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é possivel o concusrso entre curandeirismo e exercicio irregular da medicina?

💡 3 Respostas

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Malone Ferreira

Creio que sim, já que é um ilícito previsto em resoluções do Conselho Federal dela- protocolos médicos. E também afeta o direito penal, e as contravenções. Logo, essa intersecção é plausível quando não se segue os manuais, mas é priorizado um devaneio advindo de fanatismo, isso o corre no exemplo de Prescrever supostos remédios de "ervas" em um consultório, por exemplo de Gastroenterologia ILEGAL - portanto, irregular- que tenha por um suposto fito "curar"

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Malone Ferreira

No exemplo pode ser Helycobacter Pylori, em vez de Omeprazol, não tenho Jurisprudência, mas já convivi com pessos que relataram, sobretudo em Hospitais e Clínicas de cunho religioso algum: árabe, católico, por incrível que pareça deve haver sim...

 

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Estudante PD

O crime de exercício irregular da medicina, arte dentária ou farmacêutica e o crime de curandeirismo estão previstos no artigos 282 e 284 do Código Penal que dispõe respectivamente:

 Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica

        Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:

        Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

        Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.

        Curandeirismo

        Art. 284 - Exercer o curandeirismo:

        I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;

        II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;

        III - fazendo diagnósticos:

        Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

        Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa.

Segundo o Supremo Tribunal Federal não é possível o concurso de crimes:

 AÇÃO PENAL. Condenação. Concurso material. Crimes de exercício ilegal da arte farmacêutica e de curandeirismo. Inadmissibilidade. Incompatibilidade entre os tipos penais previstos nos arts. 282 e 284 do Código Penal. Pacientes não ignorantes nem incultos. Comportamento correspondente, em tese, ao art. 282 do CP. Falta, porém, de laudo pericial sobre as substâncias apreendidas. Inadmissibilidade de exame indireto. Absolvição dos pacientes decretada. HC concedido para esse fim. Interpretação do art. 167 do CPP. Precedentes. Excluindo-se, entre si, os tipos previstos nos arts. 282 e 284 do Código Penal, dos quais só primeiro se ajustaria aos fatos descritos na denúncia, desse delito absolve-se o réu, quando não tenha havido perícia nas substâncias apreendidas.

(HC 85718, Relator(a):  Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, julgado em 18/11/2008, DJe-232 DIVULG 04-12-2008 PUBLIC 05-12-2008 EMENT VOL-02344-01 PP-00146 RTJ VOL-00208-02 PP-00538 RB v. 21, n. 542, 2009, p. 36-38 RSJADV fev., 2009, p. 41-43 RT v. 98, n. 883, 2009, p. 521-525 LEXSTF v. 31, n. 362, 2009, p. 330-337).

Porém o Superior Tribunal de Justiça admite o concurso de crimes no caso em questão:

HABEAS CORPUS. EXERCÍCIO ILEGAL DE ARTE FARMACÊUTICA E CURANDEIRISMO. LAUDO PERICIAL. EXIGÊNCIA. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO (ART. 158 C/C 167, CPP). DIVERSIDADE, INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA DE CONDUTAS DENUNCIADAS. BIS IN IDEM, CONCURSO DE CRIMES E CONSUNÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO.
"A falta de exame de corpo de delito direto não implica em nulidade de processo penal, visto que, nos termos do art. 158, c/c o art.
167, do Código de Processo Penal, pode ele ser suprido pelo indireto, sendo certo, ainda, que em atenção ao princípio do livre convencimento e do mandamento constitucional que abomina apenas as provas obtidas por meios ilícitos, não se pode priorizar a perícia como único meio de comprovar a materialidade de crimes relacionados ao exercício ilegal de profissão da área da saúde.
Embora o curandeirismo seja prática delituosa típica de pessoa rude, sem qualquer conhecimento técnico-profissional da medicina e que se dedica a prescrever substâncias ou procedimentos com o fim de curar doenças, não se pode descartar a possibilidade de existência do concurso entre tal crime e o de exercício ilegal de arte farmacêutica, se o agente também não tem habilitação profissional específica para exercer tal atividade.
Reconhecida a prática de duas condutas distintas e independentes, não há como se proclamar ilegal a condenação por cada uma delas, não se mostrando, in casu, ter havido bis in idem ou indevida atribuição de concurso de crimes, não cabendo, ainda, aplicação da consunção entre os delitos, tanto mais na estreita via do habeas corpus, por demandar incursão profunda e valorativa em seara fático-probatória." Habeas corpus denegado.
(HC 36.244/DF, Rel. Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 22/02/2005, DJ 11/04/2005, p. 339).
 

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