A função jurisdicional somente pode ser exercida pelo Estado, em razão do princípio da indelegabilidade, por meio do qual temos a impossibilidade da atividade jurisdicional ser delegada a terceiros. É que apenas um órgão é competente para julgamento de cada causa, o que se conclui por meio da análise da CRFB/88 e do CPC/15, pois ainda que haja conflito aparente de competência, apenas um órgão será considerado para processar e julgar e mais ninguém poderá atuar nesse sentido.
Entretanto, de maneira controvertida, o STJ tem reconhecido em vários julgados que na arbitragem existe atividade jurisdicional, em razão da definitividade, da substitutividade e da inércia, características da jurisdição que se assemelham à arbitragem.
Inércia: a jurisdição é inerte, não podendo, em regra, agir a menos que seja provocada, a partir de quando ela poderá agir por impulso oficial. Assim, a jurisdição não é poder para iniciativa de processos (art. 2º, do CPC: "o processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.");
Substitutividade: ao exercer a jurisdição, o Estado-Juiz substitui a vontade das partes e determina aquilo que pareça mais adequado ao caso em análise, de acordo com o ordenamento jurídico, considerado como um todo. É a característica que afasta, como regra, a possibilidade de autotutela, em que as partes pessoalmente buscam a satisfação de seus direitos ("justiça com as próprias mãos").
Definitividade: todo processo caminha para a definitividade, por meio de provimento jurisdicional que, esgotados os recursos ou os prazos, bem como superada as possibilidades de ação rescisória ou revisional, tendem a se tornar definitivos, sem possibilidade de modificação (obs: lembramos que, excepcionalmente, o STF trouxe hipótese de impossibilidade de trânsito em julgado: quando se tratar de sentença eivada de inconstitucionalidade).
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Teoria Geral do Processo
•UNIVERSO
Compartilhar