Pedro, esse acréscimo paulatino de terras às margens do rio é chamado de aluvião e está presente no artigo 1.250 do Código Civil.
A aluvião é uma forma de aquisição da propriedade por acessão natural, visto que não há intervenção humana neste tipo de apropriação. Por questões lógicas, a aluvião não dá direito à indenização, já que a terra adquirida vem da própria natureza. O parágrafo único do artigo 1.250 diz que se o terreno que se formou pela aluvião se fixar em frente a terrenos de proprietários diferentes, a porção de terra será dividida entre estes proprietários na medida da frente da antiga margem de cada um. O legislador se referiu à frente do terreno usando a palavra "testada".
Há que se tomar cuidado para não confundir a aluvião com a avulsão (art. 1251), nesta última, o acréscimo de terreno se dá por força natural bruta, ou seja, perceptível. Além disso, esta força bruta destaca parte de um terreno para deslocá-la para outro. Por isso, a avulsão dá direito à indenização, desde que alguém a reclame no prazo de um ano. O parágrafo único do artigo 1.251 diz que, se negando a pagar a indenização, o dono do prédio que recebeu a nova porção de terra deve consentir para que esse acréscimo seja retirado de seu prédio.
Em linhas gerais, a aluvião se diferencia da avulsão, pois na aluvião os acréscimos ocorrem sem percepção e não dão direito à indenização e a avulsão dá direito à indenização e a terra é destacada de maneira brusca e perceptível.
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Compartilhar