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História do Ceará Início da Colonização No século XVI, o Ceará ficou praticamente esquecido pela Coroa portuguesa. O difícil acesso à costa cearense, a oposição dos índios à presença do invasor português, a aridez do clima, a mata virgem fechada que também dificultava a acomodação nessa terra, a presença hostil de corsários estrangeiros e, principalmente, a falta de grandes atrativos econômicos foram razões desse descaso. A maior prova do abandono cearense, no primeiro século da ocupação lusa, aconteceu com a criação do sistema de capitanias hereditárias (1534), pois nem o donatário do Siará Grande, Antônio Cardoso de Barros, se interessou pela terra, aqui não pondo os pés. Foi apenas no século XVII que Portugal decidiu colonizar o litoral cearense, por razões estratégico-militares. Pero Coelho de Sousa (1603) primeiro a tentar colonizar o Ceará sob ordem do 8º governador geral do Brasil. A intenção era organizar uma bandeira para explorar o rio Jaguaribe, combater os piratas estrangeiros, descobrir minas e pacificar os índios. Nas margens do rio Jaguaribe construiu o forte de São Lourenço. A seca de 1605 a 1607 e os persistentes ataques dos índios fizeram Pero Coelho deixar o Siará em dolorosa caminhada, da qual vários soldados e se filho morreram. Francisco Pinto e Luís Filgueira (1607) Segunda tentativa Tentando catequizar e amansar os índios, esses padres jesuítas partiram de Pernambuco de barco até a foz do rio Jaguaribe acompanhados de 60 índios mansos. Atacados pelos índios Tacarijus, Francisco Pinto foi trucidado e Luís Filgueiras fugiu para o Rio Grande do Norte, sendo em 1643 devorado pelos índios Aruãs. Martin Soares Moreno Terceira tentativa. tendo acompanhado como soldado ainda jovem a expedição de Pero Coelho, Moreno conheceu parte da região e fez amizades com índios locais. Em 1611, acompanhado de um padre e de seis soldados, regressou ao Ceará para efetivar a posse da capitania, fundando na barra do rio Ceará, com ajuda dos índios de Jacaúna um pequeno forte, o de São Sebastião. A Invasão Holandesa e o Ceará No período da união ibérica, o rei Felipe II da Espanha proibiu as relações comerciais do Brasil com a Holanda. Como reação ao embargo espanhol, os holandeses resolveram invadir as posses ibéricas na América. Primeiro, invadiram a Bahia (1624), não permanecendo por muito tempo. Depois, tomaram Pernambuco em 1630. De 1630 a 1654, o domínio holandês no nordeste açucareiro expandiu-se pela Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará. Em 1637, tropas flamengas conquistam o forte cearense de São Sebastião. Com o tempo, os índios invadiram e destruíram o forte de São Sebastião, trucidando todos os flamengos. Contudo, os holandeses voltariam em 1649 com Matias Beck. Este ergueu às margens do rio Pajeú o forte de Schoonenborch . Com a expulsão dos holandeses do Brasil, em 1654, o forte iria para as mãos dos portugueses, mudando de nome para Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Nesse período o ‘’Siará’’ esteve submisso a outras entidades administrativas. Economia Colonial Cearense Com a incorporação desse Estado à administração de Pernambuco, o Ceará segue até o final do século XVII com uma pequena guarnição militar representando o domínio português. Tal quadro mudaria no final do século XVII e começo do XVIII com a ocupação do interior cearense em função da pecuária. De atividade secundária e complementar, a pecuária facilitou a ocupação do interior nordestino. O processo de colonização do interior cearense proporcionou extermínio e escravização de índios. Os índios eram jogados em aldeamentos, espécies de aldeias artificiais onde os padres jesuítas os ‘’catequizavam’’, ‘’civilizando-os’’. Muitas cidades formaram em torno desses aldeamentos, como Caucaia (antigo aldeamento de N. S. de Caucaia, depois Soure), entres outros. Contribuíram para a expansão pecuarista, as vastas extensões de terras e pastagens, o caráter salino do solo, a facilidade na aquisição das sesmarias, o pouco investimento para se estruturar uma fazenda, além do fato de que o gado dispensava transporte, pois era vendido vivo seguindo viagens pelas regiões ribeirinhas até para outros Estados. Com essas viagens, vários pontos de apoio para descanso e defesa foram aos poucos se transformando em importantes cidades interioranas, como Icó e Quixeramobim.
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