Comente a seguinte afirmação, justificando seu ponto de vista: "No juizado especial civel as interlocutórias são irrecorríveis".

Por algum tempo se defendeu que as decisões interlocutórias no juizado especial cível seriam SEMPRE irrecorríveis.

Isso por causa dos principais princípios a que este juízo estaria vinculado. Como por exemplo os princípios da celeridade, economia processual, a simplicidade, informalidade, oralidade.

Sendo esse juizado uma maneira rápida de acesso à justiça, devendo o processo durar, nesses casos, o menor tempo possível, como atacar uma decisão interlocutória que só atrasaria o andamento do mesmo?

Por isso há dúvida quando a possibilidade de recorrer esse tipo de decisão.

Acontece que o legislador ao definir as decisões interlocutórias utilizou a denominação “questão incidente”. Assim seriam essas decisões sobre assuntos de menor importância. Sabemos, entretanto, que pode acontecer de tal decisão tratar de matéria principal, de mérito, por exemplo, a decisão interlocutória que defere ou indefere pedido de concessão de tutela antecipada, indefere liminarmente um dos pedidos cumulados na inicial por entendê-lo prescrito resolve parcela incontroversa da demanda.

Dizer que as decisões interlocutórias são SEMPRE irrecorríveis é um erro, hoje a maioria dos doutrinadores e os próprios tribunais têm entendido que, em síntese, as decisões interlocutórias proferidas nos processos dos Juizados Especiais não precluem e podem ser objeto de questionamento no Recurso Inominado (equivalente à apelação do procedimento ordinário). Porém, o agravo de Instrumento para atacar a decisão interlocutória pode ser impetrado caso esteja evidenciado que a decisão atacada pode causar dano irreparável ou de difícil reparação.

Obrigada!