente estrutura e conjuntura) e novos métodos (especialmente a “história serial” das mudanças na longa duração), foi dominada pela presença de Fernand Braudel.

 

Na história do movimento, uma terceira fase se inicia por volta de 1968. É profundamente marcada pela fragmentação. A influência do movimento, especialmente na França, já era tão grande que perdera muito das especificidades anteriores. Era uma “escola” unificada apenas aos olhos de seus admiradores externos e seus críticos domésticos, que perseveravam em reprovar-lhe a pouca importância atribuída à política e à história dos eventos. Nos últimos vinte anos, porém, alguns membros do grupo transferiram-se da história socioeconômica para a sociocultural, enquanto outros estão redescobrindo a história política e mesmo a narrativa.

 

A história dos Annales pode assim ser interpretada em termos da existência de três gerações, mas serve também para ilustrar o processo cíclico comum segundo o qual os rebeldes de hoje serão o establishement de amanhã, transformando-se, por sua vez, no alvo dos novos rebeldes.

 

Segundo a perspectiva de Burke, a mais importante contribuição do grupo dos Annales, incluindo-se as três gerações, foi expandir o campo da história por diversas áreas. O grupo ampliou o território da história, abrangendo áreas inesperadas do comportamento humano e a grupos sociais negligenciados pelos historiadores tradicionais. Essas extensões do território histórico estão vinculadas à descoberta de novas fontes e ao desenvolvimento de novos métodos para explorá-las. Estão também associadas à colaboração com outras ciências, ligadas ao estudo da humanidade, da geografia à lingüística, da economia à psicologia. Essa colaboração interdisciplinar manteve-se por mais de sessenta anos, um fenômeno sem precedentes na história das ciências sociais.

 

pdf do livro ⇒ https://passeidireto.com/arquivo/3587501/burke---a-escola-dos-annales-a-revolucao-francesa-da-historiografia

 

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Matheus da Silva Nascimento

História Cultural 

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Carlos Roosevelt Marques do Brasil

O bom da Escola dos Annales (que não era uma "Escola" propriamente dita, mas um Movimento Intelectual) trouxe novas possibilidades, novas perspectivas e abordagens para o estudo da História. Anterior a isso, havia o Positivismo (análise da História de forma inquestionável pelos documentos Oficiais), que não dava margens para questionamentos dos Fatos Históricos, pois acreditavam na veracidade dos documentos históricos e que estes eram testemunhas fieis do passado.

A pintura do quadro da Independência é um exemplo, os positivistas acreditavam que o fato ocorreu, realmente, daquele jeito.

Com os Annales, a coisa mudou! Outras Fontes de Pesquisa foram admitidas e os grandes Heróis (e suas motivações), agora, são questionados. Não mais quadros e pinturas que podem sugerir uma "ideia pronta" ao indivíduo (quem encomendou o quadro, certamente, tem uma visão dos Fatos), mas, por exemplo, as Cartas dos soldados rasos para seus familiares são ótimas fontes de informação.

Sem falar na visão política e econômica, principais formas de avaliar o passado e seu desenrolar. Para os Annales, estes não eram, apenas, os fatos predominantes, mas o que eles chamavam de "História vista de Baixo" que era a voz dos pobres e excluídos também faziam parte do processo de formação do Passado e, portanto, precisavam ser estudados.

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