Depois de 3 meses no imóvel, a inquilina foi surpreendida ao chegar em casa com um vazamento de agua em seu apartamento originado pela limpeza realizada no piso superior e rachaduras na lage. O propreitário se negou a rescindir e devolver a multa alegando que iria solucionar o problema, porém a inquilina pretende sai por estar com medo de o episódio se repetir. A Lei di Inquilinato não é clara quanto ao assunto.
O Código Civil estabelece três possibilidades para a parte que firmou um contrato bilateral, quando o outro contratante não cumpre suas obrigações: revisar o contrato, com base no artigo 317 do Código, ou requerer a sua rescisão, com pedido de perdas e danos. Também poderá exigir a correta prestação que lhe é devida pelo outro contratante.
Em todo o caso, o locador não poderá exigir do inquilino o aluguel e demais encargos, enquanto perdurar a situação.
Os Tribunais, ao aplicar a regra da exceção do contrato não cumprido às locações, em geral tratam de casos nos quais o imóvel apresentava algum defeito desconhecido do locatário, e que este não assumiu quando da contratação, para conceder a indenização e isentar o inquilino dos aluguéis e encargos locatícios. Exemplos são situações em que o imóvel não se encontra regularizado e não permite a obtenção de alvará de funcionamento comercial (em se tratando de locações comerciais), vazamentos, defeitos estruturais que comprometem a segurança dos ocupantes etc..
Em tais ocasiões o inquilino, para além da indenização por danos materiais e (eventualmente) morais, tem o direito de ser isentado dos aluguéis e encargos locatícios, e de receber de volta os valores pagos a este título e a título de “luvas”.
O inquilino também pode pleitear medida judicial liminar para suspender a exigência dos valores locatícios, enquanto discute a responsabilidade do locador pela rescisão contratual, com base no artigo 273 do Código de Processo Civil. Uma medida desta natureza pode ser utilizada para impedir protestos e apontamentos junto aos órgãos de proteção ao crédito, além de suspender eventuais ações de execução referentes a aluguéis, encargos locatícios e multas rescisórias
Prezado,
De Fato a legislação não contempla uma disposição específica e eloquente sobre o caso em questão, talves pois fora criada em um contesto de proteção ao direito a moradia e manutenção dos contratos de locação residencial, pois não é comum ao locatário a intenção de rescindir.
Entretanto, não significa que não fora tutelado pela legislação, é possivel o pedido judicial de rescisão (culpa do credor), não havendo causa para pagamento de multa.
Esta hipótese pode ser extraida da leitura dos artigos 9º e 22 da Lei 8245/91, e, caso vc esteja diante de um caso concreto (REAL), poderá invocá-los como fundamento de uma Ação Rescisória, conforme segue:
1. O artigo 9º prevê as hipóteses de desfazimento do contrato de locação, e, no inciso II, admite o rompimento em decorrência de infração LEGAL ou contratual. A primeira é a que nos interessa.
2. O art. 22 do mesmo diploma legal, elenca como dever do locador: I. entregar o imóvel em condições de uso, IV. responder pelos vício e defeitos anteriores à locação.
Como se percebe no caso proposto, manifesta é a infrações de dever imposto pela legislação, constituindo fundamento idôneo para o desfazimento da avença.
Espero que lhe seja útil.
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