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Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase 1 🌀 Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase OBJETIVOS Reconhecer a importância e as funções do citocromo P450 Identificar as reações químicas dependentes do complexo enzimático P450 e da glutationa transferase Descrever o papel da glutationa transferase Citocromos P450 Superfamília de enzimas que apresenta o grupamento prostético heme ligado de forma não covalente à sua estrutura proteica, pertencendo à classe das hemeproteínas Quando o ferro do grupamento heme está na forma reduzida (estado ferroso → Fe2+), ele pode se ligar ao monóxido de carbono (CO), o que fará com que os CYPS formem um complexo rosado, que exibe uma absorção muito intensa da luz no comprimento de onda 450nm Letra P de CYP, advém de pigmento e o 450 do comprimento de onda Funções Catalisam reações de oxidações Isso ocorre por meio da molécula heme, que tem capacidade de transferir os elétrons, alternando entre os estados de oxidação do átomo de ferro entre Fe2+ e Fe3+ NADPH é um cofator dos CYPs, sendo fornecida pela enzima NADPH- citocromo P450 oxirredutase (ou P450 redutase) Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase 2 Cofator: qualquer composto químico essencial para atividade de uma enzima e que não faz parte do peptídeo cataliticamente ativo Para que os CYPs atuem, eles precisam da enzima P450 redutase NADPH Oxigênio molecular (O2) Compõem o grupo de oxidases de função mista, pois necessitam de NADPH e O2 Ação CYPs 450 catalisam a reação de transferência de elétrons da coenzima NADPH + H+ para o oxigênio a reação de oxidação do substrato a partir da transferência do grupo OH para o substrato 1. A reação se inicia com a ligação do substrato ao citocromo P450, que se encontra na sua forma oxidada (Fe3+), formando um complexo binário 2. NADPH doa um elétron à enzima P450 redutase, que, por sua vez, reduz o complexo binário, fazendo com que o CYP passe à sua forma reduzida (Fe2+) 3. A redução do átomo de ferro possibilita a ligação dele com a molécula de oxigênio. Além disso, a NADPH doa um segundo elétron à P450 redutase, que é transferido ao O2, formando uma espécie reativa do oxigênio → complexo oxigênio ativado-P450-substrato 4. O citocromo transfere um átomo de oxigênio ao substrato, que é oxidado e, então, liberado do complexo. O outro átomo da molécula de O2 é reduzido à água, sendo os íons de H+ provenientes da NADPH Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase 3 RESUMO: as reações catalisadas pelos CYPs envolvem O consumo de uma molécula de O2 A produção de uma molécula de H2O A produção de um substrato oxidado Exemplos das reações de oxidação catalisadas pelos CYPs N-desalquilação, O-desalquilação, hidroxilação aromática, N-oxidação, S-oxidação, desaminação e desalogenação → compões o metabolismo de xenobióticos, processo chamado de biotransformação Participam de vias metabólicas de biossíntese de hormônios esteroides e de ácidos biliares Biossíntese de ácidos biliares a partir do colesterol e dos hormônios esteroides a partir da testosterona Fundamental para a biotransformação de fármacos e para a biotransformação de xenobióticos A biotransformação é fundamental para a eliminação dos xenobióticos do nosso organismo Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase 4 São encontradas na membrana do retículo endoplasmático de hepatócitos e de células intestinais Isoenzimas que compões a família do citocromo P450 Essas enzimas são agrupadas em 2 tipos principais Específicas: se ligam a um único tipo de substrato CYPs que participam da biossíntese de hormônios esteroides Inespecíficas: apresentam sítios de ligação mais promíscuos, aceitando uma maior diversidade de substratos Isoenzimas responsáveis pela biotransformação de xenobióticos Nomenclatura Sigla CYP + algarismo arábico (indica o nome da família) + letra maiúscula (refere-se à subfamília) + algarismo arábico (indica a isoenzima específica) → A enzima CYP3A4 pertence à família 3, subfamília A e gene número 4 A genética da superfamília CYP apresenta grande variabilidade interindividual e entre grupos raciais, o que pode ocasionar variações na atividade dessas enzimas → alteração da duração do efeito de fármacos → variações na eficácia terapêutica e seus efeitos adversos Reações dependentes dos citocromos P450 Via metabólica que conduz a síntese de hormônios esteroides São derivados do colesterol e, por isso, possuem natureza lipofílica Hormônios mineralocorticoides Aldosterona → regulação da reabsorção de íons orgânicos nos túbulos renais → manutenção da pressão sanguínea Hormônios glicocorticoides Cortisol → reduz a resposta inflamatória e estimula a síntese de glicose endógena Hormônios sexuais Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase 5 Progesterona, estrogênios e testosterona → regulam os ciclos reprodutivos feminino e masculino Produção dos hormônios Remoção da cadeia lateral do colesterol A hidrólise da cadeia lateral é realizada pela enzima citocromo P45011A1, que pertence a família dos citocromo P450 → a reação catalisada por essa enzima forma pregnenolona e isocaproaldeído Hidroxilação dos seus carbonos adjacentes Alguns hormônios também sofrem a introdução de átomos de oxigênio na molécula de pregnenolona para serem produzidos, o que pode ser catalisado pelos CYPs Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase 6 Via metabólica que conduz a síntese de ácidos biliares Ácidos biliares são moléculas anfifílicas, sendo muito importantes para a emulsificação e solubilização dos lipídios provenientes da dieta, auxiliando na absorção e digestão São produzidos nos hepatócitos a partir da molécula de colesterol A molécula de colesterol é hidroxilada - reação catalisada pela enzima colesterol 7alfa-hidroxilase, que faz parte da família P450, designada como CYP7A1, ou pela enzima esterol-27-hidroxilase, designada como CYP27A1 Cofatores: coenzima NADPH e O2 Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase 7 Via metabólica da vitamina E A vitamina E não se acumula nos hepatócitos em níveis tóxicos, devido à sua metabolização por citocromos P450 Reação catalisada por CYPs → produto de transformação da vitamina E é conjugado e eliminado através da bile e da urina Biotransformação de xenobióticos A maior parte dos xenobióticos (substâncias química exógenas ao organismo, como fármacos e agentes tóxicos, apresentam um caráter lipofílico, o que dificulta a sua eliminação Essa moléculas, apesar de serem filtradas pelo glomérulo renal, são capazes de passar pelas membranas das células tubulares e retornarem ao sangue, devido à lipossolubidade A biotransformação é um conjunto de reações que visa aumentar a hidrofilicidade de xenobióticos para que possam ser mais facilmente excretados É integrada por 2 grupos de reações Reações da fase I Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase 8 Pequenos grupos hidrofílicos são inseridos nas moléculas dos xenobióticos por meio de reações de oxidação, redução ou hidrólise, como -OH, -COOH, -O-, -SH e -NH Os CYPs são as principais enzimas responsáveis pelas reações da fase I Reações da fase II Os xenobióticos, após a fase I, são conjugados a substratos muito hidrofílicos É uma reação que ocorre no tecido hepático graças às diferentes isoformas de CYPs que são encontradas no fígado, possibilitando a biotransformação de uma grande variedade de xenobióticos CYP3A4: considerada a isoenzima mais importante na biotransformação de fármacos, tanto pela variedade de fármacos que são metabolizados quanto pela quantidade dessa isoforma no fígado Responsável pela biotransformação de cerca de 50% dos fármacos de prescrição processados no fígado Glutationa transferases Essas enzimas catalisam reações de conjugação com o cofator endógeno glutationa, aumentando a hidrofilicidade de xenobióticos e reduzindo sua atividade Glutationa (GSH) é um tripeptídeo que contem ogrupo sulfidrila É formada a partir dos aminoácidos glutamato, cisteína e glicina Está presente em altas concentrações no meio intracelular Pode alternar entre os estados oxidado (GSH) e reduzido (GSSG), devido à ligação entre 2 moléculas de glutationa por uma ponte dissulfeto Consegue atuar como um tampão redox, protegendo as células do estresse oxidativo Papel importante na biotransformação de fármacos e outros xenobióticos, auxiliando na sua eliminação Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase 9 Apresenta estrutura hidrofilíca, sendo utilizada como substrato nas reações da fase II de biotransformação, catalisadas pelas enzimas glutationa transferases Glutationa transferases (GSTs) são enzimas que catalisam reações de transferência da glutationa a moléculas apolares exógenas ou endógenas que contenham átomo de carbono, nitrogênio ou enxofre eletrofílico Ocasionam a formação de uma ligação tioéter entre resíduo de cisteína da glutationa e a molécula eletrofílica As GSTs contirbuem para a inavação dos compostos eletrofílicos, que são muito reativos e podem interagir com componentes celulares, causando danos aos mesmos e às células Se apresentam em diferentes isoformas GSTs citosólicas, GSTs mitocondriais e GSTs microssomiais GSTs citosólicas são as mais frequentes Presentes em todos os tecidos e órgãos, sendo mais encontrada no fígado Podem apresentar-se em homodímeros ou heterodímeros, possuindo 2 sítios ativos em cada dímero Cada sítio ativo apresenta 2 regiões de ligação, no mínimo → uma região liga-se à molécula de glutationa e a outra ao substrato eletrofílico O sítio de ligação da glutationa apresenta uma alta especificidade, enquanto que o sítio de ligação dos metabólitos eletrofílicos apresenta especificicade reduzida, podendo se ligar a uma maior variedade de substratos Substratos das GSTs: haletos de alquila, epóxidos, compostos alfa,beta- insaturados, haletos de arila e compostos nitro-aromáticos Importância das glutationa-transferases GSTs participam do metabolismo de compostos endógenos → detoxificação do organismos Participam da biossíntese de leucotrienos Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase 10 Leucotrienos são lipídios da classe dos eicosanoides e atuam como mediadores autócrinos e parácrinos da resposta alérgica e inflamatória São sintetizados a partir do ácido araquidônico, de forma que, em sua síntese, forma o intermediário instável leucotrieno A4 (LTA4) → esse intermediário é convertido em um peptideoleucotrieno pela enzima LTC4-sintetase, que pertence a família das glutationa transferases, ao conjugar a glutationa ao LTA4, originando o leucotrieno C4 As GSTs atuam no sistema antioxidante das células A peroxidação de ácidos graxos poli-insaturados pode causar a formação de diferentes eletrófilos, como aldeídos, hidroxialdeídos, cetoaldeídos, alfa,beta- insaturados e seus epóxidos → esses produtos são muito reativos e podem causar genotoxicidade As GSTs inativam esses metabólitos por meio da ligação dos mesmos à molécula da glutationa e inativam hiperperóxidos presentes em moléculas de fosfolipídios, colesterol, DNA e mononucleotídeos Citocromo p450 (CYP ou P450) e Glutationa transferase 11 Detoxificação de xenobióticos A conjugação da glutationa integra as reações da fase II da biotransformação A reação de conjugação da glutationa a xenobióticos, catalisada por glutationa transferases, torna a molécula do xenobiótico bastante hidrofílica. Dessa forma, quando essas moléculas são filtradas nos glomérulos, elas não conseguem mais permear as membranas celulares, seguindo pelos túbulos renais. A conjugação da glutationa favorece a excreção dos xenobióticos e a inativação das moléculas reativas quando saem da fase I As células apresentam níveis elevados de glutationa e abundância de glutationa transferases, a maior parte dos xenobióticos reativos conseguem ser eliminados
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