Quais são as principais manifestações clínicas do hipertiroidismo em idosos?

As doenças tiroidianas são comuns no idoso e geralmente apresentam manifestações clínicas diferentes das do paciente jovem. Sabe-se ainda que sintomas decorrentes da idade podem ser confundidos facilmente com hipotiroidismo e, no passado, acreditava-se, inclusive, que a diminuição da função tiroidiana fizesse parte do envelhecimento.

o idoso, as tiroidopatias são frequentemente sobrepostas por outras doenças concomitantes, sendo difícil fazer uma distinção entre as alterações relacionadas ao envelhecimento “per se”, daquelas relacionadas as doenças concomitantes. A interpretação de testes funcionais tiroidianos pode ser difícil no idoso pelas dificuldades em diferenciar as alterações “fisiológicas” devido à idade, daquelas secundárias às doenças agudas ou crônicas não tiroidianas e/ou às drogas frequentemente utilizadas por esses pacientes. Finalmente, o tratamento das tiroidopatias necessita especial atenção nesse grupo etário devido ao maior risco de complicações.

Na maioria das vezes o diagnóstico clínico é difícil, pois os sintomas são inespecíficos. Em um estudo realizado com mais de 3.400 indivíduos, o diagnóstico por “screening” clínico só foi feito em 10% dos casos de hipotiroidismo. O hipotiroidismo no idoso é de diagnóstico mais difícil devido a uma série de fatores: é doença frequentemente insidiosa, o quadro é usualmente atípico e sem sintomas evidentes, há superposição com sinais e sintomas atribuídos a idade ou a outras doenças associadas (fadiga, fraqueza, intolerância ao frio, pele seca, queda de cabelos, quadro depressivo, cardiomegalia, insuficiência cardíaca congestiva).

Os sintomas neuropsiquiátricos são muito comuns: tonturas, diminuição de memória, sonolência, síndrome do túnel do carpo e depressão (60% dos casos). Psicose e demência são raras. É frequente o envolvimento do sistema cardiovascular, podendo, nos casos graves, evoluir com cardiomiopatia restritiva. A dispneia aos esforços é bastante frequente (50% dos casos). O idoso é mais susceptível ao coma mixedematoso (mesmo assim é raro), que geralmente ocorre no inverno, em pacientes hospitalizados e pode ser precipitado por outras doenças, estresse e drogas (anestésicos, sedativos, em razão da diminuição do “clearance” dessas drogas).

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