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. Explique e diferencie a Incompetência Absoluta e Relativa, citando doutrina e uma jurisprudência.

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Gabrielly Cardoso

A competência pode ser classificada de algumas maneiras, dentre elas vale a divisão entre a competência absoluta e competência relativa: 

A) Absoluta: A competência absoluta jamais pode ser modificada, pois é determinada de acordo com o interesse público, assim não é plausível de mudança pelas circunstâncias processuais ou vontade das partes. A competência absoluta é assim considerada quando fixada em razão da matéria (ratione materiae, em razão da natureza da ação, exemplo: ação civil, ação penal etc), da pessoa (ratione personae, em razão das partes do processo) ou por critério funcional (em razão da atividade ou função do órgão julgador ex: competência para julgamento de recurso), em alguns casos o valor da causa bem como a territorialidade podem ser consideradas competência absoluta, mas a isso se trata como exceção.

B) Relativa: A competência relativa, diz respeito ao interesse privado, ela é fixada de acordo com critérios em razão do valor da causa (Juizados Especiais Estaduais, Federais e da Fazenda Pública, que tem um teto previsto para o valor das ações) em razão da territorialidade (de acordo com a circunscrição territorial judiciária, foro comum: domicilio do acusado)

Diferente da incompetência absoluta, a relativa só pode ser requerida pelo réu, no prazo da resposta sobre a penalidade de preclusão. Assim, o juiz não pode reconhecê-la de oficio, mas o Ministério Público pode alegá-la em beneficio de réu incapaz.

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Carlos Eduardo Ferreira de Souza

COMPETÊNCIA ABSOLUTA

COMPETÊNCIA RELATIVA

Estabelece regras de competência a partir do interesse público.

Fixa regras de competência a partir do interesse particular.

Provocação ou de ofício

Provocação

Não pode ser alterada pela vontade das partes

Admite eleição de foro

Não admite conexão e continência

Admite conexão e continência

Material, em razão da pessoa e funcional

Territorial e valor da causa

Consequência da não alegação pelas partes:

- Quando se tratar de competência relativa, ocorre a prorrogação da competência e o juízo inicialmente incompetente passa a poder validamente julgar o processo;

- Quando se tratar de competência absoluta, a alegação pode ser feita a qualquer momento, mantendo-se os atos válidos até apreciação (ratificação ou não) do juízo competente.

 

Essas informações são extraídas da mais autorizada doutrina, dentre as quais citamos Alexandre Câmara e Fredie Didier Jr. Contudo, interpretamos, conjugamos e extraímos em consonância com outros artigos e materiais próprios.

 

Citemos exemplos de julgados:

1) Sobre incompetência absoluta:

Relator(a): Des.(a) Bitencourt Marcondes

Data de Julgamento: 13/06/2019

Data da publicação da súmula: 18/06/2019

Processo nº  5141298-24.2016.8.13.0024

Ementa: 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA. JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. VALOR DA CAUSA. LEI FEDERAL Nº 12.153/09. REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO COMPETENTE. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA DE OFÍCIO. 
1. O art. 2º da Lei nº 12.153/2009 possui dois parâmetros - valor e matéria - para que uma ação possa ser considerada de menor complexidade e, consequentemente, sujeita à competência do Juizado Especial da Fazenda Pública. 
2. A Lei nº 12.153/09 não excepcionou, em momento algum, a possibilidade de propositura de ação monitória perante os Juizados Especiais da Fazenda Pública. 
3. Consequência lógica do reconhecimento da incompetência absoluta da justiça comum para processar e julgar o presente feito é a desconstituição da sentença, com a remessa dos autos de origem ao juízo competente. 
4. O argumento de impossibilidade técnica do Judiciário em remeter os autos para o juízo competente, ante as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico, não pode ser utilizado para prejudicar o jurisdicionado, sob pena de configurar-se indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional.

 

2) Sobre incompetência relativa:

Relator(a): Des.(a) José Flávio de Almeida

Data de Julgamento: 12/06/2019

Data da publicação da súmula: 17/06/2019

Processo nº 0153577-97.2019.8.13.0000

Ementa: 
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM - COBRANÇA DE SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT - COMPETÊNCIA RELATIVA - LOCAL DO ACIDENTE - DOMICÍLIO DO AUTOR OU DO RÉU - LIVRE ESCOLHA DO AUTOR DA AÇÃO. 1. O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação, tal como ocorre nos recursos que versam sobre competência(REsp 1704520/MT). 2. "Na ação de cobrança do seguro DPVAT, constitui faculdade do autor escolher entre os foros do seu domicílio, do local do acidente ou ainda do domicílio do réu" (Súmula 540, STJ.).

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