Desde que E. Schrödinger questionou se a dinâmica da vida não violava o Segundo princípio da termodinâmica (paradoxo de Schrödinger), a análise da vida até a luz da segunda lei da termodinâmica tem sido motivo de acalorada polêmica. Basicamente, trata-se do seguinte: no desenvolvimento de uma planta, ao invés de um aumento da entropia, haveria um decréscimo desta, em virtude de uma maior organização dos sistemas.
O mesmo se aplica a um ser humano, que se desenvolve a partir de um óvulo fecundado e, conforme o indivíduo vai tomando forma, moléculas em desordem passam, espontaneamente, a se organizar em estruturas cada vez mais complexas melhor ainda complexamente organizadas. De forma simples e direta, isso implicaria em uma diminuição da entropia, contradizendo o enunciado de Clausius e, por conseguinte, o próprio Segundo princípio da termodinâmica.
Contudo, nem a dinâmica da vida nem os exemplos anteriormente trazidos violam esse princípio da termodinâmica.O desafio é discorrer, a luz da teoria termodinâmica, sobre os argumentos que refutariam essa suposta violação e que também esclarecem o paradoxo de Schrödinger.
A segunda lei da termodinâmica afirma que a entropia de um sistema isolado tende a aumentar ao longo do tempo. No entanto, quando se trata de sistemas vivos, como plantas e seres humanos, pode parecer que há uma diminuição da entropia, já que esses sistemas se organizam e se tornam mais complexos ao longo do tempo. No entanto, é importante entender que os sistemas vivos não são sistemas isolados. Eles trocam energia e matéria com o ambiente, o que permite que ocorra uma diminuição local da entropia enquanto o ambiente como um todo aumenta sua entropia. Além disso, a energia que os sistemas vivos utilizam para se manterem organizados é proveniente do ambiente, geralmente na forma de luz solar. Essa energia é convertida em trabalho e, durante esse processo, ocorre um aumento da entropia do ambiente. Portanto, a dinâmica da vida não viola a segunda lei da termodinâmica. Os sistemas vivos podem se organizar e se desenvolver, mas isso ocorre à custa de um aumento da entropia do ambiente.
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