A rigor, são três as espécies de ações possessórias disciplinadas pelo Código de Processo Civil: reintegração de posse, manutenção de posse e interdito
Dispõe o artigo 92 do Código Civil:
Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Os bens acessórios se dividem em pertenças (não constituem parte integrante, se destinam, de modo duradouro, ao uso ao serviço ou aformoseamento de outro; não seguem a regra geral de acompanhar o bem principal), frutos e produtos (o fruto decorre da coisa sem sua diminuição ou transformação, já o produto depende de diminuição ou transformação da coisa principal) e benfeitorias (necessárias quando o melhoramento é agregado à coisa pela ação do proprietário, possuidor ou detentor de forma a conservá-la ou evitar que se deteriore, útil quando aumenta ou facilita o uso e voluptuária quando proporciona mero deleite, sem aumentar o uso habitual do bem).
Um dos efeitos da posse é que, se a pessoa tem o poder de fato sobre uma coisa, tem também a prerrogativa de colher os frutos que dela decorram. Por isso, o possuidor de boa-fé que perder a posse e, por isso, for obrigado a restituir a coisa ao legítimo dono, tem direito sobre os frutos percebidos e colhidos no devido tempo em que conservava a boa-fé.
Assim, o possuidor de boa-fé tem direito de retenção das benfeitorias necessárias e úteis até que seja indenizado pelo valor devido. De forma similar, o possuidor de boa-fé tem direito de remoção sobre as benfeitorias voluptuárias, se não lhe forem pagas e o puder sem detrimento da coisa. Já o possuidor de má-fé tem apenas direito de indenização pelas benfeitorias necessárias. É o que o Código Civil dispõe em seus artigos 1.219 e 1.221:
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem.
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