Ainda que seja majoritário o posicionamento da doutrina em reconhecer o instituto da revelia, há entendimentos contrários. Guilherme de Souza Nucci (2014), por exemplo, ressalta que o réu citado, que não comparece para ser interrogado, desinteressando-se por sua defesa, uma vez que os direitos são sempreindisponíveis, nesse caso, terá defensor nomeado pelo juiz, nos termos do art. 261 do CPP. Logo, o que ocorre na esfera penal é a simples ausência do processo, consequência natural do direito de audiência. O réu podeacompanhar a instrução pessoalmente, mas não é obrigado a tal. Estando presente seu defensor, o que é absolutamente indispensável, ainda que ad hoc, não pode ser considerado revel.
Nesse mesmo sentido, Nestor Távora e Fábio Roque (2015) trazem à baila as preleções de Aury Lopes Júnior: “não existe, no processo penal, revelia em sentido próprio. A inatividade processual (incluindo a omissão e a ausência) não encontra qualquer tipo de reprovação jurídica. Não conduz a nenhuma presunção, exceto a de inocência, que continua inabalável”. (...)
https://robsonsouto39.jusbrasil.com.br/artigos/370348396/o-instituto-da-revelia-no-processo-penal
Primeiramente deve ser lido o artigo 367 do Código de Processo Penal que dispõe:
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.
Fazendo a leitura literal desse artigo verifica-se que se o acusado deixar de comparecer sem motivo justo a qualquer ato do processo, o procedimento seguirá sem sua presença, entretanto, isso não significa que a revelia nesse caso tem os mesmos aspectos na revelia do código de processo civil. Desse modo, a doutrina majoritária entende que não há revelia no processo penal em virtude de vários princípios constitucionais, são eles: a presunção de inocência, ampla defesa e contraditório, os direitos indisponíveis tratados no processo penal. Diante disso, mesmo que o réu não compareça será designado um defensor para seguir na causa e os fatos alegados pelo Ministério Público na ação penal pública e pelo querelante na ação penal privada não presumir-se-ão verdadeiros.
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