Nos mecanismos de regulação da pressão arterial, a pressão elevada causa uma série de reações que promovem a redução da pressão. Do mesmo modo, a pressão baixa faz com que uma série de reações promova a elevação da pressão. Em ambos os casos, esses efeitos são negativos em relação ao estímulo inicial.
Em relação à regulação da concentração de CO2, a alta concentração de gás carbônico no líquido extracelular promove a ativação do centro respiratório localizado no tronco cerebral, o que acarreta no aumento da ventilação pulmonar.
Isso, por sua vez, diminui a concentração de CO2 no líquido extracelular, pois os pulmões eliminam grandes quantidades deste gás do organismo (a resposta de saída ou “output” foi a redução das concentrações de CO2), promovendo o feedback negativo. (AIRES, 2012, p. 41)
Com isso, podemos assumir que, se algum fator se torna excessivo ou deficiente, um sistema de controle inicia um feedback negativo que consiste em série de alterações que reestabelecem o valor médio de uma determinada variável fisiológica, mantendo, assim, a homeostase.
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Ao contrário do feedback negativo, que visa a manutenção relativamente constante dos processos orgânicos, o feedback positivo não leva à estabilidade, mas à instabilidade do sistema, como pode ser observado na figura 4.
Figura 4: Manutenção do débito cardíaco em decorrência do feedback negativo (linha tracejada azul) após remoção de um litro de sangue da circulação.
A morte é causada por feedback positivo quando dois litros de sangue são removidos, uma vez que o mecanismo de controle é perdido e o coração fica cada vez mais insuficiente devido à grande redução de sangue.
Essa figura representa a eficácia da quantidade de sangue bombeada pelo coração durante o período de um minuto (débito cardíaco), que, no caso de uma pessoa saudável em repouso, bombeia cerca de cinco litros de sangue por minuto. Imagine agora que essa pessoa, subitamente, perde dois litros de sangue, o que faz com que a quantidade de sangue no corpo caia para um nível muito baixo, insuficiente para que o coração bombeie o sangue de maneira eficiente.
Devido à grande redução do volume de sangue, a pressão arterial se reduz significativamente e o fluxo de sangue para o músculo cardíaco, vindo dos vasos coronários, diminui. Isso resulta na redução da capacidade contrátil do coração, diminuindo ainda mais o bombeamento sanguíneo. Como consequência, o fluxo sanguíneo coronário reduz ainda mais, promovendo o enfraquecimento maior do coração. Esse ciclo se repete várias vezes até que ocorra a morte.
Por esse motivo, o feedback positivo severo é mais conhecido como “círculo vicioso”. Um feedback positivo moderado pode ser superado pelos mecanismos de controle de feedback negativo do corpo, fazendo com que o círculo vicioso não se desenvolva.
Se a pessoa do exemplo anterior tivesse perdido apenas um litro de sangue, ao invés de dois litros, os mecanismos normais de feedback negativo para controle do débito cardíaco e da pressão arterial superariam o feedback positivo, fazendo com que a pessoa se recuperasse, conforme mostra o traçado pontilhado em azul da figura 4.
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