Respostas
LR
Das alternativas apresentadas, a resposta que mais se aproxima de ser um elemento que não integram o território de um Estado é a c) os aviões particulares em solo estrangeiro.
Para responder tal questão é necessário trazer para o debate as fronteiras do direito internacional, e isso significa que a resposta varia de acordo com os tratados internacionais vigentes na data e no território que se pretende analisar. A princípio, no limite, em momentos de exceção, de guerra, pertence (ou pode ser apropriado) ao Estado qualquer bem (aviões, edifícios, propriedades de modo geral) que estejam fisicamente dentro do território nacional. Fora estes momentos específicos, a propriedade de bens de particulares (seja pessoas/empresas estrangeiras ou nacionais) ou de nacionalidades estrangeiras (pertencentes a Estados estrangeiros), são regulamentadas por tratados internacionais e leis nacionais. Embora a propriedade ou a posse de bens em território nacional possam pertencer a um Estado estrangeiro isso não significa que estes bens integrem o território deste país estrangeiro proprietário de uma determinada matrícula, em última instancia sempre será território do país nacional. Por exemplo, é possível se hospedar no Brasil em um hotel que pertença a um cidadão argentino. É possível também que o Estado argentino tenha a propriedade (e/ou o direito de uso/posse) de um edifício no Brasil, seja para uso da embaixada argentina, ou para qualquer outro fim. Entretanto, tais bens devem estar sujeitos a leis nacionais e aos tratados internacionais. O proprietário argentino de um hotel no Brasil deverá pagar os impostos relativos determinados pelo Estado brasileiro, assim como qualquer bem que pertença ao Estado argentino que esteja em território brasileiro. No caso de bens móveis (aviões, carros, navios), em casos onde a matricula do bem (a propriedade) seja estrangeira, por exemplo, um avião que pertença a uma companhia aérea argentina, deve pagar os impostos segundo as leis argentinas ao Estado da Argentina, entretanto, para pousar no Brasil, o Estado brasileiro poderá cobrar taxas específicas. Se um brasileiro deseja fazer uma viagem com seu próprio carro de emplacamento feito no brasil, pela américa latina, deverá pagar os impostos relativos ao carro ao Estado brasileiro, mas também deverá se submeter as regras acordadas pela Mercosul, respeitando por exemplo a exigência de ter em posse um documento chamado “Carta Verde”. No caso específico das embaixadas, as leis nacionais devem ser submetidas aos acordos internacionais firmados. Por exemplo, o Brasil deve respeitar o tratado firmado na convenção de Viena em 1961, onde em seu artigo 22 esclarece-se que as embaixadas fazem parte do território do país cede, (a embaixada da Argentina no Brasil pertence ao território brasileiro), entretanto, as embaixadas possuem certo grau de imunidade em seus territórios: “1. Os locais da Missão [embaixadas] são invioláveis. Os agentes do Estado acreditado [país cede/país que recebe a embaixada estrangeira em seu território nacional] não poderão neles penetrar sem o consentimento do chefe da Missão [do embaixador]. 2. O Estado acreditado tem a obrigação especial de adotar todas as medidas apropriadas para proteger os locais da missão contra qualquer instrução ou dano e evitar perturbações à tranquilidade da Missão ou ofensas à sua dignidade. 3. Os locais da Missão, seu mobiliário e demais bens neles situados, assim como os meios de transporte da Missão, não poderão ser objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução.”.
Referências bibliográficas:
KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do Estado. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
REZEK, Francisco. Direito internacional público: curso elementar. São Paulo: Saraiva, 2011.
Murilo Miguel
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