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( DPE-RO/2015/ Técnico da Defensoria Publica - Oficial de Diligência) O princípio constitucional do juiz natural identifica o juiz competente para o julgamento da causa com base em regras estabelecidas previamente à ocorrência do fato em questão. Esse princípio garante a imparcialidade da própria pessoa do juiz. Nesse sentido, o nosso ordenamento jurídico: |
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admite que os juízes sejam substituídos, de ofício, pelo Presidente do Tribunal para julgar as demandas, em casos de repercussão nacional. |
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proíbe a instituição de juízo ou tribunal de exceção; |
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proíbe que se ajuíze novamente uma mesma demanda quando a primeira foi extinta por carência de ação; |
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proíbe a criação de varas especializadas nas comarcas; |
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admite que se escolha o juízo da causa por foro de eleição; |
2 resposta(s) - Contém resposta de Especialista
Carlos Eduardo Ferreira de Souza
Há mais de um mês
Gabarito: Letra B.
Analisemos as assertivas:
A) Incorreta. Os juízes gozam de inamovibilidade, não podendo ser retirados de ofício, salvo quando houver interesse público E se fundarem decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa (art. 95, II, c/c 93, VIII, ambas da CRFB):
"Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
[...]
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;"
"Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
[...]
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;"
B) Correta. É o que nos diz o art. 5º, XXXVII, da CRFB:
"Art. 5º. [...]
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;"
C) Incorreta. O Código de Processo Civil chama as condições da ação de "pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo" e estabelece que isso gera a extinção do processo, sem resolução do mérito, mas que a decisão desse tipo não obsta a propositura de nova ação (arts. 485 e 486, do CPC):
"Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
[...]
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação."
D) Incorreta. Vejamos entendimento extraído do portal do STF:
"STF julga constitucional especialização de varas do Poder Judiciário
Dez dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmaram hoje (15) que a criação de varas especializadas pelo Poder Judiciário não fere a Constituição Federal, tampouco a transferência de processos já em curso em varas não-especializadas.
A questão foi analisada no julgamento de um Habeas Corpus (HC 88660) impetrado em defesa de um acusado de crimes contra o sistema financeiro nacional. Ele teve seu processo transferido para uma vara especializada em crimes financeiros e de lavagem de dinheiro, no estado do Ceará, criada por meio da Resolução 10-A do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), sediado em Recife (PE).
Em 2007, a Primeira Turma do STF começou a julgar o habeas corpus e decidiu levá-lo ao Plenário por sugestão do ministro Marco Aurélio, o único a votar contra a transferência do processo para a vara especializada. Para ele, a resolução do TRF-5 feriu os princípios constitucionais do promotor e do juiz natural, pois não poderia modificar a competência de processo que já estava em curso. "Não posso sufragar o entendimento segundo o qual atos administrativos [resoluções] podem modificar uma competência já caracterizada."
E) Incorreta. O foro de eleição institui possibilidade da parte escolher a competência territorial para julgamento da causa. É que se trata de critério de competência relativa, então pode ser alterado pelas partes, mas não deriva do princípio do juiz natural.