Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Luísa Bombassaro – Med UFR Sepse neonatal Introdução • Resposta sistêmica á infecção, caracterizada no RN pela evidência clínica de processo infeccioso + instabilidade térmica, disfunção respiratória e cardíaca e anormalidades na perfusão. • De acordo com o NELSON: o Sepse precoce: acomete nos 7 primeiros dias, mais em 72 hrs de vida devido a infecção adquirida no útero ou durante o parto. o Sepse tardia: acomete após 7 dias de vida devido germes nosocomiais ou adquire na comunidade após alta hospitalar. • De acordo com MS: o Sepse precoce: se < 48 hrs de vida por patógenos do trato genital materno como S. agalactie, E. coli e L. monocytogenes. o Sepse tardia: se > 48 hrs de vida por patógenos do ambiente hospitalar como gram negativos, S. aureus, estafilo coagulase negativo e fungos. • Os RN sao menos capazes de responder às infecções devido sua imaturidade imunológica. • A infecção materna passa desapercebida na gestação porque geralmente a gestante é assintomática. Transmissão • Transplacentária intrauterina: sífilis, CMV, toxoplasmose, parvovírus, B19, varicela. • Pelo canal de parto: herpes simples, HIV, hepat B e C, tuberculose, germes do TGI e geniturinário materno – anaeróbios, gram +, gram negativos entéricos, mycoplasma, chlamydia, cândida. • Pós natal: tuberculose, estafilo, bactérias entéricas, cândida, vírus, germes nosocomiais – estafilo coagulase negativo, E. coli, klebsiella, salmonella, enterobacter, etc. Etiopatogenia • FATORES DE RISCO: o Prematuro: defesas imaturas; IgG só passa no fim da gestação; IgM e IgA não passam; características anatômicas como cicatriz umbilical, fragilidade cutânea facilitam disseminação de processos infecciosos. o RN em cuidado intensivo: menor contato com a mãe, jejum prolongado, flora multirresistente, uso de atb de largo espectro, superlotação. • ETIOLOGIA: o Precoce: estrepto b hemolítico do grupo B, E. coli, enterobactérias, L. monocytogenes e citrobacter. o Tardia: bactérias gram positivas (S. agalctiae, S. coagulase negativos, S. aureus, enterococcus); bactérias gram negativas (klebsiella, pseudomonas, enetrobacter); fungos (principalmente em prematuros extremos, <1 kg, uso de ATB de largo espectro). Clínica Luísa Bombassaro – Med UFR • Formas graves de apresentação: icterícia, hepatoesplenomegalia, petéquias (coagulação intravascular disseminda), sangramentos. • Manifestações: desconforto respiratório, taquipneia, apneia, taquicardia, choque, instabilidade de temperatura, respiduo gástrico aumentado, sintomas do TGI (distensão abdominal e vômitos). • Manifestações neurológicas – convulsões, alteração da consciência: indicar disseminação para o SNC. Exames laboratoriais • Padrão ouro: presença do patógeno em culturas – hemocultura, coprocultura, cultura de líquor, cultura da secreção traqueal, cultura de urina (sepse tardia) • Hematológicos: leucocitose (>25000) ou leucopenia (< 5000); neutropenia (< 1500 – 1000); alterações morfológicas de neutrófilos; relação de neutrófilos imaturos e neutrófilos totais. Plaquetas: plaquetopenia < 150000 Vhs: > 10 nas primeiras 48hrs • Imunológicos: PCR > 10; citocinas (elevação de IL-6, TNF-alfa e IL-1b); procalcitonina (elevada) Obs: 0 – 1: normal; 2: suspeito; >= 3: spese Critérios diagnósticos • 2 ou mais dos seguintes: o Instabilidade de temperatura - <35ºC ou >38ºC o Disfunção respiratória – taquipneia (>2 desvios padrões da media para idade); hipoxemia (PaO2 < 70 mmHg em ar ambiente). o Disfunção cardíaca – taquicardia (> 2 desvios padrões para a idade); TEC > 3 seg; hipotensão (> 2 desvios para a idade). o Anormalidade de perfusão – oligúria (débito < 0,5 ml/kg/hr); acidose láctica (lactato sérico alto ou pH < 7,25); estado mental alterado. Diagnóstico: • 3 ou mais sinais clínicos no RN OU • Pelo menos 2 sinais clínicos + fator de risco materno. Tratamento: • Primeira escolha SEPSE PRECOCE: ampicilina 200 mg/kg/dia + gentamicina 5 mg/kg/dia por 7 a 10 dias. • Primeira escolha SEPSE TARDIA: depende da prevalência de micro-organismos e do seu padrao de sensibilidade bacteriana. o Alta prevalência de estafilo coagulase – negativo e resistente a oxacilina: vancomicina. Luísa Bombassaro – Med UFR o Gram -: cefepime Estrepto do grupo B (GBS): • Fatores de risco: o colonização materna; o <37 semanas; o BR > 18 hrs o Corioamnionite: febre materna, sensibilidade uterina, taquicardia fetal, líquido amniótico fétido/purulento; o Mães jovens o Raça negra; o Baixos títulos de anticorpos anticapsulares GBS; o Filho anterior com sepse neonatal precoce por GBS • Profilaxia: o Primária (gestante) (rastrear colonização por GBS durante a 35ª a 37ª semana de gestação): ▪ história de sepse precoce em neonato anterior; ▪ cultura retovaginal + para GBS na 35ª a 37ª semana (Se a gestante não tiver entrado em trabalho de parto, ainda com membranas íntegras, e for procedido o parto cesárea = não precisa); ▪ bacteriúria por GBS em qualquer trimestre (Se a gestante não tiver entrado em trabalho de parto, ainda com membranas íntegras, e for procedido o parto cesárea = não precisa); ▪ status desconhecido para GBS com um dos critérios: trabalho de parto prematuro; BR > 18 hrs; TAX intraparto >= 38ºC; teste intraparto para GBS positivo; ▪ ➔ Penicilina G cristalina 5 milhoes IV de ataque + 2,5 a 3 milhoes a cada 4 horas OU ampicilina 2g IV de ataque + 1g IV a cada 4 hrs. ▪ ➔ se alergia grave: clindamicina/eritromicina OU vancomicina. ▪ ➔ se alergia não grave: cefazolina • Secundária (neonato): o Sintomático: ▪ Colher hemocultura, hemograma completo com leucometria e diferencial, RX de tórax e punção lombar. ▪ ATB: ampicilina + gentamicina o Assintomático: ▪ Com corioamnionite materna: colher hemocultura e hemograma ao nascimento e com 6 – 12 hdv + ATB ampicilina e gentamicina ▪ Sem corioamnionite materna: • se a mãe recebeu profilaxia -> observar RN por 48hrs; • se a mãe não recebeu profilaxia -> observar por 48 hrs + HMG completo ao nascimento ou com 6 – 12 hrs se prematuro ou BR > 18 hrs.
Compartilhar