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Estudo de Caso - Direito do Trabalho - Contrato de Trabalho

Os Sindicatos dos trabalhadores e das empresas prestadoras de serviços da Petrobrás celebraram Convenção Coletiva de Trabalho, a qual, entre outras cláusulas, regulamentou as horas de percurso no sentido de que o tempo gasto pelos trabalhadores, até o local da prestação de serviços, em transporte fornecido pela empresa, não seria contado como hora a disposição para efeito de pagamento de horas extras in itinere. Eis a redação do parágrafo primeiro da cláusula quatorze convencionada, in verbis: Parágrafo Primeiro - Fica desde já estabelecido que, sob nenhuma hipótese o tempo gasto pelo trabalhador durante o percurso residência trabalho, e vice-versa, será computado para qualquer efeito. As razões para a exclusão das horas in itinere estão estabelecidas no caput da cláusula quatorze, cujo texto é o seguinte: Cláusula quatorze - Tendo em vista as dificuldades administrativas para o deslocamento dos trabalhadores, decorrentes das peculiaridades próprias da construção pesada, no que diz respeito às constantes transferências dos trabalhadores para os diversos canteiros de obras da Empresa por força do próprio processo construtivo, acordam as partes que ficará a empresa responsável pelo transporte, ou deslocamento dos mesmos. Analisando os fundamentos que levaram a inserção da referida cláusula convencional, você diria que à luz do princípio do conglobamento, e em conformidade com a jurisprudência do TST, esta cláusula é válida? Justifique

💡 2 Respostas

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Francielli Galvão Penariol

O direito às horas in itinere era fruto de construção jurisprudencial (Súmula nº 90 do colendo TST). Entretanto, a Lei n.10.243/2001 acrescentou o § 2º ao art.58daCLT, com a seguinte redação:

 

"Art. 58 - (...)

(...)

§ 2º O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução”.

Nesse contexto, não há que se falar em aplicação da referida norma coletiva, uma vez que o caráter imperativo do texto acima transcrito restringe a autonomia de negociação dos entes sindicais. É inválida, pois, a cláusula da convenção que prevê a restrição do direito assegurado pela legislação trabalhista.

 

Assim, o pagamento das horas in itinere está assegurado pelo artigo58,§ 2º, daConsolidação das Leis do Trabalho, pelo que sua restrição ou supressão, mediante instrumento coletivo, precariza os direitos do trabalhador e vulnera a lei e aConstituição, não se havendo falar sequer em aplicação da teoria do conglobamento, que pressupõe a negociação de direitos disponíveis pelas partes.

 

Ressalta-se que a hipótese de flexibilização da norma celetista em comento, prevista no § 3º do citado artigo, acrescentado àCLT somente em 2006 pela Lei Complementar n. 126, não é aplicável ao caso sob análise, em face do porte e do tipo societário da empregadora.

 

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Pedro Mercadante

De acordo com a nova redação dada ao parágrafo 2º, do artigo 58 da CLT, pela Reforma Trabalhista, o tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador. 

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