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por que os metodos classicos nao sao suficientes para concretização das constituiçoes contemporaneas

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Clara Abreu

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Especialistas PD

A hermenêutica clássica deixou de ser suficiente para a concretização das constituições atuais porque ela não se mostrou capaz de atender às particularidades das normas constitucionais.

Nesse sentido, Bernardo Gonçalves explica:

É de se notar ainda que a hermenêutica jurídica (clássica)  não conseguiu trabalhar de maneira satisfatória as conquistas teóricas trazidas pelos movimentos aqui explicitados do giro linguístico e hermenêutico.

A Hermenêutica Constitucional, portanto, deve se situar como um conjunto maior e modelar – já que pretende traçar linhas gerais que irão refletir em todo o restante do direito. Porém, é importante salientar que as normas presentes na Constituição, segundo diversos juristas, seriam dotadas de particularidades que as diferem das emais normas jurídicas. Essas características poderiam, então, ser sistematizadas na forma de quatro argumentos referentes:

À posição privilegiada em termos de hierarquia: que as normas constitucionais ocupam no ordenamento jurídico de qualquer estado. (...) os problemas de interpretação da constituição acabam por gerar consequências que serão sentidas, necessariamente, pelos demais ramos do direito, ou seja, em todo o ordenamento jurídico;

À natureza da linguagem das normas constitucionais: (...) as normas constitucionais são dotadas de uma estrutura mais complexa que as dos demais ramos do direito, pois uma Constituição não poderia ser reduzida a um mero conjunto de regras jurídicas, como única espécie de normas jurídicas.

Ao seu conteúdo específico: alem de trazer normas cujo conteúdo se volte para prescrever ordens e proibições, uma Constituição traz, ainda, normas de organização, de natureza instrumental e, por isso mesmo, superiores às demais. Tais normas oferecem uma estruturação orgânica ao Estado, não se guiando por juízos hipotéticos, ligados a previsões abstratas e não sendo geradoras de direitos subjetivos. Logo, sua interpretação e, consequentemente, seu modo de aplicação diferem-se das normas de condutas. Outra singularidade está na presença das chamadas normas programáticas que não demarcam qualquer conduta específica a ser assumida, mas apontam linhas diretoras;

Ao caráter político: (...) a realidade constitucional transporta e ultrapassa as paredes de qualquer fórum ou edifício, fazendo-se presente na dinâmica social,de modo que cada cidadão, em um estado democrático de direito, se faça intérprete em condições de igualdade recíproca, como condição de legitimidade do direito e das decisões jurídicas.

A partir dessas características, deve-se iniciar uma discussão sobre a necessidade, ou não, de desenvolver métodos hermenêuticos próprios para as normas constitucionais.” (Curso de Direito Constitucional, 9ª Ed. Pg. 181-182) 

 

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