Quais as diferenças entre o ocasionalismo malebranchista e a harmonia pré-estabelecida leibniziana?

Sobre tal questão podemos observar que Leibniz tenha se distanciado da filosofia de Nicolas de Malebranche (1638-1715), onde este tenha atribuído a eficácia da natureza ao criador. Malebranche foi um defensor da doutrina ocasionalista (tendo dedicado sobre o tema no sexto livro de sua Recherche de la vérité), trata-se da negação da existência de quaisquer vínculos causais entre a alma e o corpo. Essa doutrina sustenta a hipótese de que Deus seria a causa real de todas as modificações na alma e no corpo. Ao mencionar que Leibniz se distancia da filosofia de Malebranche, dá-se por conta que a princípio o filósofo alemão concorda com os ocasionalistas no ponto em [...] que não pode haver uma influência real de uma substância criada sobre uma outra, pois isso significaria a aceitação de que podem ocorrer em substâncias modificações que não sejam produto da natureza interna dessas substâncias, o que implicaria, em última instância, uma certa perda de substancialidade por parte delas, uma vez que a espontaneidade plena é precisamente um dos critérios de determinação do que é ser uma substância. No entanto, a doutrina ocasionalista resume Deus em uma única causa eficiente; como consequência desta concepção teremos a impossibilidade afirmativa de qualquer substância distinta de Deus. Assim, não teríamos substâncias no sentido leibniziano, ou seja, substâncias com a capacidade de atividade das modificações internas próprias. Malebranche tem a convicção de que a alma é puramente passiva, mas para Leibniz, toda substância é ativa, inclusive, a alma. Leibniz admite a pluralidade da substância, sendo que toda modificação interna, ocorre em plena conformidade às outras substâncias como um espelho que reflete sob um ponto de vista da substância todo o universo. Esta analogia a espelho, Leibniz busca enfatizar os estados refletidos de todas as ações das demais mônadas, sobretudo, estabelece uma interligação de todo o universo que vincula as ações de todas as substâncias entre si.