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Contratos

Uma grande empresa privadaabre processo seletivo para preenchimento da vaga de diretor de relações externas. Um candidato é selecionado, as partes acordam sobre o salario, bem como demais condições de trabalho, ficando ainda a data para adimissão. Intempestivamente, sem motivação, a empresa desiste da contatração. O candidato, por conseguinte, ajuiza em face dela ação de reparação de danos materiais e morais. Discorra sobre a fundamentação juridica do pedido e a possibilidade de exito judicial? 

💡 3 Respostas

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Ghislaine Alves Barbosa

Dificilmente haverá êxito numa demanda dessa natureza, pelo fato de tratar-se de uma empresa priva. Portanto, havia apenas uma expectativa de contratação, e a contratação e demissão nas empresas privadas são atos descricionários. Ademais, o dano material deve ser fundamentado, e a possibilidade de dano moral que vislumbra-se no caso em tela resode na violação à dignidade da pessoa humana, pela expectativa concreta que contratação, que seria mais evidente se a empresa contratasse efetivamente outro funcionário em seu lugar.

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Júnior Oliveira

A frustração da expectativa de contratação em uma relação de trabalho pode gerar reparação por danos materiais e morais, mas isso dependerá da análise das circunstâncias do caso concreto.

Trata-se de competência da Justiça do Trabalho julgar a existência de responsabilidade civil por parte do pretenso empregador. Isso porque a Emenda Constitucional nº 45/2004 ampliou a competência da justiça laboral ao dispor:

Art. 114 . Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

VI. as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;

Em que pese tratar-se de fase pré-contratual, matéria de Direito Civil, o objeto da ação deverá ter como fundamento a relação de trabalho perdida.

Há que se provocar o julgamento entre dois importantes princípios: autonomia da vontade X boa-fé objetiva. Assim, o juiz do trabalho deverá decidir entre a prevalência da livre vontade de contratar e a obrigação de lealdade e confiança entre as partes envolvidas, deveres que devem estar presentes em todas as fases do negócio jurídico, inclusive, a pré-contratual.

É o que dispõe o Código Civil, ao estabelecer o seguinte:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

No entanto, a doutrina e a jurisprudência pátria ainda se dividem quanto à obrigação de indenizar dano moral, material e lucros cessantes nesses casos.

É importante que seja demonstrado o efetivo prejuízo gerado após tamanha expectativa, como no caso de realização de gastos com exames médicos e demissão de emprego anterior. Essa constatação é necessária porque o aferimento da responsabilidade subjetiva do empregador imprescinde da comprovação de culpa.

 

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