Remoção, redistribuição e substituição

Atendendo ao seu pedido vou falar de uma forma bem coloquial e prática.

O caput do art. 38 trata sobre as regras para substituição dos servidores em casos de afastamentos em geral (férias, doença, curso e até mesmo vacância).

Assim, quando por qualquer motivo o servidor não puder desempenhar suas funções, ele será substituído por outro, indicado no Regimento Interno ou, em caso de omissão deste, será designado pela autoridade competente. A substituição tem fundamento no princípio da Continuidade, pois a máquina estatal não pode parar.

§1º - O servidor que substituir o outro vai acumular os dois cargos/atuvidades (o dele e o de quem ele está substituindo), mas não vai acumular as duas remunerações, ele deve optar por uma delas (a remuneração do seu próprio cargo ou do cargo que está acumulando em razão da substituição), ou seja, o substituto desempenha duas funções, mas recebe apenas por uma, a que ele escolher. Essa hipótese é válida para as substituições com duração de até 30 dias consecutivos.

§2º - trata da regra para os casos em que a substituição ultrapassar 30 dias consecutivos. O substituto receberá a remuneração que optou acrescida da remuneração do cargo que está substituindo, referente a quantidade de dias que ultrapassar os primeiros 30 dias.

Resumindo:

Até 30 dias:  o substituto acumula duas funções e escolhe qual das duas remunerações quer receber.

Excedendo 30 dias: ex: 45 dias => será acumulado à sua remuneração o valor equivalente a 15 dias de trabalho (o excedente a 30 dias), calculados sobre os valores de remuneração do cargo que está substituindo. Ou seja, após 30 dias consecutivos além das funções, serão acumuladas também as remunerações.

Da leitura conjunta dos artigos 38 e 30, mais o art. 11 da Resolução CJST nº 165/2016 concluo que a lei não concede o direito à substituição em cargos meramente de assessoria ou de assistência, pois estes não são cargos de Natureza Especial e não possuem poder de chefia ou direção. Com raciocínio semelhante, concede o direito de substituição no âmbito das unidades administrativas, mas apenas aos seus Diretores (art. 39)

Ou seja, a lei diferenciou cargos de assessoria dos cargos de Natureza Especial e definiu que apenas os assessores-chefes serão substituídos, pois estes são os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia.

Espero ter ajudado.

• Remoção

“A Remoção trata-se de deslocamento do servidor para exercer suas atividades em outra unidade do mesmo quadro de pessoal, ou seja, o servidor permanece no mesmo cargo, sem qualquer alteração no seu vínculo funcional com a administração pública.

A remoção pode implicar, ou não, mudança na localidade de exercício do servidor. O servidor pode, simplesmente, ser removido da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Porto Alegre para a Inspetoria da Receita Federal do Brasil em Porto Alegre. Diversamente, o servidor pode ser removido da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Manaus para a Delegacia da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro. Em ambos os casos tem-se remoção.”

• Redistribuição

“A redistribuição é definida no art. 37 da Lei 8.112/1990 como “o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder”. Como vemos, redistribuição também não é forma de provimento.

Ocorre deslocamento do cargo, esteja ou não ocupado, para outro órgão ou entidade, e não preenchimento de um cargo preexistente nesse órgão ou entidade. Deve-se observar, também, que, no caso de redistribuição de cargo ocupado, não é necessário que o servidor ocupante seja estável.”   

Exemplo: o cargo de técnico administrativo do Ministério da Saúde é redistribuído, passando a pertencer à estrutura do Ministério da Educação.

• Substituição

“Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de natureza especial terão substitutos indicados no regimento interno do respectivo órgão ou entidade. No caso de o regimento ser omisso, os substitutos serão previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade (art. 38 da Lei 8112/90).”

A indicação do substituto é fundamental para garantir a continuidade dos serviços públicos.

Exemplo: O Presidente do TER-RJ é substituído, nas hipóteses regimentais, pelo Vice-Presidente do TRE-RJ.

Art. 27. Compete ao Vice-Presidente do Tribunal, que exerce as suas funções cumulativamente com as de Corregedor:

I - substituir o Presidente nas suas férias, licenças, faltas, impedimentos e ausências ocasionais;

Fonte: Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado – 21ªed. Pgs. 392-395