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A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL COM ÊNFASE NA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Professoras: Me. Márcia Regina de Sousa Storer Esp. Nadyesda Lessandra Foschiani Martinez Me. Luciene Celina Cristina Mochi Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Projeto Gráfico Thayla Guimarães Design Educacional Rossana Costa Giani Design Gráfico Isabela Mezzaroba Belido DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; MOCHI, Luciene Celina Cristina; STORER, Márcia Regina de Sousa; MARTINEZ, Nadyesda Lessandra Foschiani. Atendimento Educacional Especializado Para Pessoa Com Deficiência Intelectual. Luciene Celina Cristina Mochi; Márcia Regina de Sousa Storer; Nadyesda Lessandra Foschiani Martinez. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 37 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Especializado. 2. Deficiência. 3. Intelectual. 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 371 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 04 sumário O PERCURSO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL MAS, O QUE É DEFICIÊNCIA? ALGUNS PRECURSORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL DEFINIÇÃO DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL |9 |15 |17 |23 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Apresentar a trajetória do aspecto histórico da Educação Especial e a com- preensão do deficiente intelectual na sociedade. • Compreender a definição de deficiência. • Conhecer os precursores nos estudos das deficiências e em especial do de- ficiente intelectual. • O estabelecimento de leis e decretos que estruturam as políticas públicas na atualidade. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • O percurso histórico da Educação Especial • Mas, o que é deficiência? • Alguns precursores da Educação Especial • Leis e Decretos voltados à Educação Especial A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL COM ÊNFASE NA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL INTRODUÇÃO Querido(a) aluno(a) está em suas mãos uma abordagem de entrelaces do conhe- cimento de um assunto fundamental em nosso cotidiano que traz referências à inclusão. Nos prenderemos, especificamente, ao deficiente intelectual, mas sem ne- gligenciar a construção de conquistas na história da educação especial em respeito a tantos que contribuíram com suas vidas, suas diferentes histórias, entre ganhos e prejuízos para que hoje tenhamos o atendimento, o reconhecimento, leis e decre- tos que amparam o tratamento igual a todos que somos diferentes. É importante destacar que temos dificuldades em aceitar as diferenças, em apenas conversar com aqueles que são considerados diferentes de nós. Temos em nós marcas da história de discriminação, intolerância, vexação e incapacidade de aceitar o que é diferente, de ocultar o que é “estranho”, o que foge dos padrões da considerada nor- malidade. Essas marcas são constituídas da história, por isso devemos compreender a construção da história da educação especial para compreendermos aspectos de estudos do deficiente intelectual. Conhecer o processo histórico da educação especial fundamenta nosso tema, pois em todo esse processo histórico constituído, o deficiente intelectual se igualou em condições de tratos e maus-tratos ao deficiente intelectual, surdo, cego, surdo- -cego, entre tantos que foram “usados” pela ciência para estudos, ou asilados em manicômios e centros “apropriados” em cada época. O deficiente é um ser humano. Como ser humano tem suas características pró- prias. É interessante neste primeiro estudo vamos compreender essas características para assimilar consequentemente o deficiente intelectual enquanto sujeito capaz, mesmo em suas limitações. Pós-Universo 7 Pós-Universo 8 Pós-Universo 9 O PERCURSO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Para se entender o contexto atual intitulado como “educação inclusiva”, a Educação Especial precisa ser compreendida em sua dimensão histórica, assim, possibilitar o favorecimento de sua fundamentação à necessidade de sua prática no cotidiano escolar e social. Na antiguidade, a sociedade se organizava de maneira distinta quanto a padrões de normalidade. O trato com sujeitos que não se encaixavam a esses padrões, ditos “normais” era o isolamento e a prática do infanticídio. Com o passar do tempo esses indivíduos foram taxados por loucos, marginais, doentes mentais, endemoniados, deficientes etc. Características ainda encontradas e agregadas à cultura de alguns povos na atualidade. Sendo enquadrados nessas categorias, facilitava-se o tratamento por meio de práticas disciplinas que eram submetidos. Havia certa proximidade entre mito e segregação na antiguidade e as deficiências poderiam estar relacionadas ao sobrenatural: feiticeiros, pessoas envia- das por Deus etc. Na Idade Média, a segregação se intensificou e a pessoa com deficiência passou a ser entendida como obra e intervenção dos Seres Superiores, ou de Deus, como “castigo”. Entendimento que ainda encontramos arraigados em diversas culturas. O período de segregação entre os séculos XVI e XVII, todas as pessoas que não eram enquadradas no padrão de normalidade exigido na época eram isolados em manicômios, orfanatos e tipos diversos de prisões. No século XVII, muitas instituições na Europa realizavam treinamento industrial que favorecia o trabalho manual barateado em caráter assistencial e filantrópico. No final do século XIX e início do século XX, por meio do conhecimento científico, a deficiência passou a ser “tratada”, buscando-se a “cura”. Surgiram então, institui- ções especializadas ao cuidado e trato das pessoas com deficiência. Neste período, muitos estudiosos se destacaram com suas contribuições ao estudo e tratamento às pessoas com deficiência: Seguin, Maria Montessori, Binet e Simon, Terman entre Pós-Universo 10 outros. Surgem parâmetros e medidas sobre escalas e índices de inteligência (QI) e um crescimento significativo do uso de testes psicométricos. No Brasil, as primeiras instituições de atendimentos a pessoas com necessidades especiais (visual e surdez) foram criadas ainda no século XVIII. Em 1854, O Imperial Instituto dos meninos cegos, que passou a ser chamado Instituto Benjamin Constant. Em 1857, O Instituto dos Surdos-Mudos, chamado de Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES). No ano de 1874, juntamente com o Hospital Juliano Moreira (BA), a Instituição para Deficientes Mentais. Em 1887, na cidade do Rio de Janeiro, a Escola México atendia deficientes físicos e visuais. A partir de 1874, durante 15 anos (até 1889) sur- giram Instituições para Deficientes Mentais (2), para outras deficiências (6), entre elas visão, audição e/ou deficiências múltiplas. • De 1889 a 1920 (31 anos): 7 Instituições para Deficientes Mentais e 8 para outras deficiências. • De 1920 a 1929 (9 anos): 7 Instituições para Deficientes Mentais e 6 para outras deficiências. Em 1911, em São Paulo iniciou a implantação de classes especiais e preparação de pessoas para trabalhar na educação de Deficientes Mentais. • Sociedade Pestalozzi: fundada por Helena Antipoff, no ano de 1932. • Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAES): fundada no ano de 1954. • Lei de atendimento aos direitos dos excepcionais: promulgada no ano de 1961 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional– LDB nº 4.024/61. • Centro Nacional de Educação Especial (CENESP): no ano de 1970, criado no MEC, gerenciava a Educação Especial no Brasil. • Tratamento Educacional Especial para deficientes físicos e mentais: lei de Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º graus – Lei nº 5.692/71. • Dever do Estado com a Educação: por intermédio da Constituição Federal (Art.208), no ano de 1988. Garante: “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Pós-Universo 11 • Apoio às pessoas portadoras de Deficiência e sua Inclusão Social: lei nº 7853, no ano de 1989. • Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiên- cia, preferencialmente na rede regular de ensino: ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8069 – no ano de 1990. • Acesso às classes comuns do ensino regular: em 1994, garante o acesso a classes comuns àqueles que apresentam condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares no ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais (MEC/SEESP, 1994, p.19). • Matrícula garantida a todos os alunos, cabendo à escola organizar-se para o atendimento às necessidades especiais (quanto ao currículo): Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001. Lei garantida no ano de 2001. • Favorecimento das necessidades educacionais do aluno: esta lei deve ser ajustada até o ano de 2012 em todas as escolas da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. PNE, Lei nº 10.172/2001. O PNE destaca que “o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à diversidade humana” (PNE, 2001, p. 205). • Mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais: no ano de 2001, pelo decreto nº 3.956/2001, promulga no Brasil a Convenção de Guatemala (1999). • Formação de Professores da Educação Básica (o Ensino Superior deve prever em currículo essa formação): resolução CNE/CP nº1/2002. • Reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais: em 2002, pela lei nº 10.436/02. • Implantação do “Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade”: surge no ano de 2003, como ação do Ministério da Educação por meio da Secretaria de Educação Especial. Pós-Universo 12 • Publicação do Documento “O acesso de alunos com deficiência às escolas e classes comuns da rede regular”: no ano de 2004, com base no decreto nº 3.956/2001. • Política Nacional de acessibilidade: no ano de 2001, pelo decreto nº 5.296/04, que regulamenta as leis nº 10.048/00 e 10.098/00. • Inclusão da Libras como disciplina curricular para os cursos de licencia- tura, magistério e fonoaudiologia: no ano de 2005, por meio do decreto nº 5.626/05 que regulamenta a lei nº 10.436/2002. • Participação plena e efetiva na sociedade: no ano de 2006, com a Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU). • Inclusão, acesso e permanência na educação superior: no ano de 2006, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, o Ministério da Educação, da Justiça e a UNESCO com o lançamento do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. • Desenvolvimento humano e social e a educação como prioridade: em 2007, por meio do Plano de Aceleração do Crescimento e o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). • Fortalecimento da Educação inclusiva nas escolas públicas: em 2007, com o Decreto nº 6.094/2007. Em 2008, entrega do documento Política Nacional de Educação especial na Perspectiva da Educação Inclusiva ao Ministro da Educação. • Disposições sobre atendimento especializado garantido aos portadores de deficiência: em 2008, assinado pelo Presidente da República – Decreto nº 6.571 (de 17/09/2008). Em 2009, o decreto nº 6.949 (de 25/08/2009) – Convenção Internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência. • Diretrizes Operacionais para atendimento especializado na educa- ção básica, modalidade Educação Especial: em 2009, resolução nº 4 (de 2/10/2009). Pós-Universo 13 • Orientações para Centros de Atendimento Educacional Especializado e Oferta do Atendimento Educacional Especializado: salas de Recursos Multifuncionais, em escolas regulares. Em 2001, SEESP/GAB/nº 9/2010 (de 09 de abril de 2010) e SEESP/GAB/nº 11/2010 (de 7 de maio de 2010). Especificamente no Estado do Paraná, no ano de 1986 é consolidada a proposta de Educação Especial, com a Deliberação nº 020/86, que vigorou por dezessete anos. No ano de 2003 foi revogada a nova Deliberação nº 02/03 do CEE, sendo a partir de então a Educação Especial considerada como Modalidade da Educação Básica para alunos com necessidades especiais. Como princípios norteadores da Deliberação nº 02/03 encontramos a Educação Inclusiva, que atua como concepção nuclear e a Coerência entre escola regular e especial com a garantia de: acesso e atendimento, adequações do espaço, apoio pedagógico necessário, convênios e parcerias e profes- sores e equipe especializados a atender adequadamente a demanda. Esses princípios devem constar definidamente na proposta pedagógica institucional, tendo por base as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica – Resolução CNE/ CEB nº 2/01, onde compreende-se que são finalidades da Educação Especial: apoiar (auxílio ao professor e ao aluno com recursos materiais, físicos e humanos e ofertar a sala de recursos), complementar (complementação curricular e atendimento es- pecializado em período contra-turno), suplementar (enriquecimento do currículo) e substituir (serviços educacionais comuns: classes e escolas especiais, hospitala- res e domiciliar). Pós-Universo 14 Pós-Universo 15 MAS, O QUE É DEFICIÊNCIA? Para darmos continuidade aos nossos estudos e compreendermos a definição de deficiência, a análise de aspectos e características comuns de um grupo de indi- víduos é considerada. Percebemos que as definições divergem-se devido origem das diferenças de crenças, valores, cultura e significativamente áreas de estudos. Segundo Sonia Landi (2011), é comum encontrarmos descrições e referências com as seguintes definições: sujeito capaz e não capaz; o normal e o anormal; típico e atípico; perfeito e defeituoso; funcional e disfuncional; comum e incomum; regular/ habitual e excepcional. De acordo Landi (2011), termos utilizados para nos referirmos às deficiências podem refletir nosso posicionamento perante às pessoas envolvidas. O decreto Nº 3.956/2001, traz com definição a “restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais ati- vidades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico social”. No âmbito do direito há definição do termo deficiência, de acordo com o DECRETO nº 3.298 – de 20 de dezembro de 1999: DECRETO nº 3.298 – de 20 de dezembro de 1999 – DOU DE 21/12/99 – Alterado Nova redação dada pelo DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004 – DOU DE 3/12/2004. Regulamenta a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, DECRETA: Pós-Universo 16 [...] Art. 3º. Para os efeitos deste Decreto, considera-se: I – deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempe- nho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano; II – deficiência permanente – aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter pro- babilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e III – incapacidade – uma redução efetiva e acentuada da capacidadede in- tegração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desem- penho de função ou atividade a ser exercida [...]. Ao considerarmos atententamente a lei, temos uma definição de deficiência, que não delimita a pessoa com deficiência, mas sobretudo, busca meios de garantir-lhes o acesso à sociedade de maneira geral, ou seja, igualitária. Todos nós, com deficiência ou não, possuímos limitações, porém essas limitações não podem paralisar e estig- matizar as pessoas. Na deficiência intelectual por exemplo, as legislações garantem atendimento intelectual e jurídico, de acordo com suas necessidades cognitivas. Este é o foco que permeia este livro. Considerar o deficiente como um ser humano capaz, especificamente o Deficiente Intelectual, como alguém dotado de limitações e potencialidades. Entendemos que a incapacidade gerada pela deficiência é algo específico, limitado e não engloba sistematicamente todas as funções do sujeito, sendo esse capaz de realizar e aprender inúmeras tarefas em seu cotidiano e ainda na escola e no mundo do trabalho. Pós-Universo 17 ALGUNS PRECURSORES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Conhecido como precursor da Educação Especial, o francês, Dr. Jean Itard (discí- pulo de Philippe Pinel), por meio do registro de suas experiências com um menino considerado “selvagem” por ser encontrado a própria sorte nas florestas do sul da frança, preocupou-se com o bem-estar daquela criança. Itard deu o nome de Victor ao menino e esse ficou conhecido como “o menino selvagem de Aveyron”. O médico francês escreveu um relatório detalhado sobre sua experiência com Victor e muitas das técnicas aplicadas por Itard perduram hoje na Educação Especial. Aluno de Itard, Edouard Seguin, publicou o primeiro tratado de Educação Especial e defendeu o princípio que exercícios sensório-motores ajudavam no desenvolvi- mento da aprendizagem de crianças com deficiência. Montessori (1870 – 1952) e Decroly (1871 – 1932) foram precursores na constru- ção de uma pedagogia terapêutica para atendimento das crianças com necessidades especiais. Philippe Pinel Médico Francês (1745-1826), foi pioneiro no tratamento contra a “loucura”, de forma mais científica, humana e menos supersticiosa. É um dos precursores da psiquiatria moderna. Iniciou no meio acadêmico como tradutor de obras de medicina e professor de matemática. Mas, seu grande interesse estava nas doenças mentais, devido à tragédia com um amigo, que ao enlouquecer fugiu para a floresta e foi de- vorado por lobos. Fonte: Wikipedia (online) Pós-Universo 18 Para Pinel, o princípio de tais enfermidades (a “loucura”) era de origem patológica no cérebro. Buscou explicações científicas para as doenças mentais e combateu a prática da sangria, vomitivos e purgantes como tratamentos da época, como também a cren- dice de que todo doente mental era possuído por maus espíritos. Jean Itard Médico Francês (1774-1838), discípulo de Pinel. É destaque na história da psiquiatria e da Educação Especial, por ser responsável pelo registro de todo tratamento realiza- do com um menino (Victor) considerado “selvagem” encontrado abandonado em Aveyron. Registrou seus experimentos em dois relatórios (1801/1807) e descreveu pela primeira vez a Síndrome de Tourette (em 1825), devido ao atendimento a uma de suas pacientes da nobreza francesa de 86 anos de idade. Morreu em Paris, aos 64 anos deixando em testa- mentos sua fortuna ao Instituto para Surdos-Mudos de Paris. Além de todas essas contribuições, editou vários diários médicos e trabalhos importantes na área médica, baseado em suas experiências e pes- quisas científicas com mais de 170 casos. Edouard Seguin Médico e educador americano (1812-1880). Foi aluno de Itard e levou seus ideais para os Estados Unidos, pu- blicando o Primeiro Tratado de Educação Especial. É também considerado como pioneiro na educação das crianças com deficiências. Havia na época, muita preo- cupação com os problemas da educação e reabilitação de deficientes, e no ano de 1884, a Academia de Ciências de Paris declarou que a solução para o problema da educação das crianças com deficiências foi devido às contribuições, estudos e publicações de Seguin. Fonte: Wikipedia (online) Fonte: Wikipedia (online) Pós-Universo 19 Maria Montessori Considerada como a “médica que valorizou os alunos”, Maria Montessori (1870-1952) é de origem italiana e primeira mulher a se formar em medicina em seu país (Universidade de Roma). Trouxe grandes contribuições pedagógicas com seu método (Método Montessori) voltado à educação infantil. Como investigadora, con- tribui com várias conferências sobre métodos educativos para crianças afetadas por deficiências mentais. Faleceu com quase 82 anos de idade por hemorragia cerebral, em 1952, na Holanda. Ovide Decroly Filho de um industrial de origem francesa e de uma professora de música. Ovide Decroly (1871-1932) nasceu na Bélgica. Como estudante não sofreu de dificuldades na aprendizagem, mas foi expulso de di- versas escolas por causa de indisciplina. A medicina e a música acompanharam Decroly por toda vida e muito influenciaram em seu pensamento e personalidade. Formou-se em medicina e aprofundou seus estudos em neurologia, voltando sua atenção às crianças com deficiência intelectual. Devido seu interesse, contribui muito como educador além de médico, dirigindo seus estudos ao conhecimento do desenvolvimento físico e intelectual das crianças. Faleceu em 1932. Fonte: Wikipedia (online) Fonte: Wikipedia (online) Pós-Universo 20 Leis e Decretos voltados à Educação Especial A área do direito acompanha o processo histórico constituído, veremos, portanto que no Brasil têm-se início a fundamentação em lei de apoio e atendimento ao de- ficiente a partir do ano de 1988 com a Constituição Federal, que alega igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e atendimento educacional es- pecializado às pessoas com deficiência. E a partir desta muitas discussões e lutas em defesa dos direitos do deficiente foram agregadas em leis e decretos. Vejamos: LEIS • Constituição Federal de 1988 - Educação Especial. • Lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN). • Lei nº 9394/96 – Educação Especial (LDBN). • Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - Educação Especial. • Lei nº 10.098/94 - Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. • Lei nº 10.436/02 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. • Lei nº 7.853/89 - Apoio às pessoas portadoras de deficiência (CORDE). • Lei nº 7.853 de 24 de outubro de 1989 - Dispõe sobre o apoio às pessoas portado- ras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE), institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes e dá outras providências. • Lei nº 8.859/94 - Modifica dispositivos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977, estendendo aos alunos de ensino especial o direito à participação em atividades de estágio. Pós-Universo 21 DECRETOS • Decreto nº 186/08 - Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007. • Decreto nº 6.949 - Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. • Decreto nº 6.094/07 – Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação.• Decreto nº 6.215/07 - Institui o Comitê Gestor de Políticas de Inclusão das Pessoas com Deficiência (CGPD). • Decreto nº 6.214/07 - Regulamenta o benefício de prestação continuada da assis- tência social devido à pessoa com deficiência. • Decreto nº 6.571/08 - Dispõe sobre o atendimento educacional especializado. • Decreto nº 5.626/05 - Regulamenta a Lei 10.436 que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). • Decreto nº 2.208/97 - Regulamenta Lei 9.394 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. • Decreto nº 3.298/99 - Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, con- solida as normas de proteção, e dá outras providências. • Decreto nº 914/93 - Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. • Decreto nº 2.264/97 - Regulamenta a Lei nº 9.424/96. • Decreto nº 3.076/99 - Cria o CONADE. • Decreto nº 3.691/00 - Regulamenta a Lei nº 8.899/96. • Decreto nº 3.952/01 - Conselho Nacional de Combate à Discriminação. • Decreto nº 5.296/04 - Regulamenta as Leis n° 10.048 e 10.098 com ênfase na Promoção de Acessibilidade. • Decreto nº 3.956/01 – (Convenção da Guatemala) Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Pós-Universo 22 Pós-Universo 23 DEFINIÇÃO DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Conhecendo a trajetória histórica da deficiência no Brasil, podemos agora iniciar um estudo de termos e definição de Deficiência Intelectual. Segundo a psiquiatria, a nosografia (classificação metódica das doenças) da atua- lidade a definição de deficiência intelectual interliga-se em várias outras definições. Oriundas da definição de louca, no quadro de “idiotia” (termo não mais utilizado, sendo considerado discriminatório e ofensivo), onde, considera-se certa confusão os termos “retardo” (demente) e “idiotia”, deficiência intelectual e estado de estupor. Logo, Esquirol (precursor de Pinel) fez a distinção entre os termos: “O homem com demên- cia é privado de bens que possuía fartamente, é um rico que se tornou pobre! Já o idiota, sempre viveu no infortúnio e na miséria”. Definiu ainda, a imbecilidade como sujeito menos profundamente afetado. No fim do século XIX, Seguin considera incu- rável a idiotia e a imbecilidade. E no início do século XX, Binet dá início a psicometria, logo usada como critério para distinguir as diversas deficiências existentes. Essa de- finição diz respeito ao aspecto cognitivo inferior à média estatística da população e a dificuldade de adaptação e convívio social. Pós-Universo 24 Qual a diferença entre doença mental e deficiência intelectual? Para entender a diferença entre doença mental e deficiência intelectual é ne- cessário que se compreenda os seguintes aspectos: A doença mental pode ser entendida como um conjunto de comportamentos e atitudes capazes de produzir danos na performance global do indivíduo, causando impactos na sua vida social, ocupacional, familiar e pessoal. Segundo a Organização Mundial de Saúde, não é possível se construir uma única definição deste conceito uma vez que o entendimento de saúde mental também está asso- ciado à construção de critérios subjetivos, pautados em valores e diferenças culturais. Em 1995 a Organização das Nações Unidas – ONU, altera o termo deficiência mental para deficiência intelectual, com o objetivo de diferen- ciá-la da doença mental (transtornos mentais que não necessariamente estão associados ao déficit intelectual). Fonte: Instituto Paradigma (online). saiba mais Não é facilmente prática a definição do limite superior da deficiência. Considerar um termo de definição não foge a aspectos taxativos de diferenciação entre sujei- tos aptos e inaptos à aprendizagem. No início da psicometria havia confusão entre os termos deficiência e inaptidão. Segundo estudos das estruturas lógicas, tornou- -se possível caracterizar a deficiência sem mais o auxílio da psicometria, mas ainda considera-se difícil definir um limite superior para a deficiência intelectual. Os testes utilizados, para diagnóstico clínico, entre eles o WISC IV e o WISC V, são minuciosos e requer conduta ética e profissional dos psicólogos aptos a aplicação dos testes. Antes de conhecermos os níveis psicométricos de classificação vamos compreender melhor as limitações e características que indicam o quadro da Deficiência Intelectual, de acordo com Marcelli (2009): Pós-Universo 25 Deficiência Intelectual Profunda Na infância há um atraso global no desenvolvimento muito significativo e o nível in- telectual não ultrapassa 2 a 3 anos e o uso das autonomias no cotidiano é parcial, mas pode apresentar melhora que não exclui a necessidade do constante acompa- nhamento de um terceiro. Há associação de outros comprometimentos no quadro podendo acometer frequentemente crises de epilepsia e transtornos de ordem neurológica. Deficiência Intelectual Grave e Moderada Nota-se significativo atraso no desenvolvimento psicomotor e o nível intelectual não ultrapassa a idade de 6 a 7 anos, sendo possível autonomia nas condutas sociais. O pensamento, segundo o autor, se mantém na fase pré-operatória. Quanto à linguagem, estudos recentes na área da linguística estruturada, podem auxiliar no treinamento de melhoria significativa. Dando “voz” à Kássia Os seres humanos são relacionais na sua constituição. Na sociedade em que vivemos, a comunicação acontece por meio de símbolos determinados culturalmente. As formas que usamos para nos expressar são a linguagem oral, a escrita e os gestos. No entanto, indivíduos com deficiência intelectual grave ou moderada, geralmente apresentam problemas de comunicação. Neste caso, podemos inserir a Comunicação Alternativa (CA) visando à am- pliação da habilidade de comunicação do sujeito. Por esse método foi possível auxiliar uma adolescente de 14 anos com pa- ralisia cerebral a manifestar sua individualidade! Com mobilidade restrita utilizamos o sistema de prancheta com as figuras de rotina e cumprimen- tos. Quando finalizamos o treinamento Kássia pode expressar que não gostava de lanchar no horário oferecido, sua preferência por frutas cítricas e por usar roupas claras. Fonte: baseado em fatos reais. saiba mais Pós-Universo 26 Deficiência Intelectual Leve e Inteligência Limítrofe Pode acometer crianças que geralmente apresentam desenvolvimento psicomotor normal até chegarem à escola e a socialização é satisfatória. A dificuldade maior está associada ao acesso a uma estrutura de pensamento formal desde as primeiras séries do ensino fundamental, mantendo-se um limite à progressão. Para essas crianças é fundamental a afetividade, um ambiente compreensivo e acolhedor que as mante- nham em equilíbrio e sentindo-se seguras. Segundo classificações atuais (quadro 1), com uso de testes psicométricos (WISC, etc.) as CID-10 definem: Quadro 1 - Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) Retardo Mental Leve (DM leve) QI de 50 a 69 Retardo Mental Médio (DM moderado) QI de 35 a 49 Retardo Mental Grave (DM grave) QI de 20 a 34 Retardo Mental Profundo (DM profundo) QI igual ou menor que 19 Fonte: adaptado de Datasus (online). Em relação à frequência, encontramos, segundo Marcelli (2009), uma preponderância maior em meninos (60%) e uma variação entre crianças na idade escolar – de 1,5% e 1,55% conforme quadro 2, a seguir: Quadro 2 - Classificação Retardo Mental Retardo Mental Leve (DM leve ou inteligência limítrofe) Só é reconhecida na idade escolar, entre 10 e 14 anos. Retardo Mental Grave e Profundo (DM grave e DM profundo) Compreende entre 0,3% e 0,6% (pode ser descoberta antes do período escolar). Fonte: Marcelli (2009). Pós-Universo 27 De acordo com a Classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde) veja o quadro 3, a seguir: Quadro 3 - Classificaçãode Deficiência Intelectual (OMS) Retardo Mental Leve (DM leve ou inteligência limítrofe) Só é reconhecida na idade escolar, entre 10 e 14 anos. Retardo Mental Grave e Profundo (DM grave e DM profundo) Compreende entre 0,3% e 0,6% (pode ser descoberta antes do período escolar). Fonte: Fiocruz (online). Quadro 4 - Classificação de Deficiência Intelectual (OMS) Coeficiente Intelectual Denominação Nível cognitivo segundo Piaget Idade Mental correspondente Menor de 20 Profundo Período Sensório Motor 0-2 anos Entre 20 e 35 Agudo grave Período Sensório Motor 0-2 anos Entre 36 e 51 Moderado Período Pré-Operatório 2-7 anos Entre 52 e 67 Leve Período das Operações Concretas 7-12 anos Fonte: Fiocruz (online). A AAMR (American Association of Mental Retardation) e DSM-V (Manual de Diagnóstico de Transtornos Mentais), a deficiência intelectual é definida como: “ Funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, acompanha- do de limitações significativas no funcionamento adaptativo, em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidado, vida doméstica, habilidades sociais/ interpessoais, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança (apud DE CARVALHO; MACIEL, 2003, p. 153) Segundo critérios das classificações internacionais, a deficiência intelectual deve iniciar antes dos 18 anos, porém caracterizada como um transtorno do desenvolvimento e não diretamente considerado como uma alteração na cognição. O conjunto de vários sinais devem ser considerados, porém apenas um aspecto não deve ser con- siderado como caso de deficiência intelectual. A psiquiatria considera, a capacidade Pós-Universo 28 de adaptação do sujeito (da pessoa ao meio que vive) como elemento considerável relacionado à noção do esperado no desenvolvimento comum a maioria das crianças. Em alguns aspectos, costuma-se pensar na Deficiência Intelectual como algo bem definido, portanto há que se relevar aspectos culturais importantes que em algumas sociedades estão fortemente arraigadas (pois há mecanismo social que não atribua essa definição). É fato de que na Deficiência Intelectual exista uma limitação funcional em qual- quer área do funcionamento humano que esteja abaixo da média de pessoas em um determinado sistema social existente. Significando, portanto, que em diferen- tes culturas determinadas pessoas podem ou não serem consideradas deficientes, segundo suas capacidades adequadas às necessidades da sociedade que está inse- rida culturalmente. A frequência de transtornos afetivos, de conduta e de comportamento, depende da profundidade do nível de comprometimento cognitivo. Deficiente Intelectual ou Deficiente Mental? Por ser um diagnóstico realiza- do por profissionais da saúde, a nomenclatura acaba por ter esta influência. Contudo, Tédde (2012) ao analisar os principais documentos que definem a deficiência como a Declaração de Salamanca e a alteração de nome da as- sociação American Association of Mental Retardation (AAMR) para American Association on Intellectual and Developmental Disabilities (AAIDD), com- preendeu que o termo adequado para reportar-se a pessoa com deficiência cognitiva seria “pessoa com deficiência intelectual”. Fonte: adaptado de Tédde (2012). saiba mais atividades de estudo 1. “Na antiguidade, a sociedade se organizava de maneira distinta quanto a padrões de normalidade. O trato com sujeitos que não se encaixavam a esses padrões, ditos “normais” era o isolamento e a prática do infanticídio”. Em relação ao processo histó- rico da Deficiência Intelectual é correto afirmar que: I. Na Idade Média houve avanço nos estudos e essa realidade do infanticídio de crian- ças foi superado. II. O deficiente passou a ser visto como pessoa “normal” e isso ocorre até os dias de hoje. III. Com o passar do tempo esses indivíduos foram taxados por loucos, marginais, doentes mentais, endemoniados, deficientes etc. Características ainda encontradas e agrega- das à cultura de alguns povos na atualidade. IV. No final do século XIX e início do século XX, por meio do conhecimento científico, a deficiência passou a ser “tratada”, buscando-se a “cura”. Surgiram então, instituições especializadas ao cuidado e trato das pessoas com deficiência. a) Estão corretas apenas as afirmativas I e III. b) Estão corretas apenas as afirmativas I, II e III. c) Estão corretas apenas as afirmativas I e IV. d) Estão corretas apenas as afirmativas III e IV. e) Todas as afirmativas estão corretas. atividades de estudo 2. “Segundo critérios das classificações internacionais, a deficiência intelectual deve iniciar antes dos 18 anos, porém caracterizada como um transtorno do desenvolvi- mento e não diretamente considerado como uma alteração na cognição. O conjunto de vários sinais devem ser considerados, porém apenas um aspecto não deve ser con- siderado como caso de deficiência intelectual. A psiquiatria considera, a capacidade de adaptação do sujeito (da pessoa ao meio que vive) como elemento considerável relacionado à noção do esperado no desenvolvimento comum a maioria das crian- ças”. Assinale a alternativa incorreta: a) Em alguns aspectos, costuma-se pensar na Deficiência Intelectual como algo bem definido, portanto há que se relevar aspectos culturais importantes que em algumas sociedades estão fortemente arraigadas (pois há mecanismo social que não atribua essa definição). b) É fato de que na Deficiência Intelectual exista uma limitação funcional em qual- quer área do funcionamento humano que esteja abaixo da média de pessoas em um determinado sistema social existente. c) Em diferentes culturas determinadas pessoas podem ou não serem consideradas deficientes, segundo suas capacidades adequadas às necessidades da sociedade que está inserida culturalmente. d) A frequência de transtornos afetivos, de conduta e de comportamento, não depende da profundidade do nível de comprometimento cognitivo. e) A deficiência Intelectual é diferente para cada pessoa. Cada caso é um caso. atividades de estudo 3. Qual é o nome da deficiência intelectual que apresenta desenvolvimento psicomo- tor normal até chegarem à escola? a) Deficiência Intelectual Leve e Inteligência Limítrofe. b) Deficiência Intelectual Profunda. c) Deficiência Intelectual Grave. d) Deficiência Intelectual Agudo Grave. e) Todas as alternativas são corretas. resumo Neste estudo, apresentamos para vocês a trajetória histórica da criação e desenvolvimento da Educação Especial que acontece concomitantemente com a mudança de olhar sobre as deficiên- cias. Demonstramos que cada momento histórico tinha uma forma em particular de pensar e lidar com as pessoas deficientes, em especial, o deficiente intelectual. Trabalhamos as diferentes defi- nições de deficiência e entre elas demos destaque ao tema da disciplina, a deficiência intelectual. A necessidade de conceituação delimitada foi uma busca histórica por garantias de direitos que pudemos acompanhar a partir das diversas leis e decretos que a legislação brasileira contempla o tema. Esse item é destaque, pois o próprio conceito de Atendimento Educacional Especializado surge com o objetivo de garantir o direito de básico de escolarização e socialização dos sujeitos deficientes. Neste sentido, trouxemos um pouco da história dos precursores no atendimento ao deficiente como o Philippe Pinel (1745- 1826); Jean Marc Gaspard Itard (1774-1838), Édouard Séguin (1812- 1880), Maria Montessori (1870-1952) e Ovide Decroly (1871-1932). Foram estes teóricos que lançaram luz e entendimento sobre o conceito de deficiência e a importância de aprendermos a trabalhar com os sujeitos com necessidades diferenciadas. A etiologia e as especificidades da deficiência Intelectual foram abordadas com o objetivo de cla- rificar quais são as características que contemplam essa condição, bem como desconstruir a ideia de umapatologia para poder se pensar na deficiência como uma condição do sujeito e, portan- to, requer um olhar e um atendimento diferenciado. Esperamos que estas contribuições fundamentam seus estudos e sua prática educativa. Bons estudos e bom trabalho! material complementar Título: Superando Obstáculos - A Leitura e a Escrita de Crianças com Deficiência Intelectual Autor: Grillo,Maria Elisabeth Editora: PLEXUS EDITORA Sinopse: A obra descreve a atuação da autora no processo de alfa- betização de cinco crianças com deficiência intelectual. Utilizando a teoria construtivista como base, Elisabeth mostra, passo a passo, como os alunos foram capazes de construir significados ao longo do processo de aprendizagem. Trabalho pioneiro na área, que merece a atenção de educadores, pais, terapeutas, lingüistas e fonoaudiólogos. Título: Uma lição de Amor Ano: 2002 Sinopse: Sam Dawson, um pai com deficiência intelectual que toma conta de sua filha Lucy com a ajuda de um grupo de amigos. Quando Lucy faz sete anos e começa a ultra- passar seu pai intelectualmente, o seu vínculo é ameaçado quando sua vida nada convencional chama a atenção de uma assistente social que quer que Lucy seja colocada em um orfanato. material complementar NA WEB Essa reportagem da revista Nova Escola traz importantes considerações sobre as pessoas com deficiência intelectual que apresentam dificuldades para resolver problemas e compreender questões básicas como noção de tempo e valores monetários. Web: <https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual> NA WEB Leia sobre a Deficiência Intelectual e Múltiplas Deficiências pela Secretaria da educação. Web: <http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe. php?foto=9991&evento=2435> https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 http://www.educacao.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=9991&evento=2435 referências AAIDD. 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Disponível em: <http://www.crianca.mppr. mp.br/arquivos/File/publi/camara/estatuto_crianca_adolescente_9ed.pdf>. Acesso em 02 mai. 2017. BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: MEC, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em 02 mai. 2017. DATASUS. Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10). Cap. V. Transtornos Mentais e Comportamentais. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br/ cid10/V2008/WebHelp/f70_f79.htm>. Acesso em: 19 ago. 2014. DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999.Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decreto/d3298.htm>. Acesso em 02 mai. 2017. DE CARVALHO, Erenice Natália Soares e MACIEL, Diva Maria Moraes de Albuquerque. Nova con- cepção de deficiência mental segundo a American Association on Mental Retardation-AAMR: sistema 2002. Temas psicol. 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Jean-Ovide Decroly dit Ovide Decroly est un pédagogue, médecin, et psychologue belge, né à Renaix en 1871 et mort à Uccle en 1932. Domínio público. Disponível em: <https:// en.wikipedia.org/wiki/Ovide_Decroly#/media/File:Ovide_Decroly_(1871-1932).jpg>. Acesso em 02 mai. 2017. resolução de exercícios 1. d) Estão corretas apenas as afirmativas III e IV. 2. d) A frequência de transtornos afetivos, de conduta e de comportamento, não depende da profundidade do nível de comprometimento cognitivo. 3. a) Deficiência Intelectual Leve e Inteligência Limítrofe. h.e5scpcb4ujx2 h.3l4z6nj0pxm2 h.3as4poj h.e9dv1tmriy1w h.ezrjf8wu51cq h.su80iuwkzieh h.lqkvt5pgmbr8 h.z6ozxr9adani h.wjiv7xkmc4cy h.43pyuq75clf1 h.uxgmcdohoqle h.70e3ll22ohjs h.qixdgxg64x8x h.vx1227
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