Em primeiro lugar, cumpre ressaltar que a competência para habilitação e registro de casamentos é do Registro Civil das Pessoas Naturais, nos termos do art. 29, inciso II, da Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/1973). Na prática, o que se dá é que, em algumas localidades, dependendo do Código de Organização Judiciária do Estado, uma mesma serventia pode ter competência de Tabelião de Notas e Registro Civil das Pessoas Naturais, especialmente em municípios de pequeno porte.
Em segundo lugar, sim, é possível que haja celebração de casamentos fora da sede do Registro Civil das Pessoas Naturais, em algumas hipóteses. A regra geral, nos termos do art. 1.534, caput, é a da realização do casamento na sede do serviço registral. O §1º do mesmo art. 1.534 traz a possibilidade do chamado casamento em diligência, que consiste naquele casamento pré-agendado, após a devida habilitação legal, no qual o oficial do registro (ou algum de seus prepostos), acompanhado do Juiz de Paz, celebrará o casamento em prédio particular.
Também é possível casamento fora da sede do cartório no caso de moléstia grave, em que o presidente do ato (Juiz de Paz) celebrará o casamento, na presença de duas testemunhas e no local em que se encontrar a pessoa, quando esta esteja impedida de se locomover, lavrando termo avulso que deverá ser posteriormente registrado no RCPN competente (art. 1.529 e seus parágrafos).
O casamento em iminente risco de vida (ou nuncupativo) diferencia-se do anterior pois há maior urgência. Nesse caso, o casamento poderá ser celebrado na presença de 6 testemunhas, caso não seja possível obter a presença de autoridade para a celebração, sendo que o termo de casamento precisará ser ratificado posteriormente pelo Juiz, na presença das testemunhas, conforme dispõem os artigos 1.540 e 1.541 do Código Civil.
Por fim, também é possível casamento fora da sede no chamado casamento religioso para efeitos civis, em que, após habilitados legalmente, a celebração é realizada por autoridade ou ministro religioso, sendo posteriormente o termo religioso levado a registro.
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