A "estética" medieval é simples de entender: invariavelmente, ela se confunde com a beleza ideal, um atributo de Deus. E, no plano teórico foi um longo período, dez séculos até o Renascimento, de uma luta sem trégua contra o dualismo maniqueu para excluir o mal do plano da criação.
A estética medieval nada tem a ver com a contemporânea, que coloca em cena as próprias contradições, incorporando o "mal". Embora convivesse com a peste, a fome, a miséria, a ferocidade e a luxúria, a Idade Média ignorou o espetáculo da realidade para se concentrar na ordem metafísica da beleza, oposta ao circo da arte contemporânea. A Idade Média não podia suportar a contradição de ver o belo fora de lugar, ausente do plano divino. Isso leva à inevitável pergunta: como definia o homem medieval a autonomia da beleza artística se as criaturas apenas imitavam as coisas criadas por Deus?
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