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Historia do sistema prisional no Espirito santo?

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Anne Karoline

“O sistema penitenciário capixaba é um modelo a ser seguido.”

Esta é uma frase que vem sendo repetida, com variações, há algum tempo aqui no Espírito Santo e já tive a oportunidade de dizer que não sei se rio ou se vomito quando a ouço.

Arrisco dizer, sem conhecer a realidade de todo o país de perto, que não há modelo a ser seguido (talvez as APACs [1] apontem um caminho, mas também há muitos problemas).

Não há dúvidas de que o ES passou por muitas mudanças positivas em relação ao sistema penitenciário. De fato, não há mais as celas metálicas (chamados de “microondas” e que de dia chegavam a temperaturas de 50ºC), não há mais presos jogando futebol com a cabeça dos outros, não há mais corpos picotados e encaixotados, não há mais as vexatórias revistas íntimas de familiares de presos (inclusive crianças e idosos), entre outros problemas superados.

Tais mudanças não ocorreram em razão do bom coração dos governantes, é bom que se diga. Por causa do caos no sistema carcerário (que incluía delegacias) e socioeducativo do ES, o Brasil sentou no banco dos réus da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e o Estado foi obrigado a tomar medidas que mitigassem a situação calamitosa dos cárceres capixabas.

As melhoras vieram, mas com custos muito altos, e não falo aqui de custos financeiros (não apenas).

A partir de licitações muito questionáveis [2] e construção de dezenas de presídios “modelo supermax”, a população carcerária quase quadriplicou em oito anos:

[…] a política de segurança pública implantada foi responsável por um aumento exponencial do número de encarcerados no Espírito Santo. Eram2.920 presos em dezembro de 2002 contra 10.191 em junho de 2010. [3]

Atualmente temos cerca de 20.000 (vinte mil) presos no sistema penitenciário capixaba.

Esta “pressa” em construir acabou levantando presídios em locais que se descobriu posteriormente serem áreas de preservação ambiental e que não podiam ter o solo perfurado para passar os encanamentos, fazendo com que o presídio tivesse que ser abastecido diariamente com carro-pipa (que às vezes não aparecia). Mesmo após a reforma estrutural dos presídios, ainda temos muitos problemas.

 

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