Dolo eventual x Culpa consciente

No dolo eventual o agente prevê o resultado e não se importa com a ocorrencia deste.
Já na culpa consciente o agente prevê o resultado mas acredita que por ter habilidade, o resultado não ocorrerá.

Tanto no dolo eventual quanto na culpa consciente há a previsibilidade objetiva e subjetiva da ocorrência de um evento danoso.

Percebe-se que além da previsibilidade objetiva, outra semelhança ocorre em relação à ausência inicial de vontade de atingir determinado fim (lesivo).

Isso porque, tanto no primeiro quanto no segundo, o agente não quer, de início, o resultado contrário à norma.

Todavia, na culpa consciente, embora o resultado seja objetivamente previsto, o agente acredita que o resultado não ocorrerá.

O que não acontece no dolo eventual, visto que, neste, o agente prevê o resultado, mas prossegue com sua conduta atuando com indiferença, pouco se importando que o efeito nocivo venha a ocorrer.

A diferença reside apenas no âmbito subjetivo, ou seja, no intelecto do agente no momento em que o resultado lesivo é representado.

Desta forma, se age com indiferença, ao bem jurídico tutelado pela norma penal, atuando sem se importar com o resultado, terá atuado com dolo eventual. 

No dolo eventual o agente pretente atingir um resultado, mas assume o risco de produzir outro. Exemplo: casos de morte no trânsito causados por motorista alcoolizado. Em alguns casos, acredita-se que o agente, ao dirigir embriagado, assumiu o risco de produzir o resultado "atropelamento/morte". 

Já na culpa consciente o o agente até prevê resultado diverso do que pretendia, mas acredita que conseguirá evitá-lo, diferente do dolo eventual.

Uma maneira fácil, porém informal, de distinguí-los é pensar no verbo "danar". Se no dolo eventual o agente pensa "dane-se!" para o resultado diverso, na culpa consciente o agente pensaria "danou-se!", pois não conseguiu evitá-lo.

Espero ter ajudado!