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Qual a diferença entre ciência jurídica e a filosofia jurídica?

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Welson sousa

boa pergunta, to querendo saber a resposta também ! 

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LR

Filosofia do Direito Ciência Jurídica
Definição Houaiss: Para verbete 'Filosofia': "investigação da dimensão essencial e ontológica do mundo real, ultrapassando a opinião refletida do senso comum que se mantém cativa da realidade empírica e das aparências sensíveis"; "no âmbito das relações com o conhecimento científico, conjunto de princípios teóricos que fundamentam, avaliam e sintetizam as ciências particulares, contribuindo para o desenvolvimento destes muitos ramos do saber" (HOUAISS, 2009: 897). Definição Houaiss: Para verbete 'Ciência': "corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados metódica e racionalmente"; "cada um dos inúmeros ramos particulares e específicos do conhecimento, caracterizados por sua natureza empírica, lógica e sistemática, baseada em provas, princípios, argumentações ou demonstrações que garantam ou legitimem a sua validade" (HOUAISS, 2009: 463).
Palavra chave: Essência; Metafísica; Palavra chave: Prova; História.
Definição Bobbio: "Para nós, a filosofia do direito apresenta-se, sobretudo, sob duas formas: como ideologia jurídica, isto é, como posição de valores ideais (em particular o valor da justiça) baseados nos quais aprovamos e condenamos as ações dos homens e as leis mesmas que os governam; e como metodologia jurídica, isto é, como critica do conhecimento jurídico. Pode-se dizes com outras palavras que a filosofia do direito coloca-nos exclusivamente dois problemas: o problema axiológico (o problema do valor) e o problema critico (o problema do método científico), porém acrescendo uma advertência de que os dois problemas derivam de uma única e fundamental atitude diante da realidade, tanto é verdadeiro que o problema axiológico implica uma crítica (crítica de agir) e o problema crítico implica uma axiologia (isto é, uma doutrina do critério de verdade)." (BOBBIO, 2011: 295). Definição Bobbio: O "estudo do conceito do direito (competência ontológica) e da pesquisa das leis constantes da formação jurídica (competência fenomenológica) (...) são problemas científicos, que fazem parte, portanto, não da filosofia do direito, mas da ciência jurídica em seu significado mais amplo" (BOBBIO, 2011: 296-297); "O problema do conceito do direito (que consiste em dizer o que o direito é [direito]) distinto do problema do valor do correto (que consiste em dizer que coisa o direito pode ser [filosofia]) é um problema empírico; e como tal (segundo o que veremos melhor adiante quando falaremos da natureza da ciência) é um problema científico. Trata-se de estabelecer, não aquilo que é idealmente justo [filosofia], mas aquilo que é de fato, na realidade, jurídico, e que não se pode fazer a não ser baseando-se na experiência jurídica, isto é, sopram os direitos efetivamente (se não atualmente) vigentes, ou direitos históricos (para estudar-se, portanto, não metafisicamente, mas historicamente). Posso dizer que o direito é instituição, e mais precisamente, uma espécie particular de instituição (a instituição organizada que implica uma autoridade e uma distribuição das funções de seus membros), e com isto distingo a sociedade jurídica, por exemplo, da comunidade espiritual etc. Posso, além disso, dizer que o direito é relação, e mais precisamente uma espécie particular de relação (a relação intersubjetiva recíproca): e, além disso, distingo a relação jurídica da relação econômica, da relação moral etc. Todas essas três formulações do conceito de direito - o direito como norma, o direito como instituição, o direito como relação - às quais se pode reconduzir as principais teorias sustentadas em ordem com o problema, assim dito, ontológico do direito, derivam do estudo da experiência jurídica, isto é, da pesquisa daquilo que é historicamente dado como direito: são, em outras palavras, generalizações da experiência jurídica, e não são, de fato, construções filosóficas, ou princípios deduzidos especulativamente de qualquer concessão total da realidade." (BOBBIO, 2011: 297).
Chave teórica: Teoria da Justiça Chave teórica: Sociologia jurídica; Teoria Geral do Direito.
Ator: Filósofo do Direito Ator: Jurista
Diferença: "Quando da pergunta sobre a diferença que fazemos entre a filosofia, de um lado, e a ciência em particular, do outro, limitar-nos-emos a dizer, para não recordar coisas ditas de forma mais aprofundada em outro curso, que a ciência em particular se reduz a tomada de posse ante a realidade, justamente como já se afirmou na introdução deste livro. aplicando esta distinção na esfera do Direito, certamente a ciência jurídica (incluindo todas as espécies desta ciência, como a sociologia jurídica e a teoria geral do direito) nos aparece como investigação destinada a garantir que haja uma dependência do homem de uma padronização teórica da realidade jurídica, enquanto a filosofia do direito, como teoria da justiça, assume posição diante de uma determinada realidade jurídica, por aprova-la como justa ou por condena-la como injusta. O jurista, em suma, está dentro a realidade jurídica e a aceita da forma como ela se manifesta: e ai dele se não a aceitasse! Todo o sistema lógico-científico ruiria, sendo privado de sentido. O filósofo do direito, ao contrário, coloca-se acima da realidade jurídica e guiado por uma determinada concepção do mundo, que particularmente na zona relativa do direito apresenta-se como ideal de justiça (ideologia política), decide, com base na comparação que faz do direito com seu modelo ideal, se deve aceitá-lo ou não. E se não o aceitar, não lhe restará outra coisa a fazer, se quiser ser coerente com suas ideias, a não ser propriciar sua transformação" (BOBBIO, 2011: 303-304).

 

Referências bilbiográficas

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

BOBBIO, Norberto. Da distinção entre filosofia do direito e ciência jurídica. In Revista do Curso de Direito da Faculdade de Humanidades e Direito, v. 8, n. 8, 2011  [Tradução feita por Jonathan Hernandes Marcantonio e João Ibaixe Jr.,  do texto  de Bobbio  'Filosofia del Direitto e Scienza Giuridica', referente ao Capítulo 1 livro  'Teoria della Scienza Juridica' de G. Giappichelli (Turim, 1948)]

 

 

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