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CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Teste de Progresso Institucional - MEDICINA Professor (es): Período: 202302 Turma: Data: TESTE DE PROGRESSO INSTITUCIONAL_MEDICINA_2023.2_25 OUTUBRO2023 RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 09643 - CADERNO 002 1ª QUESTÃO Resposta comentada: Neste caso, a presença de anticorpos IgG indica imunidade passada à rubéola, o que é benéfico para evitar a infecção durante a gravidez. Não há evidência de infecção ativa, e a vacinação não é necessária neste momento. REFERÊNCIA: ABBAS, Abul K. et al. Imunologia Celular e Molecular. 10 ed. Disponível em: Minha Biblioteca. s.l.: Grupo GEN, 2023. Acesso em: 3 out. 2023. 2ª QUESTÃO Resposta comentada: Nesse cenário, a análise descritiva envolve a identificação de fatores associados à doença (presença de lixo e água parada) e a analítica investiga a relação entre o uso de repelente e a probabilidade de contrair a doença. O estudo de caso-controle é apropriado quando se deseja comparar grupos de indivíduos com e sem a doença para determinar associações. As outras alternativas não se encaixam totalmente nas características descritas no cenário. REFERÊNCIAS: Gusso, Gustavo, et al. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Grupo A, 2019. Cap. 67 Pesquisa quantitativa. Rouquayrol, Maria, Z. e Marcelo Gurgel. Rouquayrol - Epidemiologia e saúde. Disponível em: Minha Biblioteca, (8th edição). MedBook Editora, 2017. Cap. 6 Desenhos de pesquisa em epidemiologia. 3ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 1 de 68 Resposta comentada: A criança com constipação funcional apresenta muitas vezes defecação dolorosa e/ou infrequente, incontinência fecal e dor abdominal, sendo causa de sofrimento significativo para a criança e sua família. A definição atual de constipação infantil foi estabelecida pelos critérios de ROMA IV, que apresenta para crianças de 4 anos até adolescentes (uma vez por semana por pelo menos um mês). Pelo menos 2 destes critérios: – duas ou menos evacuações no banheiro por semana; – pelo menos um episódio de incontinência fecal por semana; – história de comportamento de retenção ou retenção voluntária excessiva de fezes; – história de evacuações dolorosas ou duras; – história de fezes de grande diâmetro, que podem obstruir o vaso sanitário; – grande massa fecal no reto. Sendo assim, compatível com o caso descrito. Faltam dados significantes para as demais alternativas. REFERÊNCIAS: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. Barueri - SP. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476. https://www.sprs.com.br/sprs2013/bancoimg/190521112509Artigo_Constipacao_cronica_funcional.pdf RAMOS, Ana Regina Lima; PINTO, Raquel Borges; SANFELICE, Francieli Spiazzi. Constipação crônica funcional: como o pediatra deve manejar. 2013 4ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 2 de 68 Resposta comentada: A doxiciclina é um tratamento recomendado para a sífilis em indivíduos não grávidas com alergia confirmada à penicilina. No entanto, a administração de doxiciclina oral em mulheres grávidas é contraindicada porque a ingestão de tetraciclina pode causar danos ósseos e depósitos nos dentes (amarelecimento dos dentes decíduos) na prole. O resultado positivo de um teste treponêmico (FTA Abs) e de um não treponêmico (RPR) já confirma o diagnóstico nesta gestante e deve-se iniciar o tratamento, sem a necessidade de realizar outro teste treponêmico para confirmação. A paciente não tem história de tratamento anterior documentado com queda da titulação em pelo menos duas diluições e, portanto, não é um caso de cicatriz sorológica. A penicilina G é o único agente comprovadamente seguro e eficaz no tratamento da sífilis em gestantes. Contudo, a paciente relata ter tido reação alérgica à penicilina no passado. Portanto, antes de iniciar a terapia, deve-se primeiro determinar se a paciente pode tolerar o tratamento com penicilina. Não existem alternativas comprovadas à penicilina para o tratamento seguro e eficaz da sífilis em mulheres grávidas. Portanto, a dessensibilização à penicilina deve ser realizada em todos os pacientes com alergia à penicilina que sejam diagnosticados com sífilis durante a gravidez. O processo de dessensibilização pode ser realizado com segurança durante a gravidez e não afeta negativamente o resultado da gravidez. Em condições para as quais não existem medicamentos alternativos aceitáveis (como sífilis na gravidez), a dessensibilização permite utilizar o medicamento de escolha e evitar complicações associadas à infecção não tratada (neste caso, infecção transplacentária do feto). A azitromicina pode ser usada como medicamento de segunda linha no tratamento da sífilis em indivíduos não grávidas com alergia confirmada à penicilina. Contudo, o antibiótico não atravessa livremente a barreira placentária, por isso o feto não será tratado eficazmente. Portanto, não é recomendado para o tratamento da sífilis durante a gravidez. Apenas observação é inadequado neste paciente com sífilis confirmada (ou seja, teste de triagem positivo e teste confirmatório). A infecção por sífilis não tratada coloca tanto a mãe como a criança em risco de complicações graves, incluindo sífilis congênita, sífilis cardiovascular e neurossífilis. REFERÊNCIA: Protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas para Prevenção de transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites virais – Ministério da Saúde 2022. FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. [s.l.]: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 9 out. 2023. 5ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 3 de 68 Resposta comentada: O conceito de “acidente de trabalho” é definido pela Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. De acordo com essa legislação, considera-se acidente de trabalho, dentre outros: “O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho. No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela.” Ou seja, mesmo não ocorrendo durante a execução de suas atividades laborais, se se deu no trajeto de sua casa para o trabalho. Esse tipo de acidente é referido como “acidente de percurso”, sendo uma subcategoria dos acidentes de trabalho conforme previsto na legislação brasileira. REFERÊNCIA: Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991. Art. 21. 6ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 4 de 68 Resposta comentada: Este paciente preenche os critérios para transtorno depressivo maior, conforme evidenciado por seu humor deprimido, anedonia, fadiga, falta de concentração, distúrbios do sono, diminuição do apetite e perda de peso. A sertralina pertence à classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), o tratamento de primeira linha para transtorno depressivo maior. Até metade dos pacientes que tomam ISRS apresentam disfunção sexual, incluindo ejaculação retardada e outras condições, como anorgasmia e diminuição da libido. A disfunção sexual induzida por ISRS pode ter remissão espontânea em 2 a 8 semanas. No entanto, se a disfunção sexual persistir, diminuir a dose de ISRS (em pacientes que estão em altas doses e em remissão), aumentar com sildenafil ou mudar para um antidepressivo não ISRS que não cause disfunção sexual (por exemplo, bupropiona, mirtazapina) pode ser indicado. DISTRATORES: A hipotensão postural é um efeito colateral potencial dos antidepressivos tricíclicos (TCA), mas não é um efeito colateral comum dos ISRSs. Os ADTs bloqueiam os receptores alfa-1 nos vasos sanguíneos, o que pode causar vasodilatação, hipotensão e barorreflexos prejudicados. A síndrome da serotonina é um efeito colateral muito raro da monoterapia com ISRSs, como é o caso deste paciente. Em vez disso, é mais provável queessa síndrome ocorra com o uso simultâneo de dois ou mais medicamentos serotoninérgicos (por exemplo, inibidor da MAO e ISRS). A síndrome serotoninérgica também pode ocorrer ao mudar o regime de medicação de uma classe de drogas serotoninérgicas para outra classe de drogas serotoninérgicas (por exemplo, de inibidor da MAO para ISRS). Por esse motivo, a primeira droga deve ser reduzida ou mesmo interrompida por alguns dias antes da introdução do novo agente. Os antidepressivos tricíclicos têm efeitos anticolinérgicos, que podem induzir taquicardia, arritmia, íleo intestinal e diminuição da contração do músculo detrusor da bexiga, que pode levar à retenção urinária. No entanto, os efeitos anticolinérgicos não são um efeito colateral comum dos ISRSs. Embora alguns estudos tenham demonstrado que os antidepressivos podem aumentar o risco de suicídio em pacientes com menos de 24 anos de idade com ideação suicida pré-existente nas primeiras semanas de tratamento, não há evidências de que ISRSs ou antidepressivos tricíclicos aumentem a tendência suicida em indivíduos não suicidas da faixa etária deste paciente. Presume-se que esse efeito colateral bastante raro seja causado pelo início sequencial dos efeitos dessas drogas: enquanto os ISRSs podem aumentar a motivação do paciente para iniciar e realizar atividades autodirigidas (incluindo comportamento autodestrutivo) logo após o início do tratamento, o início dos efeitos de elevação do humor podem ser retardados por 2 a 4 semanas. Como esse paciente tem 58 anos e não é suicida, outro efeito colateral deve ser considerado. REFERÊNCIA: BRUTON, L L.; HILAL-DANDAN, R. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. Grupo A, 2018. E-book. ISBN 9788580556155. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556155/. Acesso em: 09 mai. 2023. 7ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 5 de 68 Resposta comentada: Paciente possui critérios de Framingham para diagnóstico clínico de IC, sendo eles: dispneia paroxística noturna, turgência jugular, cardiomegalia ao Rx, sinais de edema agudo de pulmão, ritmo de galope na ausculta cardíaca. Todos esses são critérios maiores, sendo necessários apenas dois deles para diagnóstico. Ainda como critério menor, temos edema de membros inferiores, dispneia e derrame pleural. Com base no diagnóstico, é necessário classificar o perfil hemodinâmico para tratamento, e esse caso apresentado nos revela uma paciente em perfil hemodinâmico B “quente e úmido”, sendo os vasodilatadores venosos (nitratos) e diuréticos de alça as medicações indicadas para tratamento nesse momento. A classificação de Stevenson propõe avaliação do perfil hemodinâmico para tratamento da IC: pacientes que apresentam congestão são denominados “úmidos”, enquanto os sem congestão, “secos”. Os que apresentam sinais de perfusão periférica inadequada são denominados “frios”, e os sem sinais de baixa perfusão, “quentes”. Portanto, temos que as demais alternativas estão incorretas por classificação inadequada. A alternativa “perfil hemodinâmico B, devendo iniciar furosemida e espironolactona, ambos por via oral para ação diurética rápida” está incorreta porque o tratamento nesse momento é com vasodilatadores e diuréticos de alça (e não mineralocorticoide), e as medicações devem ser venosas devido à emergência em questão. Durante a internação, já com a paciente estabilizada, as medicações que fazem parte dos pilares do tratamento da insuficiência cardíaca vão sendo adicionadas: IECA/BRA ou Sacubitril Valsartana, bloqueador mineralocorticoide, iSGLT2, betabloqueadores. REFERÊNCIA: CASTRO, Iran. Livro-texto da sociedade brasileira de cardiologia. 3. ed. s.l.: Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555761009. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555761009/. Acesso em: 10 ago. 2023. 8ª QUESTÃO Resposta comentada: A depleção de K+ produzida pelos diuréticos da classe das tiazidas é dependente da dose e varia de pessoa para pessoa, de modo que um subconjunto de pacientes pode sofrer uma depleção considerável de K+ ao usar os diuréticos. Quando esses fármacos são administrados de modo crônico, até mesmo pequenas doses levam a alguma depleção de K+, o que representa um fator de risco bem conhecido para arritmias ventriculares ao reduzir a reserva de repolarização cardíaca. REFERÊNCIA: BRUTON, L., L.; R. Hilal-Dandan. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. 13. ed. Disponível em: Minha Biblioteca. Grupo A, 2018. 9ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 6 de 68 Resposta comentada: Deve-se indicar imediata resolução da gestação diante de sangramento materno incontrolável (alteração hemodinâmica), vitalidade fetal alterada, maturidade fetal comprovada ou idade gestacional acima de 37 semanas. Com o avanço da idade gestacional, há risco aumentado de sangramento vaginal significativo que leve ao parto. Por isso, especialmente nas gestantes com placenta prévia, está indicada a interrupção da gestação com 37 semanas, por cesárea. Em casos selecionados de placentas de inserção baixa, sem complicações, pode-se permitir o parto por via vaginal. Alguns estudos sugerem que a ultrassonografia transvaginal pode auxiliar na decisão do tipo de parto. Quando a distância entre a placenta e o orifício interno do colo estiver entre 11 e 20 mm, há pequeno risco de sangramento (29% a 31%) e menor necessidade de cesárea. Já nas placentas localizadas entre 0 e 10 mm do orifício interno, as incidências de operação cesariana estão entre 75% e 90%. Esses casos são fortemente associados a sangramento vaginal e, na maioria das vezes, exigem cesárea realizada com segurança. Nos casos de óbito fetal, a cesárea está indicada quando a placenta estiver em contato com o orifício interno do colo. Devem-se avaliar outros fatores, como idade gestacional, número de cesáreas prévias, tempo de óbito, hemorragia, sistema de coagulação e condições do colo uterino para a decisão pela via vaginal. REFERÊNCIA: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. s.l.: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 9 out. 2023. 10ª QUESTÃO Resposta comentada: As mulheres que apresentarem laudo citopatológico de HSIL deverão ser encaminhadas à unidade de referência para realização de colposcopia (A). A repetição da citologia é inaceitável como conduta inicial. Na presença de achados anormais maiores, JEC visível (ZT tipos 1 ou 2), lesão restrita ao colo e ausente suspeita de invasão ou doença glandular, deverá ser realizado o “Ver e Tratar”, ou seja, a excisão tipo 1 ou 2, de acordo com o tipo da ZT (conforme Tópicos Complementares – Tipos de excisão) (A). Em locais em que não esteja garantida a qualidade da citologia ou quando o colposcopista não se sentir seguro quanto à relevância dos achados, a biópsia é aceitável (B). REFERÊNCIA: Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. – 2. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2016. 11ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 7 de 68 Resposta comentada: A Manobra de Ritgen modificada é realizada utilizando-se uma das mãos com o auxílio de uma compressa para abaixar o corpo perineal durante o período expulsivo, visando reduzir a necessidade de realização de episiotomia, além da redução de lesões perineais. Com a outra mão, ampara-se o occipital fetal para reduzir a velocidade no desprendimento e na extensão do polo cefálico quando da expulsão fetal. REFERÊNCIAS: Obstetrícia de Williams. 25a Ed. McGraw Hill Brasil, 2021. Assistência ao trabalho de parto. Obstetrícia do Zugaib. Ed. Manole, 2012. Assistência ao parto. 12ª QUESTÃO Resposta comentada: A terapia oral de reidratação (SOR) é geralmentea primeira linha de tratamento para crianças com desidratação leve a moderada, plano B, devido à diarreia e vômitos. O SOR contém uma mistura equilibrada de água, eletrólitos e glicose para reidratar o corpo e repor os nutrientes perdidos. A criança pode receber o SOR em pequenas quantidades, com frequência, para evitar a desidratação e melhorar o estado clínico. As outras opções não são as abordagens recomendadas para tratar desidratação moderada. O uso de antidiarreicos não é indicado em crianças com diarreia aguda, e a prescrição de antibióticos não é necessária para a maioria dos casos de diarreia viral. A recomendação de dieta normal pode ser arriscada, pois a criança pode não conseguir reter alimentos devido aos vômitos. Prescrever um probiótico pode ser benéfico, mas a prioridade é a reidratação adequada com SOR. A administração do SOR em uma unidade de atendimento é importante para garantir que a criança receba a quantidade adequada e seja monitorada quanto à melhora do estado de hidratação. REFERÊNCIA: Ministério da Saúde. Manejo do Paciente com Diarreia [cartaz]. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/cartazes/manejo_paciente_diarreia_cartaz.pdf. 13ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 8 de 68 Resposta comentada: Comentários: 1. Apesar de o BAAR não ser específico e exclusivo para o diagnóstico de tuberculose, o fato de, além de ter o BAAR positivo, ter também TRM-TB positivo, associado à clínica compatível, confirma-se o diagnóstico de tuberculose ganglionar. 2. Pacientes com tuberculose, de uma forma geral, não necessitam de isolamento de contato. 3. Pacientes com tuberculose ganglionar não necessitam de isolamento respiratório, o qual é amplamente indicado em casos de tuberculose pulmonar e de laringe. 4. O paciente não apresenta quadro clínico ou de imagem pulmonar que indique o procedimento proposto. REFERÊNCIA: MANUAL DE RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE DA TUBERCULOSE NO BRASIL 2ª edição atualizada – Ministério da Saúde. 14ª QUESTÃO Resposta comentada: A primeira afirmação diz menção a quadro de colecistite, com presença de sinal de Murphy, associada a elevação de Brb direta. A segunda afirmação descreve o quadro de leptospirose, na qual se observa elevação de bilirrubina indireta. A terceira afirmação descreve quadro de colangite esclerosante, na qual se observa elevação de Brb direta, e não indireta, tornando tal afirmação falsa. A quarta afirmação descreve situação de hemólise induzida por fármacos em indivíduo deficiente de G6PD, o que ocasiona elevação de Brb indireta. A quinta afirmação, com relação à icterícia associada ao LES, sugere ocorrência de hemólise, com consequente elevação de Brb indireta, tornando tal afirmação falsa. Com isso, estão corretas as afirmativas I, II e IV. REFERÊNCIA: GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. [SL]: Grupo GEN, 2022. E- book. ISBN 9788595159297. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159297/. Acesso em: 20 fev. 2023. 15ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 9 de 68 Resposta comentada: A presença de queimação crônica retroesternal (pirose) associada à dor torácica intermitente pode indicar a necessidade de tratamento cirúrgico em um paciente com refluxo gastroesofágico. Esses sintomas sugerem a possibilidade de complicações mais graves, como esofagite grave, estenose esofágica ou até mesmo esôfago de Barrett, que é uma condição pré-cancerígena. O tratamento cirúrgico, conhecido como fundoplicatura laparoscópica, é geralmente considerado em pacientes com sintomas graves e/ou complicações de refluxo que não respondem ao tratamento medicamentoso, como os IBPs. Análise das Alternativas: Sintomas ocasionais de azia após refeições apimentadas são comuns, e geralmente podem ser gerenciados com modificações no estilo de vida e medicamentos antiácidos. Não indica necessariamente cirurgia. Sintomas de regurgitação ácida que respondem bem aos IBPs sugerem que o tratamento medicamentoso está sendo eficaz, portanto, a cirurgia não é necessária nesse contexto. A presença de esofagite erosiva proveniente de endoscopia é uma indicação para tratamento medicamentoso e modificações no estilo de vida, mas não é uma indicação direta para cirurgia. Tosse seca noturna após deitar pode ser um sintoma de refluxo laringofaríngeo, mas não é uma indicação clara de cirurgia. Geralmente, essa condição é gerenciada com modificações na dieta e no estilo de vida, bem como tratamento medicamentoso. Lembrando que a tomada de decisão em relação ao tratamento cirúrgico deve ser baseada em uma avaliação abrangente do paciente, considerando a gravidade dos sintomas, a resposta ao tratamento medicamentoso e a presença de complicações relacionadas ao refluxo gastroesofágico. REFERÊNCIA: SABISTON. Tratado de cirurgia: A base biológica da prática cirúrgica moderna. 20. ed. Capítulo 42. Saunders. Elsevier. 16ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 10 de 68 Resposta comentada: Em relação às assertivas, as seguintes explicações corroboram a resposta: I. A privacidade é o direito que o adolescente possui, independentemente da idade, de ser atendido sozinho, em um espaco̧ privado de consulta, inclusive durante o exame fıśico, onde são reconhecidas sua autonomia e individualidade. II. Os profissionais da saúde têm o dever legal de comunicar à autoridade competente as situações em que há suspeita ou confirmação de maus tratos e de abuso sexual contra crianças e adolescentes. A comunicação à autoridade competente não acarreta infração ética, não se configurando, assim, violação do segredo profissional. III. A confidencialidade é direito do adolescente, reconhecido no artigo 103 do Código de Etica Médica. A quebra do sigilo, também prevista no mesmo artigo, deverá ser realizada com o conhecimento da adolescente, mesmo que sem sua anuência. IV. Oferecer o teste rápido e o aconselhamento também são oportunidades para facilitar o atendimento preventivo e o início do cuidado com a saúde dos adolescentes que estejam com IST ou infectados pelo HIV. REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Proteger e cuidar da saúde de adolescentes na atenção básica [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 234 p. : il. FEBRASGO. Febrasgo – Tratado de Ginecologia. [s.l.]: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154841. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154841/. Acesso em: 9 out. 2023. 17ª QUESTÃO Resposta comentada: A paciente inicialmente apresentava um quadro de iminência de eclampsia, evoluindo para eclampsia no ambiente hospitalar, por apresentar crise convulsiva. A medicação preconizada para eclampsia é o sulfato de magnésio, e em se tratando de uma emergência obstétrica, a interrupção da gestação torna-se preponderante. Importante ressaltar os cuidados vitais com a paciente, acesso venoso, coleta de sangue para realizar exames laboratoriais (principalmente função hepática, renal e avaliar HELLP síndrome). REFERÊNCIA: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. s.l: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 9 out. 2023. 18ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 11 de 68 Resposta comentada: A ocorrência de nefrite intersticial aguda está frequentemente associada a medicações, dentre elas os antibióticos, como as cefalosporinas (ceftriaxona). O diagnóstico é sugerido pela presença de IRA não oligúrica, especialmente em associação a sinais de hipersensibilidade sistêmica, tais como febre, rash cutâneo e eosinofilia. A piúria estéril e a hematúria microscópica são achados comuns, e a proteinúrianão nefrótica pode estar presente. A terapia envolve a interrupção do agente causal, podendo, em alguns casos, ser necessário o uso de glicocorticoides. REFERÊNCIAS: JOHNSON, Richard et al. Nefrologia clínica. Abordagem abrangente. 5. ed., 2016. RIELLA, M.C. Príncipios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 6. ed., 2018. 19ª QUESTÃO Resposta comentada: Os anti-inflamatórios são usados para impedir ou diminuir um processo inflamatório causado por uma infecção ou lesão. A inflamação é ocasionada pelo aumento da produção da prostaglandina. Quando um anti-inflamatório é utilizado, suas moléculas competem com as enzimas ciclo-oxigenases, preenchem seus receptores e impedem que ajam sobre o ácido araquidônico, o que impede a formação da prostaglandina. Com menor produção de prostaglandina pelo corpo, a inflamação diminui. REFERÊNCIA: BRUTON, L. L.; HILAL-DANDAN, R. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. [Porto Alegre]: Grupo A, 2018. E-book. ISBN 9788580556155. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556155/. Acesso em: 3 out. 2023. 20ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 12 de 68 Resposta comentada: Os exames fundamentais antes de se iniciar TRH são: – Perfil lipídico: Para afastar hipercolesterolemia – Perfil glicêmico: Para afastar diabetes – Mamografia: Para afastar neoplasias mamárias USG Transvaginal: A indicação da investigação endometrial na rotina está relacionada a sintomas genitais, como sangramentos irregulares na pré, durante ou após a instalação da menopausa. Não tem recomendação de rastreio, apenas indicação no controle das mulheres em uso de reposição hormonal. Dosagens hormonais e tireoidianas não são estritamente necessárias para iniciar TRH, visto que os sintomas já são suficientes para o diagnóstico da síndrome climatérica. REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção à Mulher no Climatério/Menopausa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2008. 192 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos – Caderno, n.9) FEBRASGO. Febrasgo – Tratado de Ginecologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154841. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154841/. Acesso em: 24 ago. 2023. 21ª QUESTÃO Resposta comentada: Nesse cenário clínico, os sintomas apresentados pela paciente (ganho de peso inexplicável, pele ressecada, constipação, fadiga e sensação de frio constante) são característicos de uma função tireoidiana reduzida, ou seja, hipotireoidismo. A hiposecreção de TRH pelo hipotálamo resulta em uma diminuição da estimulação da glândula tireoide para produzir hormônios tireoidianos (T3 e T4), o que leva aos sintomas observados. A falta de estimulação adequada do hipotálamo afeta negativamente o eixo hipotálamo-hipófise-tireoide, que é responsável pela regulação dos níveis de hormônios tireoidianos no organismo. REFERÊNCIA: KUMAR, Vinay et al. Robbins & Cotran Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 9. ed. Disponível em: Minha Biblioteca. Grupo GEN, 2016. Acesso em: 3 out. 2023. 22ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 13 de 68 Resposta comentada: A diferenciação sexual depende da presença ou da ausência do gene SRY (região determinante do sexo do cromossomo Y, do inglês, Sex-determining Region of the Y chromosome). Na presença de um gene SRY funcional, a gônada bipotencial se desenvolverá, originando os testículos. Na ausência de um gene SRY e sob o controle de múltiplos genes específicos da mulher, as gônadas se desenvolverão em ovários. No caso de indivíduo feminino de cariótipo 46,XY, não ocorre o desenvolvimento da gônoda feminina. REFERÊNCIA: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. s.l.: Grupo GEN, 2016. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788527739368/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref%3Dcover]!/4/2/2%4051:2. Acesso em: 3 out. 2023. 23ª QUESTÃO Resposta comentada: Os sintomas de diarreia crônica intermitente, dor abdominal, perda de peso e fadiga, juntamente com a história de viagem para uma área rural e o consumo de água não tratada, são consistentes com uma infecção por Giardia lamblia. Essa infecção é frequentemente adquirida através da ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos de Giardia. Os sintomas resultam da fixação do parasita no epitélio do intestino delgado, causando inflamação e interferindo na absorção de nutrientes. Trypanosoma cruzi é responsável pela doença de Chagas e não apresenta os sintomas descritos. Plasmodium falciparum está associada à malária, que geralmente não causa diarreia crônica. Entamoeba histolytica é causadora da amebíase, que pode levar a sintomas semelhantes, mas não é a escolha mais provável com base no cenário apresentado. Toxoplasma gondii causa toxoplasmose, mas não é tipicamente associada a sintomas gastrointestinais nesse grau. REFERÊNCIA: NEVES, D.P. Parasitologia humana. 8. ed. São Paulo: Atheneu, 1991. 501p. 24ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 14 de 68 Resposta comentada: Todos as afirmativas estão corretas. As orientações para o caso são: A mordedura por cão pode causar lesões leves ou mais complicadas, ou profundas, podendo ser fatal quando acomete cabeça e pescoço. A sutura deve ocorrer em lesões de couro cabeludo, face, tronco, braços e pernas se não infectadas clinicamente, com menos de 12 horas do trauma. Deve-se evitar fechamento de feridas profundas, preferindo evolução por segunda intenção, assim como evitar suturar feridas na mão ou pé. Deve-se manter o animal sob observação durante dez dias e somente iniciar o esquema profilático indicado (soro + vacina) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso. REFERÊNCIA: Whitebook. Prescrição, mordedura. Atualizado em 14 outubro 2020. Suporte, profilaxias e Profilaxia de raiva. Atualizado em 3 fevereiro 2021. Acesso em: 14 ago. 2022. 25ª QUESTÃO Resposta comentada: Os atributos do SUS não são mutualmente excludentes (pelo contrário: são complementares), e a longitudinalidade é o atributo fortemente associado à situação do enunciado por indicar que o paciente tem uma relação estável e duradoura com os profissionais de saúde da UBS, independentemente da presença ou ausência de doença. Longitudinalidade foca no cuidado contínuo ao longo do tempo, garantindo que as pessoas sejam acompanhadas pela mesma equipe ou profissional de saúde ao longo de suas vidas. Equidade não é atributo da APS, e sim princípio do SUS. REFERÊNCIA: GUSSO G.; LOPES, J. M. C. (Org.). Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed, 2019. 26ª QUESTÃO Resposta comentada: Criança maior de 5 anos apresentando quadro grave de obstrução de vias aéreas superiores por corpo estranho, sem capacidade de respirar. A conduta adequada é a realização da manobra de Heimlich, que, para maiores de 1 ano, dá-se por compressões epigástricas. REFERÊNCIA: AHA, PALS, 2020 ( American Heart Association. (2020). Pediatric Advanced Life Support (PALS) 2020) 27ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 15 de 68 Resposta comentada: A Síndrome Nefrítica ou Glomerulonefrite é, classicamente, uma afecção renal de 10 a 20 dias em média após uma infecção estreptocócica (amigdalite, piodermite). Inicia com edema leve (raramente generalizado), e, em seguida, evolui com hematúria macroscópica, acompanhada de hipertensão. São raros os casos de encefalopatia hipertensiva. A proteinuria ocorre, mas em baixos níveis, diferentemente do que ocorre na Síndrome Nefrótica. O tratamento inicial se baseia em dieta hipossódica, restrição hídrica, restrição proteica e repouso. Quantoaos medicamentos, se necessário, usam-se os diuréticos de alça, com tratamento das infecções para erradicação do Streptococcus. Complicações como cardiopatia congestiva, encefalopatia hipertensiva e insuficiência renal são raras, mas o paciente deve ser acompanhado para ser tratado quanto antes o caso aconteça. O prognóstico geralmente é favorável. REFERÊNCIAS: C. JÚNIOR, Dioclécio; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v. 1. Barueri: SP. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476 Documento da Sociedade Paulista de Pediatria https://www.spsp.org.br/site/asp/recomendacoes/Rec88_Nefro.pdf Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Departamento Científico. (2019-2022). Recomendações - Atualização de Condutas em Pediatria. 28ª QUESTÃO Resposta comentada: A principal hipótese diagnóstica de abdome agudo obstrutivo em pacientes idosos deve ser o tumor de cólon. Além disso, o paciente apresenta ao exame físico com massa evidenciada ao toque retal. REFERÊNCIA:Ï Ricci MP. Abdome agudo. In: Sociedade Brasileira de Clínica Médica; Lopes AC, Tallo FS, Lopes RD, Vendrame LS, organizadores. PROURGEM Programa de Atualização em Medicina de Urgência e Emergência: Ciclo 12. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2018. p. 39–101. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 1). 29ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 16 de 68 Resposta comentada: Uma vacina contra SARS-CoV-2 usa esse mecanismo de ação. Esse mecanismo de ação é característico das vacinas de mRNA. Essas vacinas contêm mRNA que codifica um antígeno específico (por exemplo, proteína spike nas vacinas COVID-19), que as células usam para produzir a proteína antigênica desejada. As cadeias de mRNA são encapsuladas em nanopartículas lipídicas (LNPs), que protegem as cadeias da digestão enzimática extracelular e facilitam a absorção nas células. As vacinas de mRNA são altamente eficazes e induzem respostas imunes humorais e celulares. Não há risco de infecção porque o mRNA não é patogênico. Essas vacinas também são seguras para uso durante a gravidez porque o mRNA não interage com o DNA, portanto não há risco de mutagênese insercional. DISTRATORES: Em vacinas vivas atenuadas (por exemplo, VZV, rotavírus), um vírus funcional modificado (isto é, atenuado) é inoculado no paciente. Normalmente, o vírus modificado não causa doença. Em células infectadas por vírus, as proteínas antigênicas citosólicas são quebradas em peptídeos pelo proteassoma e apresentadas via MHC classe I ou são exocitadas, captadas por fagócitos e apresentadas via MHC classe II. Embora o processamento e a apresentação da proteína antigênica sejam semelhantes ao descrito neste caso, o mecanismo de formação da proteína antigênica é diferente; em pacientes inoculados com vacinas vivas atenuadas, as células são infectadas pelo vírus e não com material pronto para tradução dentro da célula hospedeira para formar a proteína antigênica. Vacinas toxoides (por exemplo, difteria, tétano) usam toxinas bacterianas nas quais a toxicidade foi inativada, enquanto a imunogenicidade é mantida por meio de sítios de ligação ao receptor intactos. As toxinas bacterianas são captadas por células com atividade endocítica (por exemplo, células dendríticas) e são processadas no endossomo, após o que os antígenos virais se ligam às moléculas do MHC de classe II e são então apresentados na superfície celular, desencadeando uma resposta principalmente humoral. Não há apresentação de antígeno via MHC classe I ao usar vacinas toxoides. As vacinas de subunidades (por exemplo, hepatite B, HPV) usam subunidades antigênicas inativas de patógenos para desencadear uma resposta imune. As subunidades antigênicas são captadas por células com atividade endocítica (por exemplo, células dendríticas) e processadas pelo endossomo, após o que os antígenos virais se ligam às moléculas do MHC de classe II e são apresentados na superfície celular, desencadeando uma resposta principalmente humoral. Não há apresentação de antígeno via MHC classe I ao usar vacinas de subunidades. As vacinas de vetor viral (por exemplo, ebola, vacina Janssen COVID-19) usam um vírus não relacionado modificado (por exemplo, adenovírus) como um vetor não patogênico, que fornece código genético às células que contém instruções para a produção do antígeno desejado. Nas vacinas de vetor viral, um vírus, não uma nanopartícula lipídica, é englobado pelas células. REFERÊNCIA: Doença do Coronavírus 2019 (COVID19). BMJ Best Practice. Última atualização em 08 dez 2022. 30ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 17 de 68 Resposta comentada: Trata-se de um caso clássico de convulsão febril simples benigna da infância. Para esse diagnóstico, não há indicação de dosagem de eletrólitos, punção liquórica, tomografia de crânio nem eletroencefalograma. Caso a criança apresentasse febre sem sinais localizatórios poder-se- ia aplicar o protocolo, e, em alguns casos, solicitar sumário de urina e/ou hemograma. Porém, essa criança tem um foco para a febre que é uma infecção de via aérea superior, portanto ela não se beneficia de nenhum exame complementar. REFERÊNCIA: Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria. 5ª Edição, 2022. 31ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 18 de 68 Resposta comentada: A observação seguida de um retorno gradual ao esporte é a recomendação atual para traumatismo cranioencefálico (TCE) leve. A observação no departamento de emergência (DE) por pelo menos 4 a 6 horas deve incluir exame neurológico seriado e avaliação da GCS. Alterações no estado mental ou sinais neurológicos focais podem indicar patologia subjacente mais grave, como sangramento intracraniano. Após a alta, esse paciente deve ser monitorado por um responsável por pelo menos 24 horas após a lesão e retornar ao pronto-socorro se houver alguma alteração neurológica. Os pacientes também devem passar por seis estágios de retorno gradual aos esportes. Como cada estágio requer pelo menos 24 horas, esse paciente precisará se abster de esportes de contato por pelo menos uma semana. A neuroimagem não é recomendada rotineiramente para TCE leve. Se a qualquer momento durante o período de observação o GCS se deteriorar para <13, os pacientes devem ser reclassificados como tendo TCE moderado ou TCE grave e tratados de acordo. DISTRATORES: A admissão na unidade de terapia intensiva para monitoramento da pressão intracraniana seria apropriada em pacientes com TCE grave, para os quais a pressão intracraniana elevada é uma preocupação séria devido a edema cerebral e/ou sangramento. O TCE grave é caracterizado por um GCS ≤8. No entanto, esse paciente tem um GCS de 14 no campo e um GCS de 15 no departamento de emergência, indicando TCE leve. A alta imediata após TCE leve é inapropriada porque os pacientes podem desenvolver complicações de início tardio, como sangramento intracraniano. Exames clínicos seriados são importantes para detectar tais complicações (evidenciadas por estado mental alterado ou achados neurológicos focais). Além disso, abster-se de toda atividade física é mais rigoroso do que o atualmente recomendado. Acredita-se que um retorno gradual ao jogo seja importante na recuperação da concussão. A fenitoína é um agente de primeira linha para profilaxia de convulsões após TCE grave, que se manifesta com um GCS ≤ 8. Este paciente tem um GCS de 14 no campo e um GCS de 15 no departamento de emergência, indicando TCE leve. A profilaxia de convulsões não é, portanto, apropriada neste momento. A imagem não é um elemento essencial no diagnóstico de concussão; é em grande parte um diagnóstico clínico. A imagem seria importante, no entanto, na avaliação de sangramento intracraniano ou fratura craniana/facial. Este paciente tem uma baixa probabilidade de patologia estrutural, como hematoma (epidural ou subdural), hemorragia ou fratura devido aos exames físicos e mentais normais. A imagem traria poucos benefícios e não é o melhorpróximo passo. REFERÊNCIA: ATLS – Advanced Trauma Life Support For Doctors. 10. ed. Chicago: Committee on Trauma, 2018. 32ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 19 de 68 Resposta comentada: Em um contexto de qualquer hemorragia, incluindo a hemorragia digestiva, seja ela alta ou baixa, a conduta inicial é a estabilização do paciente. A conduta que pode ser bem sucedida para a estabilização inicial é a verificação das vias aéreas e o acesso venoso periférico e hidratação com cristaloides. REFERÊNCIA: Sabiston Tratado de Cirurgia. A Base Biológica da Prática Cirúrgica Moderna. Courtney M. Townsend, B. Mark Evers, R. Daniel Beauchamp, Kenneth L. Mattox. Elsevier, 19 ª edição. 2015.ISBN 978-85-352-5767-0. Capítulo 47 – Abdome agudo. 33ª QUESTÃO Resposta comentada: Esta questão necessita que o aluno compreenda a sequência de atendimento no politraumatizado (A, B, C, D, E do trauma), em que alterações da via aérea causam maior mortalidade nestes pacientes, devendo ser abordada de imediato. No caso do paciente queimado, suspeita-se de queimadura de via aérea devido à queimadura se situar em região cervical anterior e face e à rouquidão e ao escarro borráceo, devendo o paciente ser prontamente submetido a intubação orotraqueal para assegurar a via aérea. REFERÊNCIA: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS COMMITTEE ON TRAUMA. Advanced Trauma Life Support - ATLS. 10. edição. 34ª QUESTÃO Resposta comentada: São cinco os estágios de mudança comportamental considerando o modelo transteórico de Prochaska e DiClemente (1992): Pré-contemplação, contemplação, preparação, ação e manutenção. No caso do paciente, é possível notar que, na primeira consulta, ele estava no estágio da pré-contemplação, pois apresentava uma grande resistência para mudar seus hábitos relacionados ao cigarro. Já na segunda consulta, percebe-se um desejo de mudança e uma vontade de começar, ou seja, essa é a fase da preparação. REFERÊNCIA: SILVA, Luiz C C. Tabagismo. Artmed: Grupo A, 2012. E-book. ISBN 9788536327839. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536327839/. Acesso em: 4 set. 2023. 35ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 20 de 68 Resposta comentada: A Síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade caracterizado por episódios recorrentes de ataques de pânico, que são períodos de medo intenso acompanhados por sintomas físicos e cognitivos intensos. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é o tratamento de escolha para a Síndrome do Pânico. A exposição gradual a situações que causam ansiedade é uma técnica eficaz para reduzir o medo associado e prevenir a evitação dessas situações. Não se recomenda o uso de benzodiazepínico como tratamento a médio e longo prazo devido ao risco de dependência e de efeitos colaterais. A psicoterapia de apoio não é suficiente para tratar os sintomas agudos da Síndrome do Pânico. O médico generalista deve conseguir conduzir um quadro inicial de síndrome de pânico utilizando tratamentos de primeira linha, como os ISRS, e encaminhar ao especialista apenas os casos de difícil manejo. REFERÊNCIAS: Kaplan, H.I; Sadock, B.J. Compêndio de Psiquiatria. Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 11. ed. Editora ArtMed, Porto Alegre, 2017. MIGUEL, E.C.; Elkis, H; Forlenza, RV; LAFER, B. Clínica psiquiátrica. 2. ed. Editora Manole, Barueri, 2020. 36ª QUESTÃO Resposta comentada: O planejamento e o desenvolvimento de algumas atividades estratégicas que incluíam ações voltadas para: (1) a busca ativa e diagnóstico da hanseníase: resultará em um aumento na detecção de novos casos da doença. (2) a busca ativa de sintomáticos respiratórios: resultará em um aumento da incidência de tuberculose. (3) a condução de grupo de orientação alimentar para pessoas com diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica: resultará no aumento do controle glicêmico e pressórico destes pacientes, o que levará à diminuição da taxa de internação por infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico. (4) a implementação de campanha de incentivo à realização de testes rápidos para a detecção de hepatites virais B e C: resultará no aumento da prevalência destas doeças, já que estas são incuráveis. REFERÊNCIA: Rouquayrol, Epidemiologia. 37ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 21 de 68 Resposta comentada: As afirmações I e IV estão incorretas: a I, pois o Cândido não mora na mesma residência dos outros indivíduos citados; na IV, o esquema indica conflito entre os indivíduos, e não relação extraconjugal. REFERÊNCIAS: CORRÊA, E. J. et al. Álbum de família — Genograma: um instrumento para a atenção primária à saúde e estudos de famílias. In: GUSMÃO, C. M. G. et al. Relatos de uso de tecnologias educacionais na educação permanente de profissionais de saúde no sistema Universidade Aberta do SUS. 22. ed. Recife: Editora Universitária UFPE, p. 102–123, 2014. https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4612.pdf 38ª QUESTÃO Resposta comentada: A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é um tipo de câncer que afeta as células precursoras dos linfócitos B ou T. É o tipo mais comum de câncer em crianças e adolescentes. O tratamento da LLA envolve uma combinação de quimioterapia, radioterapia e, às vezes, terapia-alvo. A quimioterapia é o tratamento principal para a LLA em crianças. Consiste em medicamentos que destroem as células cancerígenas e impedem sua disseminação. A quimioterapia pode ser administrada por via oral ou por via intravenosa. O tratamento é geralmente dividido em várias fases, que podem durar de meses a anos, dependendo do risco e da resposta ao tratamento. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia em alguns casos, como quando a leucemia se espalha para o sistema nervoso central. No entanto, a radioterapia é menos comum em crianças com LLA, devido aos riscos de efeitos colaterais a longo prazo. A imunoterapia e a terapia-alvo são tratamentos mais recentes que estão sendo investigados para o tratamento da LLA em crianças. A imunoterapia usa o sistema imunológico do próprio paciente para combater o câncer, enquanto a terapia-alvo usa medicamentos que atacam especificamente as células cancerígenas, deixando as células saudáveis intactas. No entanto, atualmente, a quimioterapia continua sendo o tratamento padrão para a LLA em crianças. A escolha do tratamento depende do tipo e estágio da leucemia, bem como do perfil de risco do paciente. REFERÊNCIA: Tsuchida Y, Shimada H. Pediatric Oncology: A Comprehensive Guide. Springer; 2019. 39ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 22 de 68 Resposta comentada: Segundo o Código de Ética Médica de 2018 Art. 83: "É vedado ao médico: Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal." Ademais, segundo Resolução CFM nº 1.779/2005: "Art. 2º Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, obedecerão as seguintes normas: 1) Morte natural: 1. Morte sem assistência médica: a) Nas localidades com Serviço de Verificação de Óbitos (SVO): A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do SVO; b) Nas localidades sem SVO: A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do serviço público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento; na sua ausência, por qualquer médico da localidade. 2) Morte com assistência médica: a) A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo médico que vinha prestando assistência ao paciente. b) A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser fornecida pelo médico assistente e, na sua falta, por médico substituto pertencente à instituição. c) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime ambulatorial deverá ser fornecida por médico designado pelainstituição que prestava assistência, ou pelo SVO. d) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime domiciliar (Programa Saúde da Família, internação domiciliar e outros) deverá ser fornecida pelo médico pertencente ao programa ao qual o paciente estava cadastrado, ou pelo SVO, caso o médico não consiga correlacionar o óbito com o quadro clínico concernente ao acompanhamento do paciente.” Não é correto "explicar à filha do paciente que a declaração deve ser preenchida pelo Serviço de Verificação de Óbito", pois o médico da Atenção Primária deve fazer a visita domiciliar para constatar o óbito. Apenas quando não é possível correlacionar o óbito com o quadro clínico prévio do paciente é que o SVO deve ser acionado. REFERÊNCIAS: Código de ética médica. Resolução nº 2,217/2018. Brasília: Tablóide, 2018. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM - Brasil). RESOLUÇÃO CFM Nº 1.779/2005 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.779, 11 de novembro de 2005 Publicada no DOU, 5 dez. 2005, Seção 1, p 40ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 23 de 68 Resposta comentada: Este caso se trata de uma gestação ectópica confirmada por BhCG sérico positivo associado à dor pélvica e imagem anexial sugestiva. A paciente se apresenta estável hemodinamicamente e tem desejo reprodutivo, o que nos faz pensar em conduta conservadora. Para que isso seja possível, alguns critérios devem ser considerados, como saco gestacional menor que 3,5 cm, feto sem atividade cardíaca, BhCG menor que 5.000 mUi/mL e estabilidade hemodinâmica. Após a administração do metrotexato, deve-se monitorizar a queda do BhCG sérico, que sinaliza sucesso do tratamento. A salpingectomia, ooforectomia e laparotomia não devem ser realizadas, visto que a paciente tem critérios para tratamento conservador, aumentando as chances de preservação da fertilidade, já que ela apresentou desejo de novas gestações. O BhCG considerado para tratamento conservador é o inicial, sendo assim não há indicação de repetir o BhCG. O ultrassom transvaginal foi realizado no dia do atendimento, não tendo benefício em se repetir em 2 dias. REFERÊNCIA: ZUGAIB, Marcelo. Zugaib obstetrícia. s.l.: Editora Manole, 2023. E-book. ISBN 9786555769340. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555769340/. Acesso em: 9 out. 2023. 41ª QUESTÃO Resposta comentada: A incidência de infecção associada ao abortamento é muito variável. No abortamento espontâneo ou na interrupção médica da gravidez, a infecção não é frequente (menos de 0,4%). No entanto, procedimentos inseguros de interrupção da gravidez continuam a ocorrer em todo o mundo e têm uma taxa muito maior de morbidade e mortalidade. Mulheres com risco particular de infecção incluem aquelas com história de abortamento inseguro, instrumentação uterina ou sangramento vaginal prolongado. O abortamento infectado é um diagnóstico clínico feito em pacientes que apresentam sinais e sintomas de infecção uterina. Os sinais e sintomas mais comuns incluem: Dor pélvica e/ou abdominal, sensibilidade uterina, secreção vaginal purulenta, sangramento vaginal, febre e colo uterino entreaberto. REFERÊNCIAS: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo - Tratado de Obstetrícia. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 09 out. 2023. MINISTÉRIO, D.; SAÚDE. MANUAL DE GESTAÇÃO DE ALTO RISCO BRASÍLIA -DF 2022 VERSÃO PRELIMINAR. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp- content/uploads/2022/03/manual_gestacao_alto_risco.pdf>. Acesso em 01 set. 2023. 42ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 24 de 68 Resposta comentada: Os conselhos federal, estadual e municipal de saúde têm um papel central na gestão do SUS, focando na participação social e na fiscalização das ações de saúde. Sua principal atribuição é monitorar e fiscalizar as atividades relacionadas à saúde, garantindo que os serviços prestados atendam às necessidades da população e estejam de acordo com os princípios do SUS. Além disso, esses conselhos permitem a participação da comunidade na formulação e no acompanhamento das políticas de saúde, assegurando que as decisões sejam tomadas de forma democrática e transparente. REFERÊNCIA: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 2979 de 12 de novembro de 2019. PROGRAMA PREVINE BRASIL. 43ª QUESTÃO Resposta comentada: O paciente apresentou, inicialmente, um quadro de dor abdominal em flanco direito, febre baixa e piúria, sugestivo de apendicite aguda, mas foi equivocadamente tratado com antibioticoterapia oral. Isso o levou a evoluir, após 10 dias, com um abscesso retrocecal volumoso e febre alta. Nesses casos em que o diagnóstico da apendicite é feito tardiamente e já com complicações, a melhor conduta é realizar a drenagem do abscesso guiada por tomografia e antibioticoterapia. Após 6 semanas, quando o processo inflamatório for menor, isto é, estiver esfriado, pode-se realizar a apendicectomia de intervalo, com baixa morbimortalidade. REFERÊNCIA: SABISTON. Tratado de Cirurgia. 19 ed. s.l., 2019. 44ª QUESTÃO Resposta comentada: A questão evidencia uma hemorragia subconjuntival ou hiposfagma em olho direito, fenômeno muito comum e frequentemente idiopático. A resolução espontânea ocorre, normalmente, em 1 a 2 semanas. Caso o paciente apresentasse algum outro sintoma associado (como baixa de acuidade visual, por exemplo), seria aconselhado encaminhá-lo ao oftalmologista, mas não há nenhuma outra queixa nem alteração ao exame. Orientar o paciente que a resolução normalmente é espontânea. REFERÊNCIA: KANSKI, B. B. Oftalmologia Clínica: uma abordagem sistemática. 8. Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 45ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 25 de 68 Resposta comentada: O caso clínico descrito sugere a possibilidade de uma síndrome genética conhecida como Síndrome de Turner. As características físicas, como baixa estatura, pescoço curto e coração com sopro, juntamente com os problemas de aprendizado e dificuldades de socialização, são características comuns dessa síndrome. Além disso, a menção de um defeito na válvula cardíaca desde o nascimento é bastante sugestiva. Neste caso, a conduta mais adequada para comprovar o diagnóstico é o cariótipo. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. Barueri. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476. 46ª QUESTÃO Resposta comentada: A amoxicilina é um fármaco ß-lactâmico da classe das penicilinas de espectro estendido, amplamente utilizada para tratar uma variedade de infecções bacterianas. Seu mecanismo de ação envolve a inibição da parede celular bacteriana, que é uma estrutura essencial para a integridade e a sobrevivência das bactérias. A amoxicilina interfere no processo de formação das ligações cruzadas entre os componentes da parede celular bacteriana. Ela atua inibidindo a enzima transpeptidase, que está envolvida na última etapa da síntese do peptidoglicano. REFERÊNCIA: BRUNTON, L. L. (Ed.). Goodman & Gilman – as bases farmacológicas da terapêutica. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 47ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 26 de 68 Resposta comentada: O quadro de cetoacidose diabetes é mais prevalente em crianças menores de cinco anos, filhas de mãe de baixa escolaridade. Os critérios bioquímicos para diagnóstico da cetoacidose diabetes são: hiperglicemia (glicose sanguínea > 200 mg/dL); pH venoso < 7,3 ou bicarbonato sérico < 15 mEq/L; e cetonemia ou cetonúria. O quadro de gravidade é determinado pelo PH e bicarbonato sanguíneo. A infusão de bicarbonato não é recomendada rotineiramente no tratamento de cetoacidose diabética, uma vez que aumenta o risco de hipocalemia e de edema cerebral. A fluidoterapia inicial promove redução da concentração de glicose sérica, além de melhorar a perfusão tecidual e restabelecer a funçãorenal. Entretanto, a insulinoterapia é essencial para reverter a hiperglicemia e o estado catabólico e para interromper a lipólise e a cetogênese, corrigindo a acidose. REFERÊNCIAS: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v. 1. Barueri. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476. Brasil. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Manual de emergência pediátrica do Hospital Criança Conceição / organização de Fábio Luís Sechi, Ilóite M. Scheibel. – Porto Alegre: Hospital Nossa Senhora da Conceição, dez. 2020 48ª QUESTÃO Resposta comentada: A questão destaca a necessidade de uma abordagem integral do paciente, indo além dos sintomas físicos e considerando o contexto psicossocial. Neste cenário apresentado, enfatiza-se a importância da observação clínica de hematomas em diferentes estágios de cicatrização em idosos, podendo ser um sinal de trauma repetido, o que pode sugerir abuso. Assim, é vital criar um ambiente seguro para o idoso poder expressar preocupações ou medos sem o risco de represálias, além do diagnóstico clínico, e considerar as complexidades sociais e emocionais que afetam a saúde do idoso. Por fim, destaca-se a importância da atenção primária e do papel crucial que os médicos de família desempenham no reconhecimento e na abordagem do abuso a idosos. REFERÊNCIA: BRAGA, Cristina; GALLEGUILLOS, Tatiana Gabriela B. Saúde do Adulto e do Idoso. Editora Saraiva, 2014. E-book. ISBN 9788536513195. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536513195/. 49ª QUESTÃO Resposta comentada: Margens bem definidas e calcificações periféricas geralmente indicam um nódulo benigno, não sendo características típicas de malignidade. O acompanhamento é uma abordagem adequada para nódulos benignos. Nódulos com bordas irregulares, tamanho maior que 1 cm e áreas de baixa densidade em seu interior são achados que aumentam a suspeita de malignidade. Uma biópsia percutânea é 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 27 de 68 indicada para avaliar a natureza do nódulo. Nódulos com bordas suaves e homogêneos têm maior probabilidade de serem benignos. No entanto, dada a idade, o histórico de tabagismo e o tamanho do nódulo, uma abordagem mais ativa é necessária. Um nódulo com centro calcificado e halo de baixa densidade ao redor é, muitas vezes, indicativo de granuloma ou lesão inflamatória, não necessariamente maligna. A cirurgia não é a primeira escolha sem uma avaliação mais aprofundada. No caso, as características tomográficas que sugerem maior suspeita de malignidade são nódulos com bordas irregulares, tamanho maior que 1 cm e áreas de baixa densidade em seu interior. Portanto, a conduta mais apropriada é realizar uma biópsia percutânea para determinar a natureza do nódulo e planejar o tratamento adequado, se necessário. Padrão de calcificação: Um padrão denso de calcificação condroide, laminado e central (geralmente chamado de calcificação em pipoca) ou um padrão difuso de calcificação sugere fortemente que um nódulo seja benigno. Uma razão de probabilidade calculada para malignidade com um padrão benigno de calcificação é próximo de zero. Mesmo assim, aproximadamente 13% dos nódulos malignos apresentam um padrão não benigno de calcificação. Taxa de crescimento: Um nódulo pulmonar solitário com crescimento bastante lento (tempo de duplicação do volume >500 dias) ou, paradoxalmente, um nódulo pulmonar solitário com crescimento muito rápido (tempo de duplicação do volume <30 dias) sugere uma etiologia benigna, embora esta não seja uma regra absoluta. A ideia tradicional de 2 anos de estabilidade confirmando uma doença benigna é razoável para nódulos pulmonares solitários. No entanto, ela foi questionada e deve ser usada com cautela em casos de opacidade em vidro fosco. Além disso, o médico deve ter em mente que um aumento de 30% de diâmetro de uma lesão esférica na radiografia representa uma duplicação do volume. Características da borda: Nódulos benignos tendem a apresentar bordas bem definidas, enquanto nódulos malignos tendem a ser irregulares ou alongados. No entanto, muitas vezes, ocorre um grau de sobreposição e, considerada isoladamente, essa característica não pode ser usada com segurança como fator discriminador. Tamanho: Em geral, lesões benignas tendem a ser menores que lesões malignas. Por exemplo, apenas 20% dos nódulos com <2 cm de diâmetro são malignos, enquanto 80% das massas pulmonares com >3 cm de diâmetro são malignas. No entanto, muitos nódulos pulmonares solitários pequenos são malignos e não podem ser descartados apenas com base no tamanho. Localização: Nódulos pulmonares solitários nos lobos superior e médio têm uma razão de probabilidade para malignidade de 1.2 a 1.6. A localização no lobo superior mostrou ser um preditor independente de malignidade. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Avaliação de nódulo pulmonar solitário. Última atualização em 30 de outubro de 2018. 50ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 28 de 68 Resposta comentada: Segundo o protocolo, a anticoagulação deve ser feita profilaticamente na gestante internada ou na puérpera se o seu escore de risco atingir 3 pontos ou mais. Fatores de risco pontuam 3 para alto risco, 2 para moderado e 1 para baixo risco. Essa paciente apresenta 1 fator de médio risco (idade igual ou maior que 40 anos) e dois fatores de baixo risco (multiparidade e tabagismo acima de 10 cigarros/dia), total de 4 pontos. Portanto, tem indicação de usar enoxaparina em dose profilática por 6 semanas após o parto. Anticoagulantes orais são contraindicados durante a amamentação. REFERÊNCIAS: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. s.l.: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 9 out. 2023. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. MANUAL DE GESTAÇÃO DE ALTO RISCO [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 51ª QUESTÃO Resposta comentada: As medidas de oximetria devem ser realizadas em dois sítios: na mão direita (medida pré- ductal) e em um dos membros inferiores (medida pós-ductal). Os valores obtidos devem ser analisados da seguinte forma: • Teste negativo: SpO2 maior ou igual a 95%, e a diferença entre as medidas no membro superior direito e o membro inferior deve ser menor ou igual a 3%. Nesta situação, a probabilidade de cardiopatia congênita crítica é pequena e o RN deve seguir os cuidados habituais da maternidade. Vale ressaltar que um teste do coraçãozinho negativo não exclui completamente a presença de cardiopatia congênita. Caso o RN apresente diagnóstico fetal ou sinais clínicos sugestivos de cardiopatia congênita, a avaliação cardiológica deverá ser realizada. • Teste positivo: SpO2 menor ou igual a 89% no membro superior direito, ou no membro inferior. Nesta situação, o RN deverá ser reavaliado minuciosamente pelo médico pediatra/neonatologista, e a avaliação cardiológica e ecocardiográfica deverá também ser realizada para confirmação diagnóstica. É importante ressaltar que este RN não deveria receber alta hospitalar antes que seja realizada esta avaliação cardiológica. • Teste duvidoso: SpO2 entre 90% e 94% ou uma diferença entre as medidas do membro superior direito e o membro inferior maior ou igual a 4%. Nesta situação, o teste deve ser realizado novamente após uma hora por até duas vezes. Caso as medidas de oximetria se mantenham nestes valores mesmo após a terceira avaliação, o teste será considerado positivo e o RN deverá ser submetido à avaliação cardiológica/ecocardiográfica. A realização do reteste nesta situação mostrou-se importante por reduzir consideravelmente o número de falsos positivo com o teste. REFERÊNCIA: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (RJ). Departamento Científico de Cardiologia e Neonatologia. Sistematizaçãodo atendimento ao recém-nascido com suspeita ou diagnóstico de cardiopatia congênita. Manual de Orientação, Rio de Janeiro, ed. 4, p. 1-14, 11 ago. 2022. 52ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 29 de 68 Resposta comentada: Paciente com perda de urina apenas aos esforços, sem sintomas irritativos (urgência miccional, polaciúria etc.) tem diagnóstico clínico de incontinência urinária de esforço. O melhor tratamento para a incontinência urinária de esforço grave, como no caso apresentado, é a cirurgia, cujo objetivo é restaurar o suporte do colo vesical. A incontinência urinária de urgência está relacionada ao desejo imperioso e súbito de urinar, além do aumento da frequência urinária diurna e noturna. As fístulas podem ser causadas por cirurgia ginecológica, como a histerectomia, porém a perda urinária é contínua e sem um evento desencadeante. REFERÊNCIA: HOFFMAN, Barbara L.; SCHORGE, John O.; HALVORSON, Lisa M.; et al. Ginecologia de Williams. Rio de Janeiro: Grupo A, 2014. E-book. ISBN 9788580553116. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553116/. Acesso em: 2 out. 2023. 53ª QUESTÃO Resposta comentada: O sangramento vaginal na pós-menopausa deve ser excluído, principalmente, o câncer do endométrio da histeroscopia. É necessário também realizar o rastreio do câncer do colo uterino pela colpocitologia tríplice. Apesar da ultrassonografia poder ser utilizada como parte do acervo diagnóstico, a biópsia do endométrio através da histeroscopia é o padrão ouro para afastar com segurança o câncer endometrial. O uso de hormônios deve ser evitado até que seja excluído o diagnóstico de câncer endometrial. REFERÊNCIA: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. s.l.: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 9 out. 2023. 54ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 30 de 68 Resposta comentada: A questão trata de um caso de fibrose cística, doença genética e hereditária de caráter autossômico recessivo, sendo necessárias, portanto, duas cópias do alelo alterado para expressão e desenvolvimento da doença. A fibrose cística é provocada por uma mutação no gene CFTR (Cystic Fibrosis Transmembrane Regulator), que gera um desequilíbrio na concentração de cloro e de sódio nas células que produzem as secreções do corpo, como muco e suor (glândulas exócrinas), acarretando sérios agravos ao sistema respiratório e digestório, tornando os pacientes suscetíveis a infecções das vias aéreas superiores como pneumonias e bronquites. REFERÊNCIAS: SILVA, E.A.; DUARTE, C.; ROSSANTO, D. et al. Variação da função pulmonar e aspectos clínicos em adultos com fibrose cística. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 48, n. 4, 2022. Disponível em: https://dx.doi.org/10.36416/1806-3756/e20220155. Acesso em: 3 out. 2023. STEFANO, M.A.; PODEROSO, R.E.; MAINZ, J.G. et al. Prevalence of constipation in cystic fibrosis patients: a systematic review of observational studies. Jornal de Pediatria, v. 96, n. 6, p. 686- 692, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jped.2020.03.004. Acesso em: 3 out. 2023. SCHAFER, G.B.; THOMPSON, J.N. Genética Médica: uma abordagem integrada. 1 ed. ArtMed: Porto Alegre, 2015. 55ª QUESTÃO Resposta comentada: A assistência ao parto pélvico tem por objetivo um parto eutócico, devendo-se indicar resolução por via alta diante da ocorrência de distocias, em razão da possibilidade de desproporção fetopélvica e do maior risco de desfechos perinatais desfavoráveis. Assim, a progressão do trabalho de parto deve ser monitorada e registrada na forma de partograma. Neste partograma, pode-se identificar a curva de dilatação nos limites de normalidade (1 cm/hora) e após 7 horas de trabalho de parto na fase ativa, a dilatação cervical atingiu 10 cm. A normalidade dessa curva demonstra que as contrações uterinas estão sendo eficientes para atingir esse objetivo. Entretanto, a descida da apresentação não ocorre normalmente. Há parada de progressão da descida, e a apresentação não atinge o plano 0 de DeLee, portanto não consegue insinuar. O diagnóstico, nessa situação, é a desproporção céfalo-pélvica, na qual a única forma de conduta segura é a operação cesariana. REFERÊNCIA: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. s.l: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 4 out. 2023. 56ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 31 de 68 Resposta comentada: I – A principal hipótese diagnóstica é infecção de ferida operatória, e o principal exame de imagem para o diagnóstico é o raio X simples de abdome. Incorreta, pois o exame para diagnóstico é a ultrassonografia de abdome. II – O principal exame de imagem para o diagnóstico é a ultrassonografia, e o tratamento indicado seria a cirurgia de laparotomia exploradora. Incorreta, pois o tratamento indicado seria utilizar compressas mornas e possível drenagem. III – O diagnóstico da infecção da ferida operatória é clínico, que pode ser confirmado com exames de hemograma, PCR e ultrassonografia (principal exame de imagem). Correta IV – O tratamento indicado seria utilizar compressas mornas, antibioticoterapia e possível drenagem da ferida operatória assim que apresentar sinais de abscesso localizado. Correta REFERÊNCIA: Whitebook. Infecção do sítio cirúrgico, atualizado em 29/06/2022, acessado em 17/08/2023. 57ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia. Assistência Pré-Natal Tema: Diabetes Gestacional A dosagem da glicose de jejum é o método utilizado atualmente para o diagnóstico do diabetes gestacional. Dosagem acima de 92 mg/dL e inferior a 126 mg/dL, na primeira consulta, permite fazer o diagnóstico de diabetes gestacional. Essa definição inclui o diagnóstico realizado pela primeira vez na gravidez. Basta dosar uma única vez no início da gravidez. Quando o resultado é inferior a 92 mg/dL, é necessário realizar o Teste de Tolerância à Glicose com 75 g, entre 24- 28 semanas de gestação. A hemoglobina glicada não serve para o diagnóstico do diabetes gestacional. REFERÊNCIA: Cunningham, F.G., Leveno, K.J., Bloom, S.; JL. Williams. Obstetrics. 26th Ed. Mc Graw Hill. New York, 2022. 58ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 32 de 68 Resposta comentada: A alteração encontrada pela médica da UBS trata-se de criptorquidia, situação quando o testículo não se encontra no escroto. É mais comum em crianças prematuras, com baixo peso ao nascimento, associando-se com aumento da incidência de tumores testiculares, defeitos de parede do tipo hérnias e hidroceles comunicantes. O tratamento é expectante até os 6 meses, visto que pode haver a migração espontânea até o escroto. Caso isso não ocorra, deve ser indicado tratamento cirúrgico de fixação do testículo na bolsa testicular no período entre o 6.º e 18.º mês de idade. REFERÊNCIA: Disponível em: https://portaldaurologia.org.br/publico/doencas/criptorquidia-o-que-e-causas- e- tratamentos/. Acesso em: 3 out. 2023. 59ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 33 de 68 Resposta comentada: A bronquiolite faz parte de um amplo espectro de doenças respiratórias das vias aéreas inferiores e é a maior causa de doença e hospitalização em lactentes e crianças até os dois anos. Ocorre tipicamente no período do outono e inverno por infecção primária ou reinfecção por vírus patogênicos, sendo o Vírus Sincicial Respiratório o causador mais comum, seguido por Rinovírus. Apresenta-se inicialmente com sintomas respiratórios das vias aéreas superiores (VAS), como rinorreia e obstrução nasal, seguido por sintomas das vias aéreas inferiores (VAI), com tosse, taquipneia, sibilos, crepitações e uso de musculatura acessória. O comprometimento das VAI pode ser leve, moderado ou grave,podendo evoluir com apneias e insuficiência respiratória aguda. O diagnóstico é clinico, baseado na história e exame físico. O tratamento da bronquiolite é de suporte, como hidratação, limpeza nasal, oxigenioterapia e suporte ventilatório, se necessário, não sendo recomendado: • Salbutamol • Ipratrópio • Antibióticos • Adrenalina inalatória • Corticoide inalatório ou sistêmico • Micronebulização com salina hipertônica Há necessidade de tratamento intra-hospitalar em caso de: − Cianose observada ou relatada; − Apneia observada ou relatada; − Bradicardia ou taquicardia persistente (FC > 180 bpm) − Letargia ou agitação excessiva; − Desidratação; − Indisponibilidade de via oral; − Hipoxemia (Saturação de O₂ < 90%, persistente, em ar ambiente); − Esforço respiratório moderado a grave, persistente, ou FR > 70 irpm. Diante do exposto, pode se observar que se trata de bronquiolite viral aguda, com critérios de tratamento hospitalar e utilização de medidas de suporte ao paciente como: sintomáticos, oxigenioterapia e suporte ventilatório, se necessário. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. Barueri: SP. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476 60ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 34 de 68 Resposta comentada: REFERÊNCIA HERRING, Guilherme. Radiologia Básica - Aspectos Fundamentais . [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788595158719. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595158719/. Acesso em: 03 mar. 2023. Página 2: no RX o ar é o tom mais escuro possível (menos denso). Líquidos (p. ex., sangue) e tecidos moles (p. ex., músculo) têm a mesma densidade nas radiografias convencionais, aparecem mais brancas, pois tem densidade maior. Página 3: Substâncias menos densas, que absorvem menos raios X, têm números de TC baixos. Diz-se que elas apresentam atenuação diminuída e são exibidas como densidades mais escuras nas imagens de TC. Nas radiografias convencionais, essas substâncias (como ar e gordura) também parecem mais pretas e têm densidade diminuída (ou maior radiolucência). Página 61: À medida que o derrame subpulmonar aumenta em volume, ele primeiro preenche e, assim, vela o seio costofrênico posterior, visível na incidência em perfil do tórax. Isso ocorre com aproximadamente 75 mℓ de líquido. Quando o derrame alcança um volume de cerca de 300 mℓ, vela o seio costofrênico lateral, visível na radiografia de tórax em PA. Página 65: derrame pleural se acumula na região dorsal. Página 280: a identificação da linha pleural visceral no RX do tórax faz o diagnóstico definitivo de um pneumotórax. Página 281: na TC do tórax o paciente encontra-se em decúbito dorsal, no pneumotórax o ar acumula anteriormente. 61ª QUESTÃO Resposta comentada: Os sintomas descritos são característicos de intoxicação por organofosforados, com a estimulação prolongada do sistema nervoso parassimpático devido à inibição da enzima acetilcolinesterase. A medida inicial de suporte para tratar esse tipo de intoxicação é a administração de um antídoto específico, como o sulfato de atropina, que antagoniza os efeitos da acetilcolina nos receptores colinérgicos e ajuda a reverter os sintomas muscarínicos, como salivação excessiva, lacrimejamento, sudorese, vômitos e diarreia. A atropina também pode melhorar a frequência cardíaca e a respiração. As outras opções não são as abordagens iniciais mais apropriadas para este caso. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v. 1. Barueri. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476 62ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 35 de 68 Resposta comentada: Os cardiomiócitos atriais são estimulados pelo aumento do estiramento atrial para produzir o peptídeo natriurético atrial (ANP). A diminuição da reabsorção de sódio do túbulo contorcido distal e do ducto coletor cortical é um dos efeitos do ANP, que responde ao aumento do estiramento atrial (por exemplo, na hipertensão ou sobrecarga de volume), aumentando a natriurese e a diurese no corpo. Além de diminuir a reabsorção de sódio, o ANP aumenta a excreção de sódio e água por meio do aumento da TFG via dilatação da arteríola aferente e constrição da arteríola eferente. Por fim, o ANP inibe a secreção de renina e, portanto, o RAAS. Juntas, essas mudanças trabalham para reduzir o volume sanguíneo, a pressão arterial e o débito cardíaco. DISTRATORES: O aumento da excreção de íons potássio e hidrogênio nos túbulos distais e ductos coletores do rim, bem como a reabsorção de sódio, são efeitos da aldosterona, e não do ANP. A aldosterona é estimulada pelo SRAA, aumento do potássio sérico, ACTH, sistema nervoso simpático e diminuição da pressão arterial média. O óxido nítrico (NO) resulta em vasodilatação e diminuição da agregação plaquetária. O NO é produzido por células endoteliais vasculares em resposta a uma variedade de gatilhos, incluindo lesão vascular e hipóxia. Embora o ANP cause vasodilatação, não tem efeito sobre a agregação plaquetária. O aumento da reabsorção de água livre de soluto é um efeito da vasopressina (ADH), e não do ANP. O ADH atua aumentando a transcrição e inserção de aquaporinas nos ductos coletores renais. O ADH é secretado se o corpo detectar aumento da osmolalidade plasmática ou diminuição do volume sanguíneo arterial. A vasoconstrição sistêmica e a estimulação da sede, assim como a retenção de sódio e o aumento da reabsorção de água, são estimulados pelo SRAA, e não pelo ANP. O SRAA é ativado em resposta à diminuição da perfusão glomerular e pelo sistema nervoso simpático renal e, na verdade, é inibido pelo ANP. REFERÊNCIA: HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall Fundamentos de Fisiologia.Pag.194: Grupo GEN, 2017. 9788595151550. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151550/. Acesso em: 08 ago. 2022. 63ª QUESTÃO Resposta comentada: O critério MELD é uma ferramenta utilizada para avaliar a gravidade da doença hepática em pacientes adultos com cirrose e outras doenças hepáticas crônicas. Ele considera os níveis séricos de creatinina, bilirrubina total e INR (tempo de protrombina internacional normalizado). O MELD é utilizado para prever a gravidade da doença hepática e a necessidade de encaminhamento para especialistas, como hepatologistas, quando necessário. Critérios e pontuações: O escore MELD é composto de 5 critérios clínicos e fisiológicos. A seguir serão descritos cada um deles. É usada uma fórmula baseada nesses dados para calcular o escore. Primeiro, avalie os seguintes critérios: 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 36 de 68 1. Diálise mais de 2 vezes na última semana? Ou hemodiálise venovenosa contínua por ≥ 24 horas na última semana? 1. Sim: 1 ponto 2. Não: 2 pontos 2. INR (International Normalized Ratio): acrescentar o valor na fórmula. 3. Creatinina (mg/dL): acrescentar o valor na fórmula 4. Bilirrubina (mg/dL):** acrescentar o valor na fórmula 5. Sódio (mEq/L): acrescentar o valor na fórmula Atenção! Se a bilirrubina, creatinina ou INR for <1,0, use 1,0. Se alguma das seguintes condições for verdadeira, use Cr 4.0: – Cr > 4,0. – Maior ou igual a 2 tratamentos de diálise nos 7 dias anteriores. – 24 horas de hemodiálise venovenosa contínua nos 7 dias anteriores. Se sódio < 125 mmol/L: usar 125. Se sódio > 137 mmol/L: usar 137. Em seguida, aplique a fórmula: MELD(i) = 0,957 × ln(Cr) + 0,378 × ln(bilirrubina) + 1,120 × ln(INR) + 0,643 Em seguida, multiplicar por 10 e arredondar para o próximo número inteiro. Se MELD(i) > 11, fazer o cálculo adicional: MELD = MELD(i) + 1,32 × (137 – Na) – [ 0,033 × MELD(i) × (137 – Na) ] O valor de MELD máximo é de 40. E como interpretar? Após o preenchimento dos critérios e realização do cálculo, é obtido um resultado. A interpretação dependerá do valor atingido no paciente avaliado. O risco estimadopode ser avaliado em uma estratificação de 5 categorias. Assim, temos: 1. Pontuação total ≤ 9 – Taxa de mortalidade 1,9% em 90 dias. 2. Pontuação total 10-19 – Taxa de mortalidade 6% em 90 dias. 3. Pontuação total 20-29 – Taxa de mortalidade 19,6% em 90 dias. 4. Pontuação total 30-39 – Taxa de mortalidade 52,6% em 90 dias. 5. Pontuação total ≥ 40 – Taxa de mortalidade 71,3% em 90 dias. É importante ressaltar que quanto maior o MELD do paciente, maior o risco de morte e maior a prioridade na lista de transplante hepático (caso o paciente apresente condições clínicas). Atenção: em caso de hiperoxalúria primária, o paciente pontua automaticamente MELD 28. Além disso, algumas condições colocam o paciente automaticamente com o MELD de 22! MELD 22: – Carcinoma hepatocelular com uma lesão entre 2-5 cm ou três lesões < 3 cm e ausência de invasão vascular ou acometimento extra-hepático. – Síndrome hepatopulmonar com PaO2 < 60 mmHg em ar ambiente. – Hipertensão portopulmonar com PSAP > 25 mmHg em repouso, mas mantida < 35 mmHg com tratamento. 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 37 de 68 – Trombose de artéria hepática 7-14 dias pós-transplante. – Amiloidose transtirretina familiar. – Fibrose cística com VEF1 < 40% e colangiocarcinoma hilar. REFERÊNCIA: Wiesner R, United Network for Organ Sharing Liver Disease Severity Score Committee, et al. Model for end-stage liver disease (MELD) and allocation of donor livers.Gastroenterology. 2003 Jan;124(1):91-6. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12512033/ 64ª QUESTÃO Resposta comentada: O caso clínico descrito sugere fortemente a presença de uma hérnia de disco lombar que está comprimindo a raiz nervosa, causando sintomas neurológicos graves, incluindo fraqueza muscular e perda de reflexos. Quando um paciente apresenta sinais de compressão nervosa significativa e deficits neurológicos, a cirurgia de descompressão é geralmente a conduta mais apropriada e urgente. Analgésicos e fisioterapia e injeção epidural de corticosteroides podem ser parte do tratamento de hérnia de disco em algumas situações, mas não são adequadas quando há deficits neurológicos graves e sinais de compressão nervosa. A ressonância magnética lombar de rotina permite confirmar o diagnóstico, mas não é uma medida de tratamento urgente neste cenário. Encaminhar o paciente para avaliação neurológica adicional não é apropriado, pois o paciente já apresenta deficits neurológicos evidentes que requerem intervenção cirúrgica imediata. O principal objetivo do tratamento é evitar a deterioração clínica de alterações degenerativas progressivas da lesão na medula espinhal (LME), aliviar a dor e os sintomas e restaurar a habilidade funcional. Os seguintes grupos de pacientes podem ser considerados na abordagem de tratamento: pacientes com LME traumática aguda; pacientes com compressão de disco intervertebral (síndrome da cauda equina); pacientes com compressão da medula espinhal maligna; e pacientes com abscesso epidural (infecção). REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Compressão da medula espinhal. Última atualização em 26 de junho de 2023. 65ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 38 de 68 Resposta comentada: Paciente com diagnóstico de fibromialgia. No tratamento multidisciplinar da fibromialgia a atividade física e o acompanhamento psicológico são as modalidades de tratamento com maior nível de evidência que mostram melhora no quadro sindrômico da fibromialgia. Portanto, as suas indicações são imprescindíveis. Em relação ao tratamento farmacológico, devemos seguir uma abordagem que avalie quais aspectos estão mais alterados no paciente com a condição: avaliação global da dor, da qualidade do sono, aspectos cognitivos, sintomas ansiosos ou depressivos. Além disso, qualquer que seja o medicamento modulador de dor que será prescrito, um fundamento é uma abordagem gradual, ou seja, iniciar com baixas doses e aumentar gradativamente. Portanto, a opção que mostra uma abordagem mais correta a esta paciente é e indicação de atividade física, psicoterapia e iniciar duloxetina 30 mg ao dia (posologia mínima, apresenta baixos índices de efeitos colaterais e melhor sintomas de dor, qualidade de sono e fadiga). CARVALHO, Marco Antonio P. et al. Reumatologia: diagnóstico e tratamento. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 814. p. 66ª QUESTÃO Resposta comentada: Paciente com história de trombose venosa atual ou pregressa, independentemente do uso de anticoagulante, apresenta contraindicação absoluta para o uso de métodos contraceptivos hormonais combinados. A injeção anticoncepcional de uso mensal, o adesivo anticoncepcional e a pílula contraceptiva oral combinada são exemplos e estão contraindicados para a paciente do caso. Os LARC (Long-Acting Reversible Contraception), métodos contraceptivos de longa duração, sendo eles o dispositivo intrauterino não hormonal, o sistema intrauterino liberador de levonorgestrel e o implante de etonogestrel, são recomendados para todas as mulheres que desejam contracepção eficaz, incluindo adolescentes, nulíparas, no pós-parto ou pós-aborto e na presença de comorbidades, e para as contraindicações aos métodos contendo estrogênios. Os dispositivos intrauterinos não hormonais, por aumentarem o sangramento menstrual e a dismenorreia, apresentam uma contraindicação relativa no caso dessa paciente uterina. É possível que esses sintomas ocorram devido ao aumento da vascularização subendometrial das usuárias desse método. REFERÊNCIAS: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Anticoncepção hormonal combinada. São Paulo: FEBRASGO; 2021. (Protocolo FEBRASGO-Ginecologia, no 65/ Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção). Machado RB, Monteiro IM, Magalhães J, Guazzelli CA, Brito MB, Lubianca JN, et al. Aspectos atuais dos contraceptivos reversíveis de longa ação. In: Contracepção reversível de longa ação. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO): 2022. [Série Orientações e Recomendações FEBRASGO, no. 1/Comissão Nacional de Anticoncepção]. 67ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 39 de 68 Resposta comentada: Caso clínico abordando bioética, onde encontramos paciente com idade avançada, doença crônica em estágio terminal (síndrome demencial), internada em ambiente de UTI com medidas invasivas já estabelecidas (IOT / DVA), sendo sugerido nova medida invasiva. Familiares foram convocados para conversar sobre terminalidade. Seguir com medidas invasivas, neste caso, caracteriza distanásia, e estaria contraindicada. Ortotanásia configura a "morte com menor sofrimento", e, neste caso, seria não iniciar novas medidas invasivas (como hemodiálise, por exemplo). Eutanásia é "abreviar a vida", como desligar aparelhos, prática proibida no Brasil. REFERÊNCIA: FELIX, Zirleide Carlos et al. Eutanásia, distanásia e ortotanásia: revisão integrativa da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, 18(9):2733-2746, 2013. 68ª QUESTÃO Resposta comentada: Lesões bolhosas em palmas e plantas e ulcerações periorais, bem como choro à manipulação de membros superiores (pseudoparalisia de Parrot), indicando dor, são manifestações presentes na sífilis. O diagnóstico é feito por VDRL em sangue periférico, já que os testes não treponêmicos não são indicados, e o tratamento é realizado com penicilina. REFERÊNCIA: Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de- conteudo/pcdts/2022/ist/pcdt-ist-2022_isbn-1.pdf/@@download/file>.Acesso em: 24 ago. 2023. DOMINGUES, C. S. B. et al. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: sífilis congênita e criança exposta à sífilis. Epidemiologia e serviços de saúde: revista do Sistema Único de Saúde do Brasil, v. 30, n. spe1, 2021. 69ª QUESTÃO Resposta comentada: A paciente apresenta anemia, dor e fratura óssea, bem como alteração da função renal. Importante pensar em mieloma múltiplo. Para confirmação necessitamos de um mielograma (para evidenciar mais de 10% de plasmócitos) e imunofixação ou imunoeletroforese de proteínas, no soro e na urina (para confirmar proteína monoclonal). REFERÊNCIAS: FALCÃO, P; ZAGO, M. A.; PASQUINI, A. Tratado de hematologia. São Paulo: Atheneu, 2013. VERRASTRO, T. F; NETO, S. W. Hematologia e hemoterapia – Fundamentos de Morfologia, Fisiologia, Patologia e Clínica. 8. ed. São Paulo: Atheneu, 2002. 70ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 40 de 68 Resposta comentada: As principais medidas de associação são: risco relativo, odds ratio e razão de prevalência. As medidas de associação refletem a força de associação entre duas variáveis de forma numérica. Enquanto as medidas de impacto demonstram as consequências da associação e são a diferença entre expostos e não expostos (GUSSO, 2019). Odds ratio, ou razão de chances (OR), é uma medida de associação que se caracteriza por ser a razão entre duas chances. A chance é a razão entre dois eventos complementares. Número necessário para tratar (NNT) caracteriza-se por um número inteiro e representa o número de indivíduos que devem ser tratados para evitar um evento ou desfecho, sendo esse uma medida de impacto. Risco relativo (RR) indica o risco da doença ou desfecho entre os expostos em relação aos não expostos. O RR compara a probabilidade de um evento entre os expostos e não expostos. Número necessário para causar dano (NND ou NNH) caracteriza-se por um número inteiro e representa o número de indivíduos tratados para um indivíduo apresentar o desfecho, sendo esse uma medida de impacto. Razão de prevalência (RP) é uma medida de associação que indica a prevalência da doença ou desfecho entre os expostos e os não expostos. REFERÊNCIA: GUSSO, Gustavo; LOPES, José M C.; DIAS, Lêda C. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Grupo A, 2019. E-book. ISBN 9788582715369. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715369/. Acesso em: 31 ago. 2023. 71ª QUESTÃO Resposta comentada: Não se pode inferir a incidência ou prevalência dos dados disponibilizados, pois não se tem o quantitativo da população exposta. Por assim, a única alternativa correta é aquela que se refere ao número de óbitos. REFERÊNCIA: Medronho R; Carvalho DM; Bloch KV; Luiz RR; Werneck GL (eds.); Epidemiologia. Atheneu, São Paulo, 2018. 72ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 41 de 68 Resposta comentada: Antígeno de câncer 19-9 Este paciente provavelmente apresenta obstrução biliar maligna, indicada por sinais de icterícia indolor, prurido, fezes claras, hiperbilirrubinemia direta e fosfatase alcalina elevada. A massa solitária da cabeça do pâncreas provavelmente está obstruindo os ductos biliares e pancreáticos e causando dilatação subsequente (sinal do ducto duplo). Como sinal de insuficiência pancreática endócrina, o paciente também apresenta níveis séricos elevados de glicose. CA 19-9 é um marcador tumoral que está elevado em distúrbios hepatobiliares não malignos, bem como em vários tipos de câncer, principalmente no adenocarcinoma pancreático. Outros achados laboratoriais menos sensíveis e específicos que estão elevados no câncer de pâncreas incluem o antígeno carcinoembrionário (CEA) e, em alguns casos, os níveis de lipase. Os marcadores tumorais devem ser obtidos para monitoramento da doença, e não para confirmação do diagnóstico. Níveis mais elevados de CA 19-9 na apresentação inicial estão associados a um pior prognóstico. Distratores: Embora um CA 125 elevado esteja presente em cerca de metade dos casos de cancro do pâncreas, é menos sensível e menos específico do que outro marcador tumoral que também tem valor prognóstico no tratamento do cancro do pâncreas. Em vez disso, um CA 125 elevado é especialmente sensível e específico para cancros do ovário. A imunoglobulina M anti-HBc é um marcador sérico para hepatite B aguda. Embora este paciente tenha icterícia e possa apresentar fatores de risco para infecção por hepatite B (histórico de viagens, múltiplos parceiros sexuais, sexo desprotegido), ele não apresenta outros sinais de hepatite viral aguda como febre ou hepatomegalia sensível. Além disso, na hepatite viral, a icterícia não é colestática, mas resulta de uma disfunção hepática aguda. Os pacientes apresentariam, portanto, hiperbilirrubinemia mista, em vez de apenas bilirrubina direta elevada. Anticorpos citoplasmáticos antineutrófilos perinucleares (p-ANCA) são frequentemente encontrados em pacientes com colangite esclerosante primária (CEP). Embora a CEP possa se manifestar com colestase, essa condição não causa o sinal do ducto duplo observado nos exames de imagem. Em vez disso, seriam observados rebordos dos ductos biliares extra- hepáticos e intra-hepáticos. A icterícia neste paciente é melhor explicada pela massa na cabeça do pâncreas detectada na ultrassonografia. Os níveis de alfafetoproteína (AFP) são mais comumente elevados no carcinoma hepatocelular (CHC), câncer de ovário e tumores mistos de células germinativas, mas os cânceres pancreáticos produtores de AFP são muito raros e improváveis. Embora a obstrução biliar maligna seja uma possível complicação do CHC, geralmente é um sinal tardio que normalmente se apresentaria com sinais de ascite e/ou cirrose, nenhum dos quais está presente neste paciente. Também não explicaria os achados ultrassonográficos deste paciente. REFERÊNCIA: MedlinePlus [Internet]. Bethesda (MD): National Library of Medicine (US); [updated Jun 24; cited 2020 Jul 1]. Disponível em: https://medlineplus.gov/. Acesso em: 3 out. 2023. 73ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 42 de 68 Resposta comentada: Antes da implementação do SUS, o Brasil tinha um sistema fragmentado de saúde. Durante o período da ditadura militar, a política de saúde era mais orientada para hospitais, com foco em curas e não em prevenção. Muitos cidadãos não tinham acesso aos serviços de saúde, a menos que estivessem contribuindo para a previdência social. Em resumo, o acesso era restrito a determinados grupos, principalmente trabalhadores formais. A criação do SUS, em 1988, com a nova Constituição Federal, foi resultado de intensas mobilizações sociais que buscavam reformas no sistema de saúde. O SUS foi concebido como um sistema de saúde universal, que deveria garantir atendimento integral e gratuito a todos os brasileiros, independentemente de sua condição socioeconômica. Seus princípios incluem universalidade, integralidade e equidade. A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) representou uma grande mudança na política de saúde brasileira, visando à universalização do acesso e à integralidade da atenção à saúde, destacando acertadamente a evolução da política de saúde no Brasil, sublinhando a transformação de um sistema fragmentado e exclusivo para um sistema de saúde, buscando universalidade e integralidade. REFERÊNCIA: SOLHA, Raphaela Karla Toledo. Sistema Único de Saúde — Componentes, Diretrizes e Políticas Públicas. Érica Saraiva, 2014. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788536513232/pageid/3. Acesso em: 18 out. 2023. 74ª QUESTÃO Resposta comentada: A gestão administrativa e financeira do SUS tem em vista garantir a equidade e a eficiência na alocação de recursos para os diferentes níveis de atenção à saúde em todo o país. O princípio da capitação ponderada é fundamental nesse contexto. A adoção de um modelo de financiamento que consideraas diferenças regionais, socioeconômicas e as complexidades dos serviços prestados permite que regiões com maior necessidade recebam recursos fornecidos para atender às suas demandas específicas. Isso evita desigualdades e garante que áreas com maior vulnerabilidade possam oferecer serviços adequados. O aumento dos valores da tabela de procedimentos do SUS, a fim de estimular a prestação de serviços de assistência à saúde, diminuindo gargalos do sistema, não é uma boa estratégia de financiamento, por estimular a realização de procedimentos em detrimento das ações de prevenção e promoção. A remuneração deve ser feita multidimensionalmente, considerando indicadores de população, características regionais e prestação de cuidados e resultados de cuidados por indicadores. REFERÊNCIA: Souza, Marina Celly Martins Ribeiro de. Enfermagem em saúde coletiva: teoria e prática / Marina Celly Martins Ribeiro de Souza, Natália de Cássia Horta. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. 75ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 43 de 68 Resposta comentada: Segundo o IV Consenso Brasileiro sobre Infecção por H. pylori, o uso de AINE, mesmo em doses baixas, aumenta o risco de úlcera e suas complicações. Suas principais complicações no trato gastrointestinal envolvem dispepsia, pirose, desconforto abdominal e sangramento por úlcera duodenal. A infecção por H. pylori também está relacionada ao risco aumentado de câncer gástrico, e seu tratamento está relacionado com a diminuição da taxa de câncer gástrico. A duração das terapias de erradicação do H. pylori deve ser de 14 dias, especialmente para a terapia tripla padrão (Amoxicilina + Claritromicina + IBP), por atingir altas taxas de erradicação, podendo ser complementado por mais tempo com IBP nos pacientes ainda sintomáticos. REFERÊNCIA: CONSENSUS. Arq. Gastroenterol. 55 (2). Apr-Jun 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0004-2803.201800000-20. Acesso em: 17 out. 2023. 76ª QUESTÃO Resposta comentada: I. CORRETA – Trata-se de um quadro de síndrome coronariana sem supradesnivelamento do seguimento ST, e a investigação se dá por dosagem deste marcador, pois apenas o eletrocardiograma sem alterações não exclui o diagnóstico. II. INCORRETA – As medicações que reduzem a mortalidade no quadro de síndrome coronariana aguda são AAS, clopidogrel e heparina. A morfina tem sido associada ao aumento da mortalidade, e deve ser utilizada apenas em casos indicados, em que o benefício é superior ao risco. III INCORRETA – A paciente em questão tem uma dor de início recente que pode não estar alterada na primeira dosagem de troponina ultrassensível (falso-negativo), porém é apresenta um quadro clínico muito sugestivo de equivalente anginoso (mulher com diabetes), o que já indica fazer uma segunda dosagem / repetir eletrocardiograma, que poderá alterar o padrão de normalidade inicial, além de ter indicação de medicações como AAS e clopidogrel, e não medicações para dispepsia. REFERÊNCIA: NICOLAU et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Angina Instável e Infarto Agudo do Miocárdio sem Supradesnível do Segmento ST – 2021. Arq Bras Cardiol. P 181 – 264, 2021. 77ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 44 de 68 Resposta comentada: Dentre os fatores comumente relacionados ao refluxo gastroesofágico estão: – Ingestão de alimentos que reduzam o PH estomacal, provocando aumento da acidez; – O enfraquecimento do esfíncter exofágico inferior (cárdia), o qual pode permanecer parcial ou totalmente aberto, permitindo o refluxo; – Hérnia de hiato, formando-se um alargamento no tubo digestório anteriormente ao diafragma, permitindo acúmulo de alimento e refluxo, geralmente pela passagem de parte do estômago em direção ao tórax. REFERÊNCIA: SILVERTHORN. Fisiologia humana. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 78ª QUESTÃO Resposta comentada: Em uma lesão leve, como a do caso em questão, não há necrose celular significativa. O que irá ocorrer é uma inflamação imediata, a inflamação aguda, para organizar e retirar qualquer detrito celular e, assim, iniciar o processo de reparo. Em seguida, se dará o processo de reparo tecidual. REFERÊNCIA: MITCHELL, Richard N. et al. Robbins & Cotran Fundamentos de Patologia. s.l.: Grupo GEN, 2017. E-book. ISBN 9788595151796. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151796/. Acesso em: 3 out. 2023. 79ª QUESTÃO Resposta comentada: Hidrocortisona intravenosa deve ser administrada a pacientes com diagnóstico suspeito, mas não confirmado, de insuficiência adrenal. Solução salina deve ser administrada para corrigir hipotensão e desidratação. Geralmente é necessário administrar 1 L rapidamente e mais 4 a 6 L durante as primeiras 24 horas para corrigir a hipotensão. O monitoramento cuidadoso da pressão arterial, do estado dos fluidos e dos níveis séricos de sódio e potássio deve ser mantido. A glicose deve ser administrada quando necessário para corrigir a hipoglicemia, mas deve-se tomar cuidado para evitar o agravamento da hiponatremia. O uso de solução salina normal suplementada com dextrose 5% é útil nesse sentido. A causa subjacente que precipitou a crise deve ser procurada e tratada e, quando o paciente estiver estável, o regime posológico normal pode ser retomado. A educação do paciente e dos familiares sobre os sintomas e as circunstâncias do risco de crise adrenal e as informações sobre como administrar os ajustes de dose da terapia de reposição de glicocorticoides podem prevenir novos episódios. Todos os pacientes são incentivados a portar um cartão de esteroides ou uma pulseira de alerta médico para informar a equipe médica. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Primary Adrenal insufficiency. Last updated, 3 maio 2022. 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 45 de 68 80ª QUESTÃO Resposta comentada: O uso de cremes antifúngicos com corticoides é muito utilizado pelos pacientes quando realizam automedicação. O problema desse costume popular é que, mesmo em se tratando de uma micose superficial, geralmente responsiva ao cetoconazol tópico, a melhora rápida, proporcionada pela betametasona, induz os pacientes à interrupção precoce do tratamento. As micoses superficiais devem ser tratadas com antifúngicos tópicos por períodos mais longos (2 a 6 semanas). Além disso, o uso prolongado de corticoide na região inguinal, nos cremes que fazem essa associação, pode ser danoso à pele dos pacientes, pois seu efeito é potencializado pelo calor e umidade das dobras cutâneas e seus efeitos adversos tornam-se mais comuns e precoces. O tratamento sistêmico pode ser associado, mas não é imperativo. REFERÊNCIAS: RIVITTI, Evandro A. Dermatologia de Sampaio e Rivitti. Grupo A, 2018. E-book. ISBN 9788536702766. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536702766/ Acesso em: 23 agosto 2023. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Dermatologia na Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde.- 1ª edição. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 81ª QUESTÃO Resposta comentada: A forma cutânea da blastomicose é consequente à disseminação da forma pulmonar. A forma cutânea primária só é considerada quando vem acompanhada de reação ganglionar (complexo cancroide). Início – pápulas, nódulos, pústulas com ulceração posterior – Granuloma (ulceroso ou verrucoso) apresentando bordas elevadas, talhadas a pique, microabscessos no fundo e granuloma nas bordas. Aspergilose invasiva: uma ou várias lesões salientes, levemente sensíveis à palpação, eritematosas, de progressão rápida, com um centro necrótico e muitas vezes ulcerado (ectima gangrenoso), observadas principalmente em pacientes imunocomprometidos. Podem ocorrer em caso de doença disseminada ou por invasão local após trauma. Ocasionalmente, queimaduras ou feridas cirúrgicas podem ser infectadas por Aspergillus. REFERÊNCIA: KONEMAN, Elmer W.; WINN, WashingtonC. Diagnóstico microbiológico: texto e atlas colorido. Rio de Janeiro: Medsi, 2014. MEZZARI, Adelina; FUENTEFRIA, Alexandre Meneghello. Micologia no laboratório clínico. São Paulo: Manole, 2012. 82ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 46 de 68 Resposta comentada: Comentários: As alternativas de I a IV estão corretas conforme a referência citada. A principal causa de mortes em jovens e adultos jovens é causa externa. REFERÊNCIA: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis no Brasil 2021-2030 [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 83ª QUESTÃO Resposta comentada: A paciente apresenta ascite e história prévia de etilismo. Além disso, tem hipoalbuminemia. A hipoalbuminemia provocada pela deficiente síntese de albumina reduz a pressão oncótica do plasma e concorre para a formação do edema. REFERÊNCIAS: COELHO, Eduardo Barbosa. Mecanismos de formação de edemas. Medicina (Ribeirão Preto), v. 37, n. 3/4, p. 189-198, 2004. DA SILVA, LEONARDO SOARES. MANEJO PRÁTICO DA ASCITE. BRITO, Ana Paula Santos Oliveira et al. Manejo da Ascite: revisão sistemática da literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 5, n. 1, p. 3022-3031, 2022. 84ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 47 de 68 Resposta comentada: Iniciar terapia antibacteriana empírica imediatamente após coleta de hemoculturas: Correta. O cenário clínico apresenta um caso de neutropenia febril, caracterizado pela febre e contagem de neutrófilos < 500 células/mm³ após quimioterapia. Neste contexto, a terapia antibacteriana empírica deve ser iniciada imediatamente após a coleta de hemoculturas, conforme as diretrizes para o manejo de neutropenia febril em pacientes com câncer. Aguardar resultados de hemoculturas antes de iniciar a terapia antibacteriana: Incorreta. Aguardar os resultados das hemoculturas pode atrasar o tratamento necessário em um caso de neutropenia febril, uma condição que pode progredir rapidamente e requer tratamento imediato com antibióticos de amplo espectro. Iniciar tratamento com antivirais e antifúngicos imediatamente: Incorreta. A abordagem inicial para neutropenia febril não inclui o uso imediato de antivirais e antifúngicos. A terapia antibacteriana empírica é a conduta padrão, e outras terapias podem ser consideradas com base em avaliações adicionais e resultados laboratoriais. Administrar corticosteroides para reduzir a inflamação: Incorreta. O uso de corticosteroides ou outros agentes imunossupressores não é recomendado neste contexto de neutropenia febril. Esses agentes podem mascarar a resposta inflamatória e não são parte do tratamento padrão para esta condição. Iniciar quimioterapia adicional imediatamente: Incorreta. A quimioterapia é a causa mais comum de neutropenia, e não há indicação para iniciar quimioterapia adicional imediatamente neste cenário. A prioridade é o tratamento da neutropenia febril, e a decisão sobre a continuação da quimioterapia deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa do paciente e da doença subjacente. REFERÊNCIA: FERREIRA, J. N. et al. Manejo da neutropenia febril em pacientes adultos oncológicos: revisão integrativa da literatura. Rev Bras Enferm [Internet], v. 70, n. 6, p. 1371-8, nov-dez 2017. 85ª QUESTÃO Resposta comentada: No caso do paciente em questão, os sintomas apresentados são sugestivos de esclerose múltipla. O exame mais indicado para auxiliar no diagnóstico da esclerose múltipla é a ressonância magnética (RM) do cérebro e da medula espinhal. Esse exame permitirá visualizar possíveis lesões desmielinizantes características da doença. REFERÊNCIA: National Multiple Sclerosis Society. (2019). Diagnosing MS. Disponível em: https://www.nationalmssociety.org/Symptoms-Diagnosis/Diagnosing-MS. Acesso em: 17 out. 2023. 86ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 48 de 68 Resposta comentada: A análise da série temporal das semanas epidemiológicas avaliadas pela vigilância epidemiológica do município de Palmas (300 mil habitantes), mostrou que, inicialmente, a incidência da dengue se mantém relativamente estável nas primeiras semanas (1 a 9), com valores variando entre 34,0 e 43,7. No entanto, a partir da semana 16, há um aumento significativo na incidência, atingindo valores mais elevados a cada semana subsequente. O ponto crítico ocorre nas semanas 18 a 20, onde a incidência atinge patamares muito altos, com valores de 101,3, 116,7 e 67,7, respectivamente. Esse pico indica uma fase de explosão da epidemia. Após a semana 20, há uma queda gradual na incidência. 87ª QUESTÃO Resposta comentada: Com base nos sintomas e no exame físico, o diagnóstico mais provável é de epistaxe anterior, que é o tipo mais comum de sangramento nasal. O tratamento inicial deve incluir a aplicação de pressão digital nas narinas, com o paciente apertando firmemente as narinas contra o septo nasal por cerca de 10 minutos. Isso ajuda a comprimir os vasos sanguíneos e reduzir o sangramento. Além disso, o uso de agentes hemostáticos tópicos, como o ácido tranexâmico ou a gelatina, pode ser eficaz na interrupção do sangramento e na prevenção de recidivas. O tamponamento nasal anterior é indicado apenas em casos de epistaxe refratária ou em situações em que a causa do sangramento é posterior, enquanto a cauterização química ou da artéria esfenopalatina é geralmente reservada para casos mais graves de epistaxe anterior que não respondem ao tratamento conservador. REFERÊNCIA: American Academy of Otolaryngology-Head and Neck Surgery. Clinical Practice Guideline: Epistaxis (Nosebleed). Otolaryngology-Head and Neck Surgery, 2019. 88ª QUESTÃO Resposta comentada: Temos um paciente com HAS e DM com DRC grave com distúrbio de potássio (hipercalemia grave), assim devemos suspender espironolactona, que é poupador de potássio e suspender metformina, por esta ter contraindicação em TFG menor que 30 mL. Deve-se realizar solução polarizante a fim de estabilizar membrana e furosemida para retirar K do paciente, caso não tenha efeito indicar diálise. A alteração esperada inicial no ECG é a onda T apiculada e simétrica, que pode deflagar arritmias instáveis e denotar gravidade do caso. REFERÊNCIAS: CECIL. Tratado de Medicina Interna. 22. ed. Rio de Janeiro: ELSEVIER, 2005. PORTO & PORTO. Exame clínico. 7. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. Capítulo 5. BICKLEY, L.S. BATES – Propedêutica Médica. 13. ed. Guanabara Koogan, 2022. ACLS – . American Heart Association, Suporte Avançado de Vida Cardiovascular – Manual para profissionais de saúde. 4. ed. 2015. 89ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 49 de 68 Resposta comentada: O paciente deve ter diagnóstico histopatológico para iniciar o tratamento mais adequado. Após o diagnóstico devemos realizar o rastreio para estadiamento do caso e, assim, decidir a melhor terapêutica ou paliar o paciente. A pele não é um local comum para metástase em geral. O tabagismo é o principal fator de risco para CA pulmonar. REFERÊNCIAS: CECIL. Tratado de Medicina Interna. 22. ed. Rio de Janeiro: ELSEVIER, 2005. PORTO & PORTO. Exame clínico. 7. ed. Rio de Janeiro: Edição Guanabara Koogan 2011. Capítulo 5. BICKLEY, L.S. BATES – Propedêutica Médica. 13. ed. s.l.: Guanabara Koogan, 2022. 90ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 50 de 68 Resposta comentada: A fotografia mostra úlcera com bordas enroladas e depressão central. Uma biópsia da lesão provavelmente mostraria núcleos em paliçada. O carcinoma basocelular (CBC), que é o tipo mais comum de tumor maligno da pele, geralmente se manifesta como uma úlcera de crescimento lento e que não cicatriza,com depressão central e bordas enroladas (úlcera de roedor), um nódulo branco perolado com telangiectasia superficial ou uma placa descamativa (CBC superficial). O histórico deste paciente de não usar filtro solar regularmente aumenta sua exposição aos raios UV, o que é um fator de risco para o desenvolvimento de CBC. O CBC facial normalmente ocorre acima da linha que une o lóbulo da orelha e o canto da boca (por exemplo, na testa, pálpebras, nariz, sulco nasolabial, lábio superior). O CBC é localmente invasivo, mas raramente metastatiza. DISTRATORES: O carcinoma espinocelular cutâneo (cSCC) é o segundo tipo mais comum de câncer de pele. Pode ocorrer na face, tem crescimento lento, é indolor e ocasionalmente ulcera, como visto aqui. Além disso, a idade avançada e a exposição crônica à luz UV são fatores de risco para CEC. No entanto, o CEC da face envolve normalmente as bochechas e o lábio inferior, em vez do nariz, e a forma ulcerada do CEC normalmente apresenta bordas evertidas, em vez das bordas enroladas vistas nesta fotografia. O hemangioma cereja é um tumor vascular da pele que normalmente se manifesta em adultos de meia-idade e idosos. No entanto, um hemangioma cereja aparece como uma pápula vermelha em forma de cúpula, não uma úlcera, e está geralmente localizado no tronco ou nas extremidades superiores, e não na face. O ceratoacantoma, que é um tipo de câncer de pele, ocorre mais comumente em indivíduos mais velhos e geralmente surge na pele danificada pela luz ultravioleta. No entanto, o ceratoacantoma se manifesta como um nódulo redondo e eritematoso com um tampão central contendo queratina. Além disso, os ceratoacantomas crescem rapidamente, dentro de 2 a 3 meses, ao contrário da lesão de crescimento lento neste paciente. A ceratose seborreica é um tipo de tumor benigno da pele comumente observado em indivíduos mais velhos. Pode surgir na face, mas aparece como uma mácula ou pápula verrucosa, gordurosa, semelhante à cera e de pigmentação escura, e não como uma úlcera. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Carcinoma basocelular. Última atualização em 26 de maio de 2022. 91ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 51 de 68 Resposta comentada: A paciente apresenta desconforto respiratório (dispneia aguda, hipoxemia) e estertores em base pulmonar na ausculta pulmonar. Em conjunto com sua história de hipertensão de longa data e mal controlada, ausculta com B4 e presença de peptídeo natriurético elevado, esses achados indicam edema pulmonar devido à insuficiência cardíaca aguda descompensada. O manejo inclui suplementação de oxigênio, posicionamento adequado (elevação da cabeceira do leito) e diuréticos de alça intravenosos, como a furosemida. A diurese resulta em diminuição da pré-carga cardíaca, a pressão venosa central e a pressão de oclusão capilar pulmonar, o que, por sua vez, reduz o edema pulmonar. Além disso, em pacientes com edema pulmonar, a furosemida provoca venodilatação transitória, reduzindo ainda mais a congestão pulmonar, mesmo antes do início da diurese. Se o desconforto respiratório persistir, o tratamento com vasodilatadores (por exemplo, nitroglicerina) pode ser iniciado para reduzir ainda mais a pré- carga. O betabloqueador pode ser utilizado no tratamento da hipertensão, especialmente em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva concomitante. Contudo, o metoprolol deve ser evitado em pacientes com insuficiência cardíaca aguda descompensada, que essa paciente muito provavelmente apresenta, pois esse medicamento diminui a contratilidade miocárdica, resultando em disfunção ventricular esquerda e agravamento adicional do edema pulmonar. A colocação de dreno torácico é indicada em pacientes com pneumotórax, hemotórax ou derrame pleural. Embora essa paciente apresente sintomas associados a essas condições (dispneia, hipoxemia), a ausculta normalmente revelaria diminuição dos sons respiratórios, em vez dos estertores nas bases pulmonares ouvidos na paciente. Corticosteroides intravenosos são administrados em pacientes com dificuldade respiratória devido à exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica. Embora a paciente tenha uma história de tabagismo de longa data, o que a coloca em risco aumentado de DPOC, a ausculta revelaria sibilos ou roncos, e não os estertores pulmonares em base pulmonar ouvidos aqui e não teria aumento do peptídeo natriurético sérico. Inotrópicos como a dobutamina são usados principalmente como medida de curto prazo em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e fração de ejeção reduzida com evidência de choque cardiogênico, hipoperfusão sistêmica e danos a órgãos-alvo. Os inotrópicos não são recomendados para pacientes com ICC com fração de ejeção preservada, como visto nessa paciente. REFERÊNCIA: CASTRO, IRAN. Livro-texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia. 3. ed. Editora Manole: s.l., 25 janeiro 2021. 976p. 92ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 52 de 68 Resposta comentada: A asserção I está correta, pois a anemia pode ser causada por deficiência de ferro, que é um componente crucial da hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte de oxigênio nos glóbulos vermelhos. A asserção II está incorreta. A eritropoietina é uma citocina que estimula a produção de eritrócitos (glóbulos vermelhos) na medula óssea, não de plaquetas. A asserção III está correta. As leucemias são um grupo de doenças caracterizadas pelo crescimento e desenvolvimento anormal de leucócitos, ou seja, é o câncer dos glóbulos brancos, que são as células de defesa do organismo. REFERÊNCIA: SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia humana. Grupo A. E-book. ISBN 9788582714041. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582714041/. Acesso em: 25 ago. 2023. 93ª QUESTÃO Resposta comentada: Dermatite atópica (DA) é uma doença cutânea inflamatória, crônica, comum, complexa e de etiologia multifatorial, que se manifesta clinicamente com prurido muitas vezes incapacitante, lesões recorrentes do tipo eczema e xerose, podendo evoluir para liquenificação. A distribuição e morfologia das lesões na pele são variáveis, com início em geral antes dos dois anos, e os pacientes apresentam antecedentes familiares e pessoais de atopia. O diagnóstico da DA é baseado na presença e no padrão de distribuição das lesões associadas aos achados clínicos e à história pessoal e familiar de atopia. Na dermatite do lactente, as lesões se iniciam cerca de dois meses após nascimento e acometem face (bochechas), couro cabeludo, tronco e superfície extensora dos membros, enquanto a dermatite da criança (fase pré-puberal 2 a 12 anos) a superfície flexora passa a ser mais acometida, com destaque às fossas poplítea e cubital. O tratamento consiste me cuidados com a pele (banho morno e hidratação pelo menos 2 vezes ao dia) e os corticoides tópicos são a primeira linha de tratamento para as crises agudas. REFERÊNCIA: Dermatite atópica grave: guia prático de tratamento da ASBAI e SBP — Prado E, et al. Page 10. Arq Asma Alerg Imunol — Vol. 6, n.° 4, 2022. 94ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 53 de 68 Resposta comentada: O processo observado no local de ferimento do paciente indica que os padrões moleculares associados ao patógenos e ao dano ativam células sentinelas (macrófagos, células dendríticas, mastócitos) para secretar citocinas e outros mediadores. Alguns desses mediadores (interleucina-1, fator de necrose tumoral) aumentam a expressão de moléculas de adesão endotelial e quimiocinas que irão induzir o movimento de leucócitos das vênulas pós-capilares para os tecidos (local do ferimento). Esses leucócitos destroem os micro-organismos e removem células danificadas. O processo observado no local de ferimento do paciente indica os padrões moleculares associados ao patógenos e ao dano. Quanto aos padrões moleculares associados ao patógenos e ao dano, eles não produzem proteínas do tipo NK, uma vez que as NK são células, e não proteínas,ao passo que as plaquetas estão presentes no sangue, e não nos micro-organismos. Quanto aos padrões moleculares associados ao patógenos e ao dano, eles não expressam receptores de membrana, principalmente dos eritrócitos, que são células sanguíneas. Quanto aos padrões moleculares associados ao patógenos e ao dano, eles não estimulam a produção de clones celulares nem de células de memória; essa é uma característica dos linfócitos B, responsáveis pela imunidade, ao passo que o combate a infecções é realizada pelos leucócitos. Quanto aos padrões moleculares associados ao patógenos, eles não aceleram a produção de polipeptídios glicanos nem se ligam as proteínas killer; sua função é na ativação das células sentinelas. REFERÊNCIA: ABBAS, Abul K. et al. Imunologia Celular e Molecular. 10. ed. Disponível em: Minha Biblioteca. s.l.: Grupo GEN, 2023. Acesso em: 3 out. 2023. 95ª QUESTÃO Resposta comentada: Com base nas características descritas (tamanho moderado, conteúdo líquido claro e septações finas), este cisto ovariano é mais provável de ser um cisto funcional benigno, como um cisto folicular ou cisto lúteo. A conduta inicial adequada é monitorar o cisto por meio de ultrassonografias seriadas para verificar se há aumento significativo ou alterações nas características do cisto ao longo do tempo. Se o cisto permanecer estável ou diminuir de tamanho, a abordagem conservadora é geralmente apropriada. No entanto, se houver mudanças preocupantes, como crescimento significativo ou características suspeitas, o encaminhamento para um especialista em ginecologia é indicado para avaliação adicional e possível intervenção. REFERÊNCIA: HOFFMAN, Barbara L.; SCHORGE, John O.; HALVORSON, Lisa M. et al. Ginecologia de Williams. Rio de Janeiro: Grupo A, 2014. E-book. ISBN 9788580553116. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553116/. Acesso em: 02 out. 2023. 96ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 54 de 68 Resposta comentada: O tratamento da doença inflamatória pélvica (DIP) deve ter como objetivos a prevenção do dano tubário e a preservação da vida. A DIP leve e moderada sem formação de abscesso (graus I e II) pode ser mantida ambulatorialmente. Doença moderada a grave com pelviperitonite e formação de abscesso tubo-ovariano ou pélvico, sinais de choque, falta de resposta ao tratamento oral e condições socioeconômicas precárias são considerados critérios para hospitalização das pacientes. O esquema terapêutico de primeira linha em pacientes com critérios de internação consiste no uso de antimicrobianos de administração parenteral e na transição para a via oral em 24 a 48 horas após melhora clínica, devendo ser mantida por 14 dias. A videolaparoscopia é reservada para os casos de dúvida diagnóstica e de ausência de resposta à terapia parenteral por 72 horas. Segundo o Manual de Doenças infecciosas da FEBRASGO, não existem evidências que indiquem a necessidade de remoção do DIU nas portadoras de DIP. O Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: Doença inflamatória pélvica afirma que a remoção do DIU não deve ser, necessariamente, realizada nos casos leves e moderados da doença inflamatória pélvica, mas deve ser considerada caso a usuária deseje fazê-lo ou se não houver melhora clínica após 72 horas da antibioticoterapia, ou, ainda, em casos de doença inflamatória pélvica severa. Porém, quando indicada, a remoção só deve ocorrer após duas doses do esquema terapêutico. Nesses casos, deve-se orientar o uso de métodos de barreira ou hormonais. REFERÊNCIA: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. s.l.: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 9 out. 2023. 97ª QUESTÃO Resposta comentada: O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas com um indivíduo, uma família ou um grupo, resultante da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar. Geralmente, o PTS é dedicado a situações mais complexas, buscando a singularidade como elemento central. Será importante, para isso, reconhecer as prioridades que o sujeito elenca (o que para ele é mais importante e/ou viável) e o que do ponto de vista da equipe é mais urgente e/ou viável. Importante considerar outros atores, como familiares e cuidadores. É indicado que essa pactuação seja realizada pelo profissional que possua maior vínculo com o sujeito, por ser um momento de planejamento conjunto e também de negociação. A equipe pode construir com o usuário uma forma de registro para que ele, familiares e cuidadores possam acompanhar o planejamento e desenvolvimento do PTS, como quadro com atividades, atendimentos, pessoas de referência, ações de autocuidado a lembrar em seu cotidiano (por exemplo, cuidados com alimentação, cuidados com ambiente doméstico para prevenção de quedas, horários e dias das medicações, se houver). REFERÊNCIA: RIO GRANDE DO SUL. Secretaria Estadual de Saúde. Projeto Terapêutico Singular na Atenção Primária à Saúde. Divisão de Atenção Primária à Saúde — Porto Alegre: Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, 2022. Tiragem: 1ª edição — 2022 — versão eletrônica. Disponível em: <https://admin.atencaobasica.rs.gov.br/upload/arquivos/202207/05102205-07101125-pts- 1.pdf> Acesso em: 24 de agosto 2023 98ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 55 de 68 Resposta comentada: O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento no qual a criança tem uma tríade clássica, caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Para o diagnóstico, deve-se obedecer aos critérios do DSM-V da Academia Americana de Psiquiatria. As dificuldades se manifestam precocemente e influenciam o funcionamento pessoal, social, acadêmico ou pessoal. São cinco os critérios diagnósticos (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013). Vale ressaltar que, não raro, crianças com TDAH podem apresentar atraso na linguagem e alterações sensoriais, como a criança citada, que não preenche critérios para TEA ou TOD, requeridos também no DSV. O tratamento do TDAH é feito com psicoestimulantes como primeira escolha. O metilfenidato, sendo droga da referida classe, está bem indicado para o paciente. Pelo exposto, a alternativa correta seria: Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Metilfenidato. REFERÊNCIAS: Mechler, K., Banaschewski, T., Hohmann, S., & Häge, A. (2022). Evidence-based pharmacological treatment options for ADHD in children and adolescents. Pharmacology & therapeutics, 230, 107940. https://doi.org/10.1016/j.pharmthera.2021.107940; Drechsler, R., Brem, S., Brandeis, D., Grünblatt, E., Berger, G., & Walitza, S. (2020). ADHD: Current Concepts and Treatments in Children and Adolescents. Neuropediatrics, 51(5), 315– 335. https://doi.org/10.1055/s-0040-1701658 Posner, J., Polanczyk, G. V., & Sonuga-Barke, E. (2020). Attention-deficit hyperactivity disorder. Lancet (London, England), 395(10222), 450–462. https://doi.org/10.1016/S0140- 6736(19)33004-1 99ª QUESTÃO Resposta comentada: A saúde das pessoas LGBTQIAPN+ engloba uma série de particularidades que vão além da prevenção de ISTs. Essas particularidades podem envolver, por exemplo, questões relacionadas à hormonioterapia para pessoas trans, cuidados com a saúde mental diante de discriminações ou rejeições sociais, e a necessidade de atendimento humanizado sem julgamentos baseados em orientação sexual ou identidade de gênero. Além disso, o atendimento a essa população exige uma abordagem integrada, pois muitos dos desafios de saúde enfrentados pela população LGBTQIAPN+ são interligados. Por exemplo, estresse relacionado à discriminação pode levar a problemas de saúde mental e física. REFERÊNCIA: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais / Ministérioda Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. 100ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 56 de 68 Resposta comentada: Menor de 9 meses tem como marcos do desenvolvimento: – Transfere objetos de uma mão para outra. – Pinça polegar-dedo. – Balbucia. – Senta sem apoio. – Estranhamento (tem preferência por pessoas do seu convívio). – Brinca de "esconde-achou". – Tem crianças que engatinham, tem outras que já andam sem engatinhar. Engatinhar não é um marco obrigatório. Deve-se seguir calendário de puericultura, já que o lactente se encontra com desenvolvimento neuropsicomotor adequado, não sendo necessário encaminhamento para o especialista. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. Barueri, SP: Editora Manole, 2021. 101ª QUESTÃO Resposta comentada: Os sintomas e sinais apresentados pela paciente sugerem o diagnóstico de endometriose, que nem sempre é identificada ao exame comum de ultrassonografia. A ultrassonografia com preparo intestinal poderia acrescentar informações e até esclarecer o diagnóstico. Nas opções apresentadas, a RNM é um exame com elevada acurácia no diagnóstico da endometriose. A tomografia computadorizada não tem boa capacidade para distinguir entre os diversos tecidos moles, apresentando dificuldades em diferenciar e delimitar os órgãos pélvicos em relação às lesões. Como o tecido é fora da cavidade uterina, a histeroscopia e a retossigmoidoscopia não trariam informações para confirmação do diagnóstico. REFERÊNCIA: FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. s.l.: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 9 out. 2023. 102ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 57 de 68 Resposta comentada: O quadro clínico apresentado trata de um caso de crescimento fetal restrito estágio 5, portanto, com indicação de interrupção imediata da gestação. Como não há tratamento efetivo para reverter ou interromper a progressão da insuficiência placentária, a avaliação da vitalidade fetal e a decisão do momento do parto são as principais estratégias no manejo desses fetos. Quanto à insuficiência placentária, enquanto se adota a conduta obstétrica expectante, monitoram-se a maturidade e a vitalidade fetais, com antecipação do parto, quando a primeira estiver presente ou a segunda comprometida. No crescimento fetal restrito estágio 5 há grande probabilidade de acidose fetal, e alto risco de óbito fetal. É definido com doppler do ducto venoso com onda A reversa, cardiotocografia computadorizada < 3 ms ou desacelerações da frequência cardíaca fetal. A conduta deve ser parto por cesárea eletiva no momento do diagnóstico, a depender da viabilidade da UTI Neonatal. Nas idades gestacionais mais precoces, os pais devem ser aconselhados sobre os riscos de sequelas. REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. GABBE, Steven G. Obstetrícia. [s.l]: Grupo GEN, 2015. E-book. ISBN 9788595153882. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595153882/. Acesso em: 9 out. 2023. 103ª QUESTÃO Resposta comentada: O caso relata um quadro clássico de evolução da fístula e abscesso perianal associado. O tratamento para o caso, no primeiro momento, é realizar a drenagem do abscesso, e somente após melhora do quadro realizar a cirurgia de correção da fístula perianal de forma eletiva. As demais alternativas estão incorretas: A técnica de Milligan Morgan é utilizada para tratamento da doença hemorroidária, e os achados relatados sugerem fístula perianal. A fissura perianal crônica apresenta o plicoma sentinela como uma prega de pele excedente próximo à margem anal, e não um orifício. O toque retal deve ser realizado como rotina na avaliação das doenças anorretais, e a dor não contraindica a realização. A regra de Goodsall-Salmon dita o trajeto da fístula, e não da fissura perianal. REFERÊNCIA: SABISTON, David C. et al. Sabiston tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 20. ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2019. 2 v. 104ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 58 de 68 Resposta comentada: Manejo de cálculos <10 mm e sem complicações: O tratamento clínico agudo para cólica renal ou ureteral inclui terapia conservadora, como hidratação, analgesia (um AINE e/ou opioide) e antieméticos. Os AINEs devem ser oferecidos como primeira linha, a menos que haja contraindicação (por exemplo, pacientes com risco de comprometimento renal, insuficiência cardíaca, ulceração gástrica). Os AINEs parentais fornecem alívio para a dor mais sustentado, com menos efeitos adversos, comparados aos opioides. Pacientes com cálculos ureterais recém-diagnosticados <10 mm e que não apresentam fatores complicadores (urosepse, dor intratável, insuficiência renal aguda iminente, obstrução de um rim solitário ou transplantado ou obstrução bilateral) podem ser tratados de forma expectante. Muitos cálculos ureterais <10 mm são expelidos espontaneamente, estando a taxa de expulsão exata relacionada com o tamanho e a localização. A TCE com base em um alfabloqueador, como a tansulosina, a alfuzosina ou a silodosina, pode ser benéfica para promover a expulsão de cálculos ureterais distais maiores (mas ainda <10 mm); no entanto, as taxas de eficácia têm sido questionadas. Se houver passagem espontânea dos cálculos, a maioria ocorrerá dentro de 4 a 6 semanas. Intervenção cirúrgica é indicada na presença de obstrução persistente, ausência de movimentação do cálculo, sepse ou cólica persistente ou progressiva. Tais pacientes, em geral, são acompanhados com exames de imagem periódicos, com uma radiografia de rins, ureteres e bexiga (RUB) e ultrassonografia renal ou uma tomografia computadorizada (TC) sem contraste do abdome e pelve para monitorar a posição do cálculo e o grau de hidronefrose. REFERÊNCIA: BMJ Best Practice. Nefrolitíase. Última atualização: 12 set. 2018. 105ª QUESTÃO Resposta comentada: A hemoglobina glicada é um dos exames utilizados para o diagnóstico de diabetes mellitus e também é um bom parâmetro para controle do tratamento. Seu valor normal é igual ou inferior a 5,6%; valores entre 5,7 e 6,4%, indicam pré-diabetes; valores iguais ou superiores a 6,5% indicam diabetes mellitus, porém há necessidade de se repetir o exame para confirmação diagnóstica. REFERÊNCIA: Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/diagnostico-e-rastreamento-do-diabetes-tipo-2/. 106ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 59 de 68 Resposta comentada: Conforme as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (2016), com atualizações em maio de 2021, o recém-nascido a termo deve ser avaliado ao nascer: nasceu chorando/respirando e com tônus muscular em flexão, deve ser posicionado pele a pele com a mãe, seu corpo e segmento cefálico coberto com tecido de algodão seco e aquecido e seu cordão umbilical clampado entre 1-3 minutos. Manter via aérea pérvia, aspirar secreções, se necessário, e avaliar continuamente sua vitalidade. O boletim de Apgar é determinado no primeiro e quinto minuto, mas não é utilizado para indicar procedimentos na reanimação neonatal. Os passos iniciais de estabilização e avaliação, quando não suficientes para determinar uma respiração espontânea regular, deve ser seguido pela ventilação por pressão positiva, que deve ser iniciada nos primeiros 60 segundos após o nascimento. REFERÊNCIA: Bibliografia: Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN-SBP; Conselho Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria.Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2022. https://doi.org/10.25060/PRN-SBP-2022-2. 107ª QUESTÃO Resposta comentada: A prevenção pode ser feita nos períodos de pré-patogênese e patogênese. A prevenção primária se faz com a intercepção dos fatores pré-patogênicos e inclui promoção da saúde e proteção específica. A prevenção secundária é realizada no indivíduo, já sob a ação do agente patogênico, no nível do estado de doença, inclui diagnóstico, tratamento precoce e limitação da invalidez. A prevenção terciária consiste na prevenção da incapacidade mediante adoção de medidas destinadas à reabilitação (ROUQUAYROL, 2017). No caso em questão são considerados prevenção PRIMÁRIA: 1. Vacinação de 100% das crianças, na faixa etária de 0 a 5 anos de idade, com as vacinas BCG, pentavalente e a vacina inativada poliomielite (VIP). 2. Expansão da rede de água tratada para 100% da população urbana e 50% para a rural no ano de 2023. 3. Intensificação da inspeção dos domicílios para busca de focos do mosquito Aedes aegypti e seus criadouros. 108ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 60 de 68 Resposta comentada: Na febre reumática, a complicação mais grave que pode ocorrer é a cardite reumática. A cardite reumática envolve inflamação das válvulas cardíacas, o que pode levar a danos permanentes nas válvulas e causar doença cardíaca reumática crônica. Essa é uma complicação séria da febre reumática e pode resultar em disfunção cardíaca a longo prazo. As outras opções de resposta estão associadas a diferentes manifestações da febre reumática: Artrite reumática refere-se à inflamação das articulações, sendo uma característica comum da febre reumática, mas geralmente não é considerada tão grave quanto a cardite. Coreia reumática é um distúrbio neurológico que pode ocorrer como uma manifestação da febre reumática, e, embora seja preocupante, não é tão grave quanto a cardite. Nódulos subcutâneos são pequenos nódulos debaixo da pele que podem se formar como resultado da febre reumática. Embora sejam uma manifestação da doença, não representam a mesma ameaça à saúde cardíaca que a cardite. Erupção cutânea é outra manifestação possível da febre reumática, mas, novamente, não é tão grave quanto a cardite. É importante que ela seja adequadamente tratada e acompanhada por um cardiologista para evitar danos cardíacos permanentes. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v. 1. Barueri. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476. 109ª QUESTÃO Resposta comentada: As demais alternativas não apresentam princípios do SUS e da PNAB. Princípios do SUS (Lei 8.080/1990): I – Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência. II – Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema. III – Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral. IV – Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V – Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; VI – Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; VII – Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; VIII – Participação da comunidade; IX – Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo. Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 61 de 68 (Portaria 2.436/2017): I – Princípios: a) Universalidade; b) Equidade; c) Integralidade. II – Diretrizes: a) Regionalização e Hierarquização: b) Territorialização; c) População Adscrita; d) Cuidado centrado na pessoa; e) Resolutividade; f) Longitudinalidade do cuidado; g) Coordenação do cuidado; h) Ordenação da rede; i) Participação da comunidade REFERÊNCIAS: BRASIL. Lei 8080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 1990. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n.º 2.436 de 21 de setembro de 2017. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 2017 110ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 62 de 68 Resposta comentada: Paciente com evolução aguda, menos de 6 horas, não apresenta sinais clínicos de sofrimento de alça, como náuseas e vômitos, sem alteração dos sinais vitais, que consideramos. Uma hérnia inguinal encarcerada, não redutível. A protrusão do conteúdo herniário medial aos vasos epigástricos é designada como hérnia inguinal direta (Quando lateral aos vasos = hérnia inguinal indireta). O reparo cirúrgico urgente é indicado para as hérnias agudas encarceradas. A abordagem cirúrgica ideal não é conhecida, mas uma abordagem laparoscópica pode ser considerada na ausência de estrangulamento. Às vezes, é possível reduzir uma hérnia encarcerada com o paciente sedado, mas é preciso tomar cuidado para se evitar empurrar uma porção morta do intestino com o saco herniário para dentro da cavidade peritoneal (hérnia em massa). O reparo com tela é indicado se o intestino for viável, mas o reparo sem tela é indicado se o intestino for inviável ou se a sua viabilidade for duvidosa. Na ausência de necrose ou contaminação, o intestino pode ser reduzido e a hérnia reparada com uma tela. Se o intestino não for viável (gangrenoso) ou for constatada contaminação durante a cirurgia, geralmente a ressecção do intestino é necessária, sendo feito um reparo da hérnia com tecido primário sem tela. Deve-se evitar o reparo com tela nesta situação por causa do risco de infecção da tela. REFERÊNCIAS: SABISTON, D. C. Jr. et al. Tratado de cirurgia: A Base Biológica da Prática Cirúrgica Moderna. 19. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. BMJ Best Practice. Hérnias inguinais em adultos. Última atualização em 29 jul 2022. 111ª QUESTÃO Resposta comentada: Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de- conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2023/boletim-epidemiologico-volume-54- no-06/. Acesso em: 18 out. 2023. 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 63 de 68 112ª QUESTÃO Resposta comentada: A conduta adequada é encaminhar o paciente para USG de aorta abdominal e nova consulta em 6 meses devido ao tamanho do aneurisma. 1. Monitoramento: As diretrizes do American College of Cardiology Foundation/American Heart Association recomendam que AAAs infra/justarrenais medindo 4,0 a 5,4 cm de diâmetro por ultrassonografia/TC devem ser monitorados a cada 6 a 12 meses. Aneurismas da aorta abdominal <4,0 cm requerem ultrassonografia a cada 2 a 3 anos. O National Health Service do Reino Unido recomenda que intervalos anuais de rastreamento sejam empregados para AAAs de 3,0 a 4,4 cm e intervalos de 3 meses para AAA de 4,5 a 5,4 cm. Uma revisão sistemática e metanálise de dados individuais de pacientes concluiu que intervalos de vigilância de 2 anos para AAA de 3,0 a 4,4 cm e 6 meses para AAA de 4,5 a 5,4 cm são seguros e custo-efetivos. A análise das taxas de crescimento e ruptura do aneurisma da aorta abdominal indicou que, para manter o risco de ruptura do aneurisma da aorta abdominal <1%, é necessário um intervalo de 8,5 anos de vigilância para homens com aneurisma da aorta abdominal com diâmetro inicial de 3,0 cm. O respectivo intervalo de vigilância estimado para homens com aneurismas, cujo diâmetro inicial é de 5,0 cm, foi de 17 meses. Apesar de apresentar taxas de crescimento semelhantes para aneurismas pequenos, as taxas de ruptura foram quatro vezes maiores nas mulheres em comparação com os homens. Os programas e critérios devigilância para considerar a cirurgia precisam ser adaptados para mulheres com aneurisma da aorta abdominal detectada de forma oportunista. REFERÊNCIAS: BMJ Best Practice. Aneurisma de Aorta abdominal. Última atualização em 07 de agosto de 2020. Espinosa G, Filippo M, Steffan R. Tratamento endovascular do aneurisma de aorta. In: Colégio Brasileiro de Cirurgiões; Manso JEF, Silva FCD, organizadores. PROACI Programa de Atualização em Cirurgia: Ciclo 10. Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2014. p. 39‑67. (Sistema de Educação Médica Continuada a Distância, v. 2). 113ª QUESTÃO Resposta comentada: O caso clínico é compatível com a criança parasitada por Enterobius vermicularis. Os sinais clínicos são: prurido na região anal, principalmente noturno, em decorrência da migração das fêmeas à região anal para postura dos ovos. REFERÊNCIA: JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, Fábio A. Tratado de pediatria. v. 1. Barueri. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555767476. 114ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 64 de 68 Resposta comentada: Considerando que, no momento da realização do procedimento, a lidocaína disponível é sem vasoconstritor, fazemos o seguinte cálculo: 76 k x 5 mg = 380 mg. Dividindo por 20 pela apresentação de 20 mg/mL da ampola, temos 19 mL de anestésico para utilização. Vale ressaltar que, na possibilidade de utilização de anestésico com vasoconstritor, a epinefrina propicia redução da toxicidade e maior utilização de volume (7 mg/kg). Os eventos adversos vão desde uma taquiarritmia sinusal até parada cardiorrespiratória. Dividem-se em dois grandes grupos (neurológicos e cardiovasculares), sendo a crise convulsiva situação esperada nos eventos tóxicos; no entanto, a necrose só poderia ser vista em uma situação de uso do anestésico com vasoconstritor e em extremidades minimamente vascularizadas, o que não retrata o caso descrito. REFERÊNCIAS: Tratado de Cirurgia, Sabiston. 19 ed. 2019. SAVASSI-ROCHA, Paulo Roberto. Cirurgia de Ambulatório. Rio de Janeiro: Ed. MedBook, 2013. 115ª QUESTÃO Resposta comentada: Trata-se de uma crise de asma grave, devido à taquipneia, taquicardia, sibilos inspiratórios e expiratórios e SatO2 menor que 91%. O. tratamento adequado corresponde ao uso de corticoide oral ou endovenoso, beta 2 agonista inalatório a cada 20 minutos, brometo de ipatrópio inalatório e oxigenioterapia, na primeira hora. Se não houver melhora, após uma hora, adiciona-se o sulfato de magnésio endovenoso. Os demais distratores que classificam como leve ou moderado estão incorretos. O distrator que considera uso de sulfato de magnésio endovenoso na primeira hora também não está correto. REFERÊNCIA: 2023 GINA Main Report. Disponível em: https://ginasthma.org/2023-gina-main-report/. Acesso em: 18 out. 2023. 116ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 65 de 68 Resposta comentada: Na hipoperfusão renal, o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) é ativado, ou seja, os rins liberam renina, o que leva à ativação e à liberação de angiotensina II e aldosterona. O aumento da aldosterona eleva a reabsorção de sódio e a secreção de potássio e prótons nos túbulos coletores renais. Além disso, a angiotensina II aumenta a taxa de filtração glomerular e estimula a reabsorção de sódio no túbulo proximal. À medida que o sódio é reabsorvido, a água segue do filtrado glomerular para o interstício renal. Esse deslocamento de fluido para os capilares peritubulares leva ao aumento do fluido intravascular e ao aumento da pressão sanguínea. DISTRATORES: Quando o RAAS é ativado, o aumento da aldosterona atuará nos túbulos coletores do néfron para aumentar a secreção de prótons. Esse efeito aumentaria, em vez de diminuir, a excreção de prótons. Quando o SRAA é ativado, o aumento da aldosterona atuará nos túbulos coletores do néfron para aumentar a secreção de potássio. Esse efeito aumentaria, em vez de diminuir, a excreção de potássio. A reabsorção de ureia ocorre no túbulo proximal e no ducto coletor, e espera-se que seja aumentada na hipovolemia. A perda de volume causa aumento dos níveis de ADH, o que induz a expressão de transportadores de ureia nos ductos coletores medulares, levando a um aumento da reabsorção de ureia. A reabsorção de ureia nos ductos coletores é essencial para manter o gradiente osmótico medular interno que permite a retenção máxima de água filtrada. A ureia também é reabsorvida no túbulo proximal por difusão através do arrasto de solvente de outros eletrólitos. Esse mecanismo também é aumentado em estados hipovolêmicos por causa do aumento da concentração de urina e da concentração de eletrólitos intersticiais. Sob condições fisiológicas, a creatinina é removida do sangue por filtração glomerular e secreção tubular a uma taxa relativamente constante. Embora a creatinina possa ser absorvida no trato gastrointestinal (suplementos dietéticos ou carne), há pouca ou nenhuma reabsorção tubular renal de creatinina. Devido à diminuição da perfusão renal, este paciente corre o risco de diminuição da filtração glomerular e, portanto, aumento da creatinina sérica. No entanto, qualquer aumento na creatinina sérica é resultado da diminuição da depuração (diminuição da TFG) e não do aumento da absorção renal. REFERÊNCIA: HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall. Fundamentos de Fisiologia. [Cap.78]: Grupo GEN, 2017. E-book. ISBN 9788595151550. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151550/. Acesso em: 09 mai. 2023. 117ª QUESTÃO 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 66 de 68 Resposta comentada: O ultrassom é frequentemente utilizado como parte da avaliação inicial de um nódulo tireoidiano quando o TSH está normal ou aumentado, a fim de determinar suas características como tamanho, forma, presença de calcificações e vascularização. A PAAF é realizada se o ultrassom indicar características suspeitas e se há necessidade de análise citológica. As outras alternativas não são os passos iniciais recomendados na investigação de um nódulo tireoidiano. REFERÊNCIA: JAMESON, J., L. et al. Medicina interna de Harrison. 20. ed. s.l.: Grupo A, 2019. Cap. 378. Doença nodular e câncer da tireoide. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 17 out. 2023. 118ª QUESTÃO Resposta comentada: Paciente apresenta quadro de Transtorno Depressivo Maior: Humor irritável (criança/adolescente), diminuição do interesse ou prazer nas atividades, insônia com sonolência diurna, capacidade reduzida de concentração e queda do rendimento escolar. Os sintomas estão presentes há mais de duas semanas. Experiências adversas na infância constitui fator de risco para desenvolvimento da depressão, como o bullying. Assim, é preciso haver uma atenção quanto à ocorrência de bullying, inclusive com envolvimento de escola, equipe de saúde e pais. A fluoxetina e o escitalopram são aprovados pelo FDA para o tratamento de depressão maior na infância e adolescência. O risco do aumento de pensamentos e ideação suicidas é pequeno, se comparado ao benefício do tratamento com os antidepressivos ou com as complicações que podem decorrer do quadro não tratado. O risco de suicídio é real para o caso e não deve ser menosprezado. Esse paciente não apresenta indicação para tratamento com psicoestimulante, pois sua desatenção é um sintoma do quadro depressivo e não encaixa nos critérios diagnósticos de TDAH. REFERÊNCIA: American Psychiatric Association. (2016). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.). Arlington, VA: American Psychiatric Publishing. 119ª QUESTÃO Resposta comentada: O risco de malignidade do nódulo BI-RADS 5 é considerado alto, sendo um achado classificado como altamente sugestivo de câncer de mama. Não é necessário ultrassonografia para confirmar se o achado é nodular ou cístico porque a imagem é espiculada. O passo a seguir é realizar a biópsia da lesão, preferencialmente por core biopsy. A PAAF está indicada para investigaçãode linfonodos ou nódulos palpáveis. REFERÊNCIAS: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Biópsias mamárias. São Paulo: FEBRASGO; 2021 (Protocolo FEBRASGO-Ginecologia, n. 88/Comissão Nacional Especializada em Imaginologia Mamária). FERNANDES, Cesar E. Febrasgo – Tratado de Obstetrícia. s.l: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154858. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154858/. Acesso em: 9 out. 2023. 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 67 de 68 120ª QUESTÃO Resposta comentada: A anemia ferropriva (por deficiência de ferro) surge a partir do desequilíbrio entre ingesta e absorção do nutriente, situações de demanda aumentada ou perda crônica. Nos adultos é em geral associada à perda crônica de sangue, tanto por hipermenorreia ou menorragia em mulheres em idade fértil quanto pelo trato gastrintestinal. A paciente da questão informa estar no período de menopausa, além de possuir exame de sangue oculto nas fezes positivo, indicando perda gastrointestinal. Os exames também revelam microcitose e índice de anisocitose eritrocitária (RDW) elevada, sendo dois critérios presentes na anemia ferropriva. O seu tratamento inclui fundamentalmente encontrar a causa da deficiência de ferro e também tratá-la adequadamente com reposição de ferro elementar via oral até de 3 a 6 meses, devendo estender-se até a normalização dos estoques de ferro. REFERÊNCIA: Porto, Celmo, C. e Arnaldo Lemos Porto. Clínica Médica na Prática Diária. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Grupo GEN, 2022. 000096.43001b.e7c8b0.80f122.d6f9a7.58b214.2a0467.a0523 Pgina 68 de 68