Qual a função específica de cada um dos hormônios estradiol, estriol e estrona?

A principal função dos estrogênios é estimular o crescimento dos tecidos dos órgãos relacionados à reprodução.

Vulva: durante a infância os estrogênios são secretados em mínima quantidade. Com o início da puberdade há uma ascensão progressiva da quantidade desse esteróide. Neste período os órgãos sexuais femininos transformam e passam a adquirir as características dos de mulher adulta. A genitália externa cresce com a deposição de gorduras no monte de vênus, grandes lábios e com o crescimento dos pequenos lábios.

Vagina: o epitélio vaginal na infância é fino e do tipo cubóide, que com o surgimento dos estrogênios transforma a mucosa vaginal em epitélio escamoso estratificado, não-ceratinizado e desprovido de glândulas. Este epitélio é assim constituído classicamente de quatro camadas distintas (basal, parabasal, intermediária e superficial) que o toma mais resistente a infecções. O estrogênio é também responsável pelo acúmulo de glicogênio no epitélio vaginal, principalmente nas células da camada superficial. A flora vaginal metaboliza o glicogênio em ácido lático e ácido acético proporcionando um equilíbrio em defesa do seu epitélio através do pH que se torna ácido (3,8-4,2). Nestas condições a flora vaginal passa a ser constituída de lactobacilos, e corinebactérias acidófilos em grande número que inibem o crescimento de outras bactérias incluindo os anaeróbios e os fungos.

Cérvice uterina: promove o desenvolvimento da cérvice com suas glândulas produzindo maior quantidade de muco cervical com características físico-químicas especiais. O muco cervical é constituído por proteínas, mucinas, eletrólitos, glicose e principalmente água. A atividade estrogênica mais elevada induz uma maior quantidade de muco, mais cristalino e mais filante. Essa filância ou elasticidade acentua-se devido ao pico estrogênico da ovulação, e é chamado fenômeno de Spinnbarkeit. A elevação do estrogênio promove um aumento na concentração de cloreto de sódio, cloreto de potássio, glicose e fosfatase alcalina. Este muco ao secar-se sobre uma lâmina e ser examinado ao microscópio adquire uma cristalização de aspecto característico da folha de samambaia, sendo um fenômeno de ocorrência periovulatório. O aumento do volume de água na constituição do muco promove maior distanciamento das cadeias de mucina conferindo a formação de verdadeiros canais lineares das glândulas cervicais em direção ao útero semelhante a canais que são utilizados pelos espermatozóides na sua progressão. O muco neste período é abundante e freqüentemente identificado pela paciente como uma secreção tipo clara de ovo. O exame do colo mostra nitidamente uma secreção cristalina e o orifício do colo está nitidamente dilatado. Com a elevação da progesterona, o muco reduz seu volume, diminui a filância e perde a cristalização em folha de samambaia. Torna-se hostil aos espermatozóides e há um aumento do tônus dá região istmocervical.

Útero: o útero aumenta duas a três vezes seu volume com predomínio do corpo sobre o colo nos primeiros anos após a puberdade.

Trompas uterinas: os estrogênios, entre outros estímulos, agem na proliferação das células epiteliais que revestem a mucosa tubária. O movimento ciliar é regido pelo estrogênio e progesterona e após a fertilização o movimento ciliar é no sentido de impelir o ovo fecundado para a cavidade uterina.

Mamas: os estrogênios promovem o desenvolvimento do estroma das mamas, crescimento do sistema canalicular e acúmulo de gordura nas mamas. Os alvéolos e os lóbulos das mamas têm pequeno desenvolvimento sob ação dos estrogênio. A progesterona e a prolactina estimulam o crescimento e a função dessas estruturas. O estrogênio é responsável pelo aspecto anatômico característico das mamas da mulher. Quando a mama masculina for estimulada adequadamente pelos hormônios que agem sobre o seu desenvolvimento pode induzir a um desenvolvimento suficiente para produzir leite da mesma forma que a mama feminina, pelo menos se o estímulo ocorrer durante as duas primeiras décadas de vida.

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