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4) o que caracteriza a postura do objetivismo axiológico? 5) o que caracteriza a postura do subjetivismo axiológico?

💡 2 Respostas

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Bruna Nunes

O objetivismo axiológico Segundo Platão, os valores são ideias que residem numa dimensão inteligível. O Bem, o Belo, a Justiça, o Amor são ideias absolutas, imutáveis, eternas e objectivas.

subjetivismo axiológico considera que os valores dependem exclusivamente do sujeito e das suas preferências. Sendo assim, não existem juízos de valor absolutos, todos os juízos de valor são relativos, dependem de sujeito para sujeito, de cultura para cultura, dependendo do sentimento de agrado ou desagrado.


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Lane Alves

Para trabalhar melhor entendimento da questão exarada, se faz importante destacar os conceitos de subjetivismo axiológico e objetivismo axiológico, iniciando pelo próprio conceito de axiologia. De modo resumido, a axiologia diz respeito à ciência dos valores - entendida também como a teoria dos valores ou a filosofia dos valores -. Ela diz respeito a uma área da filosofia que ficou consolidada academicamente por volta da segunda metade do século XIX, embora sua investigação remonte ao período da Antiguidade Clássica (LUCAS, 2015, p. 124).

No ocidente, o primeiro pensador relevante nos estudos históricos da axiologia teria sido Sócrates (Atenas, 469 a.C. - 399 a.C.), pois, no campo da filosofia dos valores, ele mostrou demasiadas críticas à doutrinas sofistas (retórica que não tinha compromisso com a verdade, mas objetivava vencer debates, convencer), a exemplo do relativismo. Ele questionou a validade universal dos valores morais diante de influências históricas, políticas e culturais. Nessa esteira, destaca-se que o subjetivismo diz respeito à doutrina idealista segundo a qual “a realidade do mundo objetivo é submetida à percepção subjetiva do ser humano” (LUCAS, 2015, p. 125). Todavia, de modo contrário, Sócrates defendia a objetividade e absolutidade dos valores éticos.

Desse modo, observa-se que o subjetivismo axiológico, o qual remonta Platão (século IV a.C.), considera que os valores são ideias - “eidos” - que residem numa dimensão inteligível. Desse modo, o bem, o belo, a justiça, e o amor, por exemplo, são ideias absolutas, que, portanto, valem-se por si mesmas, que são imutáveis (uma vez que não mudariam em quantidade ou qualidade), eternas (sem princípio, meio ou fim) e objetivas (possuiriam uma realidade própria, independente do sujeito). Na contemporaneidade, o conceito é observado por filósofos como Scheler e Nicolai Hartmann, os quais entendem que os valores são ideias e objetivos que residem no objeto, de modo que o sujeito apenas teria que reconhecê-los, devendo valer como modelo para toda a espécie humana (MARTINS, 2012).

De outra banda, o Subjetivismo Axiológico entende que os valores irão depender do sujeito e de suas preferências, de modo que não existiriam juízos de valor absolutos, mas todos seriam relativos, dependendo de questões como a sujeito, a cultura e os sentimentos, por exemplo. Entre os autores que defendem essa corrente estão David Hume e F. Nietzche. ele reduz o valor à valoração e encerra os valores do domínio da subjetividade. Insta destacar que esta teoria comporta o risco de relativismo, uma vez que o subjetivismo axiológico permite a análise de qualquer juízo moral, admitindo a possibilidade de ser verdadeiro (MARTINS, 2012).

Todavia, o Subjetivismo Axiológico permite o questionamento, a análise crítica dos resultados e o teste da veracidade alcançada. Desse modo, se mostra como uma perspectiva mais adequada ao fenômeno do Direito Brasilero. Além disso, se faz importante a observância da atuação do Direito em consonância com os Princípios Éticos Constitucionais descritos nas linhas da Constituição, os quais já estão bem consolidados como importantes direcionadores para a manutenção e implementação constante do Estado Democrático de Direito, onde o governante não detém poder absoluto, mas a soberania vem do que autores como Rousseau vão chamar de “vontade geral”. 

Por fim, se faz interessante destacar que a vontade geral, ou seja, o atendimento do interesse comum da sociedade, obtido por meio do consenso das partes, não é sinônimo de vontade da maioria ou de todos. Isso porque a vontade da maioria se constitui em uma simples soma numérica de vontades particulares que não reflete o uso da razão. Um exemplo que torna isso mais claro é caso do holocausto, onde mesmo que a mairoia dos alemães estivesse em comum acordo com Hitler, suas atitudes não representavam a vontade geral, uma vez que não eram esclarecidas com a razão. 

Nesse sentido, pontua-se os dizeres do professor e mestre em direito constitucional Edgard Leite: “Resumidamente, no Estado Democrático de Direito, as leis são criadas pelo povo e para o povo, respeitando-se a dignidade da pessoa humana”.



Referências Bibliográficas

LUCAS, Lucken Bueno; PASSO, Marinez Meneghello. Filosofia dos valores: uma compreensão histórico-epistemológica da ciência axiológica. Caxias do Sul: Conjectura: Filosofia e Educação, 2015. Disponível em: . Acesso em: 21 de setembro de 2021.

MARTINS, Alda. Objectivismo Axiológico. Sofos: Expressões Filosóficas. Disponível em: . Acesso em 21 de setembro de 2021.

MARTINS, Alda. Subjectivismo Axiológico. Sofos: Expressões Filosóficas. Disponível em: . Acesso em 21 de setembro de 2021.

Planalto. Entenda o que é o Estado Democrático de Direito. Disponível em: . Acesso em 21 de setembro de 2021.






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