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Novo conceito de espécie

Conceito de espécie. O conceito popular de espécie ja não é mais tão valido.

💡 4 Respostas

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Marcel Merlo Mendes

Bom Dia Luana!!

A sua pergunta é simples e ao mesmo tempo complexa e cabe aqui uma ampla discussão, porém para o momento eu indico o seguinte artigo da Revista Scientific American Brasil. 

http://www2.uol.com.br/sciam/aula_aberta/o_que_e_uma_especie_.html 

Que nos convida a uma reflexão sobre o que é uma espécie? 

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RD Resoluções

Tomamos por espécie a categoria mais fundamental da classificação biológica. Pelo conceito biológico, espécie é um grupo de indivíduos reprodutivamente isolado de outras populações, produzindo prole fértil entre si, com características morfológicas semelhantes, e identidades genéticas únicas. Porém, sabemos atualmente que este conceito é bastante limitado por diversos fatores.


Sabemos que o conceito biológico de espécies é arbitrário, uma vez que considera apenas condições reprodutivas e isolamento geográfico, e neste contexto algumas características podem ser negligenciadas. Esse conceito limita-se pelo fato de que, se duas populações próximas não realizam trocas genéticas, não há evidências para se afirmar se há ou não isolamento reprodutivo, já que a ausência de troca genética entre esses indivíduos pode ser justificada por outros fatores. Ainda sobre esse conceito, esse não se aplica aos estudos com populações assexuadas, partenogenéticas, autofecundastes e fósseis, e como por exemplo plantas, que sofrem hibridação em caso de populações muito divergentes.

Nesse sentido, existem diferentes conceitos de espécie que são aplicáveis em estudos de ecologia, como: espécies coesas, que se trata do menor grupo de indivíduos que compartilham mecanismos intrínsecos coesivos, como habilidades de intercruzamentos; espécies ecológicas, ou uma linhagem que ocupa uma linha adaptativa diferente daquela de outras linhagens na sua área de distribuição, evoluindo separadamente das demais linhagens que não pertencem a esta distribuição; espécies evolutivas, que trata de uma única linhagem de populações ancestrais, distinta de outras linhagens e que possui sua própria tendência evolutiva. Um conceito muito utilizado é o fenético (ou tipológico), porém se trata de um conceito muito arbitrário, uma vez que é difícil definir organismos com “tipos mais parecidos”, podendo-se usar erroneamente caracteres ecologicamente pouco ou nada importantes, além de tratar espécies crípticas como espécies raras ou extintas. Basicamente, os conceitos de espécie podem ser mais corretamente baseados em similaridade, em evolução e em filogenia. Até o conceito filogenético de espécie, que é atualmente muito bem visto apresenta problemas, uma vez que pode confundir história dos caracteres com a própria história dos organismos, a classificação não é pontual e pode se alterar conforme a inclusão de mais estudos e dados, porém pode ser muito útil em casos de grupos taxonômicos de espécies pouco híbridas ou monofiléticas, já que se trata do menor agrupamento diagnosticável de um conjunto de organismos onde ocorra um padrão parental de ancestralidade.


Deste modo, sabemos que existem muitas formas de se definir espécies, e cada uma delas considera pontos diferentes de acordo com o estudo ecológico proposto. Em geral, qualquer classificação única tende a ser arbitrária, uma vez que os organismos são estruturas complexas e possuem uma história evolutiva que deve sempre ser considerada, e espera-se que para uma melhor classificação dos organismos sejam utilizados conceitos complementares.

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Andre Smaira

Tomamos por espécie a categoria mais fundamental da classificação biológica. Pelo conceito biológico, espécie é um grupo de indivíduos reprodutivamente isolado de outras populações, produzindo prole fértil entre si, com características morfológicas semelhantes, e identidades genéticas únicas. Porém, sabemos atualmente que este conceito é bastante limitado por diversos fatores.


Sabemos que o conceito biológico de espécies é arbitrário, uma vez que considera apenas condições reprodutivas e isolamento geográfico, e neste contexto algumas características podem ser negligenciadas. Esse conceito limita-se pelo fato de que, se duas populações próximas não realizam trocas genéticas, não há evidências para se afirmar se há ou não isolamento reprodutivo, já que a ausência de troca genética entre esses indivíduos pode ser justificada por outros fatores. Ainda sobre esse conceito, esse não se aplica aos estudos com populações assexuadas, partenogenéticas, auto-fecundantes e fósseis, e como por exemplo plantas, que sofrem hibridação em caso de populações muito divergentes.

Nesse sentido, existem diferentes conceitos de espécie que são aplicáveis em estudos de ecologia, como: espécies coesas, que se trata do menor grupo de indivíduos que compartilham mecanismos intrínsecos coesivos, como habilidades de intercruzamentos; espécies ecológicas, ou uma linhagem que ocupa uma linha adaptativa diferente daquela de outras linhagens na sua área de distribuição, evoluindo separadamente das demais linhagens que não pertencem a esta distribuição; espécies evolutivas, que trata de uma única linhagem de populações ancestrais, distinta de outras linhagens e que possui sua própria tendência evolutiva. Um conceito muito utilizado é o fenético (ou tipológico), porém se trata de um conceito muito arbitrário, uma vez que é difícil definir organismos com “tipos mais parecidos”, podendo-se usar erroneamente caracteres ecologicamente pouco ou nada importantes, além de tratar espécies crípticas como espécies raras ou extintas. Basicamente, os conceitos de espécie podem ser mais corretamente baseados em similaridade, em evolução e em filogenia. Até o conceito filogenético de espécie, que é atualmente muito bem visto apresenta problemas, uma vez que pode confundir história dos caracteres com a própria história dos organismos, a classificação não é pontual e pode se alterar conforme a inclusão de mais estudos e dados, porém pode ser muito útil em casos de grupos taxonômicos de espécies pouco híbridas ou monofiléticas, já que se trata do menor agrupamento diagnosticável de um conjunto de organismos onde ocorra um padrão parental de ancestralidade.


Deste modo, sabemos que existem muitas formas de se definir espécies, e cada uma delas considera pontos diferentes de acordo com o estudo ecológico proposto. Em geral, qualquer classificação única tende a ser arbitrária, uma vez que os organismos são estruturas complexas e possuem uma história evolutiva que deve sempre ser considerada, e espera-se que para uma melhor classificação dos organismos sejam utilizados conceitos complementares.

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