A partir das leituras e da discussão estabelecida em sala, bem como a postagem acima podemos afirmar que o estruturalismo agregou ao formalismo a ideia de que o que importa na obra é o discurso. Desta maneira não há possibilidade de relacionar a obra com o contexto histórico, por exemplo, pois tudo é discurso e a história torna-se o discurso da obra. Assim, o discurso seria a instância máxima de sentido para os Estruturalistas, e toda a Obra Literária é um discurso, relacionado a outros discursos. Aquilo que não é compreendido como discurso, para os Estruturalistas, não é possível de análise. Com esses estudiosos, além da literalidade a obra ganha outro valor, pois é desvinculada do autor, ampliando a leitura do leitor (dentro do método de análise proposto, ou seja, a partir do discurso).
Como proposta de texto literário que possibilita uma leitura diferente ou renovadora, podemos sugerir os contos de Ernest Hemingway. Este autor tinha como princípio a Teoria do Iceberg, onde somente uma parte mínima de análise estava na superfície, ou seja, no texto (no discurso), a grande parte estava “além” do texto. Para melhor entendimento podemos pensar diretamente em um Iceberg e sua representação.
No conto Mr. and Mrs. Elliot, por exemplo, se fizermos uma leitura superficial, ou ainda, ler somente “as linhas” do texto, encontramos a história de um casal, que vivia uma vida feliz. No entanto, passando para as entrelinhas do conto, é possível perceber que este casal feliz, na verdade vivia de aparência. Deste modo, analisar somente o discurso não seria possível. Há uma necessidade de compreender o que está além do discurso, o contexto em que o conto é colocado. A teoria Estruturalista, portanto, torna-se limitadora que uma análise mais profunda e, possivelmente, mais adequada aos contos de Hemingway.
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