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Regulamentação da atividade dos profissionais do sexo, com que base a defensores dessa lei?

Regulamentação da atividade dos profissionais do sexo, com que base a defensores dessa lei?

💡 2 Respostas

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Ernandes Rodrigues de Lames

Bom dia, Gonçalves!

Hoje, no país, o ato de se prostituir não é crime. Pagar pelo sexo também não.

A justificativa para a apresentação de um projeto segue a mesma lógica mercadológica. "O Brasil ocupa posição de crescimento econômico. E pelo fato de o Brasil ter grandes eventos, esta é uma boa base. A regulamentação da profissão do sexo permitirá alto grau de fiscalização pelas autoridades competentes, além de possibilitar e até mesmo incentivar o Poder Executivo a direcionar políticas públicas para esse segmento da sociedade (como a distribuição de preservativos, mutirões de exames médicos e etc.)”. Os megaeventos seriam, portanto, uma "boa oportunidade" para regulamentar a prostituição. Para a indústria do sexo, com certeza. A exploração da prostituição no mundo é a terceira atividade mais rentável do crime organizado, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas.

A regulamentação não estimularia a expansão da prostituição, não promoveria o tráfico de mulheres e nem a prostituição infantil. Ao mesmo tempo, permitiria aos profissionais do sexo "o acesso à saúde, ao Direito do Trabalho, à segurança pública e, principalmente, à dignidade humana".

A simples regulamentação da prostituição como Trabalho garantiria direitos básicos às "profissionais do sexo". Na simplista equação, o mesmo Estado que nega emprego, saúde, educação, moradia, transporte, lazer e segurança para as mulheres trabalhadoras e que tornam, muitas vezes, a prostituição como a única "opção" possível para elas, garantiria os direitos básicos para exercer a sua "profissão". Dignificar a prostituição como trabalho não significa dignificar as mulheres, mas sim "dignificar" ou facilitar a vida da indústria sexual.

No projeto apresentado no Brasil, esta intermediação é vista, inclusive, como um "ato de solidariedade". Na proposta de alteração dos artigos 231 e 231A do código penal, que fala sobre o deslocamento de prostitutas dentro e para o território nacional, "a facilitação do deslocamento de profissionais do sexo, por si só, não pode ser crime. Muitas vezes a facilitação apresenta-se como auxílio de pessoa que está sujeita, por pressões econômicas e sociais, à prostituição. Nos contextos em que o deslocamento não serve à exploração sexual, a facilitação é ajuda, expressão de solidariedade; sem a qual, a vida de pessoas profissionais do sexo seria ainda pior. Não se pode criminalizar a solidariedade. Por outro lado, não se pode aceitar qualquer facilitação em casos de pessoas sujeitas à exploração sexual". Cabe relembrar aqui que a concepção de exploração é modificada neste novo projeto e se apropriar de até 50% do "rendimento da prestação de serviço sexual" estaria dentro da lei.

O projeto ainda define as atividades da profissional do sexo da seguinte maneira: “Art. 1º: Considera-se profissional do sexo toda pessoa maior de dezoito anos e absolutamente capaz que voluntariamente presta serviços sexuais mediante remuneração. § 1º É juridicamente exigível o pagamento pela prestação de serviços de natureza sexual a quem os contrata.§ 2º A obrigação de prestação de serviço sexual é pessoal e intransferível”.

O sexo e a mulher são mercadorias. Isso porque, é impossível comercializar o sexo sem comercializar a pessoa.

O projeto 4.211/12, portanto, é um retrocesso ao legalizar mecanismos que garantam a exploração sexual e a prostituição como mais um comércio dentro da lógica capitalista. Não concordamos com ele. Não concordamos que o capitalismo se aproveite do corpo das mulheres para lucrar. Defendemos as mulheres em situação de prostituição e queremos que sejam donas de seus corpos. Para isso, no entanto, são necessárias condições concretas que possam livrá-las não só da violência policial, mas da violência desse sistema que lhes reserva opressão e exploração.

Para mais Conhecimento visite o seguinte site: http://www.brasildefato.com.br/node/12236

O conteúde é de 2013, mas se aplica muito bem aos dias de hoje.

E só pra deixar claro.

Eu sou #Contra a Regulamentação da atividade Profissional do sexo.

Abre parêntese ...Usar o corpo como meio de trabalho... Vamos estudar... Fecha parêntese)

Abraço!

 

 

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Pedro Mercadante

Um dos principais argumentos que baseiam a regulamentação da atividade dos profissionais do sexo é a inclusão social. Os profissionais do sexo são vistos e colocados à margem da sociedade, são pessoas que estão em situações de perigo e vulnerabilidade a todo momento. Os que defendem a regulamentação alegam ainda que, o Estado poderá fiscalizar de forma mais efetiva a atividade, as condições de trabalho e ainda poderá ser um meio de controle e combate às doenças sexualmente transmissíveis. 

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