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Slides de Aula - Unidade IV HISTÓRIA DA ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA

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UNIDADE IV
Prof. Dr. Mário Caldeira
História da Arte Moderna
e Contemporânea
 Como vimos anteriormente, não podemos ter apenas como parâmetro os critérios 
da arte tradicional para explicar a arte moderna. Quando falamos de arte 
contemporânea, conforme já observamos, menos ainda.
 Nessa situação, então, como é feita a arte contemporânea? Em primeiro lugar, é 
importante destacar as bases dessa produção. Os elementos envolvidos são: o 
tempo, o espaço e os materiais. Vejamos como cada uma dessas categorias é 
manipulada por artistas de qualidade na atualidade.
Os procedimentos do fazer artístico contemporâneo
Os procedimentos do fazer artístico contemporâneo: o tempo
 A arte moderna ainda carregava consigo a ideia de perenidade da obra de arte, 
mas com um novo viés. Enquanto as artes plásticas mais tradicionais, aceitas pelo 
Salão da Academia de Belas Artes de Paris, tinham um profundo interesse na 
eternidade da obra artística (tanto na forma quanto no conteúdo), os 
impressionistas enviesaram-se por outro caminho. Tanto eles quanto os pós-
impressionistas acrescentaram no final do século XIX um novo parâmetro dentro 
da categoria tempo: o registro de impressões fugazes e passageiras.
 As sensações causadas por um pôr do sol no mar, pelo 
movimento de pessoas indo e vindo, a trabalho ou a lazer, 
o movimento lento, mas contínuo das nuvens, o cotidiano 
da cidade ou, mais ainda, do campo, são aspectos 
percebidos por esses artistas, mas que são todos 
efêmeros.
 Outra novidade inserida por alguns impressionistas, mas não utilizada por todos, 
corresponde à velocidade com que a pintura era feita. A proposta de sair do 
estúdio, com luz e cenários controlados artificialmente, era buscar a natureza e 
coletar as impressões causadas. Para captar essas sensações era necessário 
pintar com muita velocidade, pois o cenário ao ar livre mudava constantemente. 
Isso gerava pinturas feitas com pinceladas rápidas (staccato), vigorosas e 
intuitivas, sem muito preparo prévio.
Os procedimentos do fazer artístico contemporâneo: o tempo
 O que afirmamos aqui é que o tempo, a partir da segunda metade do século XIX, 
começa a ser parte intrínseca da obra. O tempo que a obra levou para ser feita 
está registrado nela, no seu fazer. Não é possível medir esse tempo com um 
relógio, mas é possível ver a ação do autor ou da autora da obra registrada na tela. 
Isso também fará parte das esculturas e de outros suportes artísticos.
 É o que acontece mais tarde, a partir do século XX. O 
tempo passaria a ter um outro significado nas artes 
plásticas, quando surge uma nova e inusitada maneira de 
fazer, ou melhor, de apresentar uma obra: é o que 
chamamos hoje de performance artística, arte 
performática, ou simplesmente performance.
Os procedimentos do fazer artístico contemporâneo: o tempo
 As primeiras performances, como as proporcionadas 
por poetas do movimento Dadaísta, como Tristan 
Tzara e Hugo Ball, eram bem simples se comparadas 
às que ocorrem hoje. Ball foi fundador do Cabaret 
Voltaire, que, conforme já vimos, era um café, bar e 
teatro em Zurique, Suíça, que se tornou ponto de 
encontro de inúmeros artistas, muitos do 
movimento dadaísta.
Os procedimentos do fazer artístico contemporâneo: o tempo
Foto de uma performance feita por Hugo Ball, 
em 1916, no Cabaret Voltaire, fundado por ele.
Disponível em: 
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commo
ns/c/ce/Hugo_Ball_Cabaret_Voltaire.jpg>. 
Acesso em: 10 fev. 2019.
 Mas é com a Arte Performática que o tempo e o corpo, juntos, transformam-se em 
um suporte autônomo, com seu espaço em exposições, nas ruas e nos locais 
escolhidos por artistas que se dedicam exclusivamente a essa técnica. A Arte 
Performática não foi explicitamente formulada pelo grupo japonês Gutai, nos anos 
1950, mas é possível afirmar que eles foram seus precursores, especialmente por 
trabalhos como o Vestido Elétrico (1957), da artista Atsuko Tanaka (1932-2005), 
que fazia parte do grupo.
Os procedimentos do fazer artístico contemporâneo: o tempo
 Até o início do século XX, os suportes para as artes, tanto as plásticas quanto as 
demais, tinham seu espaço claramente delimitado. As pinturas estavam nos 
quadros e nos afrescos, mas sempre dentro de alguma construção (museu, 
palácio, templo, residência etc.); as estátuas tinham seu espaço físico próprio, mas 
podiam ficar dentro de edifícios ou ao ar livre, em praças ou parques; os textos 
literários dentro dos livros, que por sua vez ficavam em estantes (que ficavam em 
bibliotecas públicas ou particulares); e a dramaturgia, a música e os recitais dentro 
dos teatros, casas de ópera, ou ainda dentro da residência de algum cliente nobre 
ou abastado.
Os procedimentos do fazer artístico contemporâneo: o espaço
 As vanguardas artísticas posteriores ao Pós-Impressionismo detonaram esse lugar 
já delimitado. E o golpe de misericórdia contra o espaço tradicional das artes em 
geral foi desferido pela internet. As mudanças são tão profundas que é necessário 
estabelecer um pequeno roteiro para perceber a existência de uma conexão entre 
o espaço tradicional da arte, ao qual ainda estava fortemente vinculada a arte 
moderna, e o que ocorreu na arte contemporânea. Mesmo porque ainda hoje a 
pintura, a escultura e a gravura também são produzidas em suportes tradicionais e 
exibidas em espaços semelhantes ao que foi descrito há pouco.
 Até a música voltou a ser comercializada e colecionada 
em vinil, algo absolutamente impensável até a primeira 
década do século XXI. 
Os procedimentos do fazer artístico contemporâneo: o espaço
Os procedimentos do fazer artístico contemporâneo: os materiais
Gráfico com a evolução dos suportes nas artes.
Fonte: autoria própria.
 As inovações trazidas pelos impressionistas e pelas vanguardas artísticas, como já 
vimos, começa pelo registro de temas efêmeros (o clima, as nuvens, as pessoas 
com suas tarefas cotidianas), mas, com o passar do tempo, estende-se a outros 
campos, como a invenção do ready-made. Usar objetos produzidos 
industrialmente com suporte para um conceito de arte também é explorar o tempo, 
mas de outra maneira: significa que para reproduzir a obra-conceito de Marcel 
Duchamp (e ele fez várias repetidas) basta comprar os mesmos objetos 
e materiais.
Os procedimentos do fazer artístico contemporâneo: os materiais
Identifique nas alternativas a seguir um suporte contemporâneo para 
artes plásticas.
a) Pintura.
b) Performance.
c) Tapeçaria.
d) Afresco.
e) Escultura.
Interatividade
Identifique nas alternativas a seguir um suporte contemporâneo para 
artes plásticas.
a) Pintura.
b) Performance.
c) Tapeçaria.
d) Afresco.
e) Escultura.
Resposta
 Classificar certos artistas e suas obras é uma tarefa quase impossível, que talvez 
nem desejável seja. A classificação em si serve apenas como apoio para se 
compreenderem mais facilmente a obra de um artista, suas características 
principais, quando foi pensada e executada, o que não significa que realmente se 
aprenda algo com tais informações.
A dificuldade de classificação
 Esse é o caso de Allan McCollum (1944) com a proposta do Projeto Formas. 
Desenvolvida entre 2005 e 2006, a proposta idealizou um sistema de produção 
capaz de criar uma forma, delimitada por uma proporção única, para cada pessoa 
do planeta.
 Para isso ele desenvolveu um sistema, com uma parte 
elaborada em computador, capaz de gerar mais de 30 
bilhões de formas completamente diferentes uma da outra, 
garantindo a individualidade do projeto por muito tempo, 
se pensarmos que a população do planeta está, na 
década de 2010, em torno de 7,5 bilhões de 
seres humanos. 
A dificuldade de classificação
A dificuldade de classificação
Desenhos que representam formas (Shapes) desenvolvidas por Allan Mccollum, no projeto 
The Shapes Project, elaborado entre 2005-2006. As esculturas são entalhadas em Corian®, 
com máquinaCNC. A ideia é que cada habitante do planeta tenha uma forma única. Segundo 
Allan, nenhuma forma se repete, são todas exclusivas.
Fonte: autoria própria.
 Esse projeto revela o 
quanto estamos 
individualistas e como 
a preocupação com o 
“eu” se sobrepõe cada 
vez mais ao conceito 
de “nós”.
 A arte contemporânea não modificou apenas os suportes tradicionais das artes 
plásticas ou a maneira de pensar a arte, mas também o espaço artístico. Um 
exemplo importante é o trabalho de Keith Haring e de Jean-Michel Basquiat. 
Ambos começam a usar espaços da cidade para criar obras artísticas. No início 
eram tratados como marginais, e só depois de algum tempo começam a ser 
percebidos como artistas criativos.
O espaço da arte: museus, galerias, espaço público
 O metrô de Nova York tinha inúmeros painéis, chamados de blackboards, nas 
plataformas de embarque e desembarque de suas estações, usados como suporte 
para placas de propagandas comerciais e avisos. O fundo desses painéis era preto 
e, às vezes, os painéis ficavam à mostra quando não eram usados. Nesse 
pequeno espaço residual, Keith Haring (1958-1990) desenhava suas figuras 
humanas estilizadas (ver seu quadro sem título na próxima figura), seus cachorros 
minimalizados e várias outras formas, usando giz branco, com sugestões de 
movimento e de energia marcados por pequenas linhas. 
O espaço da arte: museus, galerias, espaço público
 O que Haring modificava de fato ao fazer pinturas dentro do metrô de Nova York 
era o espaço ocupado pela arte e por seu suporte. Outros artistas já faziam algo 
nesse sentido, mas foi a geração de Haring que rompeu de vez com esses dois 
aspectos da arte que ainda se mantinham com muita força. Jean-Michel Basquiat 
(1960-1988) era um deles, e, assim como Haring, faleceu muito cedo, sem nos ter 
deixado a chance de apreciar o desenvolvimento de sua carreira.
 Keith Haring falece com 31 anos de idade, vítima de 
complicações decorrentes da Aids. Ele já havia se tornado 
um ativista pela liberdade dos direitos civis, e incluía esse 
tema com frequência em suas obras.
O espaço da arte: museus, galerias, espaço público
 A pintura ao lado mostra o tipo de 
grafismo criado por Keith Haring e 
que até hoje é muito popular. Esse 
tipo de desenho influenciou artistas 
de várias modalidades, inclusive 
nos quadrinhos e na moda.
O espaço da arte: museus, galerias, espaço público
Figura 78 – Keith Haring. S/ título. Década de 1980. Tinta sobre tecido. Dimensão não 
identificada. Kunsthalle Munich, Munique (Alemanha).
Disponível em: <https://cdn.pixabay.com/photo/2017/06/07/17/46/exhibition-
2381035_960_720.jpg>. Acesso em: 18 jan. 2019.
 O trabalho de Haring está claramente inserido em uma continuidade radical da Pop 
Art, e na abertura de novos caminhos para o espaço e para o suporte da própria 
arte. Haring não estava sozinho nessa trajetória. Artistas tão radicais quanto ele da 
cena nova-iorquina atuavam também nessa direção.
O espaço da arte: museus, galerias, espaço público
 A arte contemporânea, principalmente a que começa a ser feita a partir dos anos 
1960 nas ruas, com performances, murais e happenings, se retira do espaço 
museológico.
 Fazer arte fora dos museus, como Keith Haring e Jean-Michel Basquiat (1960-
1988) o faziam, era, no princípio, simplesmente coisa de delinquente. Mas, com o 
passar do tempo, a ocupação das ruas, muros e fachadas tornou-se não só um 
desejo de artistas, mas um interesse da população, que alcançou até um 
nível político.
 No século XXI realizar eventos com arte nas ruas é algo 
muito comum e desejado em cidades onde não existem 
tais eventos. 
O espaço da arte: museus, galerias, espaço público
Qual foi uma das principais contribuições que o artista Keith Haring deixou com 
sua obra?
a) O uso de temas populares nos seus quadros.
b) O uso de espaços urbanos como suporte para arte.
c) O uso de referências clássicas em obras contemporâneas.
d) O uso de performances como meio de manifestação artística.
e) A possibilidade de fazer estátuas em espaços públicos.
Interatividade
Qual foi uma das principais contribuições que o artista Keith Haring deixou com 
sua obra?
a) O uso de temas populares nos seus quadros.
b) O uso de espaços urbanos como suporte para arte.
c) O uso de referências clássicas em obras contemporâneas.
d) O uso de performances como meio de manifestação artística.
e) A possibilidade de fazer estátuas em espaços públicos.
Resposta
 Desde há muito tempo a sobrevivência dos artistas é garantida principalmente pela 
venda das obras que eles produzem. Seja a venda direta ao cliente, seja a venda 
indireta através de um marchand que revende os trabalhos artísticos a terceiros.
 O valor de uma obra de arte, principalmente de um artista ou artista famosa e já 
falecida, é geralmente alto. Mas, desde o final do século 20 aconteceu um 
fenômeno comercial que transformou o mercado de artes no mundo: os leilões 
milionários de obras de arte. O leilão é uma boa oportunidade para se comprar 
uma obra de arte. 
O problema é quando os lances chegam a valores 
inimagináveis.
A arte como negócio e a crítica da arte
 Foi o que aconteceu com um quadro de Vincent van Gogh. A disputa foi 
surpreendentemente rápida até que, finalmente, em um lance final assombroso de 
um dos participantes, o leiloeiro anunciou o valor arrematado pelo objeto em leilão: 
39,9 milhões de dólares. Nunca uma pintura tinha atingido tamanha quantia em 
uma disputa. Na hora anterior, para se compreender o espanto da plateia que tinha 
acabado de participar dos outros leilões, fora gasto pelos arrematadores um total 
de 22,2 milhões de dólares na aquisição de 41 trabalhos de artistas 
impressionistas e modernos. O leilão aconteceu em 1987 em Londres.
A arte como negócio e a crítica da arte
A arte como negócio e a crítica da arte
Vincent van Gogh. Vaso com Quinze 
Girassóis, réplica da 4ª versão (fundo verde 
e amarelo). Óleo sobre tela, 100 cm x 76 cm. 
Museu de Arte Sompo Japan, Tóquio 
(Japão).
Disponível em 
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/com
mons/1/1a/Van_Gogh_Vase_with_Fifteen_Su
nflowers.jpg>. Acesso em 18 jan. 2018.
 O pequeno quadro, intitulado Vaso com Quinze 
Girassóis, foi feito por Vincent van Gogh, que, se 
vivo, faria 134 anos no mesmo dia em que a pintura 
foi a leilão. O lance inicial foi de 8 milhões 
de dólares.
 Quando perguntado como era possível que uma pintura considerada de 
pouquíssimo valor enquanto Van Gogh era vivo poderia atingir tal fortuna cem 
anos depois, o leiloeiro respondeu, sem deixar de beber o seu champanhe após o 
leilão: “ele [Van Gogh] era um homem estranho […] não era muito bom na 
divulgação do seu trabalho” (CLINES, 1987).
 Hoje se sabe que o comprador misterioso foi Yasuo Goto, um magnata japonês do 
ramo de seguros, e o quadro encontra-se no Museu de Arte Sompo Nipponkoa 
Japan, do Memorial Seiji Togo, em Tóquio, Japão.
A arte como negócio e a crítica da arte
 O quadro de aquisição mais cara até hoje, iniciado o 
século 21, é de suposta autoria de Leonardo da Vinci, 
intitulado Salvator Mundi. Ele foi vendido pela casa de 
leilões Christie's, em Nova York, em novembro de 2017, 
pela impressionante soma de 450,3 milhões de dólares, 
estabelecendo um novo recorde. Isso até o próximo 
megaleilão de artes acontecer…
A arte como negócio e a crítica da arte
Leonardo da Vinci. Salvator Mundi, c. 1500. Óleo 
sobre placa de nogueira. 45,4 cm x 65,6 cm. Louvre 
Abu Dhabi, Abu Dhabi (Emirados Árabes).
Disponível em: 
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/
5c/Leonardo_da_Vinci%2C_Salvator_Mundi%2C_c
.1500%2C_oil_on_walnut%2C_45.4_%C3%97_65.
6_cm.jpg>. Acesso em: 18 jan. 2019.
 O mercado especializado no negócio de arte existe há muito tempo, mas é 
possível separá-lo em duas fases: uma mais antiga, que ainda existe, que é 
simplesmente uma ação de encomendar um trabalho para um ou umaartista, e 
outra relativamente mais recente, que é a comercialização da obra de arte como 
objeto de investimento financeiro, intermediada por um marchand ou por uma casa 
de leilões.
 Mas houve uma novidade relativamente recente no 
mercado das artes. Os marchands eram exclusivamente 
profissionais do mercado de arte, limitando-se a tratar de 
negócios e de marketing. A partir da segunda metade do 
século XX, alguns artistas começam a se transformar em 
empreendedores, eliminando o marchand ou colocando-o 
em segundo plano. 
A arte como negócio e a crítica da arte
 Jeff Koons (1955- ) é um dos artistas mais conhecidos e bem remunerados do início 
do século XXI, e suas obras são, ao mesmo tempo, objeto de admiração e de 
escárnio, de adoração (compradores pagam milhões por suas obras) e de completo 
desprezo (principalmente por parte dos críticos especializados). A imagem a seguir 
é uma releitura de uma pequena e famosa escultura paleolítica em pedra, a Vênus 
de Willendorf. Esculpida entre 28.000 e 25.000 a.C., foi encontrada na Áustria em 
1908, e encontra-se atualmente em um museu em Viena. Ela é simplesmente uma 
das mais importantes esculturas do período paleolítico e, na releitura de Koons, 
tornou-se parecida com aqueles balões distribuídos para crianças.
A arte como negócio e a crítica da arte
A arte como negócio e a crítica da arte
Jeff Koons. Balloon Venus, 2008-2012. Aço 
inoxidável polido pintado. Ashmolean Museum, 
Oxford (Inglaterra).
Disponível em: 
<https://cdn.pixabay.com/photo/2015/07/23/21/
05/museum-857548_960_720.jpg>. Acesso 
em: 31 mar. 2019.
 Podemos comparar Koons a um dos artistas mais hábeis do início do século 21 e 
um dos mais ricos também, o britânico Damien Hirst (1965- ). Tanto Jeff Koons 
quanto Hirst são artistas plenos, e não é possível (ainda que muitos o façam) nem 
justo recriminá-los por ganhar (muito) dinheiro.
 A crítica justa acontece quando se reconhece que Hirst fez alguns de seus 
famosos trabalhos baseando-se em diversos tipos de plágio. Em alguns dos casos, 
que foram a julgamento, acusavam o artista britânico de copiar obras de outras 
pessoas, ele assumiu a responsabilidade sigilosamente, compensando o que fez
com doações a entidades de caridade.
A arte como negócio e a crítica da arte
 Apesar das críticas, Hirst é 
inegavelmente um dos artistas 
mais capazes de chamar a 
atenção com suas obras 
provocantes, como a obra ao 
lado, que colocou em uma 
exposição em 1992 com o 
objetivo de divulgar o trabalho 
dos Jovens Artistas Britânicos.
A arte como negócio e a crítica da arte
Damien Hirst. A Impossibilidade Física da Morte na Mente de Alguém Vivo. 1991. 
Tubarão-tigre, aço, vidro, silicone e solução de formol a 5%, 2,13 m x 5,18 m x 2,13 m.
FARTHING, S. Tudo sobre arte: os movimentos e as obras mais importantes de todos os 
tempos. Rio de Janeiro: Sextante, 2011. p. 556.
Qual forma de comercialização de obras de arte tem atingido os valores monetários 
mais altos na atualidade?
a) A venda feita pelo marchand.
b) A venda feita pelo artista direta ao cliente.
c) A obra de arte feita sob encomenda.
d) A obra de arte comprada em grandes leilões internacionais.
e) A obra de arte doada pelo artista.
Interatividade
Qual forma de comercialização de obras de arte tem atingido os valores monetários 
mais altos na atualidade?
a) A venda feita pelo marchand.
b) A venda feita pelo artista direta ao cliente.
c) A obra de arte feita sob encomenda.
d) A obra de arte comprada em grandes leilões internacionais.
e) A obra de arte doada pelo artista.
Resposta
 O pai do músico que havia falecido havia pouco e era velado pela família e por 
inúmeros fãs, admiradores e admiradoras, companheiros e amigas, em um 
depoimento emocionado declarou: “Ele era um músico, um artista honesto! Não 
estava interessado em dinheiro!”, exaltando uma das qualidades de Marcelo Yuka 
(1965-2019), um dos músicos fundadores do grupo brasileiro O Rappa.
 Ao dar aquele o depoimento, sem querer, o pai de Yuka revela uma visão bastante 
disseminada da relação entre arte e dinheiro, que também pode ser ampliada para 
arte e comércio.
Arte e dinheiro
 Essa mesma opinião, de modo um pouco diverso, aparece na manifestação de 
Carlos Bracher (1940- ), artista de origem mineira, que avalia com veemência: “O 
mercado quer o sucesso. Ele quer o Volpi das bandeirinhas, ele quer o Pancetti 
das marinhas. Ele quer o que vende. Mercado é uma tragédia, é o desastre 
da arte”.
 O artista se refere a Alfredo Volpi (1896-1988) e a 
Giuseppe Gianinni Pancetti (1902-1958). O que Bracher 
critica é o fato de que o mercado de artes, ao descobrir 
uma sequência de obras com muita procura, fixa-se 
nestes, sem se interessar por mais nada.
Arte e dinheiro
 Não é possível afirmar que José Pancetti se conformou ao mercado de artes para 
que aceitassem sua obra popular que reproduz paisagens marinhas, que têm uma 
presença forte no imaginário da população brasileira. Também não é possível dizer 
que a busca obstinada dele era por achar um tipo de tema que vendesse mais 
que outro.
Arte e dinheiro
 Ao lado vemos uma das 
marinhas pintadas por Pancetti, 
com traços rápidos e que captam 
bem a atmosfera do lugar.
Arte e dinheiro
José Pancetti. Paisagem de Itapoã. 1953. Óleo sobre tela, 38 cm x 53 cm. Coleção G. 
Chateaubriand, Rio de Janeiro, Brasil. Fonte: MANUEL, P. (org.). Arte no Brasil. São Paulo: 
Editora Abril, 1982. p. 231.
 Quem é artista hoje? Essa pergunta, que antes já era difícil de responder, agora 
ficou mais complicada ainda.
 Há pouquíssimo tempo, no Brasil, pichadores passaram a ser chamados de 
grafiteiros, pichação passou a ser grafite e alçou desconhecidos à posição de 
artistas de renome, muito bem pagos para pintar fachadas de edifícios, muros 
velhos e escadarias antigas na cidade.
 A mudança radical, que começa nos Estados Unidos e se 
amplia para outros países, demonstra uma situação que 
coloca em jogo a definição do que é artista. Se, até 
surgirem as aventuras ousadas dos artistas modernos que 
prenunciavam o que a arte contemporânea faria, havia 
uma delimitação clara de quem era artista plástico, o 
mesmo não se pode afirmar sobre o início do século XXI.
Quem é artista hoje
Um site dedicado às artes plásticas criou uma lista intitulada “Os Artistas mais 
Influentes da Última Década”, referindo-se ao início do século XXI.
Veja os critérios utilizados:
 “Nós selecionamos artistas que moldaram a consciência do público, outros que 
redefiniram o que é o mercado de arte, aqueles que reduziram a distância entre o 
processo e o produto, aqueles que tiveram um efeito profundo sobre outros 
artistas, aqueles que expressaram a condição cultural com mais eficiência, e 
aqueles que passaram mais tempo no centro das atenções […].” (COHN; 
EISINGER, 2013, tradução nossa).
Quem é artista hoje
 Observe que a maioria dos critérios para selecionar quem vai na lista está 
relacionada à capacidade de influenciar outras pessoas, sejam marchands, 
críticos, outros artistas ou o público em geral.
 Vejamos como a capacidade de influenciar outros artistas acontece na obra de 
Louise Bourgeois (1911-2010), uma artista conhecida pela sua capacidade de 
materializar na arte suas preocupações com o universo feminino. Ela é uma das 
mais conhecidas artistas feministas e uma de suas obras, chamada de Maman, 
tornou-se muito popular, tanto pela sua localização quanto pelas suas formas.
Quem é artista hoje
 A grande escultura de bronze de 
Bourgeois, que lembra uma aranha 
gigante, é de fácil reconhecimento, e 
ao se estudar um pouco mais sobre a 
artista entende-se que a imagem da 
aranha é uma interpretação física do 
papel da mãe, que com grande força 
exerce sua influência sobre a sua prole 
(daí o nome Maman).
Quem é artista hoje
Louise Bourgeois. Maman, 1999. Escultura em bronze, aço inoxidável e mármore. 927 cm x 
891 cm x1024 cm. Museu Guggenheim, Bilbao (Espanha).
Disponível em: 
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e5/Maman_de_Louise_Bourgeois_-
_Bilbao.jpg>. Acesso em: 19 jan. 2019.
Qual é umas das principais críticas feitas ao mercado de arte por alguns artistas?
a) É que o mercado de arte só se interessa pelas obras que vendem mais.
b) É que o mercado de arte é fundamental para a criatividade dos artistas.
c) A crítica é que o mercado de artes se concentra somente em pinturas.
d) É que o mercado de artes é pouco rentável para os leilões.
e) A crítica é que o mercado de artes é dominado pelos próprios artistas.
Interatividade
Qual é umas das principais críticas feitas ao mercado de arte por alguns artistas?
a) É que o mercado de arte só se interessa pelas obras que vendem mais.
b) É que o mercado de arte é fundamental para a criatividade dos artistas.
c) A crítica é que o mercado de artes se concentra somente em pinturas.
d) É que o mercado de artes é pouco rentável para os leilões.
e) A crítica é que o mercado de artes é dominado pelos próprios artistas.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!