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"Nos romances todas as crises se explicam, menos a crise da falta de dinheiro. Entendem os novelistas que a matéria é baixa e plebeia. [...].
Balzac fala muito em dinheiro, mas dinheiro a milhões. Não conheço, nos cinquenta livros que tenho dele, um galã no entreato da sua tragédia a cismar no modo de arranjar uma quantia com que pague ao alfaiate, ou se desembarace das redes que um usurário lhe lança [...]. Disto é que os mestres em romance se escapam sempre. Bem sabem eles que o interesse do leitor se gela a passo igual que o herói se encolhe nas proporções destes heroizinhos de botequim, de quem o leitor dinheiroso foge por instinto, e o outro foge também, porque não tem que fazer com ele. [...]. Não é bonito deixar a gente vulgarizar-se o seu herói a ponto de pensar na falta de dinheiro [...]."
A fala do narrador de Amor de perdição, acima transcrita,
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a. confirma a ideia de que grandes romancistas concebem seus heróis como seres incapazes de analisar questões econômicas.
b. constitui reflexão acerca do processo de construção do tipo de narrativa em que a recepção do público é determinante na seleção da matéria narrada.
c. sublinha que a verossimilhança da obra literária resulta da reprodução fiel da realidade do mundo.
d. corresponde a considerações acerca da composição de romances que pretendem denunciar mazelas sociais, como o poder do dinheiro.
e.assinala que a coerência da obra literária depende do conhecimento que o escritor tem da produção de autores de várias nacionalidades.
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