Sim, nos casos em que a pessoa tinha um tempo a se manisfestar caso não quisesse ou quisesse determinado bem ou serviço, e vencido o prazo para se manifestar não se manifestou, considera-se então que houve consentimento de forma silenciosa.
O silêncio como forma de manifestação de vontade é possível como regra geral, mas nem sempre essa afirmativa será aplicável.
O próprio Código Civil prevê que o silêncio será aceito como anuência, quando as circunstâncias ou os usos locais assim o permitir:
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Em caso de doação, por exemplo, o silêncio do donatário ciente é interpretado como aceitação da herança:
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
O silêncio algumas vezes pode ser interpratrado tambem como uma afirmação negativa. É o caso do art. 299, p.ú., CC:
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Por outro lado, a própria Lei Civil nos dá exemplos de situações em que o silêncio não pode ser admitido como manifestação de vontade. É o caso da aceitação ou não de herança, nos termos do art. 1.807, CC:
Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.
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