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APOSTILA DE PROCESSO PENAL

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Todo conteúdo citado está com a devida dedicatória em arquivo separado neste curso. As demais citações são de criação própria 
do curso e não aceita plágio, sendo qualquer cópia considerada crime. 
 
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PROCESSO PENAL 
 
Analisamos todos as provas da OAB e o TOP 5 
dos temas que mais caíram de processo penal 
são: 
 
TEMA 1: RECURSOS E AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO 
TEMA 2: PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NA LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE 
TEMA 3: JURISDICAÇÃO E COMPETÊNCIA 
TEMA 4: INQUÉRITO POLICIAL 
TEMA 5: PROCEDIMENTOS DO CPP 
 
Logo, é muito provável que esses temas ou parte 
deles estejam na sua prova. Isso vai fazer com que 
você maximize sem precedentes a sua pontuação. 
ATENÇÃO, OS ASSUNTOS FORAM DIVIDIDOS POR TÓPICOS 
DENTRO DOS TEMAS. 
POR EXEMPLO, O TEMA QUE MAIS CAI É RECURSOS E AÇÕES 
AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO, SEPARAMOS OS TÓPICOS DE 
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RESE/ REVISÃO CRIMINAL, CONTUDO, EXISTEM OUTROS 
TÓPICOS QUE NÃO ESTÃO AQUI DENTRO DESSE TEMA. 
 
 
POR QUAL MOTIVO? 
 O MOTIVO É QUE SEPARAMOS O TÓPICO PRINCIPAL DENTRO 
DO TEMA, PARA QUE O ALUNO POSSA ESTUDAR O PRINCIPAL E 
O RESTANTE POSSA SEGUIR ATRAVÉS DO CRONOGRAMA. 
ESSA TÉCNICA, TEM FEITO ALUNOS QUE NÃO SABIAM 
ABSOLUTAMENTE NADA DE PROCESSO PENAL, CONSEGUIREM 
ACERTOS DE 30% OU MAIS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RECURSO E AÇÕES AUTÔNOMAS DE 
IMPUGNAÇÃO 
 
 
Revisão Criminal 
 
Só há revisão criminal quando existir ação criminal transitada em julgado. 
No processo penal a revisão criminal não precluí,ou seja, tal recurso não está sujeito a 
prazo preclusivo, o que não exclui a possibilidade de não existir interesse de agir. 
Obs.: a revisão não impõe qualquer exigência de recolhimento a prisão para sua 
interposição. Ou seja, não é necessário estar preso, não importando a condição do 
condenado. 
Revisão criminal verificará: 
- se a decisão realmente transitou em julgado; - cabimento; - se não se trata de mera 
reiteração; - incidência da prescrição da pretensão punitiva; - prescrição retroativa; - 
competência do Tribunal; - se não é caso de aplicação de uma nova Lei mais benigna, 
de competência do Juízo de Execução Penal. 
 
Juízo rescindente x Juízo rescisório (a nova decisão substitui a condenatória, desde que 
haja qualquer mudança). Nem toda ação rescisória tem juízo rescisório, mas sempre 
tem juízo rescindente. 
Hipóteses: 
a) Se a pretensão tiver base em nulidade processual (não quer absolvição, mas sim 
declaração de que o processo deve ser reconstituído): há apenas juízo rescindente; 
b) se a pretensão for modificação de mérito: há os dois juízos; 
c) se a pretensão for a desconstituição do procedimento (discussão acerca da 
legalidade): há apenas juízo rescidente. 
É necessário que haja TRÂNSITO EM JULGADO. 
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Art. 621, Código de Processo Penal: A revisão dos processos findos será admitida: 
I – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à 
evidência dos autos (ex. Condenação com base em prova ilícita); 
II – quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou 
documentos comprovadamente falsos; 
III – quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do 
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da 
pena. 
Outras hipóteses de cabimento: adequação de pena; correção do ponto de vista 
formal e correção do enquadramento legal. 
COMPETÊNCIA 
A competência para julgar a revisão criminal é dos Tribunais 
a) Se houver condenação no STF: revisão criminal interposta no STF; 
b) Se houver condenação no STJ: revisão criminal interposta no STJ; 
c) Se houver condenação no TJ ou TRF (quem julga originariamente?): revisão criminal 
interposta no TJ ou TRF. 
 
Efeitos da revisão 
a) Preso está cumprindo pena: a revisão criminal não afeta a execução da pena, 
portanto a revisão criminal não suspende o cumprimento da pena. 
Para saber se a revisão criminal afetará outros procedimentos é necessário identificar 
o elemento da prejudicialidade. A relação de prejudicialidade é clara entre a revisão 
criminal e execução da pena. De modo que a revisão criminal poderá suspender a 
execução da pena (essa é uma decisão monocrática do relator). 
 
 
RESE- RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
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O Recurso em sentido estrito é a impugnação voluntária do interessado contra 
decisões do juízo de primeiro grau, de forma geral contra despachos interlocutórios e 
em situações especiais inclusive contra sentenças, conforme previsto no artigo 581 do 
CPP. 
ATENÇÃO: RESE só cabe quando o a decisão é proferida por juiz de 1º instância). 
 
CPP – DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 Art. 581. “Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
 I - que não receber a denúncia ou a queixa; 
 II - que concluir pela incompetência do juízo; 
 III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; 
 IV – que pronunciar o réu; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 
 V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir 
requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a 
prisão em flagrante; (Redação dada pela Lei nº 7.780, de 22.6.1989) 
 VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008) 
 VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; 
 VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; 
 IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da 
punibilidade; 
 X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; 
 XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; 
 XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; 
 XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; 
 XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; 
 XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; 
 XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; 
 XVII - que decidir sobre a unificação de penas; 
 XVIII - que decidir o incidente de falsidade; 
 XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; 
 XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; 
 XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; 
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 XXII - que revogar a medida de segurança; 
 XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a 
revogação; 
 XXIV - que convertera multa em detenção ou em prisão simples.” 
 
 
 
 
QUESTÃO COMENTADA 
 
Questão 01) O advogado de Josefina, ré em processo criminal, entendendo que, entre 
o recebimento da denúncia e o término da instrução, ocorreu a prescrição da 
pretensão punitiva estatal, apresentou requerimento, antes mesmo do oferecimento 
de alegações finais, de reconhecimento da extinção da punibilidade da agente, sendo o 
pedido imediatamente indeferido pelo magistrado. 
 
Intimado, caberá ao(à) advogado(a) de Josefina, discordando da decisão, apresentar 
a. recurso em sentido estrito, no prazo de 5 dias. 
b. recurso de apelação, no prazo de 5 dias. 
c. carta testemunhável, no prazo de 48h. 
d. reclamação constitucional, no prazo de 15 dias. 
 
QUESTÃO 02) Vinícius, sócio de um grande escritório de advocacia, 
especializado na área criminal, recebeu, no dia 02 de outubro de 2017, duas 
intimações de decisões referentes a dois clientes diferentes. 
 
A primeira intimação tratava de decisão proferida pela 1ª Câmara Criminal de 
determinado Tribunal de Justiça denegando a ordem de habeas corpus que havia sido 
apresentada perante o órgão em favor de Gilmar (após negativa em primeira 
instância), que responde preso a ação pela suposta prática de crime de roubo. 
 
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A segunda intimação foi de decisão proferida pelo Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal 
de Fortaleza, também denegando ordem de habeas corpus, mas, dessa vez, a medida 
havia sido apresentada em favor de Rubens, que figura como indiciado em inquérito 
que investiga a suposta prática do crime de tráfico de drogas. 
 
Diante das intimações realizadas, insatisfeito com as decisões proferidas, Vinícius, para 
combater as decisões prejudiciais a Gilmar e Rubens, deverá apresentar 
a) Recurso Ordinário Constitucional e Recurso em Sentido Estrito, 
respectivamente. 
b) Recurso em Sentido Estrito, nos dois casos. 
c) Recurso Ordinário Constitucional, nos dois casos. 
d) Recurso Especial e Recurso Ordinário Constitucional, respectivamente. 
Gabarito 1- Letra A- Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho 
ou sentença: 
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa 
extintiva da punibilidade 
Gabarito 2- Letra A- Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho 
ou sentença: 
 - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SEGUNDO TEMA COM MAIOR INCIDÊNCIA DE QUESTÕES EM 
PROCESSO PENAL 
 
 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NA LEGISLAÇÃO 
EXTRAVAGANTE 
 
JECRIM 
Lei 9.099/95 (Estadual), Lei 10.259/01 (Federal); 
Princípios: 
 Oralidade: O rito sumaríssimo é ORAL 
 Informalidade/ Economia Processual/ Celeridade. 
Os crimes de menor potencial ofensivo são definidos a partir do limite máximo da pena 
definida em abstrato. 
2 (DOIS) ANOS 
- Menor Potencial Ofensivo (Critério Quantitativo) à Menor capacidade de ofender o 
bem jurídico. Crime cuja pena seja pequena. Menor ou igual a 2 (dois) anos. 
 
 
 
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TERMO CIRCUNTÂNCIADO DE OCORRÊNCIA – TCO 
 
O delegado faz a lavratura de um TCO. Não há que se falar em inquérito policial para 
crimes de menor potencial ofensivo, cuja pena máxima não excede dois anos. 
Se dá no âmbito da polícia judiciária, nas delegacias de polícia. 
 
Mas se o delito for conexo com outro delito que não seja de menor potencial 
ofensivo, ou se não for conhecido o agressor, o inquérito poderá ser realizado pelo 
fato do crime ultrapassar 2 (dois) anos e no segundo caso para apuração da autoria. 
Existe a possibilidade de prisão em flagrante caso não assine o TCO para comparecer 
a audiência! 
- TCO e/ou Inquérito Policial (Quando desconhecido o autor); 
É possível ter o inquérito quando não se sabe quem é o autor dos fatos! 
- TCO (Autoridade Policial x Polícia Militar) 
- TCO (Compromisso de comparecimento) 
- Afastabilidade das medidas despenalizadoras (ex.: Art. 41, lei 11.340/06, conexão, 
etc.) 
São situações em que a lei do JESP não será usada. Ex: Lei Maria da Penha. 
- Inafastabilidade das medidas despenalizadoras (art. 60, lei 9.099/95) 
É quando a lei do JESP não pode ser afastada. Ex: Crimes conexos (mesmo que o rito 
não seja do JESP, por exemplo: homicídio; tráfico, etc). 
Ciclo completo de Polícia – Trata-se de uma discussão pelo qual autoriza a polícia 
militar a fazer o TCO. Ganho enorme para a sociedade! (Tentam fazer uma emenda a 
Constituição). 
 
Prescrição: é a perda da pretensão punitiva ou executória em face do decurso do 
tempo. 
 
Decadência: é a perda do direito de ação em face do decurso do tempo, prevista para 
os crimes de ação penal privada. 
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Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de 
queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, 
contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do 
art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da 
denúncia. 
 
Perempção: é a perda do direito do autor renovar a propositura da mesma ação. 
 
Não confundir com Preclusão 
 
Preclusão deriva do fato do autor ou réu não ter praticado um ato processual no prazo 
em que ele deveria ser realizado. 
 
EXECUÇÃO PENAL 
 
 
A fase de conhecimento do processo passa a execução com o trânsito em julgado da 
sentença, que se torna título executivo judicial. Na execução a sentença será cumprida, 
ou seja, a pena privativa de liberdade, restritiva de direitos ou pecuniário serão 
executadas. 
Ressalta-se que o condenado já tem ciência da ação penal ajuizada, assim, a citação é 
dispensável, uma vez que foi intimado da sentença penal condenatória e exerceu o seu 
direito de recorrer. Contudo, a citação é necessária em casos de condenação a pena de 
multa, isso porque o início do cumprimento da pena fica a cargo do sentenciado, 
consoante dispõe o artigo 50 do Código Penal: “A multa deve ser paga dentro de 10 
(dez) dias depois de transitada em julgado a sentença”. Se por ventura o condenado 
não pagar a multa, será intimado pelo próprio juízo da condenação. 
Finalidade da Lei de Execução Penal quanto às penas e medidas de segurança 
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A Lei de Execução Penal preceitua em seu artigo 1º: “A execução penal tem por 
objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar 
condições para a harmônica integração social do condenado e do internado”. 
Sendo assim, o Estado exerce seu direito de punir castigando o criminoso e inibindo o 
surgimento de novos delitos. Com a certeza de punição, mostra para a sociedade que 
busca por justiça e reeducação, e readapta o condenado socialmente. 
No que se refere à execução das medidas desegurança, o Estado objetiva a prevenção 
do surgimento de novos delitos e a cura do internado inimputável ou semi-imputável, 
que apresenta periculosidade. 
Quanto ao preso estrangeiro que cumpre pena no Brasil, é claro que a LEP é aplicável 
à execução de sua pena. Não há motivo para distinção, afinal, a CF estende a ele, em 
seu art. 5º, os direitos fundamentais reservados aos brasileiros. Mas, e se o preso 
estiver em situação irregular no país? Sobre o tema, assim se manifestou o STJ, no 
Informativo n. 535/14: “O fato de estrangeiro estar em situação irregular no país, por 
si só, não é motivo suficiente para inviabilizar os benefícios da execução penal. Isso 
porque a condição humana da pessoa estrangeira submetida a pena no Brasil é 
protegida constitucionalmente e no âmbito dos direitos humanos. Com efeito, esses 
são aplicáveis não só às relações internacionais, mas a todo o ordenamento jurídico 
interno, principalmente às normas de direito penal e processual penal, por 
incorporarem princípios que definem os direitos e garantias fundamentais.” 
 
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO 
São pressupostos das penas restritivas de direito: 
Objetivos: a pena de liberdade não pode superior a quatro anos, desde que o crime 
não seja cometido com violência ou grave ameaça, qualquer crime culposo; 
Subjetivos: não reincidência em crime doloso. 
Se a pena for igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por uma pena 
restritiva de direito ou por multa e se igual ou superior a um ano, a pena privativa de 
liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direito e multa ou por duas 
restritivas de direito 
São espécies: 
Prestação pecuniária: tem caráter indenizatório, consistindo no pagamento de 
dinheiro à vítima, seus dependentes ou entidade pública ou privada com destinação 
social. 
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Prestação de outra natureza – inominada (artigo 45, § 2º): que pode consistir em 
prestação de outra natureza como cestas básicas, medicamentos; 
Perda de bens e valores(artigo 45, § 3º): a perda de bens e valores visa impedir que o 
réu obtenha qualquer benefício em razão da prática do crime. Tal valor vai para o 
Fundo Penitenciário Nacional, sempre incidindo seja pelo montante do prejuízo 
causado ou o proveito obtido pelo agente ou por terceiro pela prática do crime; 
Prestação de serviços à comunidade: consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao 
condenado, de acordo com as suas aptidões, devendo ser cumprida em entidades 
assistenciais, hospitais e escolas, orfanatos e outros estabelecimentos afins, em 
programas comunitários ou estatais, que deve ser cumprida à razão de uma hora de 
trabalho para cada dia de condenação; 
Interdição temporária de direitos: proibição de exercício de cargo, função ou atividade 
pública, mandato eletivo, bastando ter havido violação dos deveres inerentes ao 
cargo, função ou atividade que não se confunde com a perda do cargo previsto no 
artigo 92, I, do Código Penal; proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício 
que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; 
suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículos de trânsito; 
Limitação de fim de semana; consiste na obrigação de permanecer, aos fins de 
semana, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento 
adequado, onde serão ministrados cursos e tarefas educativas. 
Lei 7.210/84 Lei de Execução Penal 
Em razão de sua função ressocializadora, o trabalho, que consiste em atividade 
desempenhada pelo preso dentro ou fora do estabelecimento prisional, consiste em 
obrigação a ele imposta. No entanto, ao ler “obrigação”, o leitor deve se questionar: 
a Constituição não veda a pena de trabalhos forçados? Como é possível que 
a Constituição proíba o trabalho forçado mas a LEP considere o trabalho como 
obrigação? Explico: o preso não pode, por meio de castigos físicos, ser obrigado a 
trabalhar. Ademais, não está obrigado a trabalhar sem que exista benefício ou 
remuneração em contrapartida. Nestas duas hipóteses, teríamos o trabalho forçado, 
vedado pela Constituição. No entanto, por estar o preso obrigado a trabalhar, a sua 
recusa indevida ao trabalho configura falta grave (art. 50, VI), mas nada mais pode 
ser feito em seu desfavor. Quanto ao condenado político, ele não está obrigado ao 
trabalho (art. 200). 
• O trabalho do preso deve ser obrigatoriamente remunerado, não podendo o valor 
ser inferior a ¾ (três quartos) do salário-mínimo. No entanto, as suas atividades 
laborais não são regidas pelas CLT – a LEP expressamente afirma que o trabalho do 
preso não está sujeito à Consolidação das Leis do Trabalho. Portanto, não há o que se 
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falar em 13º ou gozo de férias. Isso não significa, contudo, que o preso não tenha 
direito a condições dignas de trabalho, como qualquer outro trabalhador. A título de 
exemplo, não faz jus ao pagamento de hora-extra, mas não pode ser forçado a 
trabalhar em jornada de trabalho desumana. Na hipótese de acidente de trabalho, a 
indenização deve ser pleiteada em jurisdição comum, e não na Justiça do Trabalho. 
• A cada três dias trabalhados, um dia da pena é descontado por força do instituto da 
remição. Dessa forma, enquanto exerce a atividade, além de contraprestação 
financeira, o trabalhador preso tem sua pena reduzida, ainda que o trabalho seja 
uma obrigação a ele imposta. No entanto, só devem ser contabilizados os dias 
efetivamente trabalhados para fins de remição, não havendo o que se falar em 
desconto durante o repouso semanal. Como já explicado, o trabalho do preso não é 
regido pela CLT. Entretanto, na hipótese de acidente de trabalho, estando 
incapacitado de voltar à atividade, o preso faz jus à remição, embora não esteja 
efetivamente trabalhando. O STJ assim esclarece: “Somente o preso que fique 
impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a 
beneficiar-se com a remição, nos termos do § 4º do art. 126 da Lei de Execução 
Penal. Aquele que nem sequer iniciara o trabalho para a remição, mesmo que não 
tenha capacidade laborativa em razão de sua invalidez, não pode obter o benefício 
de maneira fictícia.” (HC 261.514/SP, julgado em 19/08/2014). 
• O trabalho exercido pelo preso pode ser interno, no interior da unidade prisional, 
ou externo. Como já explicado, o trabalho é obrigação imposta ao preso, e a sua 
recusa indevida é causa de falta grave. Em relação à obrigação, uma importante 
ressalva: o preso provisório não está obrigado a trabalhar, mas, caso queira exercer 
alguma atividade laborativa, deve ser sempre interna. Seja qual for a natureza do 
trabalho, interna ou externa, deve ser sempre remunerada, mas não é aplicável 
a CLT. No entanto, a seguinte questão pode ser exigida em sua prova: o preso em 
regime aberto que exerce atividade externa pode ser empregado nos termos da CLT? 
Ou a vedação à CLT, prevista no § 2º, do art. 28, da LEP, é aplicável a presos em 
qualquer regime? Na jurisprudência, prevalece o entendimento de que o trabalho 
externo prestado por condenado em regime aberto não configura o trabalho 
prisional, devendo, sim, ser regido pela CLT, como qualquer outra relação de 
trabalho. Da mesma forma, há julgados que reconhecem a relação de emprego, nos 
termos da CLT, na hipótese de preso em regime semiaberto que exerce atividade 
laborativa externa. Contudo, em relação ao preso em regime fechado, o trabalho 
jamaispoderá ser regido pela CLT, seja interno ou externo, e, quanto aos demais 
regimes, quando interno o trabalho, a CLT também será afastada. 
• Com o pagamento recebido, deve o preso indenizar o dano causado pelo crime, 
garantir assistência à sua família, ressarcir o Estado pelas despesas com a sua 
manutenção e pagar pequenas despesas pessoais. O restante deve ser depositado 
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em caderneta de poupança, que será entregue ao condenado quando posto em 
liberdade (art. 29, § 2º). Na hipótese de o trabalho consistir em prestação de serviço 
à comunidade decorrente de substituição de pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos, não haverá remuneração. 
• Como já vimos, o trabalho pode ser externo ou interno. O trabalho interno, 
obrigatório, é aquele realizado no próprio estabelecimento prisional, e será atribuído 
ao preso levando-se em consideração suas aptidões e capacidade. O trabalho não 
precisa ser necessariamente braçal, afinal, não se trata de punição – nada impede 
que um profissional da saúde exerça o seu ofício na enfermaria do estabelecimento. 
Esqueça a imagem do homem preso a uma bola de ferro, em uniforme listrado e 
quebrando pedras. Por isso, o exame de classificação inicial é importante, pois é nele 
em que será avaliada a capacidade laborativa do preso. Ademais, o serviço não 
precisa ser relacionado à conservação da unidade prisional, podendo consistir na 
produção de bens ou produtos, que serão preferencialmente vendidos a particulares, 
e, caso isso não seja possível, à Administração Pública (art. 35). 
• Por mais que o trabalho interno não seja regido pela CLT, o preso não deve ser 
submetido a jornadas de trabalho excessivas. Por isso, a jornada normal de trabalho 
não será inferior a 6 (seis) e nem superior a 8 (oito) horas diárias, com descanso aos 
sábados e feriados. No entanto, o descanso não é contado para fins de remição. 
A LEP, todavia, excepciona, e afirma que a jornada poderá ultrapassar o período 
máximo de 8 (oito) horas. Neste caso, como não se fala em hora-extra, o preso será 
recompensado com a contabilização de mais um dia de trabalho para a remição – a 
cada 3 (três) dias, desconta-se 1 (um) dia da pena. Os maiores de 60 (sessenta) 
também estão obrigados a trabalhar, assim como os deficientes físicos. Contudo, o 
serviço deve ser adequado às condições físicas dessas pessoas. 
• Quanto à hora extraordinária, uma observação deve ser feita: a remição leva em 
consideração dia trabalhado, e não hora. Como comentado, o excesso, além do 
limite de 8 (oito) horas, deve ser considerado como um novo dia de trabalho. Isso 
não significa, no entanto, que, caso o preso trabalhe 9 (nove) horas, uma hora além 
do limite, um dia cheio de trabalho será considerado. Neste caso, a hora a mais será 
considerada exatamente como hora a mais, como fração de dia trabalhado, e o preso 
deverá trabalhar, no mínimo, outras 5 (cinco) horas para completar mais um dia de 
trabalho – lembre-se que a jornada mínima para a remição é de 6 (seis) horas. Nesse 
sentido, STJ: “1. O recorrido trabalhou, de fato, prestando um serviço essencial à 
estrutura do estabelecimento prisional, laborando além da carga horária prevista em 
lei, fazendo-se necessário que se lhe conceda pretendida remição de pena, até por 
tratar-se de direito subjetivo público. 2. Se o condenado desempenhar atividade 
laboral fora do limite máximo da jornada de trabalho (8 horas diárias), o período 
excedente deverá ser computado para fins de remição de pena, considerando-se 
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Todo conteúdo citado está com a devida dedicatória em arquivo separado neste curso. As demais citações são de criação própria 
do curso e não aceita plágio, sendo qualquer cópia considerada crime. 
 
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cada 6 (seis) horas extras realizadas como 1 (um) dia de trabalho. Precedentes.” 
(REsp 1064934/RS). 
 
Art. 115 - O juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime 
aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias: 
I- permanecer no local que for designado, durante, durante o repouso e nos dias de 
folga; 
II- sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; 
III- não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; 
IV- comparecer a juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for 
determinado. 
Súmula 493 STJ - É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como 
condição especial ao regime aberto. 
 
DO TRABALHO 
Em razão de sua função ressocializadora, o trabalho, que consiste em atividade 
desempenhada pelo preso dentro ou fora do estabelecimento prisional, consiste em 
obrigação a ele imposta. No entanto, ao ler “obrigação”, o leitor deve se questionar: 
a Constituição não veda a pena de trabalhos forçados? Como é possível que 
a Constituição proíba o trabalho forçado mas a LEP considere o trabalho como 
obrigação? Explico: o preso não pode, por meio de castigos físicos, ser obrigado a 
trabalhar. Ademais, não está obrigado a trabalhar sem que exista benefício ou 
remuneração em contrapartida. Nestas duas hipóteses, teríamos o trabalho forçado, 
vedado pela Constituição. No entanto, por estar o preso obrigado a trabalhar, a sua 
recusa indevida ao trabalho configura falta grave (art. 50, VI), mas nada mais pode ser 
feito em seu desfavor. Quanto ao condenado político, ele não está obrigado ao 
trabalho (art. 200). 
• O trabalho do preso deve ser obrigatoriamente remunerado, não podendo o valor 
ser inferior a ¾ (três quartos) do salário-mínimo. No entanto, as suas atividades 
laborais não são regidas pelas CLT – a LEP expressamente afirma que o trabalho do 
preso não está sujeito à Consolidação das Leis do Trabalho. Portanto, não há o que se 
falar em 13º ou gozo de férias. Isso não significa, contudo, que o preso não tenha 
direito a condições dignas de trabalho, como qualquer outro trabalhador. A título de 
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Todo conteúdo citado está com a devida dedicatória em arquivo separado neste curso. As demais citações são de criação própria 
do curso e não aceita plágio, sendo qualquer cópia considerada crime. 
 
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exemplo, não faz jus ao pagamento de hora-extra, mas não pode ser forçado a 
trabalhar em jornada de trabalho desumana. Na hipótese de acidente de trabalho, a 
indenização deve ser pleiteada em jurisdição comum, e não na Justiça do Trabalho. 
• A cada três dias trabalhados, um dia da pena é descontado por força do instituto da 
remição. Dessa forma, enquanto exerce a atividade, além de contraprestação 
financeira, o trabalhador preso tem sua pena reduzida, ainda que o trabalho seja uma 
obrigação a ele imposta. No entanto, só devem ser contabilizados os dias efetivamente 
trabalhados para fins de remição, não havendo o que se falar em desconto durante o 
repouso semanal. Como já explicado, o trabalho do preso não é regido pela CLT. 
Entretanto, na hipótese de acidente de trabalho, estando incapacitado de voltar à 
atividade, o preso faz jus à remição, embora não esteja efetivamente trabalhando. O 
STJ assim esclarece: “Somente o preso que fique impossibilitado, por acidente, de 
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição, nos 
termos do § 4º do art. 126 da Lei de Execução Penal. Aquele que nem sequer iniciara o 
trabalho para a remição, mesmo que não tenha capacidade laborativa em razão de sua 
invalidez, não pode obter o benefício de maneira fictícia.” (HC 261.514/SP, julgado em 
19/08/2014). 
• O trabalho exercido pelo preso pode ser interno, no interior da unidade prisional, ou 
externo. Como já explicado, o trabalho é obrigação imposta ao preso,e a sua recusa 
indevida é causa de falta grave. Em relação à obrigação, uma importante ressalva: o 
preso provisório não está obrigado a trabalhar, mas, caso queira exercer alguma 
atividade laborativa, deve ser sempre interna. Seja qual for a natureza do trabalho, 
interna ou externa, deve ser sempre remunerada, mas não é aplicável a CLT. No 
entanto, a seguinte questão pode ser exigida em sua prova: o preso em regime aberto 
que exerce atividade externa pode ser empregado nos termos da CLT? Ou a vedação 
à CLT, prevista no § 2º, do art. 28, da LEP, é aplicável a presos em qualquer regime? Na 
jurisprudência, prevalece o entendimento de que o trabalho externo prestado por 
condenado em regime aberto não configura o trabalho prisional, devendo, sim, ser 
regido pela CLT, como qualquer outra relação de trabalho. Da mesma forma, há 
julgados que reconhecem a relação de emprego, nos termos da CLT, na hipótese de 
preso em regime semiaberto que exerce atividade laborativa externa. Contudo, em 
relação ao preso em regime fechado, o trabalho jamais poderá ser regido pela CLT, 
seja interno ou externo, e, quanto aos demais regimes, quando interno o trabalho, 
a CLT também será afastada. 
• Com o pagamento recebido, deve o preso indenizar o dano causado pelo crime, 
garantir assistência à sua família, ressarcir o Estado pelas despesas com a sua 
manutenção e pagar pequenas despesas pessoais. O restante deve ser depositado em 
caderneta de poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade 
(art. 29, § 2º). Na hipótese de o trabalho consistir em prestação de serviço à 
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comunidade decorrente de substituição de pena privativa de liberdade por restritiva 
de direitos, não haverá remuneração. 
• Como já vimos, o trabalho pode ser externo ou interno. O trabalho interno, 
obrigatório, é aquele realizado no próprio estabelecimento prisional, e será atribuído 
ao preso levando-se em consideração suas aptidões e capacidade. O trabalho não 
precisa ser necessariamente braçal, afinal, não se trata de punição – nada impede que 
um profissional da saúde exerça o seu ofício na enfermaria do estabelecimento. 
Esqueça a imagem do homem preso a uma bola de ferro, em uniforme listrado e 
quebrando pedras. Por isso, o exame de classificação inicial é importante, pois é nele 
em que será avaliada a capacidade laborativa do preso. Ademais, o serviço não precisa 
ser relacionado à conservação da unidade prisional, podendo consistir na produção de 
bens ou produtos, que serão preferencialmente vendidos a particulares, e, caso isso 
não seja possível, à Administração Pública (art. 35). 
• Por mais que o trabalho interno não seja regido pela CLT, o preso não deve ser 
submetido a jornadas de trabalho excessivas. Por isso, a jornada normal de trabalho 
não será inferior a 6 (seis) e nem superior a 8 (oito) horas diárias, com descanso aos 
sábados e feriados. No entanto, o descanso não é contado para fins de remição. A LEP, 
todavia, excepciona, e afirma que a jornada poderá ultrapassar o período máximo de 8 
(oito) horas. Neste caso, como não se fala em hora-extra, o preso será recompensado 
com a contabilização de mais um dia de trabalho para a remição – a cada 3 (três) dias, 
desconta-se 1 (um) dia da pena. Os maiores de 60 (sessenta) também estão obrigados 
a trabalhar, assim como os deficientes físicos. Contudo, o serviço deve ser adequado às 
condições físicas dessas pessoas. 
• Quanto à hora extraordinária, uma observação deve ser feita: a remição leva em 
consideração dia trabalhado, e não hora. Como comentado, o excesso, além do limite 
de 8 (oito) horas, deve ser considerado como um novo dia de trabalho. Isso não 
significa, no entanto, que, caso o preso trabalhe 9 (nove) horas, uma hora além do 
limite, um dia cheio de trabalho será considerado. Neste caso, a hora a mais será 
considerada exatamente como hora a mais, como fração de dia trabalhado, e o preso 
deverá trabalhar, no mínimo, outras 5 (cinco) horas para completar mais um dia de 
trabalho – lembre-se que a jornada mínima para a remição é de 6 (seis) horas. Nesse 
sentido, STJ: “1. O recorrido trabalhou, de fato, prestando um serviço essencial à 
estrutura do estabelecimento prisional, laborando além da carga horária prevista em 
lei, fazendo-se necessário que se lhe conceda pretendida remição de pena, até por 
tratar-se de direito subjetivo público. 2. Se o condenado desempenhar atividade 
laboral fora do limite máximo da jornada de trabalho (8 horas diárias), o período 
excedente deverá ser computado para fins de remição de pena, considerando-se cada 
6 (seis) horas extras realizadas como 1 (um) dia de trabalho. Precedentes.” (REsp 
1064934/RS). 
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do curso e não aceita plágio, sendo qualquer cópia considerada crime. 
 
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QUESTÃO COMENTADA 
 
QUESTÃO 01) Vanessa cumpre pena em regime semiaberto em razão de segunda 
condenação definitiva por crime de tráfico armado. Durante o cumprimento, após 
preencher o requisito objetivo, requer ao juízo da execução, por meio de seu 
advogado, a progressão para o regime aberto. Considerando as peculiaridades do caso, 
a reincidência específica e o emprego de arma, o magistrado, em decisão 
fundamentada, entende por exigir a realização do exame criminológico. 
Com o resultado, o magistrado competente concedeu a progressão de regime, mas 
determinou que Vanessa comparecesse em juízo, quando determinado, para informar 
e justificar suas atividades; que não se ausentasse, sem autorização judicial, da cidade 
onde reside; e que prestasse, durante o período restante de cumprimento de pena, 
serviços à comunidade. 
 
Intimada da decisão, considerando as informações expostas, poderá a defesa técnica 
de Vanessa apresentar recurso de agravo à execução, alegando que 
a. a lei veda a fixação de condições especiais não previstas em lei. 
b. poderiam ter sido fixadas condições especiais não previstas em lei, mas 
não prestação de serviços à comunidade. 
c. não poderia ter sido fixada a condição de proibição de se ausentar da 
cidade em que reside sem autorização judicial. 
d. a decisão foi inválida como um todo, porque é vedada a exigência de 
exame criminológico para progressão de regime, ainda que em decisão 
fundamentada. 
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Questão 02) Washington foi condenado à pena de 5 anos e 4 meses de reclusão e ao 
pagamento de 10 dias-multa pela prática do delito de roubo (Art. 157, do CP), em 
regime semiaberto, tendo iniciado o cumprimento da pena logo após a publicação da 
sentença condenatória. Decorrido certo lapso temporal, a defesa de Washington 
pleiteia a progressão de regime prisional ao argumento de que, com a remição de 
pena a que faz jus, já cumpriu a fração necessária para ser agraciado com o avanço 
prisional, estando, assim, presente o requisito objetivo. Washington ostentaria, ainda, 
bom comportamento carcerário, atestado pelo diretor do estabelecimento prisional. 
Na decisão, o juiz a quo concedeu a progressão para o regime aberto, mediante a 
condição especial de prestação de serviços à comunidade (Art. 43, IV, do CP). 
De acordo com entendimento sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça, assinale a 
opção correta. 
a) O magistrado não agiu corretamente, eis que é inadmissível a fixação de 
prestação de serviçosà comunidade (Art. 43, IV, do CP) como condição 
especial para o regime aberto. 
b) O magistrado agiu corretamente, uma vez que é admissível a fixação de 
prestação de serviços à comunidade (Art. 43, IV, do CP) como condição 
especial para o regime aberto. 
c) O magistrado não agiu corretamente, tendo em vista que deveria ter 
fixado mais de uma pena substitutiva prevista no Art. 44, do CP, como 
condição especial para a concessão do regime aberto. 
d) O magistrado agiu corretamente, pois poderia estabelecer qualquer 
condição como requisito para a concessão do regime aberto. 
 
 
Questão 03- Lúcio Flavio, advogado, ofereceu queixa-crime em face de Rosa, 
imputando-lhe a prática dos delitos de injúria simples e difamação. As partes não 
celebraram qualquer acordo e a querelada negava os fatos, não aceitando qualquer 
benefício. Após o regular processamento e a instrução probatória, em alegações finais, 
Lúcio Flávio requer a condenação de Rosa pela prática do crime de difamação, nada 
falando em sua manifestação derradeira sobre o crime de injúria. 
Diante da situação narrada, é correto afirmar que: 
 
a) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de 
injúria, em razão da perempção. 
b) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de 
injúria, em razão do perdão do ofendido. 
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do curso e não aceita plágio, sendo qualquer cópia considerada crime. 
 
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c) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de 
injúria, em razão da renúncia ao direito de queixa. 
d) poderá Rosa ser condenada pela prática de ambos os delitos, já que 
houve apresentação de alegações finais pela defesa técnica do 
querelante. 
 
 
 
 
 
 
Questão Gabarito 1- LETRA B- Lei 7.210/84 Lei de Execução Penal 
Art. 115 - O juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime 
aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias: 
I- permanecer no local que for designado, durante, durante o repouso e nos dias de 
folga; 
II- sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; 
III- não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; 
IV- comparecer a juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for 
determinado. 
Súmula 493 STJ - É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como 
condição especial ao regime aberto. 
 
Questão Gabarito 2- Letra A - Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e 
substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 
1998) 
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena 
aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 
1998) 
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III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição 
seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 1o (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa 
ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de 
liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas 
restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, 
em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a 
reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído 
pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando 
ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena 
privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva 
de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. 
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da 
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível 
ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998). 
 
Gabarito questão 03- Letra A- Art. 60. Nos casos em que somente se procede 
mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: 
 I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do 
processo durante 30 dias seguidos; 
 II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não 
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) 
dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
 III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a 
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido 
de condenação nas alegações finais; 
 IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar 
sucessor. 
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AGORA VOCÊ VAI TER O RESUMO E QUESTÕES COMENTADAS 
QUE PODEM CAIR NA SUA PROVA 
 
 Competência no processo penal 
Para aplicar a sanção penal aos casos a ele levados, o Poder Judiciário utiliza-se de um 
conjunto de regras para eleger, para cada matéria, um órgão ou Justiça “natural”, por 
assim dizer. É justamente a competência, por meio de regras e critérios que definirá o 
local, Juízo e órgão onde a lide tramitará. 
Consoante aos critérios, estes podem ser em razão da matéria, pessoa e lugar. A 
competência, a seu turno, se classifica em absoluta, sempre que puder ser declarada 
de ofício pelo juiz ou a requerimento das partes em qualquer tempo ou grau de 
jurisdição no processo, ou relativa, quando o réu deva alega-la no prazo de resposta, 
sob pena de preclusão e prorrogação da competências. Mesclando-se os critérios com 
a classificação, tanto no processo civil como no penal, considera-se a competência em 
razão da matéria e da pessoa, absoluta, não podendo ser modificada. Já a competência 
em razão do lugar, ao seu modo, é considerada relativa, posto que uma vez não 
impugnada, pode ser prorrogada; quanto a elas as partes podem escolher, alterar. 
Essa concepção, para Alry, é deveras errada e perigosa, posto que civilista, somente se 
coadunando com o espírito cível, já que aqui não raro as partes escolhem o foro 
competente no âmbito de sua autonomia privada. 
No processo penal, entretanto, deve (deveria) imperar, sempre a competência 
absoluta. É princípio garantidor do status libertatis do sujeito, o princípio da 
legalidade, posto que toda e qualquer disposição que interfira na sua liberdade, sanção 
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de caráter mor dentro do ordenamento jurídico, deva ser expressamente previsto, seja 
no Código Penal, seja no Código de Processo Penalao qual incube a aplicação daquele. 
Assim, justamente por ter a natureza de ultima ratio do ordenamento, o Direito Penal 
só pode ser aplicado por um juiz competente para tanto, assim designado pelas regras 
de competência, que devem ser expressa. Se ao Ministério Publico, por exemplo, que é 
quem escolhe o foro competente, depois de devidamente escolhida órgão e o juízo 
competente, pode fazer isso ao seu livre talante, bastando observar o local de 
consumação da infração, é no mínimo perigoso que exista essa opção processual, E 
nisso reside a crítica de Alry Lopes Jr., sendo que para ele, por razões de legalidade, a 
concepção de competência relativa em razão do lugar é ultrapassada, civilista e não se 
coaduna com o Processo penal, vez que pode representar uma ameaça aos seus 
princípios, sobretudo o do juiz natural. 
3.1 Justiças competentes 
A competência jurisdicional pode ser determinada pelo lugar da infração, o domicílio 
ou residência do réu, a natureza da infração, a distribuição, a conexão ou continência, 
a prevenção e a prerrogativa de função. 
Antes de se observar essas regras, contudo, há que se observar o órgão ou juízo onde 
devam tramitas as lides penais. 
Assim, a divisão dos órgãos ou Justiças Especiais é a seguinte: a) Justiças Especiais 
(Militar Federal, Militar Estadual e a Eleitoral); b) as Justiças Comuns (Federal e 
Estadual). 
As Especiais, Militar e Eleitoral, tem a sua competência determinada em razão da 
matéria e da pessoa, sobretudo esta última. A Militar pode ser Estadual ou Federal, 
sendo que a diferença reside no tocante aos crimes e as pessoas. Os crimes militares 
Federais vêm expressos; a Militar Estadual é residual em relação a Militar Federal. A 
Militar sempre julga os crimes os crimes militares, previstos no Código Penal Militar, 
mais precisamente no art. 9º do CPM. Ela nunca julga os crimes conexos a ela, que 
devem ser separados. 
A Militar Federal se difere da Estadual porque a primeira deve julgar os crimes 
cometidos por militares das forças armadas que atuem em todo o território nacional 
nos casos em que um interesse militar for violado. A Justiça Militar Estadual, por sua 
vez, será competente para julgar, por sua vez, os crimes cometidos por um militar do 
Estado como os bombeiros, policiais militares estaduais e polícia rodoviária estadual, 
devendo-se sempre, segundo Alry, observar-se o interesse militar violado, requisito de 
suma importância. 
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A Justiça Eleitoral tem a sua competência prevista nos arts. 118 a 121 da Constituição 
Federal e Lei n. 4737/65. Assim, deve julgar os crimes eleitorais e a conexa a ela. No 
primeiro grau, tem-se os juízes eleitorais; no segundo, Tribunal Regional Eleitoral e o 
Supremo Tribunal Eleitoral, acima daquele. 
A justiça Comum Federal é sempre residual em relação à Justiça Especial: incide 
sempre que a lide não for da esfera especial e deve sempre estar prevista 
expressamente na Constituição Federal. Incide sempre que o crime envolva bens, 
serviços ou interesses da União, autarquias ou empresas públicas. É composta pelos 
seguintes órgãos: os Juizados Especiais Criminais Federais, Juízes Federais e Tribunal 
do Júri. Os Tribunais Regionais Federais fazem parte do seu segundo grau. Os Juizados 
Especiais Criminais deverão julgar crimes de menor potencial ofensivo (pena máxima 
não superior a dois anos) relativos à Justiça Federal. 
A Justiça Comum Estadual sempre residual às demais. Só incide depois que a “peneira” 
da competência já tiver passado pelas demais. No primeiro grau temos o Tribunal do 
Júri, Juízes de Direito e Juizados Especais Criminais. Já no segundo grau ela é composta 
pelos Tribunais de Justiça. 
3.2 Foro competente 
À fase de escolha dos órgãos procede à fase de determinação do foro competente. 
Segundo Alry, a resposta à essa questão deve perpassar à análise da prevenção e da 
distribuição. O juiz que antecede os demais em algum ato decisório, como receber a 
denúncia poderá ser o competente (distribuição); já na prevenção, também poderá ser 
o competente aquele que na fase de inquérito tiver, por exemplo, decretado a prisão 
em flagrante. Se nenhum juiz for prevento, o critério será o da distribuição. 
Também observa-se o local do cometimento da infração: onde ela se consumou ou 
onde foi praticado o último ato de execução. No caso de continuidade delitiva ou 
crime permanente praticado em território de duas ou mais jurisdições, o juiz prevento 
será o competente. 
3.3 Prerrogativa de função 
A prerrogativa por função é um privilégio que algumas autoridades gozam em relação 
as atribuições exercidas por elas, como por exemplo, o Presidente da República. Não 
quebra o princípio da igualdade, tendo em vista que a prerrogativa é da função e não 
da pessoa. Quando findada a função, cessa a prerrogativa. Exemplificativamente, no 
STF serão julgados o Presidente da República, o Vice-presidente, os deputados 
federais, seus próprios ministros, o procurador-geral da República, o advogado-geral 
da União, ministros de Estado, comandantes das forças armadas, ministros dos 
Tribunais Superiores, membros do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão 
diplomática de caráter permanente. 
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Todas as prerrogativas devem constar expressamente da Constituição Federal, como 
faz com a competência acima trazida (art. 102, I, a, b e c). No que tange a interação 
entre a conexão e a prerrogativa de função, Alry lembra uma regra importante: se uma 
pessoa que goza da prerrogativa de função, comete um crime de competência do 
Tribunal do Júri, prevalece a prerrogativa de função prevista na Constituição Federal. 
Se, entretanto, a prerrogativa é prevista em Constituição Estadual, será julgado pelo 
Júri, por ser este de competência da Lei Maior, o qual deve observância a Constituição 
Estadual. 
3.4 Conexão e continência 
A conexão e a continência são duas causas modificadoras da competência. A conexão 
opera-se quando há um vínculo estreito entre os delitos, exigindo-se se a prática de 
dois ou mais crimes. Ela pode ser: intersubjetiva ocasional (quando dois ou mais crimes 
forem praticados ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas), intersubjetiva 
concursal (quando dois ou mais crimes forem praticados por várias pessoas em 
concurso, ainda que diversos o tempo e o lugar) ou intersubjetiva por reciprocidade 
(quando duas ou mais infrações forem praticadas por várias pessoas, umas contra as 
outras). 
A continência, por sua vez, opera-se sempre que duas ou mais pessoas forem acusadas 
pela mesma infração, tendo elas cometido um mesmo, que por razões de garantis 
processuais, serão julgadas simultaneamente, evitando o julgamento diferenciado. 
Alguns exemplos de regras importantes quando da interação dos critérios de 
competência e conexão: se um crime eleitoral é conexo a um crime comum, os dois 
serão julgados na esfera eleitoral; a infração cometida entre pessoas imputáveis e 
inimputáveis não serão julgados num mesmo processo. Opera-se a cisão dos processos 
(separação obrigatória). 
Princípios regentes da jurisdição criminal 
São princípios da jurisdição criminal: indeclinabilidade (o juiz não pode se recusar a 
julgar os casos à ele apresentados); improrrogabilidade (mesmo que as partes 
entrem em acordo, não podem subtrair o conhecimento do juízo natural); 
indelegabilidade (o juiz não pode transmitir poder a quem não possui); unidade (a 
jurisdição é única, pertencente ao PoderJudiciário). 
Em relação a indelegabilidade da jurisdição Greco Filho entende que quando um juiz 
expede precatória a outro, ele transmite uma solicitação para que o deprecado 
proceda ao pedido ou colha uma prova está dentro de sua esfera de competência, 
visto que o deprecante não poderia fazê-lo. Concluímos então que, poderá haver a 
delegação de competência, porém a jurisdição é indelegável e intransmissível. 
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Todo conteúdo citado está com a devida dedicatória em arquivo separado neste curso. As demais citações são de criação própria 
do curso e não aceita plágio, sendo qualquer cópia considerada crime. 
 
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Conceito de competência 
A competência é uma delimitação da jurisdição, é o espaço no qual determinada 
autoridade judiciária poderá aplicar o direito aos litígios que lhe forem apresentados, 
ou seja, a jurisdição é um pode que todo magistrado possuirá, porém a competência 
será diferenciada concedida através de permissão legal. 
Haverão as competências relativa e absoluta. Sendo assim, competência absoluta 
será a hipótese de fixação de competência que não admite prorrogação, o processo 
deverá ser remetido ao juiz natural determinado por normais constitucionais ou 
processuais penais, sob pena de nulidade do feito. Possuirá competência absoluta a 
competência em razão da matéria e a competência em razão de prerrogativa de 
função. A competência relativa será aquela na qual a hipótese de fixação de 
competência admite prorrogação, ou seja, não invocada a tempo a incompetência do 
foro, reputa-se competente o juízo que conduz o feito, não havendo a possibilidade 
de posteriormente se alegar a nulidade. A possibilidade de competência relativa será 
o caso da competência territorial. 
Quadro geral de competência 
A regra geral será garantir a punição do autor do delito no lugar onde ele se realizou, 
do lugar onde a ordem jurídica foi efetivamente lesada, visto que matem seu caráter 
intimidatório geral, ou seja pune-se o criminoso para mostrar à sociedade o mal que 
se pode advir com a prática de um delito. 
Em regras gerias, busca-se julgar o conflito no lugar da infração penal, porém 
haverão exceções: quando houver matéria especial a ser cuidada, levando-se em 
conta a natureza da infração e quando houver privilégio especial em função da 
pessoa a ser julgada. Desconhecendo o lugar da infração, será regra subsidiária, o 
julgamento no lugar do domicílio ou residência do réu. 
Estabelecida a competência inicial, passa-se ao critério da seleção do magistrado, 
através da distribuição dos autos, observadas as exceções, que serão: em função da 
matéria debatida, em função da conexão ou da continência ou em razão da 
prevenção. 
O lugar da infração penal como regra geral para a competência do foro 
Em regra, o lugar da infração é o foro competente para ser julgada a causa. No caso 
da tentativa, verifica-se o foro competente no local onde se deu o último ato 
executório. Assim, será competente para julgar uma infração penal o foro onde se 
deu a consumação do delito, observado a teoria do resultado adotado por nosso 
código. 
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Trata-se de competência territorial e caso não seja arguida a tempo, poderá haver 
prorrogação, visto que é competência relativa. 
No caso de crimes plurilocais, cuja ação ou omissão se dá em um lugar e o resultado 
em lugar diverso, firma-se a competência o foro do local da consumação do delito, 
ou seja, do resultado. 
Devemos observar que no caso do homicídio, que se trata de crime material, onde a 
conduta de lesionar pode ocorrer em local diverso do resultado morte, o agente 
deverá ser julgado no lugar da ação ou omissão, o que na opinião de Mirabete fere 
frontalmente o disposto em lei. Já nos crimes qualificados, será competente o foro 
do lugar onde ocorreu o resultado qualificador, observando a jurisprudência que 
estabelece o lugar de maior facilidade de buscar provas. Será competente o foro da 
consumação o delito em que ocorra fraude com efetiva lesão patrimonial, 
consumando-se no lugar onde deveria ter havido o pagamento e o cheque foi 
recusado. 
Sendo assim, em regras gerais, utilizamos a teoria da ubiquidade, podendo ser tanto 
o lugar da ação ou omissão quanto o lugar do resultado. 
- O domicílio ou residência do réu como foro supletivo 
Será utilizado subsidiariamente para a escolha do foro, quando não houver certeza 
do lugar da ação ou omissão, o domicílio do réu, que será a residência com ânimo 
permanente e definitivo, quando não tiver residência habitual será domicílio o lugar 
onde for encontrada a pessoa. Será aplicada a regra da prevenção nos casos de 
vários corréus com diferente domicílio, bem como na hipótese do acusado não ter 
residência fixa. 
Deixando-se ao critério do querelante a eleição do foro, deverá se escolher ou o foro 
do lugar da infração penal, que será a regra geral, ou opta o particular pelo foro do 
domicílio ou residência do agente. 
- A matéria como regra específica de competência 
Quando não se considerar como regra principal o critério do lugar da infração ou do 
domicílio do réu, será utilizado a competência em razão da matéria. Em um local 
onde vários juízes poderiam ser competentes, deixa de haver coincidência quando 
um deles é apto em razão da natureza da infração. Se houver mais de uma vara 
competente na comarca ou região, utiliza-se o critério geral, lugar da infração ou 
domicílio do réu. 
Ao cuidar da fixação da competência em razão da matéria, esta serve para afastar a 
incidência da regra geral, bem como verificar a natureza da matéria para escolher o 
juízo competente. 
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Como exemplo de competência privativa temos a Vara do Júri, cabendo julgar os 
delitos dolosos contra a vida, previstos no Capítulo I, do Título I, da Parte Especial 
do Código Penal. Abrangendo as formas de homicídios simples, privilegiado e 
qualificado, induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, infanticídio e as 
modalidades de aborto. Porém, nada impede que a lei ordinária aumente a 
possibilidade do júri julgar outros delitos. 
Em outros países, quando a Constituição não especifica a competência mínima, a 
tendência sempre foi reduzir a participação do júri no sistema jurídico, de modo a 
conduzi-lo a um papel decorativo. 
Tipicamente, o júri é conhecido no âmbito da Justiça Estadual, tendo em vista que os 
crimes dolosos contra a vida dificilmente envolve matéria afeita a magistrado 
federal. Entretanto, é possível que ocorra, por exemplo, homicídio de delegado 
federal que investiga a corrupção na polícia federal, ou ainda, a prática de um aborto 
dentro de uma aeronave. 
Ainda nesse sentido, a Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares 
definidos em lei, previstos no artigo 9º do Código Penal Militar, observando o 
disposto no parágrafo único: “Os crimes de que trata esse artigo, quando dolosos 
contra a vida e cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum”, ou 
seja, resta ao júri julgar o militar, quando cometa o delito doloso contra a vida de 
civil. Atualmente, o júri auferiu competência para julgar delitos dolosos contra a vida 
de civis cometidos por militares, confirmado pela nova redação dada ao art. 125, § 
4º, da Constituição Federal (Emenda Constitucional 45/2004). Caso civis cometam 
algum crime vinculado por conexão ou continência ao delito militar, responderão 
perante a justiça comum. 
Haverão duas hipóteses dedesclassificação ao Tribunal do Júri: quando juiz de Vara 
privativa do júri verificar, por ocasião do julgamento da admissibilidade da acusação, 
que não se trata de crime doloso contra a vida, deverá alterar a classificação 
deixando de ser competente e enviando-o para o juiz singular. Ou ainda quando os 
jurados, do Tribunal do Júri, concluírem que a infração não é de sua competência, ao 
invés de um juiz presidente remeter o feito ao juízo singular, deve ele mesmo julgar. 
- A prerrogativa de foro como regra específica de competência. 
Prerrogativa de função é a existência da eleição legal de um foro privilegiado para 
julgar determinado réu, investido de função especial, diz respeito à qualidade da 
pessoa em julgamento. Assim, Marcelo Semer sustenta que o foro privilegiado para 
julgar determinadas autoridades é uma desigualdade que permanece. 
Se todos são iguais perante a lei, seria preciso particular e relevante razão para 
afastar determinada pessoa que pratica um delito de um juiz natura. Assim, um juiz 
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julgará um Ministro de Estado ou um cidadão com a mesma imparcialidade, 
devendo-se clamar pelo mesmo foro, levando em conta o lugar do crime e não a 
função do réu. 
O foro privilegiado, bem como a prisão especial, é herança de uma legislação elitista, 
sendo assim, as autoridades em geral, que possuem foro privilegiado, somente 
podem ser processadas, ainda que o delito seja cometido antes do início do exercício 
funcional, nas Cortes especificadas na Constituição ou em lei. Em caso do crime ter 
sido cometido antes da posse de uma autoridade, então ele é eleito, passa a correr 
na Vara Especial, porém ele deixa o cargo, sem ter sido julgado, retornará à instância 
original, visto que o delito foi praticado antes do exercício do mandato. 
- Competência originária decorrente da prerrogativa de função ou da matéria. 
Guilherme de Souza Nucci apresenta um quadro geral da divisão judiciária bastante 
eficaz compreender a os julgamentos realizados pelas Cortes Especiais, em relação à 
prerrogativa de função, bem como em relação à matéria em julgamento: 
Supremo Tribunal Federal: nas infrações penais comuns julgará: Presidente da 
República, Vice-Presidente, membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros 
e o Procurador-Geral da República. Cabe ainda, processar e julgar, o Advogado-Geral 
da União, conforme decisão proferida, por maioria dos votos. Nas infrações penais 
comuns e crimes de responsabilidade em competência originária: julgar os Ministros 
de Estado, Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica (observada a 
exceção quando os crimes de responsabilidade por eles cometidos forem conexos 
com os mesmos cometidos pelo Presidente ou Vice-Presidente da República, sendo 
todos julgados pelo Senado Federal), membros dos Tribunais Superiores, integrantes 
do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter 
permanente. 
Superior Tribunal de Justiça julgará: nas infrações penais comuns: Governadores do 
Estado e do Distrito Federal; nas infrações penais comuns e nos crimes de 
responsabilidade:desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito 
Federal, membros dos Tribunais de Conta dos Estados e do Distrito Federal, 
integrantes dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do 
Trabalho, membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e do 
Ministério Público da União, oficiantes nesses tribunais. 
O Superior Tribunal Militar julgará: nos crimes militares, os oficiais generais das 
Forças Armadas, bem como habeas corpus, mandado de segurança e etc. 
Tribunais Regionais Federais: nas infrações penais comuns e de responsabilidade: 
juízes federais da área da sua jurisdição, incluídos os magistrados da Justiça Militar e 
da Justiça do Trabalho, bem como os membros do Ministério Público da União (salvo 
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o que cabe à Justiça Eleitoral julgar) e Prefeitos (quando cometerem crimes da esfera 
federal). 
Tribunais Regionais Eleitorais: nas infrações eleitorais: julgará juízes e promotores 
eleitorais, bem como Deputados estaduais e Prefeitos. 
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal: nas infrações penais comuns e 
de responsabilidade: juízes de direito e membros do Ministério Público (salvo o que 
compete à Justiça Eleitoral), conforme previsto na Constituição Federal (art. 96, III). 
Compete ao Tribunal de Justiça julgar conforme o disposto na Constituição Estadual 
de São Paulo, com autorização da Constituição Federal: nas infrações penais comuns: 
o Vice-Governador, os Secretários de Estado, os Deputados Estaduais, o Procurador-
Geral da Justiça, o Procurador-Geral do Estado, o Defensor Público Geral e os 
Prefeitos Municipais. Atualmente os Prefeitos são julgados pelas Câmaras, em 
decorrência do excessivo número de processos contra os chefes do Executivo 
Municipal. Será de competência do Tribunal de Justiça julgar prefeitos restringe-se 
aos crimes de competência da Justiça Comum estadual. Nas infrações penais comuns 
e nos crimes de responsabilidade: os Juízes do Tribunal de Justiça Militar, os Juízes de 
Direito e os Juízes auditores da Justiça Militar Estadual, os membros do Ministério 
Público, exceto o Procurador-Geral de Justiça, o Delegado Geral da Polícia Civil e o 
Comandante Geral da Polícia Militar. 
O Tribunal de Justiça Militar do Estado: nos crimes militares, o Chefe da Casa Militar 
e o Comandante Geral da Polícia Militar. 
Justiça Especial de primeiro grau: Conselhos de Justiça Militar Federal são divididos 
em: Conselho Especial de Justiça, nos crimes militares, os oficiais das Forças 
Armadas, exceto oficiais-generais; o Conselho Permanente de Justiça, os crimes 
militares, todos os integrantes das Forças Armadas, que não sejam oficiais. Os 
Conselhos de Justiça Militar Estadual dividem-se em: especial (para o fim de 
processar e julgar oficiais) e permanente (para processar e julgar inferiores e praças). 
Os Juízes Eleitorais nos crimes eleitorais, qualquer pessoa. 
Justiça Comum de primeiro grau: Juízes federais: nos crimes praticados em 
detrimento de bens, serviços e interesses da União, de suas entidades autárquicas ou 
empresas públicas é competente para processar e julgar crimes cometidos contra 
funcionário público federal, bem como crimes contra a fauna se ocorrer em área de 
proteção ambiental da União. Julgará crimes políticos; crimes previstos em tratado 
ou convenção internacional, quanto teve a execução iniciada no Brasil; crimes contra 
a organização do trabalho, quando envolver interesses coletivos dos trabalhadores; 
crimes contra a organização do trabalho, quando envolver interesses coletivos dos 
trabalhadores; crimes contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, 
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nos casos apontados em lei; crimes cometidos a bordo de navio, considerados estes 
as embarcações de grande cabotagem, e aeronaves; crimes de ingresso, reingresso e 
permanência irregular de estrangeiro no Brasil; crimes cometidos contra 
comunidades indígenas; cumprimento de cartas rogatórias e sentenças estrangeiras 
homologadas pelo Superior Tribunal de Justiça; as causas relativas a direitos 
humanos a que se refereo § 5º, do art. 109, CF (tal disposição deve ser analisada 
com cuidado e critério, visto que qualquer homicídio é uma questão a envolver 
direito humano fundamental. Os Juízes estaduais, detêm competência residual, ou 
seja, todas as demais infrações não abrangidas na Justiça Especial e pela Justiça 
Federal. 
Justiça Política: o Senado Federal julga os crimes de responsabilidade do Presidente e 
Vice-Presidente da República, Ministros de Estado e Comandantes da Marinha, do 
Exército e da Aeronáutica, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, do 
Procurador-Geral da República, do Advogado-Geral da União e membros do 
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público. O 
Tribunal Especial nos crimes de responsabilidade, o Governador, o Vice-Governador, 
e os Secretários de Estado, nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles, 
bem como o Procurador-Geral de Justiça e o Procurador-Geral do Estado. A Câmara 
Municipal nos crimes de responsabilidade, os Prefeitos Municipais. 
- Notas especiais em relação à competência excepcional de prerrogativa de função. 
Magistrados e membros do Ministério Público deverão ser julgados pelo Tribunal ao 
qual estão vinculados. 
Haverá perpetuação da jurisdição em casos de foro privilegiado, quando: o agente 
político, mesmo afastado da função que atrai o foro por prerrogativa de função, deve 
ser processado e julgado perante esse foro, se acusado criminalmente por fato ligado 
ao exercício das funções inerentes ao cargo; o agente político não responde a ação 
de improbidade administrativa se sujeito a crime de responsabilidade pelo mesmo 
fato; os demais agentes públicos, em relação aos quais a improbidade no foro 
definido por prerrogativa de função, desde que a ação de improbidade tenha por 
objeto ato funcional. 
Ocorrerá extensão do foro privilegiado às ações de improbidade administrativa 
quando estabelecido pela Constituição normas excepcionais ao direito à igualdade 
perante a lei. As ações por improbidade administrativa tem caráter civil, e implicam 
medidas reparatórias e preventivas de ordem civil e administrativa, não se 
deslocando à esfera penal. Assim, tramitam em primeira instância, não havendo foro 
privilegiado para qualquer autoridade. 
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Há exceção da verdade nos crimes contra a honra quando se apurar o delito de 
calúnia, em que é possível a representação, pelo acusado, na forma do disposto no 
art. 138, § 3º, do Código Penal, em que prevê a possibilidade de exceção de verdade 
nos casos que: constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não 
foi condenado por sentença irrecorrível; se o fato é imputado a qualquer das pessoas 
indicadas no inciso I do art. 141; ou ainda, se do crime imputado, embora de ação 
pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. Quando se tratar de foro 
privilegiado, e sendo apresentada a exceção da verdade, desloca-se o julgamento 
para a Corte Especial, já que existe a prerrogativa de função. 
- Notas especiais em relação à competência excepcional quanto à matéria. 
A Justiça Militar Estadual terá competência para julgar ações judiciais contra atos 
disciplinares militares. A Justiça Militar Federal não tem competência para julgar atos 
de natureza civil praticados contra militar, ainda que este esteja no exercício da sua 
função. A justiça Militar Estadual não tem competência para julgar crimes praticados 
por civil, ainda que este atente contra as instituições militares ou contra militares no 
exercício das suas funções, sendo exclusiva para o julgamento de militares, e nunca 
de civis. 
A competência especial do juiz da execução penal, será competente para conduzir o 
processo de execução do condenado o magistrado responsável pela Vara das 
Execuções Criminais do lugar onde está correndo o cumprimento da pena. Em 
situação excepcional, o condenado esteja na mesma cidade do juiz prolator da 
decisão que o condenou e neste lugar não haja Vara privativa de execução penal, 
torna-se competente o juiz da sentença. Porém, se mudar de cidade, os autos de 
execução devem segui-lo, cabendo ao magistrado do local onde estiver o 
cumprimento da pena, promover a execução. Devendo ainda observar a exceção de 
que quando houver transferência provisória do condenado para outra comarca, os 
autos não acompanham o condenado. Em se tratando de lei mais benéfica, será 
competente para essa alteração o juiz da aplicação da execução penal, não 
importando se a condenação foi estabelecida pelo juiz de 1º instância, a Súmula 611 
do STF determina que transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao 
juízo das execuções a aplicação da lei mais benéfica. O Conselho Superior da 
Magistratura editou o Provimento 653/1999 disciplinando que, havendo 
condenação, deve o magistrado, ingressando recurso de qualquer das partes, expedir 
a guia de recolhimento provisória, remetendo-a para a Vara das Execuções Criminais, 
que passou a ser o juízo competente para a execução provisória da pena. O juízo das 
execuções penais tem facilidade de determinar a elaboração dos laudos cabíveis para 
checar a possibilidade de progressão ou livramento condicional. 
A distribuição como alternativa à competência cumulativa supletiva será quando 
houver mais de um juiz na Comarca, igualmente competente para julgar a matéria 
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criminal, sem haver distinção quanto à natureza da infração, será encontrada a 
competência através da distribuição. Por exceção, os tribunais e juízos de 1º grau 
alteram o critério de distribuição, deixando de sortear a Vara ou o relator para 
determinado caso, quando houver necessidade de se proceder a uma compensação. 
Ainda sobre distribuição, caso um magistrado receba mais processos do que deveria, 
será feita uma compensação a outro juiz, sem que seja sorteado. 
Quanto à conexão e continência: 
Haverá alteração de competência, como regra específica, quando houver conexão ou 
continência. Ocorrerá esse efeito quando houver alguma razão particular, de forma a 
facilitar a colheita da prova e economia processual, bem como para evitar decisões 
contraditórias. Será utilizada como fixação inicial, desde que já se tenha 
conhecimento que outro processo liga-se a este, sendo um deles já distribuído. A 
conexão e a continência fazem parte das regras de fixação de competência, embora 
modifiquem as convencionais regras de escolha do juiz natural, por entenderem a 
critérios de ordem puramente instrumental. Se a competência deixar de ser alterada 
em função da conexão ou da continência, a nulidade é apenas relativa, dependente, 
da prova do prejuízo. 
A conexão significa o liame entre infrações, cometidas em situações de tempo e lugar 
que as tornem indissociáveis, ou ainda, a união entre delitos, uns cometidos para 
assegurar outros, além de poder ser o cometimento de atos criminosos de vários 
agentes reciprocamente. O vínculo surge, ainda, quando a produção escorreita e 
econômica das provas assim exige. Quando os meios de acusação, defesa e convicção 
estão em completa dependência. 
Segundo Tornaghi, conexão material (substancial) é quando os crimes são conexos, e 
conexão processual (instrumental), quando não há nexo entre os delitos, mas a 
comprovação de uns termina refletindo na de outros. Quando várias pessoas 
cometem vários delitos num mesmo lugar, à mesma hora, ocorrerá uma conexão 
processual, existente para facilitar a colheita de prova, pois não se visualiza nisso

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