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Sepse Neonatal

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SEPSE NEONATAL 1
SEPSE NEONATAL
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Sepse Neonatal
INTRODUÇÃO
A sepse continua sendo as maiores causas de morbidade e mortalidade em recém-
nascidos, particularmente os de baixo peso ao nascer. 
É um importante fator de risco para sequela neurológica, especialmente quando 
associado a infecção do SNC, hipóxia secundária a choque ou hipertensão pulmonar. 
Para diferenciar sepse precoce de sepse tardia, o tempo de início é variável 48,72 ou 
96hrs de vida.
A sepse precoce é aquela que aparece até o 3º dia de vida do RN. 
SEPSE NEONATAL PRECOCE
Diretamente relacionada a fatores de risco materno, gestacionais e/ou periparto. 
Os RNs tendem a apresentar comprometimento multissistêmico e curso clínico muitas 
vezes fulminantes. 
Os germes na maioria das vezes são os do trato genito-urinário materno, mais 
frequentemente Streptococcus beta hemolítico do grupo B e a Escherichia coli. 
Bactérias entéricas gram negativas, E. coli, espécies de Klebsiella e Enterobacter, 
Bacterioides fragilis e cocos gram positivos, como estafilococos e enterococos 
são causas importantes de sepses precoce em recém nascidos pré termo. 
Fatores de risco materno:
Maiores
Bolsa rota por tempo prolongado (>18 hrs)
Corioamnionite (principal fator de risco)
Colonização genital por Streptococcus beta hemolítico do grupo B. 
Menores
SEPSE NEONATAL 2
ITU materno não tratada, tratada inadequadamente ou tratada no último mês 
da gestação. 
Parto prematuro sem causa aparente
Rotura prematura de membranas (antes do início do trabalho de parto), em 
gestações menores de 37 semanas. 
Febre intra-parto de origem desconhecida
Mãe sem pré natal
Parto domiciliar
A combinação de fatores de risco aumenta significativamente a probabilidade de 
infecção.
Apresentação clínica: 
Pode se apresentar como bacteremia assintomática, infecção generalizada, pneumonia 
ou meningite. 
A dificuldade respiratória é o sintoma de apresentação mais comum, variando de 
taquipneia leve a insuficiência respiratória. 
Considerar diagnóstico quando houver: instabilidade térmica, taquicardia, intolerância 
alimentar, hipotonia, irritabilidade e letargia, convulsões e hipoglicemia. 
A sepse frequentemente evoluiu com sinais de instabilidade hemodinâmica: perfusão 
capilar diminuída, pulsos periféricos finos, hipotensão. 
SEPSE NEONATAL 3
Diagnóstico diferencial:
Cardiopatias congênitas, patologias pulmonares não infecciosas, hemorragias 
intracranianas, TORCHS, malformações no trato gastrointestinal. 
Prevenção de sepse precoce por Streptococcus do grupo B: 
Triar toda gestante entre 35 e 37 semanas , por cultura reto-vaginal.
Profilaxia antimicrobiana intra-parto está indicada para toda gestante com 
bacteriúria na gravidez atual ou filho anterior com sepse por Streptococcus do 
grupo B, sem necessidade de cultura prévia. O antibiótico de escolha é a 
Penicilina. 
Em pacientes alérgicas, pode-se usar cefazolina ou eritromicina. 
Não há indicação de uso em pacientes submetidas a cesárea com bolsa íntegra. 
SEPSE NEONATAL TARDIA
SEPSE NEONATAL 4
A sepse de início tardio pode se manifestar além do período neonatal, até 3 meses de 
vida. 
A rápida progressão da infecção, associada à alta mortalidade e às morbimortalidade e 
às dificuldades no diagnóstico diferencial, justifica a avaliação laboratorial e início do 
tratamento dos RNs com suspeita de sepse. 
A meningite é consideravelmente mais comum na sepse tardia. 
RNT geralmente apresentam quadros clínicos consequentes às infecções por 
Streptococcus do grupo B e gram negativos como E. coli e Klebsiella, os RN baixo 
peso, os pré-termos e nascidos a termo com malformações congênitas apresentam 
quadros decorrentes de germes hospitalares relacionados a fatores de risco. 
Os principais germes são: Staphylococcus coagulase negativo (S. epidermides), 
Staphylococcus aureus (incluindo MARSA), enterococos, gram negativos como 
Pseudomonas, Enterobacter, Klebsiella e Candida albicans.
Fatores de risco:
Cateter central
Ventilação mecânica
Nutrição parenteral
Antibiótico de amplo espectro
Intervenção cirúrgica
Aleitamento artificial
Permanência prolongada em unidade neonatal
separação da mãe
Unidade neonatal muito cheia, sem obedecer aos critérios de CCIH.
Manifestações clínicas:
A observação permite identificar mudança no quadro clínico do RN. 
Dificuldade de aceitação da dieta. 
Estase gástrica, vômitos, distensão abdominal.
Letargia, irritabilidade
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Instabilidade térmica
Apneia e bradicardia
Necessidade aumento de O2 ou aumento dos parâmetros de ventilação mecânica
Mudança na cor da pele (pele rendilhada)
A meningite pode complicar a sepse, com ou sem sintomas neuológicos específicos 
(convulsões, sensório deprimido)
Frequentemente, aparecerá instabilidade hemodinâmica. 
Diagnóstico diferencial:
Enterocolite necrosante, refluxo gastroesofágico grave, erro inato do metabolismo
Prevenção da sepse tardia:
Relaciona-se ao cumprimento das normas da CCIH, recursos humanos capacitado, 
utilização de dieta enteral mínima e incentivo ao aleitamento materno.
Avaliação laboratorial:
História, exame físico e impressão clínica são fundamentais para iniciar ou 
suspender o uso de antimicrobianos. 
Exame laboratorial normal não descarta sepse, assim como o exame laboratorial 
alterado não é critério suficiente para diagnosticá-la. 
Exame padrão ouro: hemocultura, urocultura e cultura de líquor. 
Diante da suspeita, colher: hemograma, PCR e hemocultura. Se esses vierem 
normais, devem ser repetidos em 12 a 24 horas. 
Punção lombar deve ser feita o mais precoce possível em toda sepse tardia e em 
todo o RN com suspeita de sepse precoce quando for iniciar o antibiótico.
Tratamento: 
O tratamento inclui controle térmico, assistência ventilatória, suporte 
hemodinâmico, nutricional e metabólico. 
Na sepse precoce, visando cobertura para Streptococcus do grupo B e E.coli, é 
recomendável ampicilina e um aminoglicosídeo (geralmente a gentamicina). 
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O tratamento da sepse tardia varia de acordo com a prevalência do 
microorganismo hospitalar, Deve-se incluir cobertura para organismos hospitalares 
como S. aureus e S. epidermidis, além de Gram negativos. 
Considerar uso de cefalosporina, cefotaxime e ceftazidima, para infecções no 
SNC. 
Se não houver melhora, pensar na possibilidade de sepse fúngica

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