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Atividade aula 7 1. Quais as críticas de Marx à filosofia de Hegel? Para Marx, o Estado não seria “[...] uma esfera independente e superior, que ao se tornar racional resolveria todos os problemas da sociedade, mas, sim, dependente e subordinada com relação à sociedade civil [...]” (RAMOS et al, 2015, p.184). Ou seja, da mesma forma que não é Deus que cria o homem, mas sim o homem que cria Deus, não é o Estado que cria o povo, mas sim, o povo que cria o Estado, sendo assim, o homem é sempre o sujeito de sua história. Os jovens hegelianos mantêm a teoria separada da práxis, Marx as une. Hegel crê que está descrevendo a essência do Estado, mas na verdade, está descrevendo e legitimando a realidade existente que é o Estado prussiano. Para Marx, Hegel não deve ser censurado por descrever o ser do Estado moderno tal como é, mas sim, por considerar aquilo que é como a essência do Estado. Hegel raciocina como se as instituições existentes - como por exemplo, a herança – derivassem de puras necessidades racionais, legitimando assim a ordem existente. Marx critica as concepções da esquerda hegeliana que tem um pensamento ideológico. Era contrário ao idealismo de Hegel - que acreditava que as heranças são necessidades racionais, que o Estado é fruto do desenvolvimento do espírito humano e que o Estado racional (republicano e democrático) seria o caminho para a realização da humanidade, sendo assim, o idealismo de Hegel interpreta o mundo pela ideologia. Marx acreditava que as ideias vinham depois das condições materiais e que o socialismo seria responsável pela abolição daquele regime vigente e não o liberalismo, chegando, assim, na conclusão de que a filosofia política e a doutrina do Estado racional deveriam ser substituídas pela economia política, e que somente a revolução social seria um meio para a desalienação e libertação da classe operária – que seria a única classe capaz de superar a alienação, que para Marx, era a “[...] perda da essência humana no âmbito do trabalho assalariado e da exploração econômica [...]” (RAMOS et al, 2015, p.185). 2. Quais eram as ideias dos socialistas utópicos? Qual a diferença entre o socialismo utópico e o socialismo proposto por Marx? E a crítica de Marx ao socialismo utópico? Robert Owen (1771-1858) tenta formar a comunidade ideal. Defensor da melhoria da qualidade de vida dos operários, da regulação e assistências sociais e trabalhista, buscava influenciar os burgueses na tentativa de convencer uma sociedade industrial mais racional e humana. Os discípulos de Owen buscaram uma “aliança” do setor mais moderado do cartismo na tentativa de fragilizar o mais radical, ambos eram contrários ao uso de qualquer tipo de violência, e a favor de um caminho pacifista e gradualista (RAMOS et al, 2015, p.186). Étienne Cabet (1788-1856), tem uma ideia de sociedade utópica perfeita, e Louis Auguste Blanqui (1805-1881) defendia que uma “elite esclarecida” liderasse por meio de uma conspiração ilegal um golpe de Estado com objetivos igualitários, mas tinha como prioridade apenas um pequeno grupo formado por revolucionários que faziam uso da violência para estabelecer uma ditadura temporária (RAMOS et al, 2015, p.187). As ideias do socialismo utópico apontam uma ideologia que tenta buscar uma solução para os problemas sociais, questionando a desigualdade social, porém não apresentavam uma forma concreta para estabelecer uma solução real e efetiva – para todos. Para Marx, não pensavam no todo e sim em uma revolução meramente política que ignorava o papel da luta de classes, não pensando assim num todo, e pensando somente nos seus grupos de apoiadores. Marx acreditava que o socialismo deveria ser tratado de uma forma mais científica e que não deveria ser usada a violência – que para ele, era usada não pela minoria iluminada, mas sim pela maioria opressora que buscava o próprio interesse. “O comunismo defendido por Max busca se opor tanto às seitas conspiratórias e ditatoriais de caráter jacobino quanto às seitas utópicas e pacifistas” (RAMOS et al, 2015, p.188). 3. O que propunham os anarquistas? Propunham a “extinção” do Estado que, para eles, era responsável pela exploração e opressão do povo. Pregavam a valorização da liberdade individual, combatendo a coerção por parte do Estado contra seus indivíduos, defendendo uma sociedade fraterna e igualitária, valorizando o auxílio mútuo. Repudiam toda forma de autoridade, e acusa o Estado de se legitimar a partir da opressão e dominação do povo, impondo a propriedade privada e concentrando privilégios e riquezas para somente uma parcela da população. Criticam a propriedade privada e o Estado em detrimento à classe proletária, “[...] a propriedade privada poderia ser transformada em mera posse, e os trabalhadores deveriam se associar livremente em cooperativas de produção para trocar mercadorias por preços justos, instaurando relações de igualdade” (RAMOS et al, 2015, p.195). Eles não rejeitavam a política em si, mas sim a política em que o Estado usa de seu poder contra a classe operária e favor da burguesia. Dessarte, defendem que organizações formadas pelas comunidades de trabalhadores devem substituir as instituições autoritárias (Estado-nação), mudanças essas que “se dariam com uma reforma gradual, por meio de cooperativas e reformas monetárias” (RAMOS et al, 2015, p.195). Referência Bibliográfica RAMOS, Flamarion et al. Manual de Filosofia Política. São Paulo: Saraiva, 2015, cap. 7, págs. 180 a 207.
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