Qual a relação entre Direito e Justiça? Esclareça a diferença entre o que se entende por igualdade formal e material:

Qual a relação entre Direito e Justiça? Esclareça a diferença entre o que se entende por igualdade formal e material:

Duas perguntas diversas no mesmo tópico

A princípio é bom ressaltar que Direito e Justiça são coisas diferentes; Direito é uma ciência, que estuda as normas de convivência estabelecidas dentro de uma sociedade; definir o que é Justiça é mais complicado, pois trata-se de algo abstrato, o que para alguns é justo, para outros pode ser injusto, além do mais, o considerar algo justo ou injusto variará dentro de cada cultura. Direito e Justiça se relacionam porque as normas estudadas pelo primeiro estabelecem um caminho para se atingir o segundo, ou seja, o Direito é um meio para se alcançar a justiça, não o único (importante frisar), mas um dos vários meios possíveis (não podemos esquecer que muitas vezes o próprio Direito será o causador de injustiças, e isso acontece porque, como já disse, o que para alguns é justo para outro é injusto). 

Igualdade formal é aquela que temos na Constituição Federal, quando diz: "Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...", ela implica que todos devem receber um tratamento igualitário, independentemente de raça, cor, etnia, gênero, opção sexual, condição socioeconômica e etc. Esse ascepção de igualdade é fruto do Liberalismo clássico.

A igualdade material, no entanto, já implica em "tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida de sua desigualdade" - Rui Barbosa. A igualdade material leva em consideração que as pessoas não estão em um mesmo patamar (o que é verídico), e reforça que elas devem receber tratamento desigual, para que dessa forma fiquem todas em um mesmo patamar e possam, de forma igualitária, buscar o que almeja. žA igualdade substancial refere-se às iguais possibilidades de acesso aos meios de produção, à riqueza, a uma vida digna e etc. Podemos tirar da própria Constituição artigos que consagram a igualdade material, como o Art. 5º, L, que assegura condições às presidiárias para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação, e o Art. 7º, XVIII e XIX, que trata da licença maternidade e da licença paternidade, garantindo à gestante um período de licença superior. 

Direito e Justiça

A. B. Alves da SILVA aborda a questão inicialmente apontando a equivalência na linguagem comum de Direito e Justiça. Os conceitos se prenderiam e completariam um ao outro.[6][6]

A partir das idéias de Edouard Cuq e Del Vecchio, o autor lembra o conceito de justiça elaborado por Ulpiano onde:

“Justitia est constans et perpetua voluntas jus suum cuique tribuendi”.

O significado do clássico conceito significaria que a justiça é a virtude ou a vontade firme e perpetua de dar a cada um o que é seu.

A justiça não seria uma virtude pessoal apenas, que comece e termine no indivíduo, mas, ao contrário, ela se dirige às relações humanas em geral. A justiça entre dois indivíduos seria chamada de comutativa, a justiça entre o indivíduo e a sociedade seria a justiça legal; a justiça entre o Estado e o indivíduo é a justiça distributiva. Também devem dirigir essas relações outros valores como a compaixão, a caridade, o amor filial, a urbanidade e etc.

São as palavras de SILVA:

“O Direito é o que compete a cada um[7][7], é pois, objeto da virtude da justiça sob algum desses três aspectos: da justiça comutativa, o que um indivíduo deve ao outro; da distributiva, o que o Estado deve ao indivíduo; da legal[8][8], o que o indivíduo deve à Sociedade”.[9][9] 

http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=870

Veja se serve alguma coisa, para o que vc precisa

Obrigada!