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Sepse Neonatal - Síndrome clínica de sintomas sistêmicos - Pode haver isolamento de patógenos no sangue - Pode ser classificada em: Precoce: ocorre até as 48 ou 72 horas Tardia: após as 72 horas de vida - A taxa de mortalidade em média 25% - A incidência varia de 1 a 8 casos por 1000 nascidos vivos - A incidência de sepse pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo B (EGB) tem diminuído em razão da profilaxia intraparto - Maternos e perinatais: • Febre > 37,5°C • Taquicardia fetal (>180bpm) • Infecção do trato urinário atual ou com tratamento até 72 horas antes • Antecedente de infecção por Streptococcus agalactiae sem profilaxia intraparto • Ruptura prematura de membranas amnióticas maior que 18 horas • Corioamnionite • Cerclagem ou amniocentese • Ausência de pré́‐natal ou incompleto • Infecções do trato genital (ex.: herpes genital e papiloma vírus) • Gestação múltipla (o primeiro gemelar é mais suscetível à sepse neonatal precoce - Fatores neonatais: • Prematuridade, principalmente aqueles com < 1.500g • Asfixia perinatal (causa neutropenia e redução das reservas medulares) • Sexo masculino • Índice de Apgar baixo no 5° minuto (< 7) • Líquido amniótico tinto de mecônio • RN que necessitou de ressuscitação - A transmissão pode ocorrer de forma: transplacentária intrauterina (sífilis), durante a passagem pelo canal de parto (HIV e EGB) e pós-natal (bactérias entéricas) - As precoces são relacionadas com o canal de parto ou com bactérias da microbiota intestinal materna - As tardias são relacionadas com bactérias expostas no ambiente hospitalar - Sepse Precoce: • Estreptococo beta hemolítico do grupo B (S. agalactiae) • Escherichia coli • Listeria monocytogenes. Obs. Frequentemente, relacionada com infecção urinária materna, corioamnionite e colonização do canal de parto. - Sepse Tardia: • S. agalactiae • Staphylococcus coagulase negativos • S. aureus • Enterococcus • Klebsiella • Pseudomonas • Enterobacter • Candida albicans - Sinais e sintomas pouco específicos, devendo-se soma-los entre si e com a história obstétrica prévia - Os principais sinais e sintomas são: • Hipoatividade • Irritabilidade • Gemência • Instabilidade térmica • Taquipneia ou apneia • Abaulamento de fontanela • Recusa alimentar • Sintomas gastrointestinais (vômitos, distensão abdominal, estase gástrica) • Avalição subjetiva do RN (“RN parece não estar bem”) Obs. Observar sempre sinais de choque séptico - Baseado nos fatores de risco, manifestações clínicas e exames laboratoriais - Não necessita resultado dos exames para início da antibioticoterapia - Exames laboratoriais: • O padrão-ouro é a hemocultura, sendo coletada de dois pontos, superior e inferior geralmente • Punção liquórica: meningite é comum na sepse neonatal tardia, pedida nesses casos • Urocultura: importante no diagnóstico na sepse neonatal tardia. Obtida por punção suprapúbica. • Cultura de aspirado traqueal: as amostras de aspirado endotraqueal são úteis quando coletadas nas primeiras 8 horas de vida • Leucograma: coletado de 6 a 12 horas após o parto • Plaquetas: trombocitopenia ocorre em até 50% dos RN com sinais de sepse, é um achado laboratorial mais tardio • Proteína C reativa (PCR) • Procalcitonina: é o precursor do peptídeo da calcitonina - Estabelecido o diagnóstico, é necessário iniciar tratamento antimicrobiano empírico, após a coleta de culturas - Segundo o Ministério da Saúde, a presença de três ou mais sinais clínicos no RN ou no mínimo dois sinais associados a fatores de risco maternos autoriza o diagnóstico - Todo RN com sepse deve tratar em UTI - Recomendação para antibioticoterapia empírica: Ampicilina (200mg/kg/dia) associada com Gentamicina (5mg/kg/dia) - A Amicacina pode ser utilizada em associação, na dose de 20mg/kg/dia, em caso de resistência a Gentamicina - Em pacientes com melhora clínica, recomenda-se 10 a 14 dias de tratamento com antibioticoterapia específica, após o resultado das culturas - Temperatura corporal: a hipotermia duplica a mortalidade, principalmente em prematuros e baixo peso ao nascer - Pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória, diurese: hipotensão, taquicardia, taquipneia e oligúria são indicativos de choque séptico - Saturação de oxigênio: deve-se manter a saturação entre 90–94% - Glicemia e infusão de soluções hidroeletrolíticas e suporte - Suporte nutricional: Nos casos em que a via digestiva não puder ser utilizada, manter o jejum e iniciar nutrição parenteral - Em caso de choque, a reversão deve ser imediata - O tratamento inicial deve ser feito com expansão com solução cristaloide, de preferência o soro fisiológico 0,9% - O procedimento deve ser repetido se a pressão arterial média for menor que 30 mmHg ou se a diurese for inadequada ou ausente - Pode-se utilizar drogas vasoativas - O EGB é o principal agente etiológico da sepse neonatal precoce, sendo as medidas de profilaxia materna e neonatal eficazes - Faz parte do pré-natal a realização do swab retal e vaginal e cultura a partir da 35ª semana gestacional para rastreio de colonização por GBS - Está indicado a profilaxia intraparto, quando: • RN prévio com doença pelo EGB • Gestante com bacteriúria pelo EGB em qualquer trimestre da gestação atual • Cultura para EGB positiva na gestação atual, exceto se for realizada cesárea programada, paciente sem trabalho de parto, ou ruptura de membranas amnióticas • Desconhecimento de colonização pelo EGB no início de trabalho de parto e se: o Parto < 37 semanas o Bolsa rota ≥ 18 h o Temperatura intraparto ≥ 38°C o Teste positivo intraparto para EGB - Quanto a sepse tardia, a melhor forma de profilaxia é a higienização das mãos e um adequado serviço de cateterização e ventilação do RN
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