Leucócitos (do grego, leuco = branco; kytos = células), são os glóbulos brancos do sangue, que fazem parte do sistema de defesa imunológica do organismo. Há diversos tipos de leucócitos, cada um deles com diferentes funções: alguns atacam diretamente o invasor, outros produzem anticorpos, outros apenas fazem a identificação, e assim por diante.
Os neutrófilos (assim chamados porque são células que mostram afinidade para os corantes neutros) são o tipo mais comum de leucócitos, especializados no combate a bactérias e fungos, envolvendo-as e matando-as. Os leucócitossegmentados (maduros) e bastões (imaturos) são neutrófilos ainda jovens.
Os linfócitos são o segundo tipo mais comum de glóbulos brancos. São responsáveis pela produção dos anticorpos que atuam contra as infecções virais, detectam e destroem algumas células cancerosas. Chama-se linfocitose o aumento do número de linfócitos.
Os monócitos são apenas 3 a 10% dos leucócitos circulantes. Quando ativados transformam-se em macrófagos, célulascapazes de fagocitar (“comer”) micro-organismos invasores. Chama-se monocitose o aumento do número de monócitos.
Os eosinófilos são somente 1 a 5% dos leucócitos circulantes e são os responsáveis pelos mecanismos da alergia, por matar parasitas e destruir células cancerosas.
Os basófilos, assim chamados por sua afinidade com os corantes básicos, representam somente zero a 2% dos glóbulos brancos. Parece que também estão relacionados às alergias, pois produzem histamina e heparina e possuem também atividade fagocitária, mas sua principal função consiste em evitar a formação de coágulos e permitir a fácil migração dos neutrófilos.
Leucocitose (do grego, leuco = branco; kytos =célula; ose= sufixo que significa aumento) é o aumento global do número dos glóbulos brancos no sangue. O mais frequente é que a leucocitose surja devido a uma linfocitose ou a um aumento dos neutrófilos. As taxas globais de leucócitos para homens adultos normais estão entre 4.500 e 11.000 por milímetro cúbico de sangue. Considera-se que há leucocitose quando a pessoa apresenta mais de 11.000 leucócitos por milímetro cúbico de sangue. A leucocitose não é uma doença, mas a manifestação hematológica de algum transtorno orgânico, crônico ou transitório.
A maior causa de leucocitose são as infecções, mas também pode ocorrer em outras doenças malignas que afetem a medula óssea ou em doenças inflamatórias e autoimunes. Em resumo, na maioria das vezes, a leucocitose indica uma defesa do organismo contra as infecções ou então um descontrole das divisões celulares. É possível diagnosticar certas doenças observando-se o tipo de células brancas predominantemente aumentadas e, em alguns casos, a morfologia delas.
A leucocitose pode ser diagnosticada por um exame simples de sangue, o hemograma, que também analisa os tipos de leucócitos que estão numericamente alterados. Constatada a leucocitose, impõe-se investigar e diagnosticar a sua causa, o que exigirá exames mais sofisticados. Quando há uma leucocitose é importante ver qual dos tipos de leucócitosé responsável por essa alteração. Geralmente, os neutrófilos e linfócitos são os responsáveis maiores, por serem os tipos mais numerosos de leucócitos.
Um pequeno aumento dos leucócitos pode não ter maior repercussão clínica, mas um aumento significativo deve causar preocupações e pode indicar enfermidades graves, como um câncer. A leucocitose é mais frequente que a leucopenia e está presente, sobretudo nos quadros infecciosos. Geralmente a leucocitose é causada pelo combate a infecções ou por descontrole das divisões celulares. Contudo, pode ocorrer também em certas condições fisiológicascomo gravidez, menstruação e exercícios musculares intensos, mas nelas nunca chega aos altos valores que podem ser encontrados nos quadros patológicos.
A eosinofilia (aumento dos eosinófilos) ocorre nos casos de doença alérgica, mas pode aparecer também em doenças parasitológicas, recuperação de infecção aguda, algumas doenças, sensibilidade a certas drogas, tumores, leucemiaeosinofílica, etc. Algumas eosinofilias são idiopáticas, isto é, sem causas aparentes.
Os basófilos podem aparecer na leucemia mieloide e na policitemia vera.
As linfocitoses (aumento dos linfócitos) verificam-se nas doenças infecciosas. Uma hiperlinfocitose duradoura em um adulto pode indicar uma leucemia linfoide crônica, um linfoma não-Hodgkin ou uma tireotoxicose.
Uma monocitose (aumento dos monócitos) pode aparecer como reparação das neutropenias medicamentosas ou quimioterápicas, em doenças virais ou parasitárias e no curso de certas espécies de anemias. Pode constituir também um sinal de leucemias mielomonocíticas agudas. Outras condições que podem gerar uma monocitose são: infecçõesbacterianas crônicas, protozoários, doença de Hodgkin, doenças inflamatórias e no tratamento com certos fatores de crescimento.
Uma neutropenia (diminuição do número de neutrófilos) aparece nas infecções bacterianas, sobretudo, nas inflamações e nas necroses de tecidos. Pode também acontecer nos últimos meses de gravidez, nos tratamentos por corticoides, tabagismo, desordens metabólicas, neoplasias, hemorragia aguda ou hemólise, doenças mieloproliferativascomo leucemia mieloide crônica, policitemia vera, etc.
É essencial tratar a enfermidade causal, tratando a causa da leucocitose, quando possível, a taxa de leucócitos tende a voltar ao normal.
ABCMED, 2014. Leucocitose: o que significa isso? Quais são as causas? E o tratamento? Qual a importância clínica?. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/545772/leucocitose-o-que-significa-isso-quais-sao-as-causas-e-o-tratamento-qual-a-importancia-clinica.htm>. Acesso em: 18 mai. 2018.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
A inflamação é um processo fisiológico em resposta à agentes infecciosos ou lesão no tecido.
Durante um processo inflamatório causado por uma infecção, diversas alterações podem ocorrer num hemograma, por exemplo: leucopenia (redução do número de leucócitos), leucocitose (aumento do número de leucócitos) e neutrofilia (aumento do número de neutrófilos). Já a eosinofilia pode causar inflamação nos tecidos devido à liberação de citocinas e quimiocinas pelos eosinófilos. Ao ocorrer a ativação dos linfócitos T e B, os linfonodos podem aumentar de tamanho, o que é chamado de linfadenopatia. Se a infecção local, que causa uma resposta inflamatória, não for tratada, há a possibilidade de virar uma infecção generalizada, também chamada de septicemia.
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Patologia Clínica Veterinária
•UNINASSAU
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