Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CLAUDEIR ROGÉRIO TEIXEIRA PLANO DE TRABALHO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA REFORMULADO DEVIDO À PANDEMIA COVID-19: ESTÁGIO CURRICULAR I: INICIAÇÃO E TREINAMENTO DESPORTIVO UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA EDUCAÇÃO FÌSICA BACHARELADO Vilhena 2021 Vilhena 2021 PLANO DE TRABALHO DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA REFORMULADO DEVIDO À PANDEMIA COVID-19: ESTÁGIO CURRICULAR I: INICIAÇÃO E TREINAMENTO DESPORTIVO Relatório apresentado como requisito parcial para o aproveitamento da disciplina de Estágio I do curso de Educação Física Bacharelado. CLAUDEIR ROGÉRIO TEIXEIRA SUMÁRIO Sumário 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6 2 ATIVIDADES ......................................................................................................... 7 2.1 Atividade A: Maturação e Desempenho ........................................................ 7 2.2 Atividade B - Especialização Esportiva Precoce ........................................... 9 2.3 Atividade C - Método Tradicional ou Tecnicismo. ....................................... 11 2.4 Atividade D - O Ensino a partir de Jogos. ................................................... 16 2.5 Atividade E - Treinamento das capacidades motoras. ................................ 18 2.6 Atividade F - Os avanços científicos e tecnológicos do Treinamento Desportivo. ............................................................................................................. 22 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 25 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26 6 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo relatar as experiências e conhecimentos obtidos no Estágio em Iniciação e Treinamento Desportivo, que foi composto pelo estudo de seis casos, cada qual avaliando um aspecto da Educação Física no seu uso quotidiano. No primeiro caso, foi estudada a relação entre a maturidade e o desempenho esportivo, exigindo do então estagiário a aplicação dos conhecimentos obtidos durante todo o curso. O segundo caso tratou da especialização esportiva precoce, sendo conteúdo posterior natural ao primeiro caso. Esta situação problema demonstrou que os pontos negativos desta prática acabam por superar seus eventuais pontos positivos. O terceiro tópico explorou o conhecimento do estagiário no que tange aos métodos de ensino, em especial o método tradicional, exigindo que fossem elaborados planejamentos de aula segundo o referido método. A quarta situação problema foi utilizada para sondar os conhecimentos do estagiário quanto ao método situacional de ensino do voleibol, do qual o maior exemplo é o chamado minivoleibol, que emprega os fundamentos e técnicas do voleibol de maneira simplificada, de maneira a facilitar seu ensino às crianças e adolescentes. Por último, foram testados os conhecimentos do estagiário quanto às capacidades motoras, em especial aquelas que são mais desenvolvidas no esporte futebol. 7 2 ATIVIDADES 2.1 ATIVIDADE A: MATURAÇÃO E DESEMPENHO a) O pesquisador MUTTI (2003, apud CORREA e COUTINHO) apresenta algumas propostas com o intuito de ajustar o futsal aos padrões de crescimento e desenvolvimento infantil, respeitando as características, necessidades e interesses das crianças. Entre elas estão: i) Uso de adaptações das regras, de modo a facilitar o aprendizado e entendimento das crianças; ii) Evitar a aplicação de cartões, sempre procurando orientar as crianças quanto ao comportamento que se espera delas naquela situação e, continuando ela a cometer faltas, solicitar sua substituição; iii) Tornar obrigatória a participação de todos os jogadores na partida; iv) Pontuação diferenciada nas competições, beneficiando as equipes que utilizarem o maior número de jogadores; v) Premiação para todos os participantes. b) O nível de maturação dos alunos pode ser avaliado de diversas maneiras, sendo os sistemas mais comumente utilizados o esquelético, o reprodutivo (sexual) e o somático. Em relação ao custo-benefício, aparentemente, a identificação da idade óssea parece se constituir no método que possui mais vantagens na determinação do estágio maturacional de jovens, mesmo durante o período peripuberal, segundo JÚNIOR, LOPES & RAMOS. O método mais utilizado de avaliação da maturidade esquelética é o de Greulich e Pyle, inclusive pela radiologia clínica brasileira. [...] A avaliação é feita na mão e punho esquerdos. [...] Para determinar a maturidade óssea, deve-se inicialmente procurar no atlas a figura da radiografia correspondente ao sexo e idade cronológica do indivíduo que estamos estudando e verificar nas radiografias adjacentes (mais velha e mais nova) 8 qual dos três filmes mais se assemelha superficialmente à radiografia a ser avaliada. Considerando-se o padrão de desenvolvimento para a idade, a ausência ou presença de alguns centros de ossificação carpais ou epifisiais, assim como a forma de determinados ossos pode fornecer pistas úteis quanto ao desenvolvimento ósseo. (JUNIOR, LOPES & RAMOS) c) Conforme o pesquisador ALMEIDA (2011), o nível de interferência da maturação nos valores de desempenho físico apresenta uma relação significativa, tendo nível de desenvolvimento genital explicado os maiores valores em massa total, estatura e IMC, porém, quando que se relacionaram maturação e desempenho motor em velocidade e potência, não ocorreram variações significativas, o que implica em dizer que, no caso específico da amostra, fatores como genótipo e fenótipo podem ter sido responsáveis pelos melhores resultados nestas duas variáveis. Assim, percebe-se que o nível de maturação pode representar vantagem para o atleta até determinada idade, porém, não há garantias de que permanecerá evoluindo da mesma maneira. 9 2.2 ATIVIDADE B - ESPECIALIZAÇÃO ESPORTIVA PRECOCE a) Começaria explicando para ele que esse treinamento intensificado não tem justificativa fisiológica nem educacional. Ademais, leva com frequência a um estresse físico e mental extremamente grande durante o treinamento e a competição, conforme explica a Revista Brasileira de Medicina do Esporte (1997). BUZON & PINTO (2013) alertam que, para um aproveitamento saudável, sua prática deve ser aplicada considerando faixa etária e amadurecimento físico, cognitivo e social dos praticantes, bem como proporcionar experiência da prática das diversas modalidades do atletismo, evitando dessa forma a especialização precoce em apenas uma modalidade. Os autores afirmam, ainda, que é comum que atletas que apresentam performance alta enquanto estão nas categorias juvenis não conseguem ter um desenvolvimento progressivo em relação ao desempenho esportivo. Acredita-se que esse resultado está relacionado com a elaboração de programas de treinamento similares aos de adultos, induzindo a especialização precoce, sobrecarregando-os com treinos intensos e exaustivos, estagnando, assim, seu desenvolvimento da sua performance na fase adulta. b) Revista Brasileira de Medicina do Esporte (1997) elenca as principais razões pelas quais não se devem colocar atletas de diferentes faixas etárias e experiências para realizar as mesmas atividades durante todo o treinamento: i) Riscos de natureza física, psicológica e de desenvolvimento social; O conteúdo e os métodos de treinamento devem ser adequados para a faixa etária em questão, sob risco de ocorrer prejuízos para a saúde; Um número cada vez maior de lesões por sobrecarga está sendo registrado em jovens que praticam esportesorganizados; Quando a carga física se torna excessiva, os efeitos benéficos sobre o sistema esquelético desapareçam e o treinamento se torne traumático e prejudique o crescimento normal; Os diversos níveis de desempenho dentro de um determinado grupo etário são 10 com frequência o resultado de diferentes níveis de maturidade, mais do que diferenças de habilidade específica. O nível de desempenho em vários tipos de esportes depende mais da idade esquelética do que da idade cronológica. (Revista Brasileira de Medicina do Esporte [online]. 1997) Negrão (1980; apud UNIVERSIDADE DO FUTEBOL, 2013) faz um alerta para a possibilidade de danos físicos causados pelo esporte altamente competitivo praticado em idade precoce, pois o trabalho muscular intenso excessivo, associado à sobrecarga emocional que a competição provoca, podem ocasionar perturbações no desenvolvimento normal da criança, principalmente no ritmo do crescimento em altura e no desenvolvimento somático, funcional e intelectual, o que é referendado por Nahas (1980; apud UNIVERSIDADE DO FUTEBOL, 2013). A UNIVERSIDADE DO FUTEBOL (2013) aponta ainda outros problemas: formação escolar deficiente, devido à grande exigência em acompanhar com êxito a carreira esportiva; a unilateralização de um desenvolvimento que deveria ser plural; reduzida participação em atividades, brincadeiras e jogos do mundo infantil, indispensáveis para o desenvolvimento da personalidade na infância; saturação esportiva etc. 11 2.3 ATIVIDADE C - MÉTODO TRADICIONAL OU TECNICISMO. a) Segue o texto: O método tradicional ou tecnicista tem por principal objetivo a transmissão de conhecimentos, sendo o professor seu principal ator. Este método parte da premissa de que todos os alunos são iguais e que, seguindo passivamente as orientações do professor, todos aprenderão a lição, sendo esta premissa um de seus pontos fracos, pois sabe-se que os alunos têm, cada qual, suas dificuldades e facilidades de entendimento em relação a determinado assunto. Outro ponto fraco deste método é que ele promove a passividade e o “memorismo”, não despertando nos alunos o senso crítico, ativo e prático, ou seja, não possui uma formação atitudinal e abrangente. Em compensação, possui como pontos fortes a formação de empatia, pois há um trato direto na relação professor-aluno, o que também facilita o acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, com orientações e esclarecimento de dúvidas em tempo real; promove o trabalho solidário e colaborativo, permitindo a socialização da educação. Assim, no ensino do esporte, os pontos fortes do método tradicional se sobressaem em relação a seus pontos fracos, por isso será o método utilizado na condução das aulas de regência, que serão ministradas por mim. b) Seguem os Planos de Aula: 12 Plano de Aula 01 Unidade Didática: Futsal Idade: 10 - 12 Turma: A Data: 03/08/21 Função Didática: Consolidação da condução de bola, finta, passe e recepção no futebol, relação aluno-bola. Solicitação de tomada de decisões em jogo condicionado. N.º Alunos: 50 Horário: 07h Tempo: 70’ Local: Quadra de Esportes n. 3 Material: Bolas de futebol, cones, sinalizadores e coletes Objetivos Gerais: Conhecimento sobre os fundamentos do futsal Objetivos Específicos Conteúdos T Estratégias, organização e atividade dos alunos ● Familiarização do aluno com a bola, ● Controle da trajetória imprimida à bola; ● Promover a utilização de ambos os pés. ● Passe; ● Recepção; ● Condução; ● Drible; ● Chute; ● Desmarcação. 30’ 40’ Explicação dos conteúdos/objetivos/expe ctativas da aula Exercício 1: Grupos de 3 alunos, frente a frente, vão realizar condução de bola e, ao chegar ao sinalizador, executam passe para o colega da frente e desmarcam-se, voltando para a fila. 13 Plano de Aula 02 Unidade Didática: Futsal Idade: 10 - 12 Turma: A Data: 05/08/21 Função Didática: Consolidação da condução de bola, finta, passe e recepção no futebol, relação aluno-bola. Solicitação de tomada de decisões em jogo condicionado. N.º Alunos: 50 Horário: 07h Tempo: 70’ Local: Quadra de Esportes n. 3 Material: Bolas de futebol, cones, sinalizadores e coletes Objetivos Gerais: Conhecimento sobre os fundamentos do futsal Objetivos Específicos Conteúdos T Estratégias, organização e atividade dos alunos ● Familiarizar os alunos para as combinações diretas com os seus colegas de equipe. ● Solicitar aos alunos que combinem e se desmarquem para um espaço que lhes permita finalizar. ● Passe; ● Recepção; ● Devolução; ● Desmarcação ● Passe; ● Recepção; ● Devolução; ● Desmarcação; ● Contenção; ● Desarme. 30’ 20’ 20’ Explicação dos conteúdos/objetivos/expe ctativas da aula Exercício 1: 3x0+GR Exercício 2: 3x1+GR 14 Plano de Aula 03 Unidade Didática: Futsal Idade: 10 - 12 Turma: A Data: 10/08/21 Função Didática: Consolidação da condução de bola, finta, passe e recepção no futebol, relação aluno-bola. Solicitação de tomada de decisões em jogo condicionado. N.º Alunos: 50 Horário: 07h Tempo: 70’ Local: Quadra de Esportes n. 3 Material: Bolas de futebol, cones, sinalizadores e coletes Objetivos Gerais: Conhecimento sobre os fundamentos do futsal Objetivos Específicos Conteúdos T Estratégias, organização e atividade dos alunos ● Solicitar a coordenação e cooperação entre as equipes; ● Posse de bola e saída para zonas sem pressão; ● Trabalho de aptidão física ● Passe; ● Recepção; ● Drible; ● Remate. 30’ 40’ Explicação dos conteúdos/objetivos/expe ctativas da aula Exercício 1: Exercício de condução de bola, passe e chute a gol. Realizar zigue-zague entre os cones, elevação de joelhos em deslocamento e o salto sobre obstáculo para além de dificultar as ações trabalhar as qualidades físicas dos alunos. 15 Plano de Aula 04 Unidade Didática: Futsal Idade: 10 - 12 Turma: A Data: 12/08/21 Função Didática: Consolidação da condução de bola, finta, passe e recepção no futebol, relação aluno-bola. Solicitação de tomada de decisões em jogo condicionado. N.º Alunos: 50 Horário: 07h Tempo: 70’ Local: Quadra de Esportes n. 3 Material: Bolas de futebol, cones, sinalizadores e coletes Objetivos Gerais: Conhecimento sobre os fundamentos do futsal Objetivos Específicos Conteúdos T Estratégias, organização e atividade dos alunos ● Solicitar a coordenação e cooperação entre as equipas; ● Posse de bola e saída para zonas sem pressão; ● Trabalho da aptidão física ● Passe; ● Recepção; ● Devolução; ● Desmarcação; ● Pressão; ● Combinações; ● Princípios do ataque e defesa. 30’ 40’ Explicação dos conteúdos/objetivos/expe ctativas da aula Exercício 1: Jogo condicionado, cada equipe está dividida por cores. A equipe que estiver em posse de bola, terá como objetivo manter a bola em seu poder. Quem não tem posse terá de recuperar a bola. Assim que conseguir recuperar a bola, os papéis se invertem, mas a equipe que acabou de recuperar a bola terá de passá-la para o seu lado da quadra. 16 2.4 ATIVIDADE D - O ENSINO A PARTIR DE JOGOS. a) Em se tratando de ensino a partir de jogos, COUTINHO & SILVA (2007) afirmam que se tem por princípio fundamental o fato de que os jogos devem ser desenvolvidos sempre dos mais simples para os mais complexos, além de garantir uma intensidade máxima de prazer e participação. Assim, partindo desse princípio, COUTINHO & SILVA, (2007) elencam três modelos básico de aulas: i) Modelo 1: aquisição de experiência de jogo – são aulas em que os alunos aprendem a experimentaras mais diversas formas básicas de jogo, em condições sempre renovadas; ii) Modelo 2: aprendizado do condicionamento físico através do jogo – o aumento da força, velocidade, agilidade, e outros aspectos físicos e motores são requisitos para as formas mais difíceis de jogo e determinados comportamentos técnicos e táticos durante um jogo; iii) Modelo 3: introdução de um novo jogo ou de uma série de jogos – aprendizagem de novos movimentos decorrentes de pequenos e grandes jogos esportivos, nova aquisição de elementos técnicos de jogo. b) Segundo TOMAZELLI (2010), GRECO (1998, apud SANTOS, 2013) e GRECO & CHAGAS (1992, apud SANTOS, 2013), o método situacional é composto por jogadas básicas, extraídas de situações de jogo envolvendo comportamentos individuais e coletivos. Tais situações ou estruturas funcionais dão ao aprendiz a possibilidade do confronto com situações reais de jogo. Este método tem como vantagem a proximidade das situações apresentadas no treinamento com as ações do jogo competitivo formal (ANDRADE, 2010, apud SANTOS, 2013) e o aprendizado das habilidades por meio de resolução de problemas; c) A estratégia que mais se adequa para o ensino baseado no método situacional no Mini vôlei é a estimulação do interesse dos alunos, recorrendo- se, então, a formas motivantes do jogo, ou seja, apresentar situações problema contendo as características fundamentais do jogo, porém de forma mais acessível, em outras palavras, com regras menos complexas, menor 17 número de jogadores e espaço reduzido, permitindo a continuidade das ações e elevadas chances de concretização. d) Seguem as atividades: i) Atividade 1: ➢ Em primeiro lugar, será feito um aquecimento, podendo ser por meio de uma brincadeira de pegador, na qual um ou mais alunos tentam acertar as pernas dos fugitivos arremessando a bola com uma mão, como se fosse um lançamento tipo boliche/bocha. Depois, podem-se fazer alongamentos direcionados ao voleibol; ii) Atividade 2: ➢ Depois do alongamento, dividir os alunos em duplas, de modo que eles façam o gesto do saque por baixo utilizando petecas, um rebatendo para o outro; em seguida, sacam a peteca por cima da rede, tentando acertar no colega sem que esse saia do lugar para pegar a peteca. 18 2.5 ATIVIDADE E - TREINAMENTO DAS CAPACIDADES MOTORAS. A FORÇA MUSCULAR pode ser definida como a quantidade de tensão que um músculo ou grupamento muscular pode gerar dentro de um padrão específico e com determinada velocidade de movimento (Portal da Educação, 2020). Ela se divide em três tipos, a saber: 1. FORÇA ISOTÔNICA (DINÂMICA) – É o tipo de força que envolve os músculos dos membros em movimento ou suportando o peso do próprio corpo em movimentos repetidos. Está ligada com a movimentação corporal e pode ser dividida em: 1.1. Concêntrica, onde o músculo se encurta no movimento; e 1.2. Excêntrica, que é quando o oposto ocorre e o músculo tende a se alongar quando é exercida a pressão naquele grupo, conforme explicam APSEN FARMACÊUTICA (2021) e VIEIRA (2020); 2. FORÇA ISOMÉTRICA (ESTÁTICA) – É quando a contração muscular não gera movimento para o corpo, ou seja, é o tipo de força muscular que explica o fato de haver força produzindo calor sem a produção de trabalho em forma de movimento. 3. FORÇA ISOCINÉTICA (EXPLOSIVA ou POTÊNCIA) – Habilidade de exercer o máximo de energia em um ato explosivo, ou seja, o atleta está em movimento e desenvolve o extremo da força disponível no corpo em sua maior amplitude. Há uma carga maior nas articulações e sempre é controlado pela velocidade do praticante. A VELOCIDADE é uma qualidade particular do músculo e das coordenações neuromusculares, que permite a execução de uma sucessão rápida de gestos, formando uma cadeia de ações de intensidade máxima e de breve ou muito breve duração. A velocidade pode ser executada de duas formas: 1. Cíclica: adequada a uma certa sucessão de ações motoras (ex. corrida); 19 2. Acíclica: adequada a uma ação motora isolada (ex. chute na bola). A velocidade possui, ainda, as seguintes classificações: 1. VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO: Capacidade máxima de uma pessoa deslocar-se de um ponto a outro; 2. VELOCIDADE DE REAÇÃO: Rapidez com a qual uma pessoa é capaz de responder a um estímulo (visual, auditivo ou tátil), ou seja, o tempo requerido para ser iniciada a resposta a um estímulo recebido; 3. VELOCIDADE DE MEMBROS: Capacidade de mover membros superiores e ou inferiores tão rápido quanto possível. A RESISTÊNCIA é a capacidade de realizar trabalho muscular com uma dada intensidade e durante um determinado período de tempo. O principal fator limitante e que simultaneamente afeta o resultado é a fadiga. A resistência se divide em: 1. RESISTÊNCIA AERÓBICA: Permite manter por um determinado período de tempo, um esforço em que o consumo de O2 equilibra-se com a sua absorção (STEADY – STATE), sendo os esforços de fraca ou média intensidade; 2. RESISTÊNCIA ANAERÓBICA: Permite manter por um determinado período de tempo, um esforço em que o consumo de O2 é superior à sua absorção, acarretando um débito de O2 e que somente será recompensado em repouso, sendo os esforços de grande intensidade; 3. RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA (RML): É a capacidade do músculo em trabalhar contra uma resistência moderada durante longos períodos de tempo. A COORDENAÇÃO MOTORA é a capacidade que o cérebro possui de equilibrar os movimentos do corpo, mais especificamente dos músculos e das articulações. Divide-se em: 1. COORDENAÇÃO MOTORA GERAL ou GROSSA - visa utilizar os grandes músculos, isto é, os esqueléticos, de forma mais eficaz, 20 tornando o espaço mais tolerável à dominação do corpo, de forma global mais eficiente, plástica e econômica. Este tipo de coordenação permite à criança ou adulto dominar o corpo no espaço, controlando os movimentos mais rudes. 2. COORDENAÇÃO GERAL ESPECÍFICA - permite controlar movimentos específicos de uma atividade. Ex: chutar uma bola (futebol), arremessar (basquete) e etc. 3. COORDENAÇÃO MOTORA FINA - que visa utilizar os pequenos músculos de forma mais eficaz tornando o ambiente controlável pelo corpo para o manuseio de objetos, produzindo assim movimentos delicados e específicos. Ex: recortar, lançar ao alvo, escrever, digitar etc. A FLEXIBILIDADE é a capacidade de aproveitar as possibilidades de movimentos articulares, os mais amplos possíveis, em todas as direções. Possui as seguintes características: 1. Amplitude de Movimento - Dimensão do deslocamento do corpo ou de seus segmentos entre certos pontos, de orientação convencionalmente escolhida, expressada em graus e unidades lineares; 2. Mobilidade - Refere-se à amplitude de movimento permitida pela articulação em função de seus diversos componentes; 3. Elasticidade - Diz-se à capacidade de extensão elástica dos componentes; 4. Plasticidade - É a capacidade dos elementos articulares de se distendem e não retornarem à sua medida inicial. Em parte, no caso dos componentes articulares, a deformação é apenas temporária, porém, uma pequena parte das deformações plásticas ocorridas como resultado do treinamento de flexibilidade de alta intensidade são irreversíveis. Há dois tipos de Flexibilidade: 1. ATIVA - é a máxima amplitude que se pode obter através de movimentos efetuados pelos músculos de forma voluntária; 21 2. PASSIVA - é a máxima amplitude articular que se consegue em um movimento através da ação de uma segunda pessoa, aparelhos, força da gravidade, etc. 22 2.6 ATIVIDADE F - OS AVANÇOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO. a) No ano de 1936, os Jogos Olímpicos aconteceram em Berlim, capital da Alemanha, durante o regime nazista, liderado por Adolf Hitler. O nazismo pregava a ideia da superioridadedos arianos sobre os outros seres humanos. Essa ideia de superioridade branca foi posta em terra quando Jesse Owens, um atleta americano, negro, ganhou quatro medalhas de ouro na categoria atletismo, tendo quebrado dois recordes mundiais em duas das modalidades que disputou, conforme explica a Escola Britannica (2021). Pela primeira vez mais de 41 países puderam acompanhar aos jogos através do rádio e foi realizada a primeira transmissão dos Jogos Olímpicos, pela televisão, efectuada por duas companhias alemãs a Telefunken e a Fernseh com uma programação conjunta de 138 horas de transmissão1. b) No atletismo, quando o árbitro dispara o revólver para dar a largada, um sensor é ativado por meio do som produzido e dispara o cronômetro, fazendo a contagem começar. No momento em que o corredor atravessa a linha de chegada, passa por outro sensor, que marca seu tempo. Para apontar qual dos atletas chegou primeiro existe uma câmera que tira 2 mil fotos da linha de chegada por segundo, assim, mesmo diferenças de tempo na casa dos milésimos de segundo, invisíveis a olho nu, podem ser detectadas. Versões mais rudimentares do sistema, chamado de “photofinish”, existem desde Los Angeles-32. No começo, ele era usado só como um tira-teima, porém passou a fazer parte dos equipamentos essenciais ainda naquela edição dos Jogos Olímpicos (VASCONCELOS, 2018). c) No futebol, muito se avançou em relação à tecnologia, como por exemplo: 1JOGOS OLÍMPICOS DE VERÃO DE 1936. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2021. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Jogos_Ol%C3%ADmpicos_de_Ver%C3%A3o_de_1936&ol did=61817015>. Acesso em: 26 set. 2021. 23 i) A chuteira deixou de ser feita de metal e pregos para virar um aparato que praticamente se adapta ao pé do atleta; ii) O uniforme auxilia na transpiração e na manutenção da temperatura do corpo; iii) As bolas retêm menos água, interferindo pouco no andar do jogo. iv) Assistente de Vídeo (VAR); v) Existe a análise de desempenho; vi) Testes e treinos personalizados, vii) Aparelhos de última geração, que ajudam a otimizar o desempenho dos atletas em campo. No voleibol não é muito diferente, porém, ao contrário de outros esportes como o futebol e o basquete, que utilizam o assistente de vídeo também para lances interpretativos, o vôlei usufrui deste artifício para lances objetivos. E também há os benefícios já citados acima, como os calçados e uniformes tecnológicos, análises de desempenho, etc. d) Antes do surgimento dos analisadores portáteis de lactato, era necessário levar as amostras a laboratórios, que se utilizavam de aparelhagem específica e cara para analisá-las, uma vez que os níveis de lactato são a melhor medida da intensidade de treinamento. Assim, técnicos e fisiologistas esportivos inventaram outros meios de aproximar as informações que a análise de lactato fornece, usando a frequência cardíaca como um desses métodos. Porém, nos últimos anos, o uso do lactato sanguíneo, como indicador do estado de condicionamento físico, ou da intensidade de treinamento, ganhou grande impulso. Isto se deve, principalmente, à facilidade na obtenção e análise de amostras através de instrumentos semiautomatizados. Em particular, esta medição tem sido amplamente utilizada em exercícios aeróbios e anaeróbios (HOPKINS, 1991, apud FERREIRA, 2005). e) A tecnologia do GPS foi utilizada para rastreamento de atletas pela primeira vez em 1997. A partir daí começou a ser utilizada cada vez mais em esportes coletivos, fornecendo aos treinadores, técnicos e cientistas da área dados abrangentes em tempo real referentes ao desempenho do atleta 24 durante a competição ou mesmo durante o treino. Segundo COIMBRA (2020), esses dados, ao serem analisados, podem dar informações úteis que ajudam a: i) quantificar objetivamente os níveis de esforço e estresse físico individualmente, a examinar o desempenho da competição, avaliar diferentes cargas de trabalho por posições e setores, estabelecer intensidades de treinamento e monitorar mudanças nas demandas fisiológicas dos atletas. Desde sua introdução, o GPS foi usado para medir os componentes básicos dos padrões de movimento do jogador, velocidade e distância percorrida e o número de acelerações e desacelerações. A integração do GPS com acelerômetro triaxial permite a captura de informações sobre padrões de Cargas Físicas (COIMBRA, 2021). 25 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este Relatório de Estágio em Iniciação e Treinamento Desportivo teve como objetivo relatar as experiências e conhecimentos obtidos durante o curso e que foram muito úteis na resolução das situações-problemas apresentadas. Os conhecimentos e habilidade requeridos foram os mais diversos, indicando interdisciplinaridade com outras matérias, inclusive de campos que outrora não se correlacionavam com a Educação Física diretamente, mas que hoje em dia não há como negar que se complementam de forma majestosa, como por exemplo a Estatística, que provê as ferramentas e bases para a leitura e tratamento dos dados obtidos pelos sensores e demais equipamentos eletrônicos que se veem cada vez mais presentes nas competições e treinos dos mais diversos atletas. Assim, conclui-se que o Estágio realizado foi de grande ajuda na consolidação dos mais diversos conhecimentos e experiências obtidas durante todo o Curso de Bacharelado em Educação Física. 26 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Diego. Maturação biológica, composição corporal e desempenho motor em adolescentes do sexo masculino praticantes de futebol. 2011. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd157/desempenho-motor-em-adolescentes- praticantes-de-futebol.htm>. Acesso em 18 set. 2021. BUZON, Ana Paula Ereno. PINTO, Airton. Atletismo: considerações sobre iniciação e especialização esportiva em crianças de 7 a 13 anos. 2013. Disponível em: <https://www.efdeportes.com/efd176/atletismo-iniciacao-e-especializacao- esportiva.htm>. Acesso em 24 set. 2021. COIMBRA, Guilherme. Preparação Física - Afinal, Para Que Serve o GPS Nos Atletas? In: Futebol Interativo. 2020. Disponível em: <https://www.futebolinterativo.com/blog/afinal-para-que-serve-o-gps-nos-atletas>. Acesso em: 27 set. 2021. Como o avanço tecnológico impactou o mundo dos esportes? In: Fala! Universidades. 2021. Disponível em: <https://falauniversidades.com.br/como-o- avanco-tecnologico-impactou-o-mundo-dos-esportes/>. Acesso em: 27 set. 2021. CORREA, Gabriel Felipe Saad. COUTINHO, Nilton F. Iniciação esportiva ao futsal dos 08 aos 10 anos. Disponível em: <https://www.unaerp.br/documentos/2057- iniciacao-esportiva-ao-futsal-dos-08-aos-10-anos/file>. Acesso em 18 set. 2021. COUTINHO, Nilton Ferreira. SILVA, Sheila Aparecida Pereira dos Santos. Conhecimento e Aplicação de Métodos de Ensino para os Jogos Esportivos Coletivos na Formação Profissional em Educação Física. 2007. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/download/2086/4829#:~:text=Este%20m%C3 %A9todo%20procura%20incorporar%20o,a%20grande%20vantagem%20deste%20 m%C3%A9todo.>. Acesso em 26 set. 2021. Força Muscular e Suas Subdivisões. In: Portal Educação. 2020. Disponível em: <https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao-fisica/forca- muscular-e-suas-subdivisoes/11561#>. Acesso em: 26 set. 2021. 27 Iniciação esportiva – aspectos positivos e negativos da especialização esportiva precoce no futebol. In: Universidade do Futebol. 2013. Disponível em: <https://universidadedofutebol.com.br/2013/05/26/iniciacao-esportiva-aspectos- positivos-e-negativos-da-especializacao-esportiva-precoce-no-futebol/>. Acesso em 24 set. 2021. Jesse Owens. In: Escola Britannica. Web, 2021. Disponível em: <https://escola.britannica.com.br/artigo/Jesse-Owens/482134>. Acesso em: 26 set. de 2021. JÚNIOR, Astrogildo V.Oliveira. LOPES, Gustavo C. RAMOS, Dionizio Mendes. Avaliação da maturação em crianças e jovens. Disponível em <http://bjhbs.hupe.uerj.br/WebRoot/pdf/442_pt.pdf>. Acesso em 18 set. 2021. JÚNIOR, Dorival Sesso. O Método Situacional e o Mini Vôlei como alternativa para o ensino do Voleibol. 2011. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_p de/2010/2010_unioeste_edfis_pdp_dorival_sesso_junior.pdf>. Acesso em 26 set. 2021. Método de ensino tradicional: vantagens e desvantagens. In: Gravidez Online. 2021. Disponível em: <https://gravidez.online/metodo-de-ensino-tradicional/>. Acesso em 25 set. 2021. SANTOS, Pedro Neto Ramos dos. Análise de dois diferentes métodos para o ensino/treino do futebol. Disponível em: <https://cefd.ufes.br/sites/cefd.ufes.br/files/field/anexo/Pedro%20Neto%20- %20AN%C3%81LISE%20DE%20DOIS%20DIFERENTES%20M%C3%89TODOS% 20PARA%20O%20ENSINO%20-%20TERINO%20DO%20FUTEBOL.pdf>. Acesso em: 26 set. 2021. TOMAZELLI, J. L. R. Análise dos métodos de treinamento esportivo de jovens em escolinhas da cidade de Gramado-RS relacionada a motivos de burnout. 2010. 86 f. Monografia (Conclusão do Curso de Educação Física) - Feevale, Novo Hamburgo- RS, 2010. Disponível em: <http://ged.feevale.br/bibvirtual/Monografia/MonografiaJoseTomazelli.pdf>. Acesso em: 28 set. 2021. 28 VASCONCELOS, Yuri. No atletismo, como é feita a cronometragem? In: Super Interessante. Editora Abril. 2018. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo- estranho/no-atletismo-como-e-feita-a-cronometragem/>. Acesso em: 27 set. 2021. VIEIRA, Ezequiel. Roteiro de Estudos/Atividades. In: Prefeitura de Santos. 2020. Disponível em: <https://www.santos.sp.gov.br/?q=file/41583/download&token=OW_zXI5k>. Acesso em 25 set. 2021.
Compartilhar