quanto à participação de psicólogos em Comissões Técnicas de Classificação (CTC), na elaboração de prognóstico psicológico dos detentos, com fins de avaliar a sua periculosidade e recomendar ou não a progressão de pena.
Construa um argumento que possa justificar as preocupações do CFP quanto à atuação dos psicólogos nesses casos, em termos da cientificidade da Psicologia, do “cientificismo” de expectativas sobre uma forma de atuação de psicólogos, e dos limites éticos definidos no Código de Ética Profissional do Psicólogo.
RESPOSTA PADRÃO ESPERADO
A Psicologia, embora seja uma ciência, não cabe no modelo tradicional, determinista e reducionista, da maioria das ciências físicas e biológicas, devido à complexidade de seu objeto que, na verdade, é um sujeito, em contínua interação com outros sujeitos. Ter a expectativa de que a Psicologia possa fazer prognósticos exatos, determinísticos, é adotar um cientificismo positivista que não cabe mais sequer nas ciências biológicas. Além disso, o papel tradicionalmente proposto para o psicólogo no sistema judiciário, especialmente nas Comissões Técnicas de Classificação, é o de realizar diagnósticos de personalidade e capacidades e prognósticos de comportamento, como se a ele dessem um lugar de julgador; é um papel de auxiliar nas decisões de destinações de prisioneiros, em função do que a pessoa “poderia fazer”, e não do que fez antes.
Não se pode privar de liberdade alguém em função apenas do que poderá fazer. Adicionalmente, esse lugar tradicional é limitado por uma visão de que a pessoa avaliada não poderia, nem poderá, mudar para poder voltar a conviver em sociedade, afastando-se, assim, do objetivo de ressocialização das pessoas que cometeram crimes. Os psicólogos, em seu Código de Ética, se comprometem com os Direitos Humanos, não sendo coniventes nem praticando quaisquer formas de violência, exclusão e negligência.
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