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Partindo das noções entre lógica formal e lógica jurídica

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Milena Soares

O pensamento lógico formal em si mesmo é um raciocínio sem conteúdo, sem sentido. Esse tipo de raciocínio, pensado isoladamente, não oferece qualquer contribuição para um estudo científico, torna-se uma teoria sem utilidade.Contudo, se considerarmos a lógica apenas como momento de um pensamento, onde se separa a forma do conteúdo apenas provisoriamente, sem desconsiderar o conteúdo do raciocínio, infringíamos as regras da lógica formal, descaracterizando-a. Sobre o assunto, o filósofo Henri Lefebvre entende que a lógica formal é apenas o início do conhecimento, do pensamento racional e afirma: 
"A lógica formal, lógica da forma, é assim a lógica da ‘abstração’. Quando nosso pensamento, após essa redução provisória do conteúdo, retorna a ele para reapreendê-lo, então a lógica formal se revela insuficiente. É preciso substituí-la por uma lógica concreta, uma lógica do conteúdo, da qual a lógica formal é apenas um elemento, um esboço válido em seu plano formal, mas aproximativo e incompleto. Já que o conteúdo é feito da interação de elementos opostos, como o sujeito e o objeto, o exame de tais interações é chamado por definição de dialética; por conseguinte, a lógica concreta ou lógica do conteúdo será a lógica dialética. De modo geral, a ‘forma’ do pensamento é diferente do conteúdo, embora ligada a ele. Assim, o sujeito é distinto do objeto, mas não pode ser separado dele. A forma é sempre forma de um conteúdo, mas o conteúdo determina a forma" Diante de tantas peculiaridades da ciência do direito, muitos juristas formularam metodologias para seu estudo, atribuindo o nome de "lógica jurídica", "lógica dialética", "lógica concreta". Contudo, tal nomenclatura é muito imprópria. Se considerarmos lógica em seu sentido próprio, com suas regras próprias de raciocínio, não conseguiremos identificar semelhanças entre a lógica formal e as novas "lógicas". As chamadas "lógicas dialéticas", "lógicas jurídicas", nada mais são do que a própria dialética. A lógica, nesse contexto, é sinônima de bom senso. 
Corroborando com este entendimento, Chaim Perelman afirma: "Deveremos inclinar-nos ao uso dos lógicos ou aternos ao dos juristas que sabem muito bem do que se trata quando falam de lógica jurídica? Não creio que deva identificar a lógica com a lógica formal, pois isto leva impreterivelmente a tentativas de reduzir os raciocínios ‘a pari’, ‘a contrario’ ou ‘a fortiori’, a estruturas formais, ao passo que se trata de algo inteiramente diverso

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