Não é possível ceder o crédito em alguns casos, em decorrência de vedação legal como, por exemplo, na obrigação de alimentos (art. 1.707 do CC6) e nos casos envolvendo os direitos da personalidade (art. 11 do CC7).
Por ser negócio jurídico entre cedente e cessionário, a cessão de crédito não depende de consentimento do devedor. Porém, o art.290 disciplina o seguinte:
A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.
Por outro lado, é ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do parágrafo 1º do art. 654, a saber:
Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.
Assim, o negócio jurídico permanece válido entre cedente e cessionário, não produzindo eficácia contra terceiros, podendo o credor do cedente, então, livremente, pedir a constrição (penhora, por exemplo) daquele crédito.
Além disso, a lei 8.213/91, em seu artigo 114, dispondo sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social impossibilita a cessão de créditos previdenciários ao dispor:
Salvo quanto a valor devido à Previdência Social e a desconto autorizado por esta Lei, ou derivado da obrigação de prestar alimentos reconhecida em sentença judicial, o benefício não pode ser objeto de penhora, arresto ou seqüestro, sendo nula de pleno direito a sua venda ou cessão, ou a constituição de qualquer ônus sobre ele, bem como a outorga de poderes irrevogáveis ou em causa própria para o seu recebimento.
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